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Revista CARAS 27/10/2011 (Ed. 938, Ano 18) – Atentado às torres marca o diretor teatral Gerald Thomas

No Castelo de CARAS, a 40 minutos de New York, o diretor de teatro lê obra do escritor François Rabelais.

No Castelo de CARAS, a 40 minutos de New York, o diretor de teatro lê obra do escritor François Rabelais.

Gerald Thomas em seu quarto no castelo de CARAS

Gerald Thomas em seu quarto no castelo de CARAS

Gerald Thomas no bosque do castelo de CARAS

Gerald Thomas no bosque do castelo de CARAS

Café no castelo de CARAS

Café no castelo de CARAS

Passada uma década, o diretor teatral Gerald Thomas reflete sobre efeitos da tragédia vivida de perto.

Uma pilha de livros sobre o escritor francês François Rabelais (1494-1553). Dois celulares ao alcance da mão. No laptop aberto sobre a mesa, sites de jornais e blogs. No Facebook, ele responde a diversas mensagens de amigos e seguidores. Tudo ao mesmo tempo. É assim que o diretor teatral Gerald  Thomas (57) gosta de estar: imerso em informação. No Castelo de CARAS, em Tarrytown, próxima a New York, onde há dez anos ele presenciou o atentado terrorista que derrubou as Torres Gêmeas, o dramaturgo relembra a experiência de viver a tragédia que viu acontecer da janela de sua casa. Ainda hoje ele sofre de problemas respiratórios e psicológicos decorrentes do episódio. “Essa voz de fumante que você ouve não é de cigarro, é resultado dos asbestos, as partículas de poeira de construção, que respirei na noite em que trabalhei no Ground Zero. Os escombros queimaram por dias, a fumaça era terrível”, diz Thomas. “Se eu não tomar Rivotril, entro em pânico. Todo dia olho para o remédio e digo que não vou tomar, mas, meia hora depois, tomei”. Foram 21 dias sem dormir trabalhando nos escombros como voluntário.

As cenas da catástrofe e suas impressões deram origem às peças Throats e Gargólios, a primeira montada em Londres e a segunda no Brasil. O cenário dos espetáculos remete aos escombros dos prédios. No texto, a impessoalidade do mundo digital é um dos temas refletidos, mas Gerald faz mea-culpa. “Quando encontro com o Philip é uma vergonha, fica cada um no seu celular ou na internet”, diz Thomas sobre Philip Glass (74), que assina a música de vários espetáculos seus. Também não se furta a comentar trivialidades, como sobre a última vez em que tingiu os cabelos e deixou tempo demais. “Só lembrei ao sentir o cheiro de formol”, conta, de fios mais negros que de costume.

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