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TERRORISMO ESCOLHIDO A DEDO E OS DEZ MANDAMENTOS, COM GEORGE CARLIN

TERRORISMO ESCOLHIDO A DEDO

Por que digo isso? Caiu aqui na data de Thanksgiving. A maior parte de nossos “serviços” como telefonia, servidor de internet e coisas assim são feitas via Índia, via Mumbai: “Hello, my name is Paul and how can I help you today?”, uma voz carregada com sotaque indiano me atende todas as vezes que tenho problemas com a Verizon DSL ou com a Time Warner Cable ou com qualquer outra questão  resolvível por telefone. Não, o nome dele não é “Paul”, coisíssima nenhuma! Deve ser “Sanjay”, e é justamente aí que começam os problemas.

O ataque horrendo aos hotéis e ao Centro Judaico e aos restaurantes de Mumbai não são os primeiros na Índia. Ano passado e em 2006 foram estações de trem e trens em movimento. Isso sem contar com a guerra contra o Paquistão, a libertação de Kashmir, um sectário contra o outro, a luta contra os colonizadores (os ingleses) e a incrível batalha para estabelecer uma identidade própria e um parlamento.

Mas ataques com essa precisão e com essa formalidade, digo, com esse tipo de alvo: QUEREMOS PESSOAS DE NACIONALIDADE AMERICANA OU INGLESA…

Bem, a Índia, assim como tantos países europeus, tem um número enorme de muçulmanos. Claro que os governos não acham uma forma clara de diálogo com eles, mas…

Mas… quem é que disse realmente que  se trata de uma facção chamada “Deccan of Mujad Adeen”? Por que as agências de notícias nos dão essa informação?

Posso estar aqui dando um tiro no próprio pé, mas posso também “aventurar” um palpite:

Justamente alguns dias depois da FALÊNCIA prematura das 3 grandes fábricas da indústria automobilística em Detroit, acho que bateu fundo no coração americano a questão do OUTSOURCING.

Sim, Mumbai , e não a China, é o centro da concorrência do Outsourcing. Na Índia a segurança é fraca (na China não se entra. No país, militarizado e comunista, ninguém entra: pena de morte!)

Sim, Mumbai. Falar…. com quem falar?

Dia de Thanksgiving. Milhares de americanos desempregados e indo comer seu thanksgiving dinner em soup kitchens. O que é isso? Uma coisa linda, linda e triste. Mas tem que se viver aqui pra saber o que é.

A Índia e o Paquistão são potências NUCLEARES: estão a TRÊS minutos (eu disse TRÊS MINUTOS) de distância de apertar um botão que destruiria Nova Dehli ou Calcutta ou Puhna ou Islamabad ou…

Tudo por causa de Kashmir? Óbvio que não! Tudo por causa de um possível interesse num Afeganistão caindo aos pedaços porque a política de Bush não deu certo (a tática de derrubar o Taliban está se provando um total fracasso: forças divididas entre o Iraque, onde não deveríamos estar em primeiro lugar!).

De volta aos ataques!

Resolver o quê? Como?

O Paquistão é uma questão irresolvível. Mataram o Bhutto, o Zia era um cafajeste. Pula um, dois, o Musharaff era gillete e agora, o marido da Benazir (que todos nós tentamos amar) está lá sentado, depois de assaltar os cofres públicos e possuir as mansões/castelos mais fantásticos da Grã-Bretanha que existem. Não é lindo? E o “IRA” foi matar/explodir o Lord Mountbatten na década de 70, um dos que entediam do asssunto. Se não me engano, o homem nasceu em uma das ex-colônias. Sim, nasceu na Índia.

O PREÇO.

Esse é o preço do capitalismo? Esse é o preço que se paga?

E quem disse que os ataques param aqui?

Não, acho que não param. Esse é o preço que pagamos pelo tal “expansionismo”. Esse foi o 11 de Setembro, ou o Julho, em Londres, em 2005. A Espanha paga essse preço até hoje por uma (des)união por causa de Franco. Seja o ETA, seja a cabeça dura de alguns bascos separatistas.

Deixe os espanhóis e a Guernica pra lá!

 

A crise em Mumbai – terceiro dia.

– 143 mortos. E, pra quê? Para que os investidores americanos tenham MEDO de ir para lá? E os INGLESES e ALEMÃES também? Óbvio.

Foi um espetáculo horrendo escolhido a dedo para ser “tocado” na tv enquanto a classe média americana, horrorizada, dava seu Thanks e devorava seu peru recheado de coisicas. Era um espetáculo feito para ser televisionado e para que nós pensássemos!

Assim como aquilo que me traumatiza até hoje porque eu estava aqui, vendo da minha janela, os ataques que derrubaram as torres gêmeas – mas algo de estranho ainda me aflige a respeito! Inexplicável… estranho… 11 de setembro de 2001 até hoje não… Deixa pra lá!

Cinco reféns ainda estão nas mãos de não se sabe quem. E o impacto? Sei… o impacto! Talvez seja bom para a Bolsa de Valores de NY na Segunda-feira. Guerra é good business. Que horror! Terror é good business. Que horror! Pelo menos para mostrar, talvez, quem sabe, que, nesse dia de ontem, um velho e falido George W. Bush  estava em seu rancho, como sempre está… telefonando para as tropas no Iraque… e para mostrar como ainda ESTAMOS SEGUROS AQUI EM CASA!

Mais explosões chacoalharam o “Nariman House”, lar dos Judeus  Orthodoxos, parte do  Chabad Lubavitch, onde o Exército Indiano passou parte do dia lutando e matando os terroristas. Deverão matá-los todos. No final deverão dizer que são “estrangeiros” ligados a uma “nova facção disso ou daquilo”. Quem somos nós para duvidar? Quem somos nós para acreditar?

COMO SEGURANÇA CUSTA CARO!!!!

Só nos damos conta disso quando vemos o mundo em chamas ou quando descobrimos ou abrimos as portas de campos onde reina um Arbeit Mach Frei e o povo que se diz ignorante de tudo isso, abre a boca e, diante do horror e do terror, diz que não sabia o que estava acontecendo.

Agora sabemos. E sabemos em tempo real. Mas a conspiração continua tão bem escondida que pouca diferença faz quem são os jogadores/perdedores/ganhadores, uma vez que a questão do TEMPO nos mostra que, historicamente… historicamente essa coisa de atacar e lucrar e querer lucrar com a morte dos outros não é somente um crime, mas uma enorme ILUSÂO. Melhor ainda, um PESADELO. Um pesadelo entre entidades corporativas que se chama… (odeio isso) Movimentos Obsessivos e Redundantes entre Políticos, Deuses, Causas e EMPREGOS. Não há sigla para isso. Não há teatro e não há arte que acompanhe tamanha desgraça. Até o berro silencioso de Munch está aos gritos e eu aos prantos.

Gerald Thomas.

(Vamp na edição)

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Na TPM das eleicões dos EUA + Brasileiro vence a Maratona de NY(leiam também matéria abaixo desta: Halloween mais polítco da História)

Stand up and fight my friends, defend your country, fight on, never stop fighting, fight for America, God Bless America!”

John McCain estava aos berros em Virginia nos últimos surros, urros e sussurros dessa campanha eleitoral. Mas “stand up and fight” de quem e do que, pergunta-se? Levantar e lutar contra si mesmo ou contra os números que o desfavorecem nas estatísticas?

A campanha do terror não está funcionando, obviamente. As malditas pesquisas estão sendo ignoradas por um zangado McCain cujo desespero agora está mais nítido que nunca. Seus discursos, hoje, o fizeram cair mais 4 pontos nas enquetes.

Bate-boca

Começando  conversas com pessoas em diversas partes da cidade  e até mesmo aqui, no prédio onde moro, uma delas foi enfática e procurei ouvi-la: “Vou votar nele, no McCain, porque tenho medo de mudanças. Não tivemos mais nenhum ataque doméstico desde o 11 de Setembro [2001]”.

“Mas o que o senhor me diz sobre o equívoco de invadir o Iraque e a morte de 100 mil civis iraquianos e mais de 4 mil soldados do nosso país?”, perguntei. “Acho que temos de tomar todas as precauções possíveis…” No meio de sua resposta, o saguão do prédio começou a se encher, e as pessoas se intrometeram na hora.

“Isso é um absurdo. Tenho vergonha de ser do mesmo país que você!!!”, berrava uma senhora de uns 60 , com um back up de adolescentes vestidos da festa de Halloween de ontem, ou de um concerto de rock.

“Guerra era uma palavra do passado e paz não era somente uma utopia, mas era a realidade. Temos que voltar a ter essa realidade” , a grande maioria do grupo de senhores e jovens berravam.

Existem grupos de negros que sequer admitem a possível derrota de Obama. Eles vivem, e com toda razão, o sonho quase impossível de Dr. Martin Luther King Jr.

Sábado foi somente o ensaio. Faltava ver o que a festa/protesto de ontem nos traria. Eu iria para  Dumbo, um dos  bairros de Brooklyn mais, digamos, “artísticos”.

Nesse pós-Halloween, eu queria ver qual seria a fantasia deles ou se simplesmente estariam olhando para o skyline de Manhattan com aquele famoso efeito de distanciamento brechtiano, chacoalhando as cabeças, o que, aliás, vem a ser muito saudável numa hora dessas.



Estamos em plena TPM da terça-feira que vem. Vai ser um deus-nos-acuda. 


Gerald Thomas

(Vamp, na edição)

 

A ELEIÇÃO DO CRASH

BARACK OBAMA OU JOHN MCCAIN. 
EM DOIS DIAS, UM DELES SERÁ ESCOLHIDO O SUCESSOR DE GEORGE W.BUSH, EM MEIO À MAIOR CRISE ECONÔMICA NOS EUA DESDE A GRANDE DEPRESSÃO DOS ANOS 30

O estouro da bolha de créditos podres, que invadiu a economia real, precipitou a radicalização da disputa política na superpotência. McCain, 72, começou a campanha como representante da ala moderada do governista Partido Republicano, mas vem adotando discurso mais conservador à medida que pesquisas apontam que a crise tende a favorecer o rival Obama, 47, do Partido Democrata, de oposição a Bush. Há décadas a eleição para o cargo mais poderoso do mundo não apresenta opções tão díspares nem ocorre em momento tão delicado. Este caderno apresenta os dilemas que serão enfrentados pelo próximo ocupante da Casa Branca, as posições programáticas que podem definir o futuro governo e a expectativa mundial em relação à eleição. 

 

PS: Que DIA!!!! UFA! MARILSON GOMES DOS SANTOS VENCEU A NEW YORK CITY MARATHON

COMO SE AS EMOCÕES NÃO BASTASSEM NESSA TPM PRÉ-ELEIÇÃO, AINDA VEM UMA NOTICIA DESSAS AQUI DO CENTRAL PARK !!!! DIA LINDO AQUI, E NENHUM PORTAL BRASILEIRO PARECE GIVE A DAMN!

GERALD

A Maratona de Nova York é uma das competições mais importantes e tradicionais do atletismo. Mais de 38 mil pessoas participaram desta edição (38.377).

Marílson fez o tempo de 2h08min44, correndo pela primeira vez abaixo dos 2h09min58 que ele tinha obtido na Maratona de 2006 – ano do seu primeiro título.

“Hoje eu provei que em 2006 não foi sorte”. “Este circuito é muito favorável para mim. Me lembra a minha casa”, declarou Marílson, que fez muita festa quando cruzou a linha de chegada, vibrando muito com a bandeira do país e com a sua esposa Juliana.

O marroquino Abderrahim Goumri liderou durante grande parte da prova, com Marílson sempre correndo entre o pelotão de elite. 

No fim, Goumri se desgarrou do pelotão, tendo Marílson em seu encalço. Mas nos minutos finais e a menos de 2km da chegada, em um belo “sprint”, o brasileiro não tomou conhecimento do rival e venceu a prova, com o marroquino em segundo com o tempo de 2h09min07. O queniano Daniel Rono terminou a prova em terceiro com 2h11min22.

“Nunca perdi as esperanças. Quando entrei no Central Park, os torcedores me inspiraram a continuar correndo e vencer a corrida”, disse Marílson.

Os outros dois campeões da Maratona de Nova York que disputaram a prova, o queniano Paul Tergat e o sul-africano Hendrick Ramaala, terminaram em 4º e 12º, respectivamente. 

No feminino, a britânica Paula Radcliffe conquistou o bicampeonato da prova, ao vencer com o tempo de 2h23min56. 

A russa Ludmila Petrova foi a segunda colocada com 2h25min43, seguida pela norte-americana Kara Goucher com 2h25min53.

Com agências internacionais, atualizada às 16h23

 

 

A Shifting LandscapeMap  

A Shifting Landscape

The Electoral Map

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Gabeira

Gabeira

Se eu tivesse que comparar o Gabeira a qualquer “ser” ou personagem teatral da História dramatúrgica, sinceramente? Não conseguiria. Não existem paralelos.

Esse homem é um ser iluminado, em todos os sentidos. Já foi tachado disso e daquilo pela direita, pela esquerda, por cima, por baixo, já foi chamado de viado, de cachorro, de tudo: no entanto está de pé, assim como a cultura cigana.

“Bury me Standing” de Isabel Fonseca, escritora Americana, (acho que ainda) casada com o autor inglês Martin Amis… enfim, “Bury me standing” vem de me enterrem de pé!, um velho comando, ou dizer, ou expressão usada pelos nômades que, de tempos em tempos, sofrem um holocaustozinho em diversos paises.

Pela lógica, Fernando Gabeira jamais poderia estar onde está agora, ou seja, vencendo e glorioso. Já o odiaram por ter voltado do exílio usando uma sunga mínima (um insulto pra esquerda), já o insultaram por querer se “intrometer” a defender causas que não lhe diziam respeito, como os negros e os homosexuais. Talvez, seguindo essa mesma lógica, talvez o Gabeira seja a única e REAL ponte que cubra esse “canyon” ridículo que ainda insiste em dividir  pessoas entre direita e esquerda. Gabeira parece aquele que já atravessou o Checkpoint Charlie da (ex) Alemanha Oriental para a Ocidental com um sorriso na cara como se quizesse dizer: GENTE IMBECIL! Criando MUROS! Criando MURALHAS! Criando barreiras!  O Gabeira que eu conheço pessoalmente há… há (ufa! 30 e poucos anos) sempre foi um LIBERTADOR!.

Mas vejam só que engraçado: certa vez, como correspondente da Folha em Berlim, ainda casado com a Yame, Gabeira vem para cobrir uma ópera que eu estava dirigindo em Stuttgart (Perseo e Andrômeda – John Neshling fez a crítica para o mesmo jornal – 1990).  Pegou o trem, era inverno, tudo atrasou, chegou afobado… pediu uma tomada para plugar o computador. Naquela época não era internet ainda. Mandava-se matéria para uma central, sei lá como…

Mandou a coluna. Jantamos. Pegou o trem de volta para Berlim.

Anos antes disso: nos encontrávamos com muitíssima freqüência num restaurante macrobiótico no Leblon. Mastigávamos e mastigávamos e mastigávamos… Ruminávamos e ficávamos nos perguntando por que diabos um restaurante macro (um sobrado) ficava justamente em cima de um açougue!!!!!

Anos antes disso: Gabeira no exílio e eu sentado em Londres na sede da Amnesty International. Ele já não querendo muito contato com o “Que é Isso, Companheiro?”

E assim que o filme foi lançado, nos cruzávamos e, ambos de bico calado. A Nanda fez o filme, acompanhei de perto a tragédia filmada de um livro tão legal.

Fui em sua casa certa vez na Lagoa. Depois se mudou pro Bairro Peixoto, gravei uma entrevista.  E tivemos um ÓTIMO debate sobre terrorismo, logo assim que voltei de NY após os ataques de 11 de setembro.

O Rio não pode AFFORD NOT TO, não pode se dar ao LUXO DE NÃO TER o Gabeira, sendo o Rio o que ele é.

E por quê? Porque um é  a cara do outro! Se você tenta pegar o Gabeira com ecologia ele te devolve algo sobre supercondutores. Se você quer falar sobre política ele te responderá alguma coisa na linha da cultura eclética dos pós-semiólogos egípcios. Se você colocá-lo na mira em relação a qualquer assunto ele te devolve dez sobre os quais você simplesmente nada sabe ou sabe pouco.

E essa é justamente a natureza do carioca: a do samba, a do segundo surdo que entrecorta o samba e cria aquele falso desequilíbrio que faz com que a avenida inteira se sinta na ponta do pé e dance a noite inteira e rebole sem saber como está rebolando.

Ah… você está pensando… Farra? Não senhor! Essa é justamente a ARTE do equilíbrio de um EXIMIO político com vivência INTERNACIONAL pronto para enfrentar uma cidade aos pedaços, mas, nem por isso, menos cosmopolita.

E se você pedir um simples abraço ao Fernando, ele vai abraçar a Lagoa inteira!!!!

Gabeira, LOVE as always, Gerald!

 

 

 (Vamp, fã do Gabeira, na edição)

 

Matéria do Fernando Rodrigues (Folha) de Sábado:

FERNANDO RODRIGUES

O pânico derivado NOVA YORK – A boataria dominou os mercados ontem. Ford e GM tiveram de negar que estivessem falindo ou pedindo concordata. A Casa Branca precisou declarar desinteresse pelo plano de decretar feriado nos mercados financeiros. O presidente norte-americano praticamente pediu clemência às Bolsas de Valores num depoimento infeliz e ineficaz na TV. Nada adiantou. Ontem a Bolsa de Valores de Nova York fechou sua pior semana nos seus 112 anos de vida. Os papéis despencam há oito pregões consecutivos. A semana acumulou uma desvalorização de 18%. Já se pode usar, sem medo de errar, a expressão “crash” (quebra) dos mercados. É importante registrar esse momento, pois as quedas recentes eram ainda sempre menores em algum sentido do que as registradas em anos passados. A diferença agora parece ser o total descontrole dos agentes reguladores nos Estados Unidos, a incompetência e a tibieza política de George W. Bush e a globalização completa do mercado de ações. Em nenhum dos outros “crashes” o mundo estava tão integrado. Mesmo no início da década, quando explodiu a bolha das empresas “pontocom”, tratava-se de um setor específico. Havia ramificações, mas nada comparável à explosão dos chamados derivativos. Há na praça US$ 531,2 trilhões de contratos de derivativos. Grosso modo, uns 500 “Brasis”. Em 2002, o total era de US$ 106 trilhões. Não se sabe exatamente o quanto, mas uma parcela gigantesca desses papéis não vale nada. Esse é o DNA do atual colapso financeiro. Se as reuniões do G7 e do G20 não chegarem a um consenso neste fim de semana sobre como tornar esse tipo de mercado mais regulado, nada adiantará injetar dinheiro nos bancos. Será como enxugar gelo. Não há US$ 531 trilhões disponíveis para que todos os derivativos sejam honrados no mundo. 

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Vem aí o Inferno anual e o Império da Manipulação das Emoções. Quem sofre mesmo? Quem viveu DE FATO o 11 de setembro?

Contagem anual:  9, 10, 11… de setembro dos INFERNOS!!!!

E a cada ano fica pior. Eu achava, lá no inicio, digo, em 2002, 2003, que iria melhorar. Nada. Essa merda só piora! Vem mais um aí. A data está dobrando a esquina. E a lista de pedidos de entrevista são os mesmos ou um pouco diferentes, mas o martelo bate como se fosse o personagem Clov na cabeça de Hamm em “Fim de Jogo”, de Beckett. Som de lata! Sim, aquele dia foi um final de jogo, um fim de mundo, um final das contas, o holocausto ao vivo. O holocausto dentro dos EUA. Para aqueles que não estiveram em Kosovo, ou no Vietnam, ou em Sarajevo, Uganda, Ruanda, sim, esse aqui foi o que nos atingiu. Não me falem em Hiroshima, Nagasaki, Dresden, Auschwitz, Dachau, Buchenwald porque os ossos de meus parentes estão em cinzas lá. Sem lágrimas. Na boa!

Também vi Vigário Geral!

11 de setembro e as ruínas onde fui trabalhar e, ao voltar empoeirado, massacrado e sem fibra, escrevia meu depoimento para a “Folha”.

Mas o que veio depois foi ainda pior: A política de Bush. Não posso acreditar que estou em 2008 escrevendo isso. Leiam o que quiserem e acreditem em quem quiserem, juro que não agüento mais discutir como estrelar um ovo. Você agüenta? Não, não agüenta. Tenho aqui na minha frente todos os livros de Woodward e o 9/11 Commission Report e o livro de George Tenet e o de Frank Rich e uma pilha de livros que nem eu mais agüento ver ou ler. Náusea. Não, nada a ver com o Sartre, não.

Não posso acreditar que estou em 2008 me vendo diante de John McCain e Sarah Palin e sua pequena vila pentecostal no Alasca. Essa radical quase fundamentalista que transborda “pecados” por todos os lados. Transborda? Como assim? Sim. Marido bêbado que é pego dirigindo “sob a influência”… “DUI”, chama-se isso aqui.

Deus quis”… Ai, meu deus! Qual deus? Qual deus? “Deus é o maior problema, não a solução”, dizia um grafiti numa calçada em Brooklyn, nos dias após os ataques.

Não. Esse jogo de novo, não. Sou de teatro, mas odeio a repetição!

Será que escrevo sobre os ingressos do show da Madonna na Argentina que esgotaram em questão de horas? Digo, a mesma Argentina que vaiava Madonna por interpretar Evita Perón na sacada da Casa Rosada… Não, não irei entrar nessa de falar sobre a Madonna. Vou tentar me distrair com a ótima entrevista concedida por Alec Baldwin ao “60 Minutes” de domingo último, em que demonstrava ser  “outrageous”. Um cara de coragem singular por ter se “excluído” de Hollywood. Sim, e por quê? Porque sim! Porque George Bernard Shaw diria que ele seria um caso muito “peculiar” e que pertenceria ao equivalente a Fabian Society ou que ele atrairia muito mais atenção sendo um excluído! Faz sentido. Pouco. Tanto quanto Palin, Deus, Jews for Jesus ou campanha eleitoral onde VALE TUDO, ou seja, nada!

De volta a realidade, Gerald! Volta!  O ex-pastor, ministro, sei lá como se chama isso, da igreja de Sarah Palin (a Wasilla Assembly of God) falam em jivês, em gírias. Não, gírias, não. Falam como se fala no candomblé. Ou seja, quem é de fora não entende. É para não entender. É que nem o meu teatro. Epa! O ex-pastor de lá, o tal de Brickner, dos Jews for JESUS (Judeus por Jesus) acha que os ataques a Israel são justificados pelo seguinte: Ouçam bem: porque os judeus não procuraram por JESUS!!!

OLHEM o NÍVEL de loucura em que está metida a nossa potencial VICE presidente! E eu, tentando fazer o meu anual memorial sobre o 11 de setembro que vem sombrio, sóbrio, frio, estúpido, como todo setembro vem! ESTÚPIDO!

Olhem o potencial nível de loucura ao que chegou o Jihad propagandístico da políticaÉ um deus contra o outro.

O que eu vi da minha janela na Kent Avenue em Williamsburg, naquela terça-feira de manhã? Os aviões batendo no WTC, os prédios em chamas, os prédios caindo… muita gente morrendo e eu indo trabalhar em GROUND ZERO por VINTE E UM DIAS. Foi o que eu vi e vivi. Mas o que foi que aconteceu, por trás das paredes políticas dos que escrevem o DRAMA?

E, fora o petróleo, e a indústria bélica e a indústria do lucro, qual outra intenção? A de estabelecer uma nova ordem religiosa, a new religious RIGHT no mundo, usando Bin Laden (ex Cia nas Afghan mountains contra os russos)… Será? Não, estou sendo um Hamletzinho. Agora que o Musharaff nem “está” mais no Paquistão e o marido da Benazir pegou o poder… o que será? Caos total? A ordem é essa?

Para que liberassem um bando de mentiras?

E que construíssem uma CONSTITUIÇÃO paralela, mentirosa, ilegal… Não, não foi para isso que engoli kilos de asbestos, de amianto. Não foi para isso que segurei sapato com um pé dentro ou camisas… Chega!

Palin mudou de igreja, mas, como pergunta Larry King, “o que nós temos a ver com isso?” Por que isso determinaria o futuro do Commander-in-Chief? Desde quando isso é assunto? Agora ela freqüenta outra pentecostal , mais parecida com uma pipeline (oleoduto), a coisa mais cobiçada pelo estado do salmão, dos esquimós e do bacalhau negro!

Ah, a igreja agora é a outra, do outro lado da rua, e os pastores mudam de nome, vão de Tim McGraw até Larry Kroon, mas são todos a favor desse abominarrável Jews for Jesus, Jesus for Cheese, Cheese for Jesus, Jesus for Cristus, I for Isus, Pumpkins for Ravolis, Ricotas for Veal and so on, e assim por diante e com essa CARTA BRANCA se entra em qualquer país, se destrói, se desmonta, se mente em nome do santíssimo. E se sorri marotamente, assim como Madonna (olha o nome, que ironia!) sorria nos balcões da Casa Rosada com um sorriso amarelo quando a população portenha queria expulsá-la porque a sua santíssima Evita Perón havia sido manchada de um sangue impuro, assim como Brunhilde havia sido manchada com o sangue dos planetas e no desmanchar do castelo de Walhalla… E a Sarah Palin ainda vai me pertencer a uma organização obscura????? (sim, ela existe) Que acredita  QUE O MUNDO ESTÁ PERTO DO SEU FIM!!!! E QUE O ALASCA SERÁ O ÚNICO LUGAR SALVO PARA AQUELES QUE ACREDITAM EM JESUS. Caramba! Está uma coisa muito… o que mesmo?

Isso ultrapassou os limites de uma campanha presidencial. Isso aqui virou uma verdadeira AMEAÇA!

Gerald Thomas

Sobrevivente. Contagem regressiva e ainda sofrendo de Post Traumatic Shock Syndrome!

 

(Na edição: O Vampiro de Curitiba)

09/09/2008 – 23:29Enviado por: Tene ChebaGerald Thomas, sinceramente, o Iraque foi uma disponibilidade que não poderia ser dispensada, na minha opinião.Também para mim, foi um consenso político entre os Democratas e Republicanos, não se gasta o PIB do Chile por ano com uma alçada apenas.No meu ponto de vista,(coisa mais antiga, propaganda de ótica, Ponto de Vista, a melhor), o Iraque serviu para três coisas, desmobilizar um estado com tendências muito perigosas, criar uma barreira geográfica para proteger Israel, Arábia Saudita e menores laterais, vizualizar o Irã mais proximamente.Eu não acredito, que com as poderosas ferramentas disponíveis para tomar decisões, o despropósito ocorreu.A Jordânia vendia petróleo iraquiano, furando o bloqueio da ONU, Kofi Anan, este sim, através do seu filho, deitou os cabelos, e depois foi réu confesso.Não sei, alguém teria que alterar aquele absurdo, 5.000 curdos, mais os xiitas, um motivador e tanto. Gostei, só para variar, do seu texto, incrível que seus textos sempre nos desorganiza, ficamos atordoados, as quatro estações, rir, chorar, feliz e triste, perplexos, no parágrafo final, beijamos a lona. Você é demais.

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