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A Cultura do Desprezo no Brasil

 

 (A torcida do contra)

 

Os Concretistas, os Tropicalistas, o Modernismo. O que é revolucionário?

 

Zurich- Caetano Veloso deu uma mega entrevista para a Folha de São Paulo, há dois dias, que me emocionou. Daqui a pouco explico o porquê. “Na minha profissão” – explica Dalai Lama pensativo, calmo como sempre e risonho – “podemos trabalhar com a nossa espiritualidade, assim como se fôssemos souffles numa academia de ginástica”.

Como? Faz sentido?

Faz sentido?

Muitas coisas que são ditas ou lidas, especialmente por pessoas iluminadas, não fazem sentido, principalmente fora de um certo contexto. Muitas entrevistas são cortadas, editadas e, às vezes, até mutiladas (seja lá por qual motivo for). Onde o Dalai Lama queria chegar? Ah, era o fato de que o céu é azul e que, mesmo na pior das depressões, deveríamos tentar enxergá-lo sempre azul. Mas não soube dizê-lo assim, diretamente.

Caetano fala de uma cultura, no Brasil, de adoração ao desprezo. Entendo bem do que ele fala. O que se vem falando mal de Chico Buarque e dele, por N motivos, não está no dicionário!

Minha pergunta é a seguinte: se falam mal de Caetano e Chico, essas pessoas ouvem quem, dentro do que se convém chamar de “música brasileira”? Ou exagero? Ou não existem mais fronteiras? Quero dizer, como estou a cada dia num país diferente, afirmo: EXISTEM fronteiras, SIM! Eu, pelo menos (e uma fila enorme atrás de mim) tenho que mostrar passaporte, etc.

Cito Caetano: “… e o fito era nitidamente me tratar como se eu fosse um misto de Sarney com Dado Dolabella.Ao fim da quarta resposta, disse-lhe que fosse embora (Caetano se refere a uma repórter). Ela perguntou triunfante: “Você está me mandando embora?”. Respondi que estava e insisti para que fosse logo. Depois a Mônica Bergamo foi para o rádio gritar meu nome com aquela voz de taquara rachada, competindo em demagogia e má-fé com [o jornalista Ricardo] Boechat.Claro que não ouvi isso na hora: uma amiga me mandou por e-mail em MP3. Havia um desejo ridículo de criar um caso em que eu aparecesse como um cara que não merece respeito.Li artigos de outros na Folha (e cartas de leitores) meio eufóricos com isso. Uma pobreza.”

 Eu, Gerald, volto a perguntar: quem lucra em denegrir o Caetano?

Ou o Chico? 

O Brasil, como pouquíssimos países, fez a revolução modernista. A Alemanha foi um (Bauhaus de Weimar, etc.), Os Estados Unidos, unindo revolução industrial com Dadaísmo e Expressionismo Abstrato (e por aí vai), foi outro. O resto do mundo ainda é extremamente BARROCO. 

Os poetas concretos de São Paulo (falo dos irmãos Campos, da Semana de 22, etc., e até da péssima arquitetura de Niemeyer, aluno de Le Corbusier – que quase não construiu na França (by the way, era Suíço)! – tiveram um ENORME impacto no que diz respeito ao “respeito” pelas palavras e ao possível desrespeito por elas, no sentido de desconstruí-las (“Cale-se, afaste de mim esse Cálice, Pai”).

Os outros países da América Latina (apesar de Borges, Cortazar, Cazares, etc.) não têm essa enorme força, justamente porque estão PRESOS ao continente europeu.

Caetano Veloso é descendente de Godard, de Glauber, e irmão adotivo de Helio Oiticica e filho (sei lá o que estou dizendo) de Carmem Miranda. Sim, essa salada linda que o Tropicalismo fez. E chamá-lo de cantor, somente, é, em si, um insulto.

Mas, no Brasil de hoje, “rebaixar o outro” parece ser o que levanta o ego, ou a carreira de muitos.  Não sei como é essa fórmula, mas parece ser o que funciona. E entendo que Caetano ache isso triste, pobre, etc..

 Nos EUA não xingam Bob Dylan. Não se xinga. Ah, entenderam, não é? Valoriza-se a genialidade. Mesmo que o Oswald (o verdadeiro, o De Andrade) tenha dito que o gênio seja uma grande besteira.

É obvio que me mijo de rir ao ler a coluna de Reinaldo Azevedo sobre a entrevista do Caetano. O RA escreve como poucos e, em seu próprio ofício, não deixa ele próprio de ser um poeta:

Às vezes, parece que a própria Folha é cliente de Paula Lavigne. Entenderam ou fui muito sutil? Ah, sim: Paula e Caetano estão lançando o filme Coração Vagabundo, dirigido por um rapaz “bonitinho” (by Caetano) chamado Fernando Gronstein Andrade, 28 anos.

E por que Caetano está bravo ou “estrila”, como diz o jornal? Bem, em primeiro lugar, porque está lançando o filme e é hora de criar marola. Em segundo, porque a Folha noticiou, em reportagens honestas, que nada tinham de operação de marketing, que o cantor pleiteava — ou seus produtores — incentivos da Lei Rouanet para seus shows. Vocês conhecem a história. Eles foram negados pelo Ministério da Cultura, mas aquele ministro da área, como é mesmo o nome dele?, ficou bravo e demonstrou disposição de rever a decisão.

Pronto! Está criado um caso.” 

Bom, o resto está no Blog do Reinaldo. 

E, juro, não me refiro ao Reinaldo quando falo nessa “torcida contra”, já que ele lida mais com leis fiscais, incentivos. Eu falo do Caetano músico, poeta, inspirador e criador. Um cara que transformou várias gerações e continua transformando.

E esse Caetano é mais ou menos como o Dalai Lama: intocável, acima da crítica. Não importa se o show foi bom ou ruim ou o disco está assim ou assado. E por quê? Porque esse Caetano  é aquele que INICIOU tudo aquilo que somos! Não se esqueçam disso JAMAIS!

 

Gerald Thomas

 

 

(O Vampiro de Curitiba na edição)

 

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Somos Todos Jacksons ou: Quando os Urubus Não Liberam a Alma

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(Jesse Jackson (esquerda) e o pai de Michael Jackson (direita)

Uraniastrasse (Urania Parkhaus) – Como você se sentiria  olhado, vigiado por BILHÕES de pessoas todos os dias? O Jagger, por exemplo, tem estrutura. Adolescente rebelde, mas já estudando na London School of Economics, ele se “ancorou” internamente para ser um “alvo”.

Já Michael Jackson, nasceu ali, menino, pequeno, frágil, no meio dos irmãos. E menino ficou. O sucesso lhe “estourou” na cara. Nem a voz mudou, ou mudou pouco até quinta passada, quando nos deixou.

A repercussão da morte dele serviu até para desviar a atenção das demonstrações contra o Ahmadinejad, no Irã, e outras atenções. Claro, morrer aos 50 anos não é, digamos, natural.

E nos faz refletir um bocado sobre quem somos, o que fazemos de nossas vidas, o quanto lutamos para termos o que temos, para que, no final, o lixo todo de um “império do rancho do nunca” seja desmontado, assim como são desmontados os nossos pequenos apartamentos, nossas caixas, nossos arquivos, nossos armários e segredos que guardamos atrás de mil tabus. Em nome de quê, mesmo?

Na verdade é estranhíssimo. Logo antes do Michael Jackson morrer, eu ia mesmo escrever algo sobre nossas compulsões, obsessões, higiene, nossa OBSESSÃO em esticar a vida. Lembro-me do Caetano Veloso dizendo, certa vez, que Michael Jackson era uma das fontes que mais distribuía alegria pelo mundo. Eu não poderia concordar mais. Quanto a querer prolongar a vida, isso já é coisa da mitologia grega ou shakespeariana e, especialmente, iluminista (Goethe). Mas Hollywood é o símbolo desse prolongamento artificial estético.

É incrível como a morte de alguém tão genial acabe cavando feridas e expondo microscopicamente a sociedade dopada, dopaminada e lipoaspirada: três em cada dez comerciais de TV nos EUA são de “pílulas de promessas” de redução de peso em sete dias. Na vitrine da Barnes & Noble (cadeia de lojas de livros que a Amazon.com não conseguiu matar) metade dos livros são sobre dieta, fitness, saúde, etc. ou as “últimas” promessas de vida eterna.

No entanto a estatística mostra que estamos morrendo como sempre morremos. Claro, em “alguns casos” estica-se a vida até os 90 e poucos. Mas sempre foi assim.

Minha avó também chegou aos 96. O poeta e escritor beat William Borroughs chegou perto disso, tendo sido viciado em heroína quase a vida inteira.  Tem mulheres paupérrimas no nordeste do Brasil que chegam aos 100. Qual a fórmula? Qual a fórmula?  Somente “ELE” lá em cima a tem.

E nós aqui podemos passar os cremes mais incríveis na cara, nos injetar de colágeno do “La Prairie” ou da “La Mer” ou de GH (Growth Hormone) ou do caralho a quatro que acaba tudo dando numa enorme EXPERIMENTAÇÃO dos médicos e laboratórios. Ninguém sabe nada. Todos se promovem à custa da nossa ignorância.

Somos cobaias e radicais livres numa corrida contra o tempo, contra o círculo de giz.

Claro: macrobiótica serve pra alguns. Ortomolecular para outros. Homeopatia ou (pros masoquistas) acupuntura é uma delicia. Mas tem aqueles que se resolvem mesmo é numa boa feijoada.

Agora, para assuntos mais compulsivos:

MAÇANETA DE PORTA DE BANHEIRO PÚBLICO

Algo muito estranho é maçaneta de porta de banheiro público, como o de avião, por exemplo. Depois que você fez lá o que teve que fazer, lavou as mãos, você pega na maçaneta da porta em que TODOS tocaram, um nojo! Faz sentido? Você não sabe se a pessoa anterior lavou as mãos! Não sabe se está infectada com qualquer tipo de vírus. E não houve nenhum “gênio” que ainda inventasse uma forma de NÃO se tocar naquela horrorosa maçaneta de porta!

PADRES-POLÍTICOS QUE SEMPRE MONOPOLIZAM SITUAÇÕES (foto acima)

Jesse Jackson (mesmo sobrenome, não é da família): Michael havia se convertido ao islamismo. Ninguém está tocando nesse assunto.

Diz o Reverendo Jackson:

“Quando o médico veio? O que fez? Deu uma injeção a Michael? E se deu, qual foi a substância injetada? O médico voltou muito tempo depois de ter sido chamado?”, perguntou o reverendo. “A ausência dele levanta questões importantes, às quais só ele pode responder”, prosseguiu.

Só que…

O Departamento de Polícia de Los Angeles, que investiga a morte de Michael Jackson, afirmou neste domingo que o médico do cantor, Conrad Murray, está ajudando as investigações. Na noite de sábado, Murray foi entrevistado pela polícia por cerca de três horas.

Segundo comunicado divulgado pela polícia, o médico, que estava com Jackson antes de o socorro ser chamado à sua casa, se apresentou voluntariamente. “O Dr. Murray foi cooperativo e deu informações que vão ajudar nas investigações”, disse o texto.

Também neste sábado, uma porta-voz de Murray afirmou que o médico “não é um suspeito” na morte do cantor e que ele vai “continuar a colaborar” nas atividades policiais.

“O Dr. Murray ajudou a esclarecer algumas circunstâncias e inconsistências na morte do ícone pop”, afirmou a porta-voz, em comunicado. “Os investigadores disseram que o médico não é um suspeito e, sim, uma testemunha da tragédia”.

Pronto, aí está. Jesse Jackson sempre CORRE para cena. Sempre. Por ser uma pessoa realmente importante (alguns o colocam no local da morte de Dr. Martin Luther King), acabou por se achar “justiceiro”. Mas com Barack Obama na presidência os valores dialéticos mudaram.

O Reverendo Al Sharpton (que monopolizou a morte de James Brown), é outro cuja voz sempre ouvimos (aos berros). Enfim, deixa pra lá. São pessoas que parecem viver de intrigas, de conchavos, escândalos (na esperança que eles nos tragam alguma revelação).

Então copio abaixo um trecho de um texto que adoro de Alan Viola, cujo blog está linkado a este:

“O ato secreto de Ninguém

Desde o processo de renúncia/impeachment de Collor não se parou mais com a onda de escândalos e suas revelações. Não separamos mais a política de maracutaias – espécie de extensão natural da profissão não regulamentada. Passamos pelo lodo do mensalão escandalizados com o PT, que criou-se e se fortaleceu na tese da ética na política. O partido parece que também não sabia que o jogo do poder – o poderio do jogo – poderia levá-lo para onde sempre pautou sua crítica. O PT frequenta hoje o espaço de suas críticas ferozes por décadas. Que doido. Ou era apenas um estratégia? Um discurso roteirizado para forçar a aceitação do círculo, uma contra-senha?

Havia, e há, uma palavra mágica que adere a antigos, e novíssimos, movimentos de atos políticos, uma aceitação generosa da agilidade e maneira peculiar de se fazer política, tradicional, e supermoderna. A palavra é: governabilidade. Ela que sustenta as línguas dobradas e os conchavos. A governabilidade, para não se romper, impedindo a suposta ação benéfica dos governos, é uma aceitação a priori do outro, com suas manias, idiossincrasias e jeito diversificado – uma ação para além do comum. A governabilidade e seu fim tem que superar essa cisma do comum, de que as coisas tem que estar submetidas a uma ética. Tem uma expressão que lhe assegura os atalhos e lhe dá a camada de importância: Em nome da governabilidade! Depois disso, portal e porteira abertos.

Então, expressões novas e bastantes usadas também vão se acercando de nós como o chatíssimo diferenciado, que já deveria partir sem saudades, pois quer ser um adjetivo de marketing do diferente, e já tornou tudo igual. Expressões servem para isso às vezes, nos fazem entender que nem tudo é como nos parece.”

(seu texto por inteiro continua lá no blog do Alan)

Pois é! Ali está: “Ela que sustenta as línguas dobradas e os conchavos. A governabilidade, para não se romper, impedindo a suposta ação benéfica dos governos, é uma aceitação a priori do outro, com suas manias, idiossincrasias e jeito diversificado”.

Leiam isso no contexto dos conchavos Elsinorianos ou Hamletianos, no caso da morte de Michael Jackson, onde reverendos e políticos (às vezes ambos) querem meter a mão  e o bedelho. Essa tragédia,  que já chamei de “Weltschmerz” (dor do mundo), ou dor de sentir a dor do mundo, é uma medida que não tem medida. Mas pessoas sensíveis a sentem: Van Gogh ouvia vozes e cortou a orelha, e não foi por amor, e por aí vai. Jackson sofria as dores do mundo, desde muito cedo.

Grandes estrelas se apagam e as galáxias ficam com pequenos asteróides sombrios querendo 12 minutos de fama. Nunca me esquecerei as lágrimas de crocodilo de Jesse Jackson aplaudindo a vitória de Obama em Chicago em 4 de novembro, cerrando os dentes de ódio. Ele foi, no início, um dos candidatos pelo Partido Democrata.

É isso. Estamos todos tristes. Não nos entendemos, não entendemos nada, e, no entanto, queremos FICAR aqui o máximo de tempo que der. Ego? Muito ego? Todos nós tentamos “prolongar” a vida. Seja ela a vida biológica ou pública, a dos factóides. É antioxidante pra lá, pílula pra cá, remédio pra isso e Omega 3, 6 e 9 pra aquilo. Os laboratórios fazem verdadeiras fortunas e as clínicas lipoaspiram, botoxam, siliconam as pessoas, tudo pra que se ESTACIONE num tempo! Num túnel do tempo.

Num pacto com Mephisto. Numa troca de sangue.

Numa troca dos três poderes, três mãos, minas de sal, estátuas de sal, coisa que jamais será possível.

E mesmo assim os mais poderosos acabam sendo os mais sensíveis e levam nas costas essa merda dessa coisa chamada “WELTSCHMERZ”, ou Dor do Mundo, que vem da compreensão de que está tudo torto, de que está tudo errado, desde a maçaneta da porta do mictório até as mais altas esferas políticas, até o microcosmo das famílias disfuncionais! Não há jeito.

Nascemos com parafusos a menos!

Gerald Thomas

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(O Vampiro de Curitiba na edição)

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PORTUGAL DOMINA WASHINGTON!!!!

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New York- Até hoje os brasileiros comemoram, como se fosse algo palpável e não retórico, as três palavras de Obama sobre Lula, ou para Lula, que em português foi traduzido “esse é o cara!”. Provincianos como vocês são, estamparam isso na capa de TODOS os jornais. TODOS.  O endosso de Obama, portanto, passa a ser “a coisa”. Fico um pouco com pena de uma nação tão rica, tão linda, mas tão insegura, que ainda precisa de endossos, seja lá de quem for, mesmo que seja do mais lindo Obama. 

Já aqui, quando Obama esteve na França, logo após Londres (G20) e Sarkozy disse para ele “Je t’aime, man!”, com o “man” vindo da gíria pop, mas oriunda da slang negra americana, o presidente orelhudo francês foi o maior alvo de chacotas da imprensa americana. Bem, Obama não precisa mais de endosso retórico. Ele agora precisa derrubar os conservadores Republicanos no Congresso.

 

Brasileiro se impressiona muitíssimo com “palavras, palavras, palavras”, aquelas que Shakespeare colocou na boca de Hamlet. Hamlet, aquele que não ia para a ação por causa de tanta palavra. Às vezes me vejo amando o Brasil, mas o vejo numa situação hamletiana. Não indo nunca para a ação. CPIs que nunca dão em nada… Nada que nunca prova nada e tudo num estado de falso encantamento por si mesmo que é suprido por “palavras”. Bem, tudo bem. Monto minhas peças ou óperas aqui em NY ou pelo mundo e as palavras também me encantam, às vezes justamente pela negação que representam.

 

 

Bo, THE DOG

 

Mas imagino se Portugal agora está ou não numa situação de delírio nacional. Por quê? Afinal, BO, o cão da família real Obama, é português! Se os periódicos portugueses forem tão ufanistas quanto os brasileiros, imagino que na capa do O Publico ou do Expresso ou do Diário de Noticias deve estar estampado assim: “PORTUGAL REINA DENTRO DA CASA BRANCA”, ou mesmo “Lisboa toma conta de Washington”. Ou até “O IMPÉRIO PORTUGUÊS CONQUISTA E DERRUBA OS EUA COM UM MERO CÃOZINHO: ESTA É A FORÇA PORTUGUESA

 

Lula não falou nada no G20 de importância. Não entrou na reunião (de portas fechadas) daqueles que resolveram problemas. “Hey, you’re my man”, disse Obama a Lula, numa confraternizaçãozinha. Mas como Lula não sabe falar inglês, não houve nenhuma resposta. Uma possível resposta: “Yes, you’re my woman too!” Lindo. Lindinhos! Imagine que Obama deva ter dito coisas semelhantes ao presidente da Ucrânia, da Jeranonia, da Cracalonia e do Cerimonial. Em Elsinore, o Castelo dinamarquês onde Hamlet vive seu pesadelo, as palavras paralisam a ação! E nós, espectadores, somos paralisados pelas palavras dos protagonistas.

 

Lindo. No final, tudo é silêncio e todos aplaudem de boca aberta e queixo caído, queijo nas mãos, como se lideres políticos fossem heróis, mentirosos atores que são!

 

Os artistas também se elogiam uns aos outros. Caetano diz que Chico Buarque “é o Cara” (em outras palavras, claro).  Harold Pinter elogiava Beckett (de quem sugava tudo) e os pintores abstratos expressionistas da década de 50 se defendiam uns dos outros e não uns aos outros. Dessa forma, o mundo cria pequenos grupos, como G20, como o G220, como o G2220, ou como o Expresso 2222, que se auto-protegem ou auto Protógenes. Indignados com a estagnação ou com a auto-consciência do que está por vir (o mistério do envelhecimento), o Protógenes Sofoclógenes Platógenes criou um monstro Freudológenes que não aponta mais para o futuro e sim para o passado. Estamos em plena era da revisitação. Notaram? Estamos correndo atrás do tempo perdido, correndo dos erros dos bancos e do sistema. Qual sistema? Do imaginário das palavras. Estamos correndo atrás de uma depressão econômica.

 

Ah, menos em Portugal, onde o cão ainda é um puppy de seis meses, presente do Senador Ted Kennedy, e aquele país de velhos envelhecidos finalmente poderá levar seus poucos jovens para as ruas do Bairro Alto, ou de Alcântara ou de Alfama e berrar:  O MUNDO é LOSER, quer dizer, o MUNDO É LUSO!

 

 

 

Gerald Thomas, 15/Abril/2009

 

 

 

(O Vampiro de Curitiba na edição)

 

 

 

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A Cartelização do Mundo

 

New York – Caramba! Com os “cartéis” dominando o mundo, acho que nós, os putos, veados e vagabundos deveríamos tentar rebatizar a globalização para “cartelização” do mundo. Leio que Andrew Cuomo, filho do maravilhoso ex-governador do Estado aqui de NY, Mario Cuomo, e agora o nosso Attorney General, diz que convenceu nove entre dez dos principais recipientes dos bônus do AIG a devolverem  a grana. Algo em torno de 50 milhões de dólares. Nada mal. Nove em Dez. “Nine out of ten movie stars make me cry, I’m alive” (Caetano Veloso… descendo a Portobello Road, no exílio em Londres, Notting Hill Gate…)

Enquanto isso, o cartel mexicano de drogas se estende até à cidade de Sarah Palin, Anchorage! Caramba! Mas também (pensem!) com baleias e neve ao redor não resta muito o que fazer: o sujeito deve andar que nem um zumbi atrás de qualquer tipo de droga, não é? Diferente do Rio de Janeiro, SITIADA pela POLÍCIA E PELOS BANDIDOS!!!! Por quê? Maconha, cocaína e armas! “Seja marginal, seja herói!“, aquela coisa do Helio Oiticica já era! BASTA! Aquilo era naquela época. Soava bonitinho. Era logo depois de Sartre qie havia endossado Jean Genet com Saint Genet e artistas do mundo inteiro (como Warhol, por exemplo, declaravam seu amor pelo underground [ alguns com velvet, outros nao]. O Helio ainda in love com o Cara de Cavalo. Mas agora? Olha a merda que deu! BASTA! Sério. Eles hoje olhariam tudo isso com REPUGNÂNCIA!

Sim,  a cartelização do mundo! E ainda tem gente que defende a tese de que o teatro deve ser feito de “tarjas”. Mas isso é para quem ainda acha que o teatro é o “novo lugar” para ser descoberto. Nós, os veados, putos e vagabundos, que temos uma vivência um pouco mais abrangente,  tentamos nos (des)preocupar com a merda que acontece no mundo, como: a China que toma conta de tudo, as pequenas guerras localizadas e que estão extraindo o pouco de ‘humano’ que ainda resta em nós, as doenças RADICAIS  e que não precisariam existir se todo o dinheiro do mundo fosse gasto nas coisas certas (e não em bônus para CEO corrupto, que agora devolve…vamos ver…), as pequenas guerras frias entre paises como o Irã, a merdalha entre Israel e vizinhos, a merdalha entre os próprios árabes que não se entendem, a merdalha do Afeganistão que voltou a ser um campo de papoula (imagine a polícia do Rio subindo a Ladeira dos Taba-Maha- jahras! Brigando com o Taleban).

Ah, a cartelização do mundo…

Era sobre Descartes que eu escrevia? Não, né? É sobre os escrotos mesmo. Eles não querem deixar nós, os putos e vagabundos, em paz. 

 

PS.- Ontem foi aniversário do Blog: 10 meses de IG. E obrigado pelos quase 600 comentários do Post anterior! 
Ah, não falei em flores e na grande depressão, ou melhor, na CRISE econômica: mas andando na Sexta e no Sábado pelo Village ou Soho e assistindo um ensaio do Philip Glass na City Winery (tudo lotado, sempre, tudo completamente acumulado de gente, e a Dow Jones – the Devil in Miss Jones – estourando novos índices para CIMA) começo a ter minhas dúvidas o quanto é retórica e o quanto não é “remanejamento” dos… cartéis!

  

 

Gerald Thomas

 

 

(Vamp na  edição)

 

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Arte e Estado Não se Misturam

 New York – Tem datas que não nos falham. Nossos mestres, nossos grandes mestres, ou momentos como o assassinato de JKF, a crise dos mísseis, a foda do “Último Tango em Paris”, a queda do muro de Berlin e, por exemplo, o tiro que o ditador da Romênia, Nicolae Ceaucescu levou na frente das câmeras de TV. Para o espanto de todos, aquilo foi chocante. Mesmo para aqueles que, como eu, haviam feito demonstrações nas ruas contra o Nixon e a guerra do Vietnam e queríamos ver os Stalinistas todos atrás das grades, eu, um pacifista por natureza, fiquei assustado com aquele tiro.

 

Por que digo isso? Por causa do tempo/espaço onde estamos e ocupamos quando algo dessa magnitude acontece. Assim como a morte repentina e precoce do “monstro sérvio” Milosevic (numa cela em Haia), a morte de Ceaucescu me marcou porque eu ensaiava o meu “Sturmspiel” no teatro estatal da Baviera em Munique com um vasto elenco. Todos comentamos o evento naquele dia. Alguns extras eram romenos. Eu tinha uma namorada (mezzo soprano) chamada Ruxandra Donose, que vinha de Bucarest e cuja família havia sofrido nas mãos do ditador. E, no teatro, Andrej Serban, havia sido “resgatado” por Ellen Stewart, anos antes. Décadas antes. Ainda jovem. Senão, teria entrado nos fornos da ditadura daquele terrorista no poder.

Tudo isso pra introduzir um belíssimo artigo de Caetano Vilela sobre ARTE e ESTADO. OS DOIS não se misturam. Quando um quer entrar no outro não HÁ MAIS ISENÇÃO POSSÍVEL.

Mesmo de forma mais branda (no teatro estatal de Munique – no meu caso no Cuvillies Theater), a pressão de Klaus Everding, (secretário de cultura de toda a Baviera na época), já era uma interferência gigantesca. O Muro de Berlim ainda não havia caído. Ainda vivíamos a guerra fria. Enfim, ao belíssimo artigo de Caetano:

Do Blog do Caetano Vilela:

Que ‘movimento’ é esse? (ou: sou Artista e não Educador-Ativista)

 

Ao trabalho camaradas, organizem um movimento e façam a máquina produzir!
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“Nós artistas de uma hora para outra nos transformamos todos numa espécie de ‘ativistas humanitários-culturais’! Não basta a ‘nossa causa’ é preciso ter “contrapartida social” para isso e aquilo e agora também nos exigem “medidas preventivas contra o impacto ambiental negativo”… que ‘po*&%$%a’ é isso? Tudo agora tem de ser carbon free, sustentável, ecológico, etc.
E eu digo: “é só uma pecinha de teatro senhor!”, “é apenas uma ópera madame!”, “é só um showzinho presidente!”

Qual o papel do Artista na burocracia contemporânea deste rosário sem fim ‘pseudo politicamente correto’? Produzir/Poluir?
Tá certo também que parte da ‘classe’ exigiu seu reconhecimento depois de palestras, encontros e ‘sufrágios democráticos’ (contando os braços erguidos ‘a favor’) num movimento batizado de “Arte contra a Barbárie” (!), resultando dentre outras aberrações ‘excludentes’ num tal “Fomento para as Artes”.
É isso então, lutaram contra a ‘barbárie’ (seria o ‘capitalismo do teatrão’), ganharam o ‘fomento’ e hoje são todos ‘ativistas’ de plantão defendendo o seu espaço (físico) alugado produzindo pouco para pouquíssimos (às vezes até muito para ‘muitíssimos’, mas não faz diferença), fazendo muito barulho para não largarem o ‘osso fomentado’.
Viraram ‘educadores’, plantaram sementes (paúba?), reciclaram seus programas (ou ‘pogrom/погром’) em troca de quê?

Nem prêmios nos credenciam mais. Um Shell (poluidora?) desacreditado vale hoje muito menos do que o antigo Molière (passagem para Paris ida e volta sem nenhum dinheiro!). Prêmios também viraram ‘contrapartida social’ das empresas que usam artistas como mico de circo: Prêmio Bravo, Contigo, Coca-Cola, etc… nenhum deles trazem público e muito menos prestígio.
A indiferença é triste e gritante.

O resultado do que se busca é o contrário, o teatro brasileiro está fomentando o emburrecimento do seu público. Falarei apenas do teatro, já que se abrir o verbo para defender a ‘classe lírica’ serei acusado de defender a ‘barbárie’ produzida pela alta elite! Mal sabem eles que faço ópera ao ar livre em Manaus para mais de 20 mil índios encantados! Seria isso uma ‘medida contra o impacto ambiental negativo’ aceitável? Aliás são 20 mil índios que deixaram de ligar os seus televisores e foram à praça (a pé ou com transporte público movido a energia alternativa!) pública assistir a um espetáculo lírico. Essas coisas enlouquecem críticos da Alemanha, Espanha, EUA, França, etc… todo ano e são publicadas em todas as mídias mas parece que o burocrata por trás do ministério da cultura além de surdo e monoglota é insensível ao reconhecimento do ‘inimigo estrangeiro’. Hummm, acabei falando!

Sou ARTISTA e não EDUCADOR, minha função é outra; deveríamos passar ao largo da catequisação da luta de classes que este governo inflama.
Que as EXCEÇÕES destes casos possam produzir mais e PENSAR este País!
Poucas vezes encontramos um diálogo aberto e honesto nos espetáculos apresentados em São Paulo, comunicar não é mais a razão de estrear um espetáculo, tudo se resume a um sindicalismo frouxo e burro. A obra já não fala por si (que me perdoe Adorno), é preciso fazer um ‘movimento’ (que me perdoe Caetano Veloso)! Uma geração inteira de artistas que começou a respirar após a ditadura ainda está bastante imatura para lidar com certos valores de liberdade e capitalismo (que me perdoe Marx).
Desconhecem princípios sobre a ética (que me perdoe Espinosa) e banalizaram o mal (sorry Hannah Arendt).

Ao final deste governo, nós artistas, nos juntaremos aos milhões de ‘assistidos’ por todas as ‘bolsas sociais’ e nos tornaremos mendigos por anos e anos de uma política populista e melíflua que demorará muito (dependendo dos próximos e próximos governantes) para ser extirpada e repensada.
Claro que quem sofrerá com isso será a Arte, muito antes dos artistas, mas estamos falando de algo supérfluo, não é mesmo?!”

 

(Vamp na edição)

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"Esquadrão Gilberto Gil da MORTE ao Teatro!". E agora? Se "o sonho acabou!"O que fazer depois do pesadelo?

Esquadrão Gilberto Gil da morte ao Teatro.

New York – “Nós somos do esquadrão Gilberto Gil da Morte ao Teatro e viemos aqui te prender pela ÚLTIMA vez.”

Essa frase, dita pelo personagem “Tenente Sylvia Colombo” para Marco Nanini em “Circo de Rins e Fígados” (que “autorei” e dirigí em 2005)  fazia o público vir abaixo! Todos morriam de rir e aplaudiam. Era o auge do fracasso do MinC. Gil não falava com a imprensa, viajava pelo mundo dando shows, pegando carona no avião de Lula e cobrando uma fortuna (já que era o “Senhor” Ministro!)  e apertava as mãos de presidentes, Primeiros Ministros, Rock Stars, etc.. E a tal chamada “Classe Teatral” estava furiosa com ele! E como!

Eu ainda havia defendido o Gil contra Augusto Boal (numa época estranha em que esse GT aqui tinha uma coluna no JB e Gil sofreu ataques do autor do Teatro do Oprimido, sei lá… algo no estilo de “você sabe piar bem, mas….”). Eu, violentamente, defendi nosso hoje “ex”.

Mas Gilberto Gil ODEIA ser defendido assim como ODEIA ser atacado. Ou seja: o homem, inteligentíssimo (e cujo talento não precisa nem entrar em discussão), não gosta de ser julgado: sorry! A vida.

Lembro-me como se fosse ontem: eu estava na tenda especial montada na Rocinha onde Gil iria dar um show. Foi um fracasso. Caetano e Paulinha, Junior e eu, conversávamos sobre algo que não me lembro – quando Lula havia ameaçado anunciar a candidatura de Gil. Repórteres para todo lado se atropelando. Gil saindo de uma van como Greta Garbo: “Não sei de nada, me dêem óculos escuros (era de noite), não, não, não…” (e entrou correndo na tenda!).

Dias depois: No Jardim de América, subúrbio carioca, num show do Afro Reggae, indo de uma tenda pra outra, o próprio Caetano já dizia: “Gil está impossível! Virou ministro! Não fala mais com ninguém.” Mas Caetano dizia isso naquele tom macio, suave e carinhoso de sempre: minutos depois, os dois estavam se apresentando para uma multidão!

Ministério da Cultura? Nesse Brasil de hoje? No lo creo!

Depois que Paulo Autran e muitos ícones do teatro foram insultados pelo hoje ex-ministro por serem “elitistas” (como se ele, o compositor – cantor REI, como se considera,ao se apresentar em Tókio, Paris ou aqui no Carnegie Hall a 125 U$ não fosse!!! Ha ha!). Pergunto-me se o Brasil realmente precisa de um Ministério da Cultura! Acho que não! Pra quê? Pra empilhar projetos? Deixá-los na poeira? Ou favorecer os amiguinhos?

Sergio Mamberti está lá, do seu lado: se ele fosse nomeado seria o máximo! Taí um verdadeiro HOMEM da Cultura. Mas não será. Fica esse Juca. E nada muda! E tudo caduca!

Talvez seja o caso de se voltar mesmo para EDUCACÃO!!!!!  Um ministério da ALFABETIZACÃO!!!!!

Andrzej Dudzinski, ilustrador, pintor e teatrólologo polonês, de Varsóvia, é meu amigo faz (uhhhh) quase 30 anos. Fazíamos parte do time que ilustrava a OpEd page do New York Times, dia sim, dia não. Hoje está  de volta à Polônia e nos fins de semanas ele me previne: “vou estar fora do ar: estou indo para a colônia de artistas à uma hora e meia de Varsóvia, no meio do campo, árvores e tal….” Que luxo! Isso antes da Polônia se juntar à Europa Unidamente Desunida!

Fico pensando na história triste da Polônia e como o Andrzej fugiu da ditadura stalinista, pré-Jeruzelski, pré-Soldarienosk, pré-Lech Walesa (o Lula de lá, que deu certo) e….

“se dedicar a carreira de compositor e cantor”, como Gil afirma….

Assim como o resto poderia ser o Silêncio de Hamlet decretado por Fortinbras, a caminho da Polônia (olha, como tudo não é um acaso!).

E, como em alguns acasos, o negócio mesmo é ARRUINAR o que já não andava muito bem.

Gerald Thomas

Obrigado Vampiro na correcao e edicao do texto, as always!

PS: nao posso dizer que estou “isento de Gil” na minha vida.  Minha cia de teatro foi produzida, em Salvador pela GG producoes artisticas em 1990. M.O.R.T.E. (Movimentos Obsessivos e Redundantes pra Tanta Estetica) era o espetaculo: nao vou entrar em detalhes.

PS 2: ele foi muito gentil comigo logo apos a estreia do show “Sorriso do Gato de Alice” que fiz pra Gal em 94 (muitas musicas de Gil). Ele, pela 1  e unica vez, me deixou um recado carinhoso naquelas secretarias eletronicas que haviam antigamente: com K7 e tudo.

PS 3: EDITORIAL da FOLHA de S Paulo de 1 de AGOSTO:

“POUCO PUBLICO”

Pouco público

INFELIZMENTE , a notícia de que Gilberto Gil deixa o Ministério da Cultura parece dizer mais respeito ao chamado “jornalismo de celebridades” do que aos assuntos de Estado. Grande parte desse efeito se deve, como não poderia deixar de ser, ao seu renome como artista e ao magnetismo de sua personalidade.
Ocorre que um dos principais méritos de Gilberto Gil foi justamente o de emprestar sua própria visibilidade midiática a um ministério cronicamente sem verbas e sem presença nas prioridades do governo.
A perene carência orçamentária não é a única justificativa para a inação do Ministério da Cultura. Em questões de grande importância, como a da Lei Rouanet e a dos direitos autorais, Gilberto Gil procurou movimentar o debate, sem poder traduzi-lo em propostas concretas de transformação.
São notórias, a esta altura, as distorções criadas pela atual legislação de incentivo à cultura. Apoiaram-se, com os recursos do contribuinte, projetos que teriam condições de se sustentar sem subsídios. A população carente de ofertas culturais e as instituições formadoras de talentos ficaram de lado.
É que as necessárias correções na Lei Rouanet -instrumento que tem a grande virtude de conter o aparelhamento político da cultura- esbarram tanto numa falta de real interesse político do governo para implementá-las, quanto no excesso de interesses, muito reais, dos setores que se beneficiam do sistema em vigor.
Refletem-se com isto, na verdade, as clássicas dificuldades em encarar o acesso à cultura, sua preservação e fomento, como uma questão de natureza pública, que transcende tanto as pressões corporativas quanto as tentações do dirigismo estatal.
Gilberto Gil pôde dar “publicidade” à pasta da Cultura. Não foi o suficiente, todavia, para colocá-la de fato como parte atuante do serviço público brasileiro.

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