Monthly Archives: November 2006

estreia em 16 dias!

Legendary Avant Garde Brazilian Director
Gerald Thomas Debuts New Work
EARTH IN TRANCE
December 14 – 30 at La MaMa

" a daring innovator of form and content… highly personal and visually beautiful creations"
The New York Times

"ingenious and daring… Thomas, together with Peter Sellars and Robert Wilson,
makes up that trio of wild boys who have been shaking and moving
European and American theatre for the last decade." —The Independent

"He is a poet in the theater." — Philip Glass

La MaMa E.T.C. presents the New York Premiere of Brazil's Dry Opera Theater Company inEARTH IN TRANCE. This highly stylized comedy is written and directed by avant garde legendGerald Thomas. The original Brazilian cast, which includes Fabiana Gugli and puppeteer Juliano Antunes, stars in Thomas' new English language translation of the piece. Performances of this limited engagement run begin December 14th at La MaMa as part of its 45th Anniversary Season.

EARTH IN TRANCEorbits around a diva who is trapped in her dressing room. While she slowly goes mad, she tells her life story to a swan who lives back stage. Descending into madness, she never stops feeding the animal "for foie gras purposes."

Described byThe New York Timesas "the eternal enfant terrible of Brazilian theater"Gerald Thomashas established a reputation as a visionary director of the avant garde while working in collaboration with artists including Samuel Beckett, Heiner Muller and Philip Glass. From 1979 – 1984 he directed 98 plays by Beckett at La MaMa; included among these wereAll Strange AwayandThat Timestarring Julian Beck in his only performances outside The Living Theater. In 1985, Thomas founded The Dry Opera Theater Company in Sao Paulo, Brazil. Here he has created nearly two dozen works includingThe Flash and Crash Days,The Kafka Trilogy,The VentriloquistandWaiting for Beckettthat have been seen in 15 countries with stops including Lincoln Center, Munich State Theater and Vienna's Wiener Festwochen. Thomas is the recipient of three Moliere Prizes and eighteen other awards. He has been the subject of television documentaries for the Germany's NDR 3, Brazil's TV Cultura, USA's PBS and Austria's ORF. In 2003, he was indicted for public indecency in Brazil after mooning an audience who booed his radical reworking of Wagner'sTristan and Isolde, sparking debate and landing his derriere on newspaper covers internationally. He is currently working on his autobiography,Suicide Note.

EARTH IN TRANCEruns December 14 – 30, Thursday – Saturday at 8:00pm and Sunday at 2:30pm & 8:00pm. (Note: no performance on December 24.) La MaMa E.T.C. is located at 74 East 4th Street (between 2nd Avenue and Bowery — accessible from the F/V train at 2nd Avenue or the 6 train at Astor Place). Tickets are $15. To purchase tickets call 212-475-7710 or visit http://www.lamama.org.

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Folha de S Paulo – caderno Equilibrio

energético

Açaí em NY

Produtos orgânicos feitos à base da fruta típica do Pará ganham espaço nas lojas e cafés da cidade norte-americana


[…] Além de rico em vitamina E, o açaí tem proteína, fibras e minerais como ferro, fósforo e cálcio


GERALD THOMAS
ESPECIAL PARA A FOLHA, EM NOVA YORK

Nova York: tem mais açaí daí aqui do que aí. E chega de rimas. O fato é que, em cinco quarteirões de Nova York, ou de qualquer capital americana, é impressionante notar a quantidade de açaí que existe no mercado. Desde que o Dr. Perricone (dermatologista e expert em antioxidantes em geral) e até Oprah Winfrey, a diva da TV diurna, começaram a botar a boca no mundo sobre o produto, não há mais quem o freie! Se, em São Paulo, eu tenho que procurar por bairros (e não exagero) até conseguir achar um lugar simpático como o Amazon's, na esquina da Jesuíno Arruda com a João Cachoeira, no Itaim Bibi, ou lugares muito específicos ligados ao norte do Brasil, no Rio cada loja de sucos de esquina vende o suco ou a polpa batida há mais de duas décadas e meia.
Mas aqui em NY ele é encontrado nas suas mais variadas formas, sabores, concorrências e embalagens -de maneira a confundir o consumidor.
O líder no mercado é o Sambazon, que também planta, replanta e tem todo um projeto "integrado" com os indígenas da região Norte do Brasil.
O açaí deles é orgânico e tanto pode ser vendido em barras (polpa) quanto naquele "Rio style berry blend", que eu como às colheradas, batido com guaraná (já estou ficando roxo!), e há até a nova invenção do grupo: os "smoothies". O que vem a ser um "smoothie"? Uma espécie de shake, talvez, em sua embalagem sensual. E esses "smoothies" combinam chocolate com açaí, manga com açaí, acerola com açaí e por aí vai. É necessário apontar que os americanos são muito mais criativos que os brasileiros quando sabem que têm nas mãos um antioxidante que vale ouro.
Os brasileiros, cansados, sem iniciativa, recorrem ao bom e velho suco de laranja ou aos enlatados. Que pena. Aqui, nas "delis" ou nas lojas dos coreanos, que funcionam 24 horas, você entra e encontra "pomegranate juice with açaí", da Früttzo, ou um outro, da marca Bossa Nova, um concentrado de açaí adoçado com "agave" (um adoçante oriundo de um cáctus mexicano, um polissacarídeo de assimilação lenta pelo organismo).
São interessantes as diferentes maneiras como se anunciam, como "brigam" para tomar conta do mercado. Mas ideologia mesmo, projeto mesmo, só um deles tem, e a longo prazo: Sambazon.
Seja como for, entrem no site http://www.sambazon.com -é uma rapaziada engraçada, alegre e que esbarrou no produto porque foi surfar no Brasil na virada do milênio. Só que, desde então, como tudo que floresce nesse país, da Microsoft ao grupo Nirvana, a coisa gera alguns milhões de dólares. E o Departamento de Estado norte-americano, que premia somente algumas companhias por "Corporate Excelence", escolheu o Sambazon entre seus 12 finalistas em 2006. "Sambazon no Brasil por promover desenvolvimento sustentável na floresta brasileira enquanto melhora a condição econômica dos seus "indigenous people'".
A soma da criatividade desse mercado com a sede e a vontade de comer é incrível. O que eu acho uma pena é que eu tenha que ralar para achar em São Paulo um produto embalado, certificadamente orgânico, pronto para comer ou beber que venha dessa fruta que somente o Brasil tem a oferecer.
Em cinco quarteirões de Nova York, contei mais de 18 produtos de empresas diferentes contendo açaí.
Em São Paulo, se não souber o lugar certo, acaba-se pedindo um guaraná com gelo e limão que nem sequer contém guaraná. Tudo porcaria química. Que piada malcontada!

"Breaking news"
Eles me pediram para manter segredo, mas aqui vai. Neste ano ainda, o pessoal do Sambazon lançará no mercado brasileiro um de seus produtos, que se chamará Tribal. Dessa maneira, quem sabe, não precisarei mais ficar que nem um alucinado, parando a cada loja de sucos perguntando "Tem açaí natural?", porque teremos o Tribal.
Claro que visitarei meus lugares de costume, porque sorvetes como o de açaí com tapioca são insubstituíveis, mas, na bolsa, ou no táxi, aos goles, estarei tomando, nas minhas breves passagens pela cidade, o Tribal, esperando pela minha volta para NY, porque no meu freezer só tem potes e mais potes do sorvete "style berry blend"… Vou parar de escrever e meter a colher! É de salivar!


Gerald Thomas é autor e diretor de teatro.

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Quem me viu e quem me vera!

Quebrando o ESPELHO do PRODUTO de uma vez por TODAS!

Nada como sentar com amigos de longa data. Avalia-se o tempo, momentos tristes, alegres, os mais depressivos como os mais eufóricos. E, no final, a prova de que o inverno está chegando e o velho companheiro me lembra "não está na hora de renovar as suas Timberlands"?

Nada como sentar com um amigo recente. Ele te revela tudo aquilo que você mais temia a respeito da tua imagem girando por aí, mas tinha medo de perguntar. "Putz, aquela atriz que trabalhou com você…..deus do céu! Você não tem idéia do que ela espalha a teu respeito!". Indignado e surpreso, mas curioso ao mesmo tempo eu insisto, "mas o quê, espalha o quê?"

"Você não tem idéia de como você é visto pelas pessoas, ou melhor, você não tem idéia de como é a tua imagem por ai". É verdade. Não tenho mesmo. A auto-imagem é o grande problema da modernidade. Talvez o grande problema dos psicanalistas, eles mesmos alvos dessa patologia, ou seja, a deformacao da auto-imagem. Num mundo onde o invíduo é nutrido de humilhações e falta de identidade, aquele que se pronuncia, que emite opiniao, vira, automaticamente, alvo de toda a sorte de fofocas.

Tudo bem. Posso dizer que não me importo. . Mas não estaria dizendo a verdade. Me importo sim, principalmente com aquelas (olha o feminino!) que dizem ter me conhecido profundamente através do trabalho ou através de um contato mais "pessoal" (geralmente são pessoas que sequer me viram pessoalmente) e saem por aí dizendo coisas. Fui tachado de polemico logo cedo na minha vida. Polemico, na imprensa, pra mim significa que o jornalista eh preguicoso.

"Nossa, ele é um grosso, viciado, come todo mundo, um alcólatra". Fazer o que com essa mitologia ao contrário? "Um mitonomo"!"Viado"! Ate de uso de heroina ja ouvi! Heroina, que loucura! "uma "ex" faz anos chegou pra outra "ex e disse: "Ele eh esteril, nao pode ter filhos". Essa mesma "ex" so tinha merda ou ciumes na cabeca quando disse isso, porque presenciou uma miscarriage (aborto natural) quando uma outra "ex" italiana estava internada no Hospital Publico de Taormina (Sicilia) onde a Compania se apresentava. Sofri com os varios abortos. Um outro em Graz, Austria e uns outros que nao valem a pena mencionar. NOJO! Não adianta dizer mais nada: é como se defender de um fantasma. Inúmeras reportagens, tanto na mídia impressa quanto na televisiva já indicaram o contrário: atores celebrados como "monstros sagrados" já deram seus depoimentos: "ele é tão carinhoso, cochicha em nossos ouvidos, está sempre no palco com a gente, nunca senta na platéia como os outros diretores, tem a dinâmica do ator, já que autora o texto no momento exato em que estamos ensaiando". No entanto, tudo isso parece evaporar-se como a fumaça que uso no palco. O que parece sobreviver é a imagem de um monstro.

Então, que assim seja. Vou começar a vivê-lo. Digo, vou começar a satisfazer a imagem pública que fazem de mim. Chega de me desculpar. A partir de agora, farei jus a esse espelho torto que construíram a meu respeito. Nao so irei vive-lo como tambem quebra-lo. Estou achando tudo muito engraçado. Vou desligar o telefone na cara de todo mundo, entrar sem cumprimentar ninguém, não respondo mais emails, virarei aquele "inatingivel" que me pintam ser. Acho que assim me "vendo" mais caro! Antipatia eh o que querem? Subira o meu preco!

Eu ia escrever uma coluna linda sobre o recém-falecido jornalista Ed Bradley, do 60 Minutes, da Rede CBS, e do fato dos Democratas terem ganho as duas casas. Mas da maneira como minha auto-imagem está enaltecidamente cortejada, o jeito mesmo é "ficar" antipático, arrogante, orgulhoso. Já que não importa mesmo que as pessoas nao me conheçam na intimidade e não saibam dos meus sacrificios diários de sobrevivencia….entendi de uma vez por todas que uma pessoa pública é assim mesmo: uma "coisa" um "produto". E produtos não choram lágrimas e nem se despedem!!!

parecido com o do diretodaredacao.com

comentario de um ator fabuloso:

Lembro como te olhava de longe, quando estudava teatro no Rio, final dos anos 80, nao tinha coragem de chegar perto… anos depois, em Copenhagen, voce com "As Fernandas" se apresentando, eu, estudando, me aproximei, morrendo de medo da "persona", que desde aquela época já existia, mas voce me convidou pra jantar, anos depois trabalhamos juntos e voce, ate hoje, "apesar de tudo, tudo, tudo, tudotudotudo" nunca deixou de responder a um email, ou um telefonema e eu, "apesar de tudo, tudotudotudotudo" (era um texto de uma peça, pessoal), nunca deixei de me importar . Gerald, voce sempre teve essa "persona publica" te acompanhando mas nunca deixou de estar presente na vida das pessoas "que te/se importavam". Nao sacrifica isso nao… os caes ladram e a carruagem passa. o que fica para o público é o legado artístico e para os amigos, os verdadeiros momentos de risos, lágrimas, coxias sussurantes, dores de barriga e de alma… beijao!
Marcello Bosschar

Nestes tempos sem-graça, tempos sem brilho ou delicadeza… Nestes dias de profunda solidão entre mulatidões em que nós, artistas, nos entimos pregadores no deserto, doidos num manicômio falando com as paredes (ah se elas tivessem mesmo ouvido…) Nestes tempos em que a linguagem corporativa toma conta do nosso dia-a-dia, em que as pessoas trabalham confinadas em baias e não saem de casa sem serem monitoradas pelo celular, pelo msn, peloskype ou pelo radar… e ao mesmo tempo não se comunicam!!!Enfim, nesta época tão becketiana dizer a verdade tem um preço, ser genuíno tem um preço, falar o que se pensa, então?!?!? Para milhões de formigas operárias há sempre uma cigarra que canta (não de forma irresponsável, mas como alerta – reparou como o canto da cigarra mais parece uma sirene?)Gerald, você é a nossa sirene. Sempre foi.
Gerson | gerson.steves

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Cansei!

New York – Querem saber de uma coisa? Estou cansado, estou exausto das seguintes "categorias" de pessoas.

1 – Políticos – porque não são políticos. São comandados por lobistas que representam as grandes corporações, os bancos, etc. Mas posam bem para fotografia, tem aquele protocolo, aquele cerimonial todo que é um saco! Não sabem falar em público. Ficam tentando ler o teleprompter mas acabam recorrendo aos seus papéis (escritos pelos "ghost writers") . Pergunta: um cara se elege, supostamente porque pensa o mundo, tem noção histórica, tem um programa que quer executar… Mas quase todos os líderes no mundo sobem ao pódio e se comportam como umas bestas, que não têm idéia do que estão falando. De vez em quando se ouve uma inflexão herdada de Dom Helder Câmara (deve ter um fonoaudiólogo no mundo que gravou essa dinâmica musical de Dom Helder, demagógica, bem própria mesmo para os papagaios políticos).

2 – Jornalistas – se sentem como se fossem os donos do mundo. Mas nada fizeram pra mudá-lo. Só reportam o que lhes convém. Nesse mundo não existem fatos: existem apropriações e muita política. Eu acho que deveria ter na Constituição de todos os países, uma cláusula que determinasse que todos os jornalistas teriam que ser políticos por alguns meses. E vice-versa. Um porre. Todos distorcendo tudo, sempre para que se cumpra a linha editorial ou política.

3 – A população em geral. Pronto! Todo mundo é completamente ignorante hoje em dia. Não sabem nada. Nada mesmo. Ficam nos "chats" da internet, ou com essa porcaria de "I-Pod" no ouvido, se vestindo como eu me vestia na Bibba, na Kensigton High Street ou na Portobello Road. Só que Notting Hill ganhou um "H" e virou Nothing Hill e Portobello virou um cogumelo.

Cadê todo mundo? Às vezes me engajo em conversas pelo email interessantissimas. Um dos correspondentes é um ex-preso politico, Arthur Geraldo Bonfim de Paula. Tem outros. Um dia ainda irei publicar os emails que recebo diariamente. Todo mundo me dá conselhos, os mais diversos. Onde eu tenho que ir ou não ir … qual ópera dirigir…Olha, não dá mais para conviver com pessoas que não têm opinião. Aqueles que têm, nada sabem sobre o mundo, suas guerras, como nasceram aqueles paises. Mas acham que sabem tudo. Então para não terminar numa nota muito depressiva, vou ainda derrubar essa gente chata das finanças, sub-secretário de diretor artístico de teatro pelo mundo. Eles se mexem como se estivessem no ponto mais alto de suas vidas, ou da humanidade em geral e só sabem mesmo é cumprir ordem.

O que me deixa feliz? Como? Ouvi direito? É quando alguém pega um hipócrita em flagrante. É o caso desse reverendo ai, o Ted Haggard, pai de cinco filhos e prega a moral para milhões de pessoas. Mas qual a moral dele? Essa que está em moda agora que estamos a dois dias das eleições americanas: "casamento é coisa entre homem e mulher" Pois, Ted, esse crente aí, teve uma relação com um michê (prostituto) há anos. Querem mais? O cara usava metanfetamina para que o sexo ficasse melhor. Quando o escândalo estourou ele negou tudo, claro. Hoje confessou que era tudo verdade mesmo. E renunciou à Igreja de onde era pastor.

Esse artigo era para ser sobre como é mais fácil encontrar o açaí aqui e em qualquer capital americana do que em São Paulo por exemplo. Aqui, em todas as esquinas ou tem uma deli ou um coreano. E a sessão do Sambazon.com é deslumbrante (a minha geladeira que o diga). O açaí deles é plantado por eles mesmos, é o orgânico, junto com um projeto lindo…..Não, isso para outra hora. Mas tem sucos de todos os sabores, como bossanova, e mesmo chocolate ou manga com açaí, ou numa loja de pílulas/vitaminas ele esta lá em frascos grandes.

Terminei o artigo. Vou tomar meu meio litro de açaí e esquecer que existe nessa Manhattan ou qualquer lugar do mundo tanta gente insuportável.

Gerald Thomas

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