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Michelle Obama, a nova "royalty" em Londres.

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As Duas Famílias Reais na mesma Inglaterra

G20 (à distância, de New York): Michelle Obama está se tornando uma espécie de replacement (linda, inteligentérrima e elegante que é) de Lady Diana. Ontem, em Londres, o que se viu foi uma família REAL cumprimentando a outra família REAL. E os tablóides que não cobriam a porradaria na “City” (Bank, etc), comparavam ela à Jackie Kennedy, ou à nova princesa, cuja morte em Paris até hoje é envolvida em mistério.

Confesso uma coisa: não, não confesso nada. Uma convenção enorme dessas não passa de um show. O que importa lá são os pequenos encontros. O “tete a tete”. O resto é a chamada “photo-opportunity”. Não muito diferente do teatro. São aquelas fotos que a gente tira ou que tiram da gente para publicidade: nada mais constrangedor do que foto posada. “A Po(u)sada das Fotos”. Poderia haver uma po(u)sada dessas. Ninguém iria alugar um quarto lá.

Aliás, o mau teatro tem vários quartos na “Po(u)sada das Fotos”. Político não é bom ator. Alguns foram bons e tinham assinatura: Churchill, por exemplo. Outros foram os maiores canastrões da História: Hitler, Stalin, Franco, Pol Pot, etc. Por acaso, canastrão mata, trucida, tortura e tem prazer em ver a morte lenta. O melhor político de todos: Chaplin.

O Presidente Obama, ainda ontem, pediu para que os líderes mundiais focassem numa solução (falando sobre o colapso financeiro), em vez de ficarem apontando dedos ou tentando culpar esse ou aquele (Bush, Reagan, Clinton ou seja lá quem for). “É o sistema em si que está podre, os bancos deveriam nos proteger”, dizia Brown. Ora, Gordonzinho! O sistema é TODO ele baseado em ESPECULAÇÃO, darling, haven’t they told you that? Proteger? Sério?  Investimento é para proteger ou para satisfazer a “ganância daqueles que JOGAM?”

Um dia antes da chegada de Obama, Brown dizia isso. Depois desembarcou Michelle Obama e o Reino Unido se calou, os queixos caíram e Brown (ainda atordoado com os olhos azuis de Lula) desconversou diante de Obama. É, o discurso era completamente outro. Quase um Rei Claudius diante de um Polonius. Já não sei mais quem está tentando abafar as mentirinhas de quem! “UM MERCADO CONSUMIDOR FAMINTO”, falava Obama, dizendo que provavelmente não se voltaria a isso tão cedo. Confesso que… Confesso que nada! Nada.

Na verdade o pau quebrou. O G20 ainda nem havia começado (ontem) e a “Obamatrona” já estava a mil por hora. Era encontro com presidente da China, Hu Jintao, e o da Rússia (estamos em plena guerra fria de novo, negociando ‘redução de armamentos nucleares com os russos’, ai que preguiça!). Ah, sim, claro: o fatídico encontro com a minha queridíssima (bored to death) Queen Elizabeth, a rainha em Buckingham Palace. Mais entrevista coletiva, e uma caralhada de… UFA! Mas quem trinfou mesmo foi a Michelle. Só se falava nela na cidade. Só dava Michelle Obama! VIVA!

E os “street fighting men” (uma adaptação coletiva da música dos Stones mais linda que existe) tentando ser contidos pela riot police no distrito financeiro (ha, ha, o William Burdett Coutts e uma filial do Royal Bank of Scotland aos pedaços!). Uma parte da cidade em pompa e circunstância e a outra às pedradas. Ah, a minha Londres que amo! Tudo começa num clima pacifista.Fantasias carnavalescas e tal, até que um, um único joga um sapato e PUM. Vem todos para cima e a coisa explode. Meio bêbados na melhor tradição do hooliganismo ou do punk rock, o pau quebra, o sangue rola, a pedra rola e estão todos stoned!

Vamos fazer um breve exercício de memória: parem por um segundo: foram os bancos e os especuladores que causaram essa porra desse meltdown em primeiro lugar. Foram empréstimos acima da conta, dinheiro de plástico, passos mais largos que as pernas podiam dar… usando, como instrumento colateral, um instrumento complexo como… ah, deixa isso para os colunistas econômicos! Eu sou mais econômico que eles!

Não tem que ter nada de G20, porra nenhuma! Esqueçam essa besteira. Daqui a pouco cresce para G43 ou G59. Não tem a menor graça. Os grandes especuladores estão certos: agora está na mãos de 2: USA e CHINA.

Então, gente fina: é G2 !

E o resto volta para casa em classe econômica e bebe suco de uva de canudinho.

Enquanto isso, amo ver a Michelle dando banhos de elegância por onde passa! LINDA! LINDA!

Bem, hoje é dia de palestra de Zé Celso e eu no TheaterLab (ler post abaixo, por favor)

M.E.R.D.A. para nós.

E G2 para o mundo, gente intrusa! Deixe o Obama conversando com o Hu Jintao. O resto poderia ir alugar quartos na “Pousada da Foto Posada”.

 

Gerald Thomas

 

 

(Vamp na edição)

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50 anos de Cultura – A "Folha Ilustrada" comemora meio século de existência

 

O IMPÉRIO DAS MEIAS VERDADES 

New York – Brecht, o Bertold, assim como Chaplin, foram perseguidos pelo macartismo. Foram investigados por Hoover e foram blacklisted e perseguidos pela bruxaria. Também milhares de escritores, cineastas, atores acabaram nos fornos da perseguição! Muitos colaboraram, como sempre colaboram, e entregaram os outros para se SAFAR. No espetáculo (bem autobiográfico) “Rainha Mentira”  eu contava episódios sobre a minha própria família: odisséias nada simpáticas através do Terceiro Reich, que Ruy Castro e a Cia. Das Letras resolveram distorcer de tal forma num livro horrendo, que acabou por causar, indiretamente, a morte da minha mãe, poucos anos após o lançamento dele. 

50 ANOS DE ILUSTRADA. PÓS-TUDO

(50 anos de cultura) 

Recebi aqui o livro e estou até agora meio bestificado. Quero dizer, bestificado de uma forma boa. Muito boa.

A seleção feita por Marcos Augusto Gonçalves nos seis meses em que teve para cavar nos calabouços dos arquivos de 50 anos de cultura do caderno, resultaram num livro incrível e… Não posso deixar de REGISTRAR aqui a minha enorme gratidão pelo destaque dado ao meu trabalho e a essa figura que lhes escreve. 

Entre outras várias entradas e fotos, na página 236, por exemplo, fico lisonjeado em aparecer numa entrevista que o Otavio Frias Filho fez comigo em 1988 (caramba! O tempo!). Transcrevo um trechinho: 

Gerald Thomas e a Impossibilidade de Dizer” 

Arte é uma coisa menor. A ciência, hoje em dia, é muito mais artística do que a Arte, só que não é entretenimento. A Cibernética, a Matemática que se estuda de dez anos para cá é uma coisa muito mais artística. Ela é hoje o que o teatro foi para os gregos. Está para nossa civilização como Freud esteve cento e poucos anos atrás. Pela primeira vez a Física está usando termos místicos, falando de “a coisa”. Eles não têm coragem de falar em deus ainda, mas daqui a pouco vão admitir um deus, não por forças místicas, mas porque as equações derramam nisso aí. A Arte hoje em dia é uma arte de declamação e falha, inclusive, nisso, porque é adornada, decorada com artificiozinhos. Pegue qualquer pintura: ela não é a síntese da nossa existência resolvida nem a problemática da nossa existência por resolver.” 

(Janeiro de 1988) 

Tem mais, mas só transcrevo isso, porque já está ótimo. O livro é uma homenagem à cultura, a brasileira, se é que existe isso. Existe. A Santíssima Trindade do Teatro, como Nelson de Sá assim a batizou, está lá: Zé Celso, Antunes e eu. Eu e Bete. Bete e eu, o eterno casal. O casal que nunca se vê. Já não vejo a Bete há (desde que o Muro de Berlim foi erguido em 1961… ooops!) 

De resto, estou sem tempo para me estender numa grande coluna porquê, numa troca de e-mails ontem com o Vamp, questionamos o quanto vale o Blog, o quanto ocupa o nosso tempo ficar analisando o chat dos comentaristas entre si próprios. Ao mesmo tempo, o blog é para isso mesmo. As contradições e suas sombras, os nicknames e as pessoas iradas que parecem tudo saber, nada saber, curta memória e aqueles que curtem a memória. 

Jurei que não escreveria nada hoje, Domingo, dia de chuva em NY e encontros com gente do passado, e com uma papelada enorme aqui diante do computer. O quê? Como? Sim! Uma compilação de COLUNAS e artigos e mais colunas e peças escritas e livros de compilações de tudo e pós-tudo. 

Aqui, um trechinho de uma coluna que escrevi para as contra-capas do “Caderno B”, do JB, das terças (esta de 15 de abril de 2003, o ano em que voltei a morar em Londres): 

“…Quem lucra? Quem perde? É complicado. Uma nova ordem econômica mundial está se formando. Evidente que os americanos já estão com total controle sobre o petróleo iraquiano. Ao mesmo tempo, o Congresso Americano não debate mais as questões que estavam massacrando há seis meses (Enron, WorldCom, Inclone, AOL-Time Warner e outros escândalos corporativos). Os ingleses, que nunca aderiram ao EURO, se juntaram com os americanos e, ao que me parece, o alvo é continuar a procurar inimigo do “eixo diabólico”… Já que a Al Qaeda está aí e tudo que aconteceu foi o seguinte: já que não conseguiram, até hoje, encontrar o Bin Laden, foram atrás do Saddam Hussein.” 

Quem diria, quem diria… relendo isso 5 anos e meio depois não dá um CERTO CALAFRIO???? 

Caramba! Já escrevi em tantos jornais e de tantos cantos do mundo, desde Zagreb, Budapest, Miami, Tel-A-Viv, Tucson (Arizona), Munique, Chapada da Diamantina,  até sei lá onde. Me pego lendo colunas como “Sir Fernanda Montenegro” ou “Um ano sem Paulo Autran” ou “Doutor Sergio Britto”, o homem de teatro que me levou ao Brasil e a quem sou e serei eternamente GRATO – porque sei ser GRATO, SIM – sempre  e que me deu “Quatro Vezes Beckett” de presente em seu “Teatro dos Quatro”. 

Era uma versão de “Beckett Trilogy” daqui, aquela com o Julian Beck no palco. Sérgio me levou pro Rio uma, duas vezes. A segunda foi pra fazer o “Quartett”, de Heiner Mueller, com ele e Tonia Carreiro. Ambas as montagens nos renderam prêmios Moliere. 

Numa conversa com meu amigo Caetano Vilela, ele me dizia que o teatro não se prestigia mais; não existem mais prêmios e que os prêmios de hoje surgem de pequenas panelinhas. Eu ouvi, pensei e pensei de novo.

Tudo já foi mais glorioso. Deixei meu prêmio Moliere cair no chão de propósito e recusei a passagem em econômica da Air France porque… porque eu ia daqui de NY para Paris anyway, então para que ir do Brasil, apertado, sendo que aqueles QUINHENTOS MIL dólares de mídia que NÓS rendíamos a eles, por causa daquele evento (sendo os 6 melhores do país) não podia, ao menos, nos render assentos em classe executiva? (Um ano depois de meu protesto, parece que virou executiva, sim) 

Este livro me traz muitas memórias. O Brasil precisa delas. Um país que quer apagá-las, como o Incêndio do Teatro Cultura Artística, o fogo mais metafórico da história. 

Obrigado, galera, por terem deixado ser quem eu sou!

Somando e dividindo tudo, só tenho mesmo a dizer:

OBRIGADO, estou super de BEM com a vida!

 

Gerald Thomas

 

(O Vampiro de Curitiba na edição)

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COCAÍNA E EXTREMOS NÃO TÃO SIMPÁTICOS

Hoje este blog comemora seis meses aqui no IG. Esse último artigo, o de baixo, teve um acesso de mais de 17 mil pessoas, resultando em quase 800 comentários aprovados (coisa, aliás, sem precedentes). Dos mais insultosos aos mais carinhosos, acho que nunca vi ou vivi nada igual. Escrever sobre o Brasil (consideram alguns brasileiros) é escrever CONTRA o Brasil. A noção de  ‘crítica construtiva’ parece que caiu por água abaixo, junto com essa onda de analfabetismo e xenofobia que o pais adotou. Muito bem.

 

Esse artigo precisa ser linkado ao de baixo, “negros-2”, onde falo nada mais do que a Folha confirma hoje num caderno especial (e copio trechos aqui).

 

Outros assuntos: BlogNovela: “ O Cão que insultava Mulheres, Kepler the dog”.

 

O Cão que Insultava Mulheres, Kepler, the dog.

 

Pouco a pouco volto a reorganizar minha vida aqui em NY. Estranho isso. Alguns comentários deixados no texto “negros-2” são tão extremamente venenosos e recheados de FÚRIA que me pergunto sobre a patologia ou psicose do internauta que o deixa ou endossa tal comentário. E o resultado que isso traz, digo, o respaldo: Rimos muito, eu e amigos meus, quando lemos em voz alta alguns desses repetidos comentários. Sério. Não causam mais nenhum impacto, crianças!

 

O que ouvimos do palco, no final de um espetáculo, vindos de uma platéia escura, são aplausos ou vaias. Mas jamais saberemos a “verdade” do que realmente se passa na cabeça do espectador (Shakespeare escreveu a respeito) além daquela formalidade, digamos, protocolar. Mesmo depois de 30 anos de teatro e ópera pelos “mundos” afora, a quarta parede aqui dentro já foi quebrada há tanto tempo e se há um espelho do meu ego, esse já foi quebrado há décadas também. E por quê? Por causa de uma coisa simples, frágil, singela, singular… que chamo de AUTO-PROTEÇÃO.

 

Como assim? Sim, nós nos expomos. Claro. Damos a cara a socos e pontapés alheios quando escrevemos textos e encenamos/escrevemos espetáculos NOVOS (que não são REPETIÇÕES de textos clássicos, fáceis de serem remontados e remoídos e remoídos e regurgitados…). Mas, e dai?

 

E daí que nada disso importa. Teatro não importa. Arte não importa. O que importa é que a Ford Motor Company e os outros, como a GM, estão perto de fechar suas portas. E isso sim terá um impacto MUNDIAL (incluindo nosso querido Brasil que não aceita criticas…) Assim como numa peça teatral, a cortina fecha, o drama chega ao epílogo… e os grandes heróis de uma era não estão sabendo mais lidar com os tempos modernos de Chaplin e… pum, caem no chão! E, com isso, milhares, digo, milhões de empregos no mundo se evaporam. Milhares de famílias dignas viram homeless. Brincamos demais por tempo demais. Brincamos de Alan Greenspanismo, dessa desregulamentação! E esse será o preço. A coisa não começou ontem, não começou com Bush. Nada tem a ver com ele: tem a ver com Reagan/Thatcher que mandaram ver na desregulamentação e… a free market economy e a invasão japonesa e coreana e… agora o xeque-mate!

 

Então? COCAÍNA! Álcool. Drogas em geral. Dopamina. Neurotransmissores em confusão, serotonina em déficit, egos pedindo arrego. E uma pequena correção a fazer quando assisti meu grande amigo Reinaldo Azevedo no Jô, num link online (atrasado, coisa de mês atrás, quando o Reinaldo foi lá no programa). Disse o Reinaldo que essa coisa de “afro-americano” é besteira porque os brancos seriam o quê? Seriam “Euro-americanos”?

 

Sim, meu mais querido Rei. Aqui nos EUA a gente se classifica de Ítalian-American, Lithuanian-American ou simplesmente diz, mesmo já sendo terceira geração nascida aqui: I’M GREEK ou I’m Irish. Por isso, talvez, mantemos uma grande tradição das raízes de onde viemos. Talvez, por isso, mantemos um grande vínculo com os idiomas que nossos avós e pais falavam. E, no lado oposto da moeda… por isso talvez tenhamos GUETOS: I am Cuban (sendo ele americano, como Rick Sanchez da CNN, já nascido aqui). I’m Russian ou Italian ou Chinese ou seja lá o que for. E nesse seja lá o que for, ou que Ford, lendo a VEJA da semana passada no vôo de volta pra cá, não me choco com a reportagem feita com o Fábio Assunção.

 

Me choco com a hipocrisia feita em cima da reportagem. Sim, as redações , não especificamente da Veja, cheiram, se drogam, assim como em qualquer outro departamento da sociedade, e escrevem sobre algum ídolo da TV que se droga. Metalinguagem melhor, mesmo, somente seria um cego descrevendo uma paisagem.

 

Mas esquecem também que Jimi Hendrix morreu aos 27 anos. Causa oficial: engasgou em seu próprio vômito. Mas quem estava vivo naquela época (e eu estava) via que a tragédia estava pra acontecer: assim como toda sociedade que não sabe mais lidar com os xingamentos, vaias ou aplausos que recebe, porque TUDO TEM O MESMO SOM DO CONSUMO ou do FRACASSO DO CONSUMO, ou seja, o som do EPÍLOGO, Hendrix se deixou levar.

 

E foi o mesmo com Cazuza cuja “droga já vinha malhada” ou com Clapton sobre a mesma cocaína “she don’t lie, she don’t lie… cocaine!” e Joplin, Jim Morrison ou Sigmund Freud que, por assim dizer, a introduziu ao mundo clássico, neo-clássico, hostil da psicanálise.

 

Mas Rimbaud e Genet e, ah, claro!, Manoel Bandeira e Sérgio Porto e Vinicius de Moraes eram grandes fãs do pó! Pra não falar da cena intelectual de Paris dos anos da Belle Epoque onde era chamada de Café Blanche… Não, nada a ver com o Tennessee Williams, mas as reportagens freqüentemente esquecem Cole Porter que fazia a apologia da mesma! Estranho isso. Estranho esquecer Miles Davis, Porter, Ellington, Charlie Bird Parker, etc.. Mas tudo bem. Estranho não citarem a beat generation como Bill Boroughs ou Tim Leary que é conhecido, entre os não tão íntimos, como o “Papa das Drogas“.

 

Ou grupos inteiros de teatro que fazem a apologia de outras drogas para que se entre em “outro estado”. Qual estado? O de Israel? Sim, talvez tão provisório ou tão recente quanto o estado de Israel. Talvez não seja por acaso que a “designer drug” ecstasy tenha nascido nas festas RAVE em Israel. Estranho isso. Mas pensem na clausura, na cerca em volta, na quarta parede em tempo real daquele país que nasceu com seus kibutzes marxistas numa situação quase artificial em 48 e está sempre num regime tão frágil entre o existir e o não existir, eis a questão! 

 

Quem já não brincou, madrugada adentro, fazendo sexo-fantasia para quebrar tabus? Bem, eu brinquei. Não tive que lutar muito para sair, como os programas INTERVENTION querem mostrar dramatizando o drama. Mesma coisa foi com o terrível assassino CIGARRO: parar é só parar! É só parar dizendo assim: PAREI!

 

Mas… veneno, como diria Prospero para sua bruxinha preferida, a Sycorax, é algo temporário, e que, mais cedo ou mais tarde, estará matando ou ACORDANDO as pessoas através da HIPOCRISIA. Essa mesma hipocrisia xenofóbica que não permite mais que se fale mais criticamente do Racismo no Brasil e essa mesma hipocrisia que deixa que se venda bebidas alcoólicas aos montes em supermercados e cigarros aos montes, mas que se é obrigado a manter a “droga ilegal” em estado de ilegalidade, para que alguns lobbies ainda consigam pensar em leis e para que algumas ramificações das polícias, as várias, controlem o tráfico.

 

Tudo velado. Economia velada, vícios velados, governos velados e uma economia falida num sistema que (agora) se repensa. Que bom! Sou capitalista. E o capitalismo sempre teve que se repensar. Karl Marx, se lido a sério, examina o problema da mais-valia e acha necessário mesmo que o “tratamento de choque” na sociedade industrial que ele foi examinar na Inglaterra precisa mesmo ser reestruturado. E isso quebra muito ego. E ego precisa de psicanálise. Muita análise precisa de droga. Muita droga é legal. Muita droga legal também leva ao mesmo “escapismo” que a ilegal. Muita droga legal nos leva a crer que estamos CONTENDO as compulsões que queremos ter porque TUDO em volta está CAINDO aos PEDAÇOS. Tudo bem, se a farsa é pra ser farsesca, qual o problema em torná-la uma Comedia Dell’Arte? Para que minimizá-la e sorrir amarelo e ficar em constante ESTADO de DENIAL – de negação – dizendo para nossa quarta parede interior: “Não somos um país racista. Esse Gerald é uma merda mesmo, volta pro seu pais!”

 

Da FOLHA DE SÃO PAULO:

 

“Elite preta” se divide sobre extensão do preconceito

 

Para herdeiro, racismo ficou “mais velado’: diretor de banco diz que cor não importa

 

MARIO CESAR CARVALHO


DA REPORTAGEM LOCAL 



 

“O racismo não está diminuindo, só está ficando mais velado.

E racismo velado é pior”.
Carlos não é uma exceção entre quatro executivos negros ouvidos pela Folha, todos bem-sucedidos. Só um diz que nunca sofreu preconceito.
”Já me confundiram com motorista na porta de restaurante, mas bastou o cara olhar um pouco para pedir desculpas”

 

(quem quiser ler a excelente matéria do Mario, está na Folha de hoje)

 

“Ainda sou exceção”, diz Lázaro Ramos

LAURA MATTOS


DA REPORTAGEM LOCAL 



 

Para Milton Gonçalves, 74, que sempre lutou por personagens fora dos estereótipos e criou polêmica ao aceitar seu atual papel de político corrupto em “A Favorita”, até hoje “o negro aparece na TV só para dar uma cor local”. “É como a TV americana, que põe um apresentador branco, um negro, um latino e um asiático.” Ele avalia que a TV “está estagnada”. “Os protagonistas de Taís e Lázaro são conquistas, mas nada que tenha alterado. Com é que o fato de eu fazer um corrupto ainda causa irritação? Por que não podemos ser vilões?”
Joel Zito Araújo também acha “uma bobagem” discutir se o negro pode ou não interpretar vilões. “Minha crítica é a ausência de atores negros em papéis positivos. E os negros ainda continuam naquela cota de sempre de 10% do elenco.”
Para o cineasta, “a televisão piora a realidade do negro, que ainda é raramente incorporado. Para equilibrar um peso enorme da representação histórica, a TV deveria até retratar o negro de forma mais positiva porque certamente tem o papel de transformar a realidade”.
Ruth de Souza, primeira protagonista negra da teledramaturgia, em “A Cabana do Pai Tomás” (1969/70), novela sobre escravos, resume a questão com a sabedoria de quem chegou aos 87 anos, mais de 60 de uma carreira com consagrados papéis: “A TV conta histórias, e o negro tem que participar normalmente, como de todos os segmentos da sociedade”.

47 pontos
foi a audiência de “Da Cor do Pecado”, a maior já registrada pela Globo às 19h desde o Plano Real até hoje.

 

(quem quiser ler mais, está na Folha de hoje)

 

Bem, já está enorme essa matéria: mas também, querem o quê? Depois de 350 mil acessos em 6 meses e com um post que me rendeu mais de 700 comentários por eu ter dito que a HIPOCRISIA era o maior problema seja na questão do racismo, das drogas, em lidar com a morte, em lidar com seu melhor amigo, ou o mensalão, ou com POLÍTICA, ou tentar entender a natureza do ser humano… Seis meses de Blog no IG, quatro e meio no UOL e agradeço a todos. Vamp, obrigado por essa batalha diária. Quem está desse lado sabe como não é fácil. A todos no IG meu muitíssimo OBRIGADO. Juro que não sei se tenho forças pra manter o ritmo, mas sempre disse isso. Meu trabalho é contra a BURRICE, contra a FALTA DE CULTURA dentro da FALTA DE CULTURA e enquanto houver aqueles que não sabem quem foram Ovídio, Homero ou Shakespeare e berrarem do fundo de suas almas umas cretinices difíceis de serem curadas, eu não recomendo os REHABS que o Fábio Assunção frenqüenta (deus o queira bem!). E por quê? Porque, assim como no teatro, um rehab é como uma redação de jornal, revista, ou empresa qualquer: por trás o que existe não é o real interesse na recuperação de ninguém. O que existe é a propagação de alguma imagem. E essa imagem, infelizmente, está com falência múltipla de órgãos e justamente por causa dessa falência as pessoas têm sempre, ou quase sempre, a chamada RECAÍDA: WALL Street está aí para confirmar que CAÍMOS PORQUE SOMOS HIPÓCRITAS E GOSTAMOS MESMO É DE XINGAR OS OUTROS. E quando levantamos, assim como Ícaro já tentou, e Howard Hughes também, caímos de novo!

Por ora, chega!

MIL BEIJOS de uma gélida New York City

 

Gerald Thomas

(em homenagem ao meu mestre Samuel Beckett)

 

( O Vampiro de Curitiba na Edição)

  

  

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FUNDAMENTALISMO: Eu e você, quem já não foi vítima desse preconceito???

FUNDAMENTALISMO e seus galhos!

Na capa do Guardian de hoje, duas chamadas interessantes: “Scolari: ainda farei com que as pessoas amem o Chelsea!” e outra do lado “Por que será que um parente de Hitler teria se convertido ao judaísmo?”

ATT:—Disclaimer: Antes de mais nada, volto a um tema nada agradável e recorrente: depois dos comentários e a introdução da “moderação”, me deparei com um clone de ‘gthomas’. Isso já havia acontecido há uns anos, no Orkut. Entrei – por curiosidade – pois ODEIO esses ‘sites/ninhos de encontros de solitários’, e me deparei com um cara que posava de Gerald Thomas. Tinha uma foto minha, dava conselho pra atores, etc. Tentei processar essa merda de Orkut e precisei de ajuda de amigos que tem seus “perfis” lá dentro. Depois de exposto no outro blog, ou seja, no blog do UOL, esse vigarista pediu mil desculpas e acabou se retratando como sendo um fanzoca!

VOLTO a REPETIR: não possuo NENHUM e-mail que termine em “Hotmail” ou “Yahoo”. O do Gmail não tem meu nome. Se quiserem me contactar, eu tenho meu site oficial, é fácil: www.geraldthomas.com. É isso. Por favor, não caiam mais nesse conto! Chatíssimo isso.

Voltemos ao assunto mais chato ainda: Fundamentalismo!

Pelas chamadas do Guardian, fico pensando: Por que sou “acusado” de estar em Londres, se sempre estive aqui? Igual reação eu não tenho quando escrevo de Nova York, onde moro. Será que o Felipão também recebe iguais acusações xenofóbicas? O que vem a ser xenofobia? E quando um parente de Hitler se converte ao judaísmo, o que será que lhe passa pela cabeça? Tudo bem, aceita-se tudo. Eu, particularmente eu, perdi oito membros de minha família em campos de concentração. E Ruy Castro escreveu em “Ela é Carioca” (primeira edição), que minha avó era amante de Hitler e Goebbles. Foi quando minha mãe, que amanhã completará justamente 2 anos desde que morreu, teve seu primeiro grande ataque – o derradeiro, aquele de desgosto e que provevalmente a levou lentamente a não ver mais a luz.

Xenofobia, fundamentalismo: Coisas estranhas e difíceis de aceitar e de ouvir! Um comentário ontem de uma tal de “MONIQUE”: “Gerald, não volte nunca mais pro Brasil.”

Eu ouvia, quando era adolescente aqui em Londres, o pessoal berrando pros indianos e paquistaneses e jamaicanos: “Go Back to where you came from you Wog!”. Era época de Paki-bashing (dar porrada em paquistaneses). Olhando Londres hoje, fora os FUNDAMENTALISTAS ISLÂMICOS do norte da cidade, aqueles que pregam a “lei de sharia” e que se tornam homens-bomba, não conheço sociedade mais bem integrada racialmente! Mas depende de como você olha a sociedade. “VOLTE PRA ONDE”: Estou acostumado a ouvir isso desde pequeno. No Colégio Pedro II no Humaitá, no Rio, ou no Brasileiro de Almeida… eu ficava envergonhado porque éramos… ESTRANGEIROS!!!!!! Que horror!

Eu venho de uma família e uma geração onde tudo pode. Liberdade era pouco! Então, quando brincam com meu nome e me chamam de Geraldo, me pergunto se o William Bonner ou o William Waak ou o Boris Kasoy também tem esse tipo de reação contra seus… Enfim, entenderam, não? Por mim, podem me chamar de Agnaldo ou Vera se quiserem!

Eu disse que aqui a sociedade, ao contrário das décadas que sucederam a reconstrução da Grã-Bretanha pós-guerra (em que Churchill recrutou cheap labour das colônias na expectativa de que eles levantassem os prédios bombardeados pelas V2 de Hitler e Von Braun, e depois voltassem…), bem, Churchil sifu! Eles ficaram. Enoch Powell (o cara do “enemy within” e a National Front”) ganharam enorme peso! Todos queriam ver uma Inglaterra branca! E ainda haviam os irlandeses infernizando a vida, com as bombas do IRA nos Pubs, cinemas, etc.

Até o Lord Mountbatten explodiram em seu barco, perto da ilha de Man.

Sim, os irlandeses, especialistas em “exilio”, peça de Joyce quase nunca montada: Exílio é uma forma de Não – Fundamentalismo.

Karazic está sendo julgado em Haia nesse momento em que escrevo; mais um MONSTRO SÉRVIO da LIMPEZA ÉTNICA! A palavra sempre volta de tempos em tempos: limpeza étnica. Limpar a raça. Mas limpá-la de quê? Não somos todos nômades? Não viemos todos de algum outro lugar? Alguém aqui de nós está ou tem parentesco unicamente com índios xirobofofos??? Não. Foram todos dizimados também pela infeliz colonização portuguesa ou espanhola. Convenhamos: Ninguém aqui nasceu ontem. Todos sabem o que rola quando um povo ataca o outro, né? Sangue, estupro, etc. Não? “Imperilaismo Americano”, vocês berram enquanto bebem suas coca-colas e martelam em seus laptops HP ou seja qual marca americana made in China! Vocês, eu, minha avó, sua avós, TODOS NÓS e ESPINOSA (sim, o filósofo português, judeu). Todos fomos VÍTIMAS de algum tipo de PRECONCEITO oriundo de algum defeito de fabricação da MASSA. E a massa sempre vem com um carimbo: FUNDAMENTALIMO!!!!!! Que merda, não?

Pois quando eu dizia que aqui o gerente do meu banco, o NatWest, é negro e dá ordens em jovens brancos ingleses e que o gerente geral de uma enorme cadeia de supermercados (TESCO) é indiano e quando digo que o dono da Easyjet.com e Easycar.com é um jovem grego – coisa de Fucking foreigner há duas décadas- agora a coisa é diferente.

Ao mesmo tempo temos as e os “meter maids”! Um inferno! Quase todos importados de uma tribo de Ghana. Eles não te perdoam nem se você ultrapassaou por 1 minuto o tempo no parquímetro. O preço de se estacionar o carro em espaço público aqui já é um absurdo: dependendo da região, paga-se 2 libras por 30 minutos no pay-and-display. No meu bairro, parte do Borough of Camden (área CA-B) o custo passa a ser uma libra por hora. E ainda vem a tal “clamping unit” (grapeiam a tua roda: custo total pode ser 280 libras como o carro removido pra um car pound da policia (terceirizado). UM INFERNO!!!! E ainda tem a CONGESTION CHARGE. Não, mas isso nada tem a ver com fundamentalismo. O que tem a ver são os caras de Ghana e Nigéria que pegaram pra sofrer o pato!

Então, já se criou uma turminha de velhos e simpáticos irlandeses! “Ele acabou de fazer seu turno e foi nessa direção”, apontando com o dedo indicador. “Eu olho o seu carro enquanto você vai no banco”. Tudo num clima rápido e de paranóia. As câmeras de CCTV em cima da gente, porque Londres é assim e pronto! E na volta, cigarro na boca: “it’s alright mate! Ele não voltou” . Eu aperto uma nota de 5 libras na mão dele e o agradecimento é enorme: parte do cigarro do dia esta pago. Ofereço carona. Conversamos: “O clima aqui em Londres não está nada bom, há quanto tempo você está fora?”, ele me pergunta. “Esses estrangeiros estragaram tudo!”

Ah, veio! Tardou mas veio.

A indústria britânica paralisou. Ficaram preguiçosos. Os maiores filósofos, cientistas, como Darwin, como Newton… nativos daqui, estão em estado de dormência. Não existe mais a British Leyland. Até parte dos ônibus são Mercedes Benz. Só tem carro alemão nas ruas: o Mini Cooper, grande orgulho inglês, é feito hoje pela BMW! Que vergonha! Digo isso com tristeza. O resto, é um imenso desfile de Merecedes, BMW, Audis, Porsches, Ferraris, Masserattis, e coisas que não existem. Ah, o Jaguar é da BMW também!

Quando a gente anda no meio de uma massa de gente que se move”, diz Elias Canetti, “a gente personifica a massa e perde a noção de si mesmo para se integrar ao todo e formar a massa mórfica que constitui algo semelhante a um grande pânico ambulante”.

Nas grandes cidades do mundo a sensação é mesmo essa: A de que estamos chegando a um ponto de não-retorno: o “teatro terrível” de Canetti está tão atual e tão “agora” que 1984 de Orwell parece uma piada televisiva.

É que sempre achei Canetti “enorme” demais, genial demais. Mas Londres, hoje até mais que Nova York, é um ‘melting pot’ inacreditável de credos, vestimentas, nacionalidades e tribos. E as lutas entre elas, as tribos, continuam em restaurantes como o Punjab aqui em Covent Garden, na Neal Street onde um indiano seek briga com um hindi e os dois não deixam o islâmico entrar. Mas todos se uniriam – na hora! – contra um paquistanês, mesmo esse sendo islâmico (obviamente) por causa da disputa sobre Kashmir! A Xenofobia, o fundamentalismo de BABEL, não têm fronteiras!

Brecht, o Bertold, assim como Chaplin, foram perseguidos pelo macartismo. Foram investigados por Hoover e foram blacklisted e perseguidos pela bruxaria. Ta,bém milhares de escritores, cineastas, atores, etc. Muitos colaboraram, como sempre colaboram e entregam os outros pra se SAFAREM.

O Governo Bush está, de certo ponto, tentando isso com o seu “Patriot Act” mas as liberdades civis Americanas são muito fortes. Já aqui, ainda está vigorando o Official Secrets Act, o que é uma loucura!!!!! Ah, e Alexander Solzhenitsyn morreu no domingo passado. Não era exatamente um grande escritor. Mas ficou mundialmente famoso porque expôs os Gulags de Stalin: Sim, se falamos das vitimas de Hitler, temos que falar dos 13 milhões que morreram debaixo de Stalin. Perseguição política, por crença religiosa ou porque pregam a capoeira ou o Ultimate Fighting dos Gracies, tudo isso só faz lembrar que somos carnívoros, que somos os “Tristes Trópicos” de Levi-Strauss personalizados. Tristes nós! Uns contra os outros e por quê?  Colocamos os outros em jaulas por causa de PIG-mentação de pele, por causa de nomadismo, porque não gostamos de como comem ou bebem! JULGAMOS o outro, mas com que direito? Estou preparando, e nao é à toa, uma versao modernizada do “Tribunal de Nurenberg” com a troupe Brasileira: E Kepler no meio! Sim, o astrônomo do século XVI!

Disputa. Não, não digo. Diz. Não. Puta! Bem, eu disse!

Bem, e nesse ano (ainda pacífico, com algumas bombas como em 2007) se misturar gregos, cipriotas, turcos, romanos e senegaleses e toda a commonwealth (leia-se todas as ex-colônias britânicas que aqui vem por direito), e a arabada toda, mais o dinheiro do Euro e a latrinoamérica… o que temos?

Os chineses dos cantões… nao, chega!

Canetti, Arthur Koestler e… Paulo Coelho e… ah, sim…. Deus! Terrorismo. Digo, fundamentalismo.

O CORVO, o que mais posso lhe responder? Fundamentalismo?

Nos dias em que o Paulo Coelho convivia (em plena harmonia) com a minha Cia. de Ópera Seca e eu o entrevistei pro meu TV UOL (podem ir lá conferir), conversamos única e exclusivamente sobre terrorismo.

O World Trade Center ainda não tinha caído bem na frente da minha janela em Brookyn. Era o ano 2000. Ele estudava o fundamentalismo, esses doidos que se dedicam a odiar o outro, a explodir o outro porque o deus deles” é melhor que o deus do outro. Falávamos muito da olimpíada de Munique de 72.

Óbvio que nem podíamos imaginar o que iria acontecer em 11 de setembro e 7 de Julho e na estação de Madri e a invasão Horrorosa e SEM motivos do Iraque e toda merda que deu! Paulo Coelho e eu discutíamos que o mundo estava entrando no milênio de forma radical: caramba! E como!

DEUS é o MAIOR problema!

RELIGIÃO mata mais que POLÍTICA!

RELIGIÃO mata mais que CORRUPÇÃO e AIDS!

Vaticano? Teceiro Reich? Stalin? Inquisições? Israel X Hessbolah? Qual eh o Deus que fala mais alto?

São as mulheres silenciosas que tem que andar cobertas (sÓ com os olhos pra fora), o resto delas, um enorme embrulho , um véu, assim como os judeus hassidicos, os pingüins, raspam as cabeças de suas mulheres, as fazem ficar horrendas e lhes plantam uma peruca na cabeça! O HOMEM não presta.

E o Homem é a imagem de Deus. Não é isso que se diz ali no santo sepulcro, logo na entrada? Hein?

Ou os evangélicos doidos plantados com uma bíblia na mão surtando… Não, já fui longe demais. Isso aqui não é uma tese e sim um blog.

Agora, contraste isso tudo com o “Gentlemen’s club”, esse novo evento… ‘Bell Girls’… na Londres de Mary Quant ou da Bibba da High Street Kensignton da década de 70, a glória!

As “Bell Girls” são as novas prostitutas russas e asiáticas que saem de casinhas em…

Chega, Gerald Thomas! Volta pra onde você nunca deveria ter saído. “Aquelas ruínas onde você brincava em menino, onde é que foi aquilo?” (Beckett, em ‘Aquela Vez’)

Gerald Thomas na cidade de Londres (O CORVO pediu, e aqui está!)

Obs.: Obrigado leitores: estamos longe de completar dois meses de vida desse Blog e já ultrapassamos a barreira dos 100.000 acessos!!!

(Vamp na edição)

comentario da Valeria!

07/08/2008 – 05:34Enviado por: ValériaMaravilhoso o texto, Gerald! Mas antes que me esqueça: na Argentina até cachorro lê jornal e sabe mais inglês do que eu, minha impressão. Não sei, mas essa maneira de a gente pensar o terrorismo, fundamentalismo, xenofobia etc já generalizando em : os judeus são assim, os paquistaneses, os brasileiros são desse jeito e patati-patatá. Essas generalizações, ainda mais num assunto de xenofobia e cia é um pouco pesado pra mim a esta hora da madrugada. O exílio é em casa também. Somos estrangeiros com a gente, com a família, com o corpo, com vizinhos, com muita coisa. Que uniformidade é esta? A gente tá mais pra fratura que pra atadura. Somos em exílio. não sou uma coisa preenchida e embalada pra viagem. Ok, é maneira de dizer, mas a forma de dizer diz também, né? Como dizer então? E eu sei lá! Eu nasci no Brasil, meu país natal, mas isso não me deixa pasteurizada em “os brasileiros são ….”, os cariocas são… Os judeus são… conheço judeu de tudo quanto é tipo, o próprio Gerald é às avessas do judeu assim ou assíduo Esse ímpeto à adequação, à Enformação é coisa de quem vive pra moda, de quem vive pra se padronizar. Eu quero é mais. Devia ter escolar pra deseducar pessoas, talvez por isso goste da arte, ele tem mais é que despadronizar, deseducar. A mistura é fundamental. Quer uma prova? A receita do açaí do Gerald. Suspiros. V.

comentario

07/08/2008 – 12:56Enviado por: aninomyousLegal, isso me lembrou mais uma coisa, eu até gostaria que me elucidassem mais essa ‘verdade’ ou ‘farsa’.
É dito que na Alemanha o Albert Einstein não é tido como o Gênio do Seculo! explico: Dizem que por lá ele era um aluno mediocre, que tentou um concurso para professor Secundarista e não obteve colocação (para prof. de matemática do 2º grau?), mas que os ‘judeus’ tem também este papo de leis de patentes, e que como judeu ele trabalhava de CONTÍNUO em um escritório de patentes, onde 2 cientistas alemães (não nazistas diga-se de passagem) levaram projetos referentes à pesquisa de energia inesgotável extraida dos átomos …(continua na tripa de comentarios)

Sandra retribui –

07/08/2008 – 14:09Enviado por: Sandra

Aninomyous, Einstein era gênio. Ninguém dá à luz uma Teoria da Relatividade sem ser gênio, e essa ele não roubou de ninguém, pois uma pessoa pode até roubar uma invenção, mas não uma teoria. É muito evidente quando alguém tenta exibir conhecimento sem tê-lo, e não era, com certeza, o caso de Einstein, senão ele não teria os fantásticos debates que teve com Bohr sobre mecânica quântica, por exemplo. Quantos às notas dele, já li que era um mau aluno, já li que isso era lenda urbana, e que ele era excelente, então não sei dizer, mas é possível que fossem baixas sim. Há crianças que falam e andam tardiamente e, repentinamente, tocam sinfonias ao piano. O que não adianta é dizer: se minhas notas são baixas, sou um gênio …(continua na tripa dos comentarios)

e de 06/08/2008 – 14:09Enviado por: Ricardo Miranda

Acho engraçado nomear os EUA como pai de Israel, depois que os Judeus fazem um esforço sobre-humano de sair de campos de morte (e não de concentração) e muitos caminhando, outros resgatados, caminhando cegamente para um região onde o que sabiam é que um dia foi deles, mas que haviam sido expulsos (a última expulsão havia sido pelo imperador romano Adriano). Acho que as pessoas não conseguem montar esta imagem na cabeça, um povo que já não tinha mais nada caminhando para o oriente médio, onde sabia-se existirem alguns colonos judeus, sob a pressão constante da inglaterra que não os queria lá, se você não tem para onde ir, você vai de qualquer jeito, você já está morto, você vaga como um maldito, e depois de todas as pressões e vitórias milagrosas (lembrando que muitos judeus foram muito bem recebidos por palestinos, e após uma articulação de poderes, inclusive a Syria, começou a onda de violência comtra Israel), vocês vão dizer que foi os EUA que colocou os judeus na palestina, ou, em Israel, ou sendo histórico, na Judéia?!?!? …(continua na tripa dos comentarios)

06/08/2008 – 15:01Enviado por: João Magro

Gerald, você tem toda a razão ao falar sobre o polêmico tema… Deus. É polêmico demais porque enquanto o homem não souber lidar com as dúvidas e as perguntas não respondidas ele preferirá manter-se preso na santa ignorância da explicação divina. Não adianta cara, algumas pessoas não querem pensar, tudo é Deus, e “o meu Deu é melhor que o seu”, tudo uma bobagem. Desde as pirâmides do Egito nada mudou, pelo menos naquela época eram Deuses, vários, era mais democrático. Agora é um único e soberano Deus, um ditadorzinho responsável por tudo, ele fez o mundo e etc e tal. Somos crianças..(continua na tripa dos comentarios)

07/08/2008 – 12:42Enviado por: FHorylka.GThomas.

Como deve ser do seu conhecimento, existia um grupo de estudos sobre noções de psicanálise. Funcionava no Museu do Inconsciente, no Hospital Pedro II, Rio de Janeiro, fundado e coordenado pela psicanalista Nise da Silveira.

No país a ditadura militar baixava o cacete em quem ousasse discordar de seus métodos. Naquela época era comum estarmos em uma conferência e chegarem os homens dando uma geral em todos, alguns eram presos até prova em contrário. Isso acontecia até nos cinemas, você lá entretido com o beijo do galã na mocinha, a sessão era interrompida, e ouvia-se uma voz autoritária: TODOS COM DOCUMENTO NA MÃO!.Éramos todos COMUNISTAS… Pelo simples fato de irmos ao cinema, todos suspeitos….(continua na tripa dos comentarios)

PS 1 estou fazendo uma pausa pra ler todos

LOVE

Gerald

07/08/2008 – 14:09Enviado por: André M.Prezado Corvo

Desculpe a minha ignorância, não entendo de Hanah Arendt e a versão dele para o totalitarismo. Eu tenho (agora vão tacar pedra nimim, eu sei) aquela visão mais Gramsciniana de hegemonia pela coerção, ou então, usando Althusser, a questão da luta pelo controle da cultura, e, por conseqüência, dos meios de reprodução do poder, aquela coisa dos aparelhos ideológicos do estado, então, totalitarismo, para mim, não passa de choque de opiniões contrárias, num regime aonde os jogadores não admitem concorrência…(continua na tripa dos comentarios) (mas nao consigo encontrar o email do CORVO que motivou esse, o do Andre M.)… (calma….) (…)

07/08/2008 – 15:27 Enviado por: O CORVOAndré, podemos ser céticos, não ter lido a autora citada tudo bem, eu estou muito longe de ser um intelectual, sou apenas relativamente informado, mas não tem como não acreditar em cultura não é uma questão de fé – onde tem qualquer tipo de agrupamento humano ate os mais primitivos, tem CULTURA.
Já falei no assunto – não confundir cultura com escolaridade –
“CULTURA SÃO AS REALIZAÇÕES ESPIRITUAIS E MATERIAIS DE UM DETERMINADO POVO EM UM DETERMINADO TEMPO’

PS 2 – Sem duvidas, Sandra: o melhor debate ate agora. Nesse novo blog pelo menos!

enviado por Contrera (essa eh a parte final)…

vcs acaso dizem que nunca vivenciaram algum deles na pele? estejam então á vontade, porque são privilegiados. vcs acabam com isso vendo a história passar à sua frente sem se sentirem tão afetados assim por ela. porque a história toda conduz-se na medida em que tais fundamentalismos e preconceitos são manipulados, revividos e reanimados. o que fazem todos esses homens-bomba? ou atentados massacrantes? ? ? ? dizem eles: não agüento mais, e é esta minha via: a da morte. isso é triste. mas é também legítimo. sim, é legítimo. mas acaso é também legítimo lidar com a morte dos outros, também? pode ser questionável, mas é uma opção. uma opção radical, realmente, mas uma opção. nem compartilho com ela, mas coaduno com o sofrimento que ela implica. chega a ser nobre? dificilmente. mas é honesto. ninguém se mata por aquilo que não valoriza mais do que a si próprio. pensemos se nós, em nossos lugares, nos mataríamos por algum valor qualquer. difícil, não é? pois é. a gente às vezes morre por amor. romantismo, essa invenção tão ocidental…
não culpo a religião. o homem criou a religião para encontrar uma saída a seus dilemas. o próprio homem fez da religião a justificativa para a criação de mais dilemas. o ser humano não gosta muito do ser humano. ele preferiria viver sozinho, às vezes. mas, vivendo em rebanho, mal consegue controlar suas paixões, e precisa, afinal, do poder. para nada, ele sabe. mas precisa. aqui, no brasil, quem opta por política muitas vezes se deixa vilipendiar pela falta de compostura encalacrada em ganância. pelo menos não monta partido para matar os outros por justificativa qualquer. com um motivo religioso. pois no máximo religião aqui é forma de roubar com certa legitimidade. mas a religião, para o povo, é outra coisa: é crença, compartilhamento do mundo com deus. e isso é louvável. não me venham com que a religião é o problema. o problema é o uso que os seres humanos fazem de tudo que tocam. eu sou religioso, sim, e daí? não por isso me meto a julgar os outros pelas minhas lentes. muitos ateus por aí adoram fazer isto, não é mesmo? cada um acredita naquilo que quer. mas, secularmente, precisa, sim obedecer à razão pública e à lei dos homens. se quer misturar as bolas é porque quer tirar proveito de alguma situação.
corvo, querido, não escrevo claro e coerente por algum outro motivo senão o de que tenho amor. escrevo para o entendimento como se pudesse desarmar os espíritos para trazer algo novo à baila. mas posso assim fazer porque também sei como bater com um ippon. infelizmente, os seres humanos são assim. só consegue trazer a paz quem sabe fazer e terminar qualquer guerra.
beijos
contrera

  1. 07/08/2008 – 17:03Enviado por: Rodrigo AguiarÉ engraçado, as vezes as pessoas se perdem eu seu próprio pensamento, e acham que apenas “elas são donas da razão”, daí surge o prazeroso sentimento de se sentir melhor do que as outras pessoas. O pensamento do Gerald é preconceituoso, talvez nem ele se deu conta, mais começou falando de liberdade, e terminou descendo “a lenha” em todo mundo. Ainda bem que Gerald, não é um político. Acho que falou muito, e não disse nada ! Cadê a solução ?”PS do Gerald: Rodrigo: Nao “desci a lenha” em ninguem: vejo o mundo/humanidade como um circo, entende? Leis vem e se vao: ora tem uma coisa, ora outra. Lei Seca, Muro de Berlin….Milhares de pessoas mortas por causa de uma lei: e, de repente…acaba a lei. E vc se pergunta…”por que milhares de pessoas tiveram que morrer tentando escapar ou pular essa porra desse muro?”

    SOLUCAO? como assim. Teve uma, digo Hitler teve a FINAL SOLUCAO

    ja eu prefiro ficar com DUCHAMP, marcel DUCHAMP (“adoro problemas, odeio solucoes)

    LOVE

    G

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