Monthly Archives: February 2019

I sit by the window and wonder……Stress? Or is it ….?

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De Guilherme Zelig (novo texto inédito e maravilhoso) “AS LUVAS”

 

Guilherme Zelig, autor

Era um homem esquisito, bastante vigoroso, de seus cinquenta e tantos anos. De aparência nem um pouco amistosa, penetrava o olhar dos investigadores como se quisesse fazer consigo o que costumava fazer com suas vítimas. Era até temoroso enfrentá-lo. Tinha um ar de pessoa violenta, agressiva. Não era nada agradável dividir uma saleta tão pequena com um sujeito mal encarado daquele tipo.

– Muito bem, Alceu – disse um dos investigadores, com as nádegas postas sobre a mesa amadeirada que era uma das poucas mobílias daquela saleta. – O que aconteceu naquela noite?

– Prefiro não dizer – redarguiu o outro, completamente inacessível, com aquele olhar suspeito a fitar de cima a baixo os dois outros homens.

Estava vestido com calças jeans e uma jaqueta de couro preta que revelavam o sério problema que tinha com caspas. Usava uma bota pesada, também de couro e preta, sem os cadarços. Sob os braços cruzados e sua expressão despreocupada, revelavam-se suas mãos e, nessas, luvas para academia – que deixavam livres os seus longos e gordos dedos.

A cidade ficara abalada quando descobrira uma dezena de corpos de vítimas, jogadas em frente às suas casas, sem sinais de violação ou quaisquer coisas do tipo, porém com sinais de uma crueldade inumana. Eram todas elas espostejadas ainda vivas, a verem seus órgãos a sair de si dentro de um carro parado em frente de casa, completamente impotentes em pedir ajuda e, quando o crime era finalmente concluído, Alceu jogava seus passageiros em frente a suas casas, em pedaços, por prazer.

– Como você explica essa sua crueldade para com as pessoas? – perguntou o outro investigador. – De que forma, com o carro ainda em movimento, você conseguia matar e esquartejar suas vítimas?

– Ele deve ter algum comparsa – murmurou o outro, porém de forma audível.

A escutar a última frase, Alceu coçou-se incomodado com aquela dúvida. Parecia que não aceitava realizar aqueles crimes – de características violentas tão escandalosas – com a ajuda de quem quer que fosse.

Irritado com o silêncio, o homem que estava sentado à mesa levantou-se num átimo.

– Você vai cooperar ou não? – disse ele, em tom imperativo.

– O que vocês querem saber? – replicou, impaciente, o Alceu.

– Como você matava as vítimas?

– Primeiro, eu as estrangulava – disse ele, cheio de reticências, a sorrir.

– E como segurava o volante do carro? – perguntou o primeiro investigador.

– Segredo – disse ele, a dar um leve riso debochado.

– E depois? – perguntou o outro investigador, curioso.

– Depois que as percebia sem vida, punha minhas luvas e começava a fazer meus cortes…

– E você virou motorista com esse objetivo?

Alceu assentiu. Ali sua figura desumana acentuou-se. Demonstrou ser, agora sem a máscara, o monstro que presumiam os dois investigadores. Aquele homem despudorado e vil matava por prazer. Como se o fizesse por ofício. Ali parara quando fora surpreendido por policiais que viram uma mulher aparentemente desacordada em seu banco de passageiro. Fora conduzido para fora do veículo, com as luvas nas mãos e estas postas à cabeça, e a mulher, já morta, levada para um IML. Detrás da proteção para bancos, descobriram os policiais as manchas de sangue dos crimes anteriores e começaram a fazer correlações com as histórias vinculadas pelos periódicos. Era ele: o motorista assassino a quem todos estavam procurando.

***

Contudo, enquanto os investigadores decidiam se far-lhe-iam mais perguntas ou coletavam aquelas gravações como provas contundentes do criminoso, Alceu levantou-se e de dentro de sua luva tirou uma navalha – sem que os policiais percebessem.

Dentro daquela saleta cometera Alceu seu último crime: um duplo homicídio, com características de espostejamento e fugira sem deixar rastro – com as vestes de um dos policiais.

Guilherme Zelig

São Paulo, February 23, 2019

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Adriane Gomes hoje as 23h no CABARE DA CECILIA (rua fortunato 35, Santa Cecília- São Paulo, SP)

TEXTO DE ADRIANE GOMES (+ Guimarães Rosa e Gerald Thomas)

Detalhamento da Performance

cenário: um banco e um microfone

(Mulher entra vestida de homem)

Boa Noite (bar do lado de fora)

Essa é a minha vez de falar, todos voces já falaram…. eu sempre quis falar, eu pensei muitas vezes sobre isso…. pensei que isso nunca aconteceria. (fala pra uma pessoa) eu não sei porque mas eu desconfio que era apenas medo!

Então resolvi escrever pra não ficar com medo e não ficar nervoso.

(vai entrando pra dentro do bar e falando o texto acima)

Mas eu já estou nervoso. (olha para a plateia)

(entra dentro do bar, desce as escadas) música ambiente alta, vai baixando devagar) Já sentada

…quando eu era criança eu adorava falar, falava mais que o homem da cobra… foi nessa época que eu morava em frente a escola perto do rio.

Pra mim tudo começou no rio… a gente de cuequinha andando de mãos dadas entre as pedras dos rios, escondidos entre os capões de mata, olhos nos olhos, e a gente já estava se embrenhando mundo à fora:

“Aquele lugar, o ar. Primeiro, fiquei sabendo que gostava de Diadorim – de amor mesmo amor, mal encoberto em amizade. Me a mim, foi de repente, que aquilo se esclareceu: falei comigo. Não tive assombro, não achei ruim, não me reprovei – na hora. Melhor alembro.”

***

“O nome de Diadorim, que eu tinha falado, permaneceu em mim. Me abracei com ele. Mel se sente é todo lambente – “Diadorim, meu amor…” Como era que eu podia dizer aquilo?”

***

“E como é que o amor desponta.”

***

“Coração cresce de todo lado. Coração vige feito riacho colominhando por entre serras e varjas, matas e campinas. Coração mistura amores. Tudo cabe.”

***

“E eu – como é que posso explicar ao senhor o poder de amor que eu criei? Minha vida o diga. Se amor ? … Diadorim tomou conta de mim.”

***

“E de repente eu estava gostando dele, num descomum, gostando ainda mais do que antes, com meu coração nos pés, por pisável; e dele o tempo todo eu tinha gostado. Amor que amei – daí então acreditei.”

***

“Um Diadorim só para mim. Tudo tem seus mistérios. Eu não sabia. Mas, com minha mente, eu abraçava com meu corpo aquele Diadorim- que não era de verdade. Não era?”

***

“Diadorim deixou de ser nome, virou sentimento meu”

***

“Aquilo me transformava, me fazia crescer dum modo, que doía e prazia. Aquela hora, eu pudesse morrer, não me importava

é a vida imitando a arte desde cedo (eu sei isso é clichê)… e então atrás do paiol nos beijamos pela primeira vez, quando ia tomar banho ele subia no pé de Goiabeira pra ver o diabo que era eu mostrando minhas partes pra ele era assim: eu sentava dentro da bacia ABRIA AS PERNAS e ficava mostrando pra ele, e quando acordava já queria ele grudado em mim… brincamos de mijar um no outro, trocamos cuspe lambemos as partes, e no fim gozamos… Ele era filho de pastor, eu era filho de Petista o pai dele PMDB roxo. Meu pai detestava os crentes que colocavam bem alto o som do culto pra toda cidade escutar.

Quando fiz 5 anos minha mãe morreu e eu fui pra cidade, virar puta, artista, levar porrada. Eu sentia saudade do cuzinho dele, e do seu pau se esfregando em mim. nunca mais voltei lá…  Quando ja estava adolescente fui brincar na casa de uma amiga ela era nossa vizinha e um certo dia eu estava sentada na cama da dela e  ela passou a mão nos meus seios e beijou a minha boca, disse que é pra gente aprender como se faz, depois chupou meus peitinhos, fez um rolo de papel e colocou entre nossas vaginas, e se esfregava em mim, eu não entendia muito bem…  depois ela gozou e me mandou ir embora.

No bairro tinha um padre, Um ´padre velho, ele pediu para sentir o cheiro da minha vagina, rapidamente ajoelhado no chão, eu estava de saia e ele era padre da igreja da minha tia mais carola. todas as vezes que estávamos sozinhos ele tocava meus seios, e ajoelhava pra cheirar minha bucetinha, até que um dia ele não aguentou e pediu para tocar com a língua quando sua língua encostou, tive o desejo de enfiar minha buceta na sua cara e sufocar ele, mas ele parecia um cachorrinho lambendo, me virou de costas, e lambe meu cu, enfia a lingua la dentro, e chupava… depois deitou no chão me pediu pra fazer xixi nele e me mandou sentar na sua cara, mas antes me pediu para perdoar ele… eu olhei e cuspi nele e depois sentei e gozei no seu rosto, eu tinha 13 anos.

Ja na fase adulta, fui trabalhar com um grupo de teatro infantil e lá tinha um diretor dessas bem canalhas e bem bonitos, mas bem filho da puta, desses abusadores…. um dia ele chegou desceu da sua Moto potente, com seu pintinho fedido no meio da pernas, e percbendo que eu estava sozinha na sala de ensaio, resolveu enfiar aquele pequeno instrumento fedido na minha boca, foi ai que eu comecei a me lembrar de um sonho antigo, foi aí que eu comecei a me lembrar de quem realmente  eu sou… quem sou… mas mesmo assim demorou mais de 8 anos pra eu entender que essa crápula é apenas um crápula.

2 ato O sonho de MININI

Atriz volta de Boneca

pega o microfone

Acho que ele morreu com o pulmão perfurado pelo meu super salto. Era o único sapato que eu tinha, digo de salto daquele tamanho- eu chamava ele de “foz do Iguaçu”. Tristeza.

Não ha mais chances pró mundo. É deus contra deus, é religião contra religião: com tanto GOOGLE pra la e pra ca, com tanto iPhone e ipad e ifuck e iMe e i-MEUDEUS o que sobrou mesmo foi aquela flor no fundo do jardim pedindo um pouco d’agua.

Outro dia foram me chupar e desmaiaram. Romântica que sou, achei que foi de amor. “Ah, que lindo, desmaiou com o elixir do amor!” Nada! Desmaiou com a cândida ou  o pessimismo e a correnteza e o TRIconoma la de dentro mesmo e no chão ficou. E caiu em cima do meu sapato de salto alto.

Eu sei que não é fácil viver afastado do mundo. Sei como é difícil “tentar” estar envolvido e, no entanto, não estar. Imagino como deva ser enfurecedor. 

O negócio então é esperar. Esperar o matadouro matar essa merda e vender a minha vidinha pra um açougue qualquer onde alguem, algum poeta sujo e boemio, como Artaud ou Rimbaud – veganos, obvio, que nem passam perto de açougues e não moram no Brasil, me comprem. abre o roupão.

Dança

Pega o mel e derrama no pau

e oferece pro público

Adriane Gomes de Brito

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“Agachada no banheiro” – um texto maravilhoso de Adriane Gomes.

Adriane Gomes

...no banheiro agachada lavando os pintos (material cênico) penso no número de homens que passaram na minha vida e no quanto eu era uma putinha. Putinha? Eu me lembrei de algumas cenas rápidas de sexo, me virei, olhei no espelho, e vi (pausa) uma senhora magra, seca, de olhar triste, e pensei nas dores de hoje, peguei um dos pintos, enxuguei, andei na direção do quarto quando aquela maldita dor me acometeu o quadril, e eu pensei: que merda viver com tantas dores, viver dói demais, (pausa dramática) eu chorei mesmo, e resolvi sentar aqui e escrever: eu não quero falar da senhora do espelho e nem dos olhos esgotados de muitos sentimentos e uma vida estranha.

A minha vida é estranha, a minha casa é estranha, eu sou estranha.

Eu decidi estar aqui, e essa foi a minha opção… (sem palavras) Estou em crise, e não sei ainda o que está acontecendo. Você chama de surto, eu de depressão, tristeza profunda, não sei… medo. Estou muito cansada confusa e a única coisa boa que aconteceu nesses últimos tempos, foi aquela conversa que tivemos sobre gênero e identificação.

Isso foi bom porque abriu outras referências de vida, e me deu alívio falar da sensação que tenho sobre a identificação com os dois sexos e isso é muito confuso e eu nunca tinha pensado sobre esse ponto de vista.

E sobre isso me vem as seguintes imagens:

Quando eu era criança eu queria fazer xixi em pé.

Eu sempre queria tomar banho com os meninos.

Eu andava na beira do rio seguindo os meninos mais velhos e tinha uma pinguela bem fininha era parecida com uma corda bamba, Corda Bamba, A CORDA BAMBA (lembrei)

O rio enchia e fazia enxurrada nas ruas,

quando adolescente eu morei na casa de dois irmãos que moravam com um amigo, todos eles eram Gays, ou Bi, era uma casa diferente e eu sempre participava como modelo para as makes. Eu era uma travesti, uma travestizinha. Eu era a ADRIENNE, assim a Gerus (amigo do meu irmão) Falava.

Corta para a vida (corta a Verteria (jeito que meu pai se referia a Artéria da galinha) (impulso de morte)

meu estado: Ansiosa

(Preciso sair para resolver coisas… mas…)

Antes de sair para resolver problemas fico andando indo e voltando para o mesmo ponto, não tenho vontade de falar

sensação no meio do peito como uma dor constante, medo?

Sabe quando a gente vai entrar em cena que dá aquele frio na barriga? imagina isso direto, imagina esse sentimento o dia todo….

se você conseguir ler tudo isso… você sempre lê… eu tenho certeza! com amor sua sempre  Adriane Gomes (carta escrita respondendo um questionamento do telefone).

Adriane Gomes de Brito

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“A MEDIOCRIDADE”, novo texto de Guilherme Zelig.

Guilherme Zelig

“A MEDIOCRIDADE”

Enquanto escutava aquele triste blues de Gary B. B. Coleman naquela noite fria, ainda com frases de Philip Roth em mente, a construir as relações de Casei Com Um Comunista em sua cabeça, e a apreciar um chá já frio naquela caneca branca de porcelana, Sérgio refletia também sobre a que ponto a mediocridade da vida se lhe acometera.

Duas horas antes, sua esposa ainda reclamava sobre sua inaptidão de ir ter com o filho, Miguel, que, pela terceira vez em menos de duas semanas de aula, havia brigado na escola com algum outro fedelho juvenil metido a durão. Ela só fazia-o recordar de que nunca na vida havia-se preparado para a paternidade, muito menos para a construção de uma família burguesa à brasileira.

O fato de todos os dias bater cartão em casa às nove e meia da noite, trocar muxoxos com Silvia – que geralmente assistia às telenovelas ou lia algum livro de romance do século XIX – e ter de relatar todas as frustrações, angústias, risadas, preocupações de seu dia na direção daquela editorial aporrinhava-lhe bastante. Havia momentos que gostaria de mudar de rota, sentar-se em uma mesa de bar e beber toda tristeza acumulada em seu cerne até aquele ponto de sua existência considerada banal.

Havia muito não conseguia fazer nada direito: não acompanhava a vida escolar do filho; não satisfazia as necessidades sexuais da esposa; na editora, prorrogara reunião com três tradutores e adiara o lançamento de quatro livros; às reuniões maçônicas já não comparecia; discutira com o padre na última vez que havia ido à missa; aos parentes, nem um sinal de vida. Percebia Sérgio que a vida transformara-lhe em um homem medíocre.

Levantou-se, a fechar o livro e jogá-lo sobre a mesa de centro. O disco na vitrola havia muito só estava a rodar – a agulha já estava em riste. Era uma e quinze da madrugada e percebeu Sérgio que lhe faltavam propósitos na vida. Dirigiu-se ao quarto do filho e assistiu por um determinado momento à sonolência do garoto. Embora devesse aparecer-lhe no dia seguinte de rosto fechado e a pedir explicações sobre o ocorrido na escola, um estranho orgulho preencheu-lhe o ser. Um valentão em casa. Em seguida, voltou à realidade. Fechou a porta, meio acabrunhado.

Apagou as luzes da casa e dirigiu-se ao seu quarto de dormir. Silvia dormia, de terna expressão à face. Acima de tudo, amava-a. Amava-a a ponto de aceitar que Silvia também percebesse a mediocridade que envolvia a existência do marido. Tudo aquilo era culpa unicamente dele. É de suma importância ressaltar a culpa, pensou ele enquanto acendia o abajur.

Deitou-se à cama – a sentir o peso de sua existência acometer-se-lhe enfaticamente. Sentia-se estar findando. Com isso, pensava, garantiria ali o que havia muito estava predisposto a fazer: terminar com sua mediocridade com a iminência da morte. O corpo começou a formigar. Suas mãos e pés adormeceram. Parecia ele entrar em um certo êxtase. Conseguiu desligar o abajur e sentiu-se engolido pelo negrume da escuridão e pelos cobertores. Pensava que morreria ali, ao lado de sua amada, a fazer algo que passar-se-ia longe de ser medíocre: passar-se-ia de ser a consumação de seu pleno estágio do ato de ser e existir à inevitabilidade da inexistência como força de sua intrépida vontade.

Uma tristeza profunda arrebatou-se-lhe quando, na manhã seguinte, viu-se desperto pelo barulho do despertador. A mediocridade vencera.

Guilherme Zelig

Fev/2019

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S.O.L.O my solo piece with Lisa Giobbi – opened in Copenhagen on November 24, 2018, is finally on Vimeo.

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BANNED FROM FACEBOOK.

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February 12, 2019 · 8:24 pm

R.I.P. Ricardo Boechat (my friend, my editor! ) (gone!)

Ricardo Boechat: Brazil news anchor dies in helicopter crash

Ricardo BoechatImage copyrightGETTY IMAGES
Image captionRicardo Boechat was described as “a journalist’s journalist”

Ricardo Boechat, one of Brazil’s best-known journalists, has been killed in a helicopter crash in São Paulo.

The aircraft carrying the 66-year-old news anchor hit a lorry on a ring road on Monday morning. The pilot is also thought to have died.

Tributes have been paid to Boechat, who was an award-winning radio and TV broadcaster with Bandeirantes, or Band.

Breaking the news live on TV, a colleague said it was “a very sad moment for Brazilian journalism”.

Boechat had finished recording the popular morning radio show Café com Jornal just hours before the incident.

He was travelling from Campinas, near São Paulo, when the helicopter came down on the motorway at 12:14 local time (14:14 GMT).

The driver of the lorry was rescued by paramedics.

Writing on social media, fellow journalists described Boechat as “a journalist’s journalist”, praising his down-to-earth approach and “impactful” reporting.

From my Instagram account

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“GASTROINTESTINAL PRAYER” – a fragment from my next play.

 

Diogenes was BLOODBATH !

Diogenes was BLOODBATH !

YOU DIDNT KNOW THAT, DID YOU ?

A FUCKING BLOODBATH!  Yes,  I must hold on to this image for some time, some time, it has to last some time, as long as the prose lasted. How long did prose last?

YOU DIDNT KNOW THAT, DID YOU ?

YOU DONT know ! you

The ship shipwrecked, it didnt earthwreck nor did it sandwreck. The sunken. The Titanic lasted. Did it? It is a tragedy that did not become an opera, did not become a play. But a beautiful opera, no doubt. A tragedy in two acts: the journey and the disaster in the first and the rape in the second,  in the second act. Imagine that!!! The soprano, arms outstretched, with her back to the audience, a linear murmur at the highest point of her voice, small moist gestures, choir and actors floating their presence in small concentric circles, and the ship / lying / giant / monster / animal, violated by the nautical curiosity of the master and his orchestra. I held that image. It lasted for some time. Then he lost all lyrical meaning and became a metaphor.

DIOGENES WAS A BLOODBATH ! but I wasnt affected.

I’m still young. I know it and at the beginning of a beautiful twilight. That, for example, they tell me. I have had several steps behind me. This, for example, they speculate on.  Attracting to the present, present from other times, true catalogs even, immense entries until..In this, for example, few people will believe in.  Its NOT that I do not understand those who do not believe. NO. Not that I do not understand what they want to tell me, even though I know it will pass, it has to pass, first they, then me. This is the logical sequence. This is the logic: some say to, others say to few, still others, define what some say to others.

It’s NOT that I do not understand. You see? I dont understand some of the words Ive just spoken because. Well, they seem as if regurgitated by them, these poor stuffed souls. And I must have heard them from Jules Verne.

I dont know. I get lost. Hours and hours at the morgue cutting and slicing and weighing and bleeding out. No, its not that I dont understand death.

I do. I stare it in the eye every day, hour, minute. Just like Verne, just like Diogenes.

But Im a copywriter. I mean, a ghost writer. A gheist wroughter. A Carbon copy of what I used to be !

Now that bloodbath: a little bit of a shipwreck, but only that, just that, no more.  Although this time around,  quite different, something more  crumpled. Not that the bloodbath is not crumpled. Not that all the other inconsequential images are not crumpled. They are. Theyre crumpled. But the latter is still not an image in itself, only a texture, and quite valid at that. A few days ago, just before sleep. No, not getting into the sleep thing. Not here. Dinner served, excellent wine. Rude ! This seems to have texture and nothing else, not another image.

She . (I said she, didnt I? ) Im SO IN LOVE WITH HER !!!! OH MY GOD OH MY GOD OH MY GOD I AM SO IN LOVE WITH HER And yet..she went out of the door, never looked back and it was over.  SHE did not tell me to be a clarity ideas any ideas or to  clarity  nighttime. One can, in principle clarify the meaning of nighttime without having an effect or an incidence of light on the night.    But what does it matter? I loved her. Shes gone.  Not that I did not pay attention to this clarity. Not that I did not pay any attention to that damned clarity that makes me see with even more clarity that I still can not sleep peacefully, and that no one still knows anything, and has not even come close to anything and that the rest is all but pettiness, are just pass times,  hobbies, mere embroidery. From the simplest tapestries to the most complicated thesis. Embroidery. Some interesting patterns, some motifs not totally uncreative, but embroidery all the same. And where’s the laugh? The laugh, huh? Where is the laughter of a Shakespeare, for example, or of an Aristotle, for example, or of a Joyce? 

I’ve had my loud laughs. I did. They heard them.

Not that I do not laugh for real. It was real. Not that I do not die of laughing at times when I could not sleep without the meds and without stuffing myself.

BLOODY POISON ! ALL OF YOU!!! BLODDY FUCKING POISON !!!

BUT WOULD IT HELP ? the poison….to poison, I mean….

The old, the poor, the drunk, the drugged, the crazy, the political fans, the extremists, the goddamn radicals…. WOULD IT HELP ?

WOULD IT HELP ?

Would it help them, the old, the poor, the drunk, the drugged, the crazy, the political fans, the extremists, the goddamn radicals…. WOULD IT HELP them overcome their ailments if I died?

Gerald Thomas @ New York – Copenhagen 2018 /2019

Scene from my play “GARGOLIOS” 2011 / 2012 with my London Dry Opera Company

 

 

 

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Words of wisdom, emotional support and so much more from a friend (@Prob21) on Instagram: Thank YOU Paulo Guimarães !

Paulo Guimarães

A tiny fraction of our long long Direct Messages on Instagram – They’re beyond wonderful

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Comentários assim nos mantém vivos. Eu sou profundamente agradecido!

Comentário de Fabio Ferreira em um dos meus posts no Instagram

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I OWN MY FREEDOM.

Selfie and freedom

I have my freedom.

But I wonder if my freedom is also my biggest fear.

I know it to be my biggest prison and … No!

Not really.

I’m not just lonely.

That’s the term and the price to pay for….

My freedom.

I have always pioneered being alone in my quests.

How can I now be moaning and tearing up ?

 

I’m not just at the end of a long journey.

I am tired.

I’m desperate.

I’m desperate.

I’m desperate.

It doesn’t matter what I used to.

It doesn’t matter what I used to be.

It doesn’t matter what I used to do.

It doesn’t matter what I used to feel.

It doesn’t matter what I used to achieve.

 None of that is a reality in 2019.

 Now it’s capital CAPITAL letters and they spell: DESPERATION.

 But nobody – not a single soul – will ever believe me.

 They all think it’s yet another act.

 

And (who knows) it might be?

 I own my freedom.

And since my freedom has me, we will disappear into the beyond and just stop THIS CLOCK. STOP THIS TIME !

STOP THIS HORRIBLE DESPERATION !

 

Gerald Thomas

NYC February 7, 2019

 

 

 

 

 

 

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Lisa Giobbi presents her new choreography: “DeThroWned”

Poster (drawing on corrugated cardboard) by Gerald Thomas (2019)

DeThroWned at:

The Muse, Brooklyn residency performances of:
Lisa Giobbi Movement Theatre’s

 

Four women. Four periods in history. All different stories- all the same story. 
Marie Antoinette (Queen)
Anne Hutchinson (Puritan spiritual adviser)
Veronica Franco (Venetian courtisan)
Augustine (Charcot’s muse and patient)

DeThroWned is an intimate look at the challenges faced by independent, empowered and disenfranchised women who, once expressed, are murdered, exiled, and abused by a society and its disregard for their contributions.

A queen, a Puritan woman, a patient, and an exiled courtesan meet in this theatrical depiction of contradictions that cross cultural, economic and social lines.

Murder, trials, exile and objectification are seen through the lens of women’s stories throughout time…

Choreographer/Director- Lisa Giobbi
Associate choreographer- Julia Wilkins
Writer- Catherine Cabeen

Performers- Lisa Giobbi, Julia Wilkins, Catherine Cabeen, Quinn Dixon, Marissa Maislen, Billy Higgins, Tara Lynch

Aerial Flight Operators: Yoni Kallai, Bennie Oyzone, Cere Coichetti and Jared Shanks

Lighting design- Donalee Katz
Sound designer- Lindsay Jones
Costumes- Mondo Morales

The Muse, Brooklyn
350 Moffat street, Brooklyn, NY 11237
www.themusebrooklyn.com

March 1, 2, 3
7pm doors
7:30 curtain
Tickets: pre-sale $25
Door price- $30

Special thanks to:
Gerald Thomas (poster)
Paul Guilfoyle
The Muse, Brooklyn

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