Monthly Archives: November 2017

Fernanda Montenegro (parte 2) Muito emocionada após DILUVIO, no meu camarim.

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Fernanda Montenegro (ontem no teatro SESC – Anchieta, antes de Diluvio, conversando): “foi assim que tudo começou”

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Fernanda MONTENEGRO VISITA “DILUVIO”

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November 27, 2017 · 10:58 am

Portrait of an artist / activist as a young woman (o retrato de uma artista / ativista quando jovem): Adriane Gomes!

Adriane Gomes

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A FANTASTICA cronica falada no rádio por Arnaldo Jabor sobre Diluvio aqui, em texto

Para além das pecinhas românticas ridículas e de musicais mambembes que lotam os teatros de São Paulo, está em cartaz uma peça do dramaturgo e diretor Gerald Thomas, que é um furo no tempo de hoje por onde lembramos o que o Grande Teatro pode ser. Chama-se “Dilúvio” e é um desesperado delírio poético sobre o nosso tempo com gosto de apocalipse. Isso. Com o mundo dominado por dois psicopatas, o porquinho Kim e o canalha Trump, estamos talvez vendo um antigo desejo, uma pulsão de morte que há na humanidade como há também nas pessoas. A fome da morte é forte. A matéria quer morrer, quer o sossego do nada como profetizou Freud. De um mundo infestado de ódio e de mentiras, surge a idéia do suicídio. Isso. O suicídio é um ato de quem teve informações excessivas, insuportáveis para o seu cérebro processar. O suicídio é o pavor de viver sem certezas. Ninguém tem mais onde se agarrar. Nem a Deus, nem ao diabo. A peça “Dilúvio” retrata o intenso agora como prenúncio de uma Terceira Guerra. Estamos com fome de algum acontecimento real e até a Guerra pode ser uma busca de concretude. Já se faz nos Estados Unidos, no Pentágono até  a contabilidade de quantos mortos haveria na Guerra da Coréia contra os Estados Unidos. Já existe uma curiosidade perversa, um desejo de ver a grande tragédia. No entanto, o que interessa é que a peça é um alívio, não só porque paramos de ver o lixo da cidade durante duas horas, como porque vemos que a desgraça não apagou a imensa criação de beleza plástica e de beleza bailarina mesmo sobre a finitude do mundo. Gerald é também um coreógrafo. No palco, vemos um bailado flutuante, voejando, compondo as imagens mais poéticas e inquietantes do que temos visto e vivido. A peça é o melhor espetáculo dos últimos tempos aqui. Vejam “Dilúvio” para se lembrarem daquela coisa esquecida chamada Grande Arte.

Arnaldo Jabor

Radio CBN

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Lindíssimo email de Raquel Zepka sobre Diluvio !

Olá Gerald.

Estive lá na sua linda estréia e na sessão do dia seguinte também…e eu permaneci com um Dilúvio entre as mãos.

Sou quieta, tímida, mas sim, dentro de mim ocorrem explosões.Eu não deixo de sentir uma violenta vontade de chorar ao lembrar dos gritos das crianças que nunca mais encontrarão seus pais novamente, ou ainda, de pensar na brutal solidão do artista, que em meio ao sexo, a morte, a intolerância de tempos sombrios, abre luz entre os escombros. AMOR. DESPEDIDA.SOLIDÃO.RAPE. MURDER. VIDA. VIDA? VIDA!
A incrível orquestração dos elementos de cena, a presença, a intensidade de seu elenco em meio a uma polifonia que não me deixou sair ilesa… fui bombardeada!

É você, sua genialidade que me corta profundamente e ao mesmo tempo, me faz querer viver.Viver o Teatro como se fosse a última vez, cada vez.
Dilúvio me fez despencar em um lugar não asfaltado, em ruínas de solidão.Me dei cara a cara com minha impotência diante das atrocidades do mundo.SOLIDÃO.
Eu sei que eu sou uma mulher jovem, em um canto, que viu ainda muito pouco da vida. Mas essa mancha escura que a solidão deixa no peito, eu a reconheço.

Eu também pedi UM POUCO DE AMOR! ME TIRA DESSA SOLIDÃO!
Nesse seu Dilúvio, percebi também que é nesse violento caos, nessa Babel onde falamos línguas que não se reconhecem, que há uma possibilidade, a da renovação, da vida que brota entre a destruição.

Você nos leva à morte e nos dá a vida, cheia de som, de dor, de humor.AMOR.
É você, o artista se expondo, com as veias abertas, rindo das necessidades “aristotélicas” dos espectadores em criar uma forma de ler sua obra; chorando a escuridão das perdas; mostrando espetacularmente sua história.

Obrigada por tudo. Obrigada por essa dor que me faz continuar acreditando nessa estrada tortuosa, escura e maravilhosa do Teatro.

Eu estou com você, distante, quieta, mas com um Dilúvio entre as mãos.

Com muito amor,

Raquel Zepka 

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Headline do Jabor ! :)

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November 20, 2017 · 8:33 pm

FANTASTICA critica de Arnaldo Jabor – CBN – DILÚVIO.

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VEJA SP – Dilúvio (em papel, revista)….por Dirceu Alves Jr

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November 19, 2017 · 6:53 pm

Ilustrada – Folha de S Paulo – Critica DILUVIO

 

DILÚVIO
QUANDO qui. a sáb., às 21h, dom., às 18h; até 17/12
ONDE Sesc Consolação, r. Dr. Vila Nova, 245, tel. (11) 3234-3000
QUANTO R$ 12 a R$ 40; 18 anos

“Dilúvio” é um exemplo do que colocou Gerald Thomas em destaque na cena teatral brasileira da década de 1980 e início de 1990.

Thomas foi um dos que levaram mais longe os pressupostos da encenação moderna naquele momento. Seguindo este caminho, o palco de “Dilúvio” é como uma tela tridimensional sobre a qual ele inscreve a sua criação.

Cenografia, iluminação ou a música não são elementos laterais para ilustrar ou dar a ver determinado texto ou discurso anterior. São a matéria-prima do gesto criativo imagético realizado pelo encenador.

Também o trabalho de atuação faz parte deste material manipulável pelo gênio criador. Ao mesmo tempo em que a movimentação aérea das atrizes sugere ampla liberdade espacial, os cabos que as sustentam fazem lembrar cordas de marionetes. Seus movimentos são rigorosamente controlados para compor a série de quadros fluídos que caracterizam o espetáculo.

Mesmo a atriz Maria de Lima, que parece ter um pouco mais de autonomia no espetáculo, é vista por Gerald Thomas como sua “voz na peça”, seu “real alter ego”. Em determinada cena, ela é inclusive dublada pela voz dele em off, ressaltando a associação direta entre ambos.

Os expedientes modernos que alçam o encenador a artista central e coração criativo do espetáculo não parecem ser o bastante para Gerald Thomas. Ele necessita reiterar obsessivamente sua primazia criativa. Então entra em cena. Torna-se uma espécie de maestro. De costas para o público, fazendo acompanhamento sonoro, ele rege o andamento e a intensidade da apresentação.

Também entra em cena para iluminar passagens com uma pequena lanterna, além de assistir do palco boa parte da peça, explicitando sua própria reação ao que acontece.

A peça torna-se ostensivamente autorreferente. Em texto no programa da montagem, o assistente de direção afirma: “Todos os atores representam Gerald Thomas”.

Apesar de “Dilúvio” indicar temas amplos como Donald Trump e a iminência de uma guerra apocalíptica, ou a perda de referenciais no tempo da pós-verdade, fake news etc., a verdade é que esse universo temático está sempre a reboque do próprio Gerald Thomas, cujos dilúvios criativos e posições sobre tudo aquilo tornam-se o verdadeiro tema do espetáculo.

Não por acaso, fragmentos da relação dele com a mãe, tormentos e impasses do artista neste mundo caótico etc. se sobrepõem no decorrer da peça às imagens da catástrofe civilizatória em que nos metemos. É um retorno perpétuo a ele mesmo.

Tudo se transforma em espelhos que refletem o encenador. O espetáculo fica, enfim, reduzido à celebração de seu próprio gesto criativo. 

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Critica de Miguel Arcanjo Prado – UOL – Gerald Thomas faz de Dilúvio uma obra genial

Crítica: Gerald Thomas faz de Dilúvio uma obra genial

16/11/2017 18h24

Gerald Thomas entre as atrizes de “Dilúvio”: profecia do nosso caos, novo espetáculo é uma obra genial – Foto: Roberto Setton/Divulgação

Por Miguel Arcanjo Prado

Muito se diz ou se opina sobre Gerald Thomas, muitas vezes por gente que sequer conhece algum de seus espetáculos. Afinal, sua forte personalidade tornou-se uma lenda viva do teatro brasileiro e do jornalismo de celebridades também, mesmo em seu extenso autoexílio nova-iorquino.

Contudo, uma coisa realmente é verdade nesse mar de disse-me-disse: goste-se ou não dele, Gerald Thomas é um grande artista

E, aos 63 anos, sua sensibilidade se revigora altamente potente em sua mais nova peça, a apocalíptica “Dilúvio”, em cartaz no Teatro Anchieta do Sesc Consolação, em São Paulo.

A peça fala da impossibilidade de nos comunicarmos com quem nos é diferente, incentivada cada vez mais pelas bolhas das redes sociais, o que provocará nosso fim na eclosão da apocalíptica 3ª Guerra Mundial.

Assim como Zé Celso anteviu a queda de Dilma Rousseff e a volta de um pensamento fortemente conservador e fascista no Brasil na peça “Walmor e Cacilda 64: Robogolpe”, de 2014, em “Dilúvio”, Gerald Thomas parece ter, para nossa infelicidade, a mesma capacidade premonitória que paira sobre a cabeça dos grandes artistas.

Thomas enxerga nesta era de mentiras fortemente conectadas e difundidas instantaneamente o fim de nossa civilização.

As fake news, série de inverdades espalhadas facilmente pelas redes sociais e que ajudaram a eleger gente como Donald Trump nos EUA, são o ponto de partida da encenação.

Isso dialoga fortemente com o momento pré-eleitoral atual brasileiro, onde a censura põe novamente suas garras de fora, demonizando artistas, enquanto as fake news, infelizmente, se impõem cada vez mais sobre as massas, dando status de “mito” a quem vocifera o ódio e o horror.

“Dilúvio” pode ser vista em São Paulo até 17 de dezembro no Sesc Consolação – Foto: Roberto Setton/Divulgação

Em “Dilúvio”, Gerald Thomas provoca o espectador a refletir diante das imagens caóticas e ao mesmo tempo oníricas que propõe, fazendo referências às minorias cada vez mais atacadas.

Quanto tempo ainda nos resta de civilização? Estamos todos caminhando em silêncio para a barbárie sem sequer resistirmos? Será que, de tão separados em nossas bolhas sociais digitais, não mais conseguimos conviver na vida real com as diferenças, com o outro que não é igual a mim?

Beleza plástica irrepreensível e elenco afinado

Senhor absoluto de uma beleza plástica irrepreensível, na qual a luz de Wagner Pinto dialoga constantemente com sua sofisticada cenografia, o diretor e dramaturgo se posta no canto do palco, de costas para o público, onde executa parte da envolvente trilha co-criada com Mauro Hezê, seja utilizando um instrumento percussivo ou um contrabaixo elétrico.

Sua presença física é uma performance que apresenta o diálogo como nossa única saída.

Em grande atuação, a atriz portuguesa Maria de Lima, como uma personagem travesti que é o fio condutor da montagem, busca incessantemente regar inférteis guarda-chuvas que, em outros momentos, servem de escudo contra a tempestade impiedosa.

Ana Gabi, Beatrice Sayd e Isabella Lemos também se destacam no elenco afinado, pela delicadeza e força de cada movimento ou fala. A elas soma-se a figura de André Bortolanza, assistente de direção e também em cena. É preciso elogiar a preparação corporal de Daniella Visco, fundamental neste espetáculo.

As bailarinas Lisa Giobbi e Julia Wilkins também entregam-se sem medo à proposta ousada do diretor e captam o coração do público em sua poesia aérea delicadamente coreografada.

Que o profeta esteja errado

O único desejo que fica é de que o profeta Thomas esteja errado em sua pregação cênica e que consigamos encontrar algum tipo de esperança por dias melhores.

Que a 3ª Guerra Mundial prevista por ele em seu espetáculo para daqui a três anos consiga ser abortada. Que o amor e o respeito ao próximo consigam o feito de sobreviver a este pérfido mundo contemporâneo.

Sem falsa modéstia, Thomas tem dimensão da potência de “Dilúvio” e utiliza, no próprio texto, a palavra gênio. Aos seus detratores pode parecer uma afronta ou um excesso de autoconfiança. Entretanto, àqueles mais sensíveis, os que conseguem respirar fundo e dialogar com seu espetáculo sublime, certamente hão de concordar que “Dilúvio” trata-se, realmente, de uma obra genial.

“Dilúvio” ✪✪✪✪✪
Avaliação: Ótimo
Quando: Quinta, sexta e sábado, 21h, domingo, 18h. 120 min. Até 17/12/2017
Onde: Teatro Anchieta do Sesc Consolação (r. Dr. Vila Nova, 245, Vila Buarque, São Paulo, tel. 11 3234-3000)
Quanto: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia); comerciários credenciados pagam R$ 12
Classificação etária: 18 anos

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Critica – VEJA SP por Dirceu Alves Jr

 

Por Dirceu Alves Jr. 

Dilúvio: Maria de Lima, Lisa Giobbi, Julia Wilkins, Ana Gabi, Beatrice Sayd e Isabella Lemos

Não espere do dramaturgo e diretor Gerald Thomas uma história mastigada, com início, meio e fim. No mínimo, haverá uma provocação ou aquela sensação de incômodo na saída do teatro. Em Dilúvio, o encenador, ausente dos palcos brasileiros desde a comédia Entredentes (2014), protagonizada por Ney Latorraca, não trai seus princípios. Pelo contrário, oferece ao espectador um conjunto de cenas de impressionante beleza plástica, em sua maioria coerentes com a proposta, que remete a um apocalipse iminente.

Uma narração em off avisa: daqui a mais ou menos três anos, a III Guerra Mundial será deflagrada, muito por causa do excesso de informações e notícias falsas em circulação na internet. A população, porém, não percebe o perigo e alimenta a intolerância. Representada pela atriz portuguesa Maria de Lima, a personagem central é um travesti errante, que testemunha brigas, estupros e raras demonstrações de carinho. Calejada, ela é uma sobrevivente do preconceito e deposita certa esperança no futuro, como nos momentos em que rega seu jardim na boca do palco.

 

 

Para construir imagens como essa, Thomas estreita de forma radical o diálogo com as artes visuais e a dança. As bailarinas Lisa Giobbi e Julia Wilkins esbanjam técnica em coreografias, a maioria aéreas, que reforçam a dramaturgia e, com lirismo, amenizam o pessimismo inicial. O encenador desenhou um fim do mundo em que a população é usada como munição e recorreu a temas pertinentes, como o feminicídio, a homofobia e a intolerância, para expandir a compreensão da obra. Assim, montou o melhor espetáculo desde Um Circo de Rins e Fígados (2005) e comprova que seu teatro é bem maior do que qualquer polêmica. As atrizes Ana Gabi, Beatrice Sayd e Isabella Lemos completam o elenco (120min). 18 anos. Estreou em 11/11/2017.

+ Teatro Anchieta — Sesc Consolação. Rua Doutor Vila Nova, 245, Vila Buarque. Quinta a sábado, 21h; domingo, 18h. R$ 40,00. Até 17 de dezembro.

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Fernanda Montenegro, Fernanda Torres, Zé Celso, Fagundes lendo e uma TORRENTE de emoções! VEJAM até o final. É LINDO o que a Fernanda diz (aos 88 anos de idade)

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Conversa com Dirceu Alves Jr. VEJA SP em 8 de novembro, 2017

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Blocked by Facebook for no reason. Bloqueado pelo Facebook sem razão aparente!

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November 14, 2017 · 4:14 pm

Coluna Monica Bergamo, hoje: 14 de novembro 2017

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November 14, 2017 · 3:32 pm

GERALD THOMAS CELEBRA ESTREIA AO LADO DA FILHA (MIGUEL ARCANJO PRADO)

 Gerald Thomas celebra estreia de Dilúvio ao lado da filha

13/11/2017 19h30

Gerald Thomas beija a filha, Mileny Santos, após estrear “Dilúvio” – Foto: Matheus José Maria/SescSP/Divulgação

Por Miguel Arcanjo Prado

O diretor Gerald Thomas chamou sua filha, Mileny Santos, ao palco para receber ao seu lado os fortes aplausos por “Dilúvio”, seu novo espetáculo.

A peça, repleta de imagens fortes e poéticas e que faz duras críticas às fake news e suas consequências no caótico mundo contemporâneo, foi fortemente aplaudida pelo público. A estreia foi na noite deste sábado (11), no palco do Teatro Anchieta do Sesc Consolação, em São Paulo.

No elenco estão Ana Gabi, Beatrice Sayd, Isabella Lemos, Maria de Lima, Lisa Giobbi e Julia Wilkins. Thomas passa boa parte da peça no palco, executando ao vivo parte da trilha sonora.

Ao fim da peça, Thomas ainda pediu a Danilo Santos de Miranda, diretor regional do Sesc em São Paulo, que discursasse da própria plateia. Miranda tomou a palavra e elogiou a obra, afirmando que, mesmo com o caos apresentado, ela trazia esperança em um momento tão complicado do país e do mundo.

“Dilúvio” pode ser vista toda quinta, sexta e sábado, 21h, e domingo, 18h, até 17 de dezembro, com entrada a R$ 40 a inteira, R$ 20 a meia e R$ 12 para credenciados do Sesc. O Sesc Consolação fica na r. Dr. Vila Nova, 245, em São Paulo.

Blog do Arcanjo do UOL esteve na estreia e mostra como foi.

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Movimentação no Teatro Anchieta pouco antes de a peça começar – Foto: Matheus José Maria/Sesc SP/Divulgação

Gerald Thomas é fortemente aplaudido após a estreia de “Dilúvio” – Foto: Matheus José Maria/Sesc SP/Divulgação

Gerald Thomas divide os aplausos com sua filha, Mileny Santos, o que comoveu a plateia – Foto: Matheus José Maria/Sesc SP/Divulgação

Gerald Thomas conversa com o público após os aplausos – Foto: Matheus José Maria/Sesc SP/Divulgação

Gerald Thomas recebe Danilo Santos de Miranda no camarim – Foto: Matheus José Maria/Sesc SP/Divulgação

O ator Diogo Pasquim, o diretor Gerald Thomas e um amigo – Foto: Matheus José Maria/Sesc SP/Divulgação

Maria de Lima, estrela da peça “Dilúvio”, recebeu o abraço no coquetel de Nuno Leal Maia e de sua mulher, Mônica Camillo – Foto: Matheus José Maria/Sesc SP/Divulgação

Gerald Thomas celebra estreia com a equipe do Sesc, entre eles o diretor regional Danilo Santos de Miranda e o gerente do Sesc Consolação, Felipe Mancebo – Foto: Matheus José Maria/Sesc SP/Divulgação

A atriz Bete Coelho deu entrevista na porta do Sesc Consolação – Foto: Matheus José Maria/Sesc SP/Divulgação

O jornalista Miguel Arcanjo Prado, blogueiro do UOL e crítico da APCA, e a psicóloga Viviane Pistache – Foto: Matheus José Maria/Sesc SP/Divulgação

A atriz Arieta Corrêa também prestigiou a estreia – Foto: Matheus José Maria/Sesc SP/Divulgação

O ator Nuno Leal Maia prestigiou a apresentação – Foto: Matheus José Maria/Sesc SP/Divulgação

 

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DILUVIO – short video (film)

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“Isto É” Magazine – (glory after glory)

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November 12, 2017 · 11:18 am

Guia da Folha – ! DILUVIO !

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November 11, 2017 · 4:10 pm

Folha de São Paulo – ILUSTRADA – Estreia. Hoje 11 de novembro.

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Video containing professionally captured images of DILUVIO (Video profissional de DILUVIO)

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O GLOBO – Dilúvio –

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November 10, 2017 · 9:38 am

Revista Época – DILUVIO – Por Edward Pimenta

http://epoca.globo.com/cultura/noticia/2017/11/terrorismo-intolerancia-e-fake-news-inspiram-diluvio-de-gerald-thomas.html

Cena de "Dilúvio", nova peça de Gerald Thomas que estreia em São Paulo (Foto: Divulgação)Cena de Dilúvio, nova peça de Gerald Thomas que estreia em São Paulo (Foto: Ramón Vasconcelos)

Globalização, terrorismo, comunicação digital em rede, recrudescimento de sentimentos nacionalistas, intolerância, a eleição de Trump e o derretimento do conceito de verdade nas redes sociais são o pano de fundo do espetáculo Dilúvio, que o autor e diretor Gerald Thomas leva ao público paulistano neste sábado (11/11), no Sesc Consolação.

A narrativa se desenrola em um cemitério de guarda-chuvas quebrados em que predominam o clima de terra arrasada, tormenta e lama. Ao longo de duas horas, o elenco composto de seis atrizes e o próprio Gerald Thomas contam uma história de guerra, aniquilamento, sexo e violência.

>> Gerald Thomas relembra tentativa de suicídio

Em comparação aos espetáculos de sua lavra recente, como Gargólios(2011) e Entredentes (2014), a produção de Dilúvio é mais elaborada e complexa – reforçam a impressão o competente balé aéreo executado pelas performers americanas Lisa Giobbi e Julia Wilkins e os efeitos visuais esculpidos em luz e telas translúcidas.

Há mais música e menos texto do que o habitual; em certo sentido, remete a Mattogrosso (1989), célebre parceria de Thomas com o músico americano Philip Glass. O texto, aliás, é quase todo entregue pela sempre energética atriz portuguesa Maria de Lima, na pele de um travesti que dispara ironias, vitupérios em alemão e eruditas considerações sobre Chaucer, Bernard Shaw e Thomas Beckett.

Em todas as culturas, o mito do dilúvio é a narrativa da grande inundação enviada por uma divindade para destruir a civilização. Aparentemente, o dilúvio de Thomas é causado pela deflagração da Terceira Guerra Mundial a partir de um tuíte de Donald Trump.

“A mídia e as redes sociais promovem um estado de pânico permanente nas pessoas. O pânico move a economia”, explica Thomas, referindo-se ao caos produzido pela torrente de informação deturpada no mundo digital.

“Temos mais três anos pela frente. Três anos. Little Rocket Man.” E foi assim que começou a Terceira Guerra Mundial. Ele pegou um iPhone e tuitou “sad”, “bad”, “fire”. E nesse “fire” leu-se fake news e explodiu tudo. Mas a explosão era fake”, diz o autor na narração em off ouvida reiteradamente ao longo do espetáculo.

No mesmo cenário de desesperança alternam-se cenas de sexo grotesco e um sublime número de amor e violência em dança aérea, ao som da canção “Out of control”, dos Stones, na voz da cantora angolana Vivalda Dula, um dos pontos altos do espetáculo.

Em uma passagem inspirada na novela Na colônia penal, de Franz Kafka, uma performance de sexo selvagem acontece em cima do instrumento de tortura usado para escrever com agulhas de ferro sobre o corpo do condenado. Tudo ao som de “Hurt”, obra-prima de Johnny Cash, em uma versão pungente da banda Nine Inch Nails.

Serviço
Teatro Anchieta – Sesc Consolação. Rua Dr. Vila Nova, 245, Vila Buarque, São Paulo (tel. 11 3234-3000). Lotação do teatro: 280 lugares. De 11 de novembro a 17 de dezembro, de quinta-feira a sábado, às 21 horas, e domingo, às 18 horas. R$ 40 (inteira), R$ 20 (meia-entrada: estudante, servidor de escola pública, +60 anos, aposentado e pessoa com deficiência) e R$ 12 (credencial plena: trabalhador no comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes). Ingressos à venda pelo Portal sescsp.org.br e nas bilheterias do Sesc São Paulo. Não recomendado para menores de 18 anos.

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Hans Aschenbach – my dearest friend: THANK YOU FOR THIS !

 

“DILÚVIO” Premier in São Paulo 11, November 2017

I am disappointed this week not to be in Sao Paulo to be a part of what is sure to be a colossal and mind-blowing piece of theater. It is the baby of my mentor, my teacher and my friend, director Gerald Thomas. I have been fortunate to follow the production in its development and each time I see a work of Gerald’s I am transported to another level of theater, making me think sometimes beyond that which I am able to comprehend. Some view it as experimental because of the difficulties technically and the actors have to fearlessly push themselves to the edge of communicating. It isn’t avant-garde unless you have never been to modern theater and I as a matter of fact I will never be able to label Thomas’s work. Maybe for the time-being I’ll call it “Surgical Theater” because it cuts to bone. It seems that every time a new Thomas work is born he one-ups his last creation. “Diluvio” promises to be yet another one of his assemblies of dynamics with artistically compelling lighting and design which is one of the trademarks of his magnificent productions. The honest, in-your-face theater is a product of a genius stage writer. It is almost a given, knowing that Gerald Thomas has worked with some of the most prolific authors and artists in modern day theater like Samuel Beckett, Heiner Müller, Julian Beck and Philip Glass to name a few. Having read virtually every book and play he has written I know that “Deluge” will be riveting and relentless as well be in its clawing and scratching itself through pain, sorry, fear, as well as a host of emotions power-drilling the audience who sometimes find it so necessary to laugh, albeit usually a dark humor, but non-the-less forced to have that feeling of finally breathing. I think it is safe to say that nothing is ever the same. He seems to come up with horrifying seconds of stark imagery engulfed in a serene shell of beauty and poetry, Kind of like a luscious donut with a tabasco filling. Just when you think you are getting comfortable you are hit in the gut and knocked about. You don’t see this stuff when you are working with him because of the calming and loving almost fatherly way he gets you as an actor to jump out of your own skin and take on the universe with its ugly roaring head. It’s what we as artists discover about our own fears. That is power. That is intelligence. That is beauty and emotion. That is what theater is supposed to be about.
Seeing some of the rehearsals, DILÚVIO takes on these personas and dissects the instable life of the artist incarcerated in a contemporary present dependent and prostituted by new technologies and branded by daily information excess “via iPhone, iPad, iPod …” cushioning his senses, as well as contaminating his life and his creation. It is a production with different nationalities, styles, passions and last but not least, the addition of incredible suspension choreography developed by dancer and choreographer Lisa Giobbi. The scenes are more than captivating, they are more than mesmerizing…they are intimately perfect. 
My very favorite Portuguese actress Maria de Lima who awed me in Gerald’s “Entredentes” leads the cast as the controversial Santa Desgoogle of Misfortune. The character tries to save the world, sifting through this excess of information of hot and fake news. Actresses Ana Gabi, Beatrice Sayd and Isabella Lemos complete the group alongside American performers and choreographers Lisa Giobbi as well as the talented Julia Wilkins.
The show runs from November 11 to December 17, Thursdays to Saturday at 9pm, and Sundays at 6pm. SESC Theater in Sao Paolo, Brazil 

https://www.sescsp.org.br/programacao/137028_DILUVIO
Author and Director Gerald Thomas
Suspension Choreography: Lisa Giobbi
Movement Specialist: Julia Wilkins
Cast:Maria de Lima, Ana Gabi, Beatrice Sayd and Isabella Lemos

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A Kiss of passion (or the taste of ….)….

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Adriane Gomes fala sobre partes da sua vida …

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“A Conversão” – melhor texto de Guilherme Zelig !

Guilherme Zelig

A Conversão
Tudo começou com os ladrares insistentes e ininterruptos de um cão. Emílio, que já havia alimentado o animal e colocado-o para fora de casa, precisava descansar para o culto que ministraria na manhã seguinte. Era quase duas da manhã quando ele levantou-se, a pedido de sua preocupada mulher, para ver o que acometia e incitava os latidos do canídeo de estimação da família.
Desceu as escadas de casa irritado, sonolento, a munir-se de um taco de beisebol presenteado por um fiel da igreja pentecostal à qual era o líder religioso. Acendeu todas as luzes, a escutar os ainda insistentes latidos do cão, e dirigiu-se à porta dos fundos. Ao abri-la, sentiu-se enojado com o forte cheiro de uma substância que a princípio não sabia ele que era enxofre.
Fitou o cão completamente catártico, a ladrar com ímpeto a uma figura acuada, aos prantos, que exalava o insuportável cheiro de enxofre. Apesar do horror ao qual sentiu-se acometido, analisou o buraco formado em seu jardim e perscrutou minuciosamente aquele hominídeo, de pele felpuda e tez cornalina. O que mais espantava Emílio, apesar de fitar os cornos protuberantes e pontiagudos da figura, era que este estava aos prantos.
Num ímpeto de coragem, Emílio pigarreou – a não ter reação de chamar a polícia ou fazer qualquer outra coisa, pois sentir-se-ia mal por aquela aparente inofensiva criatura – e por fim pôs-se a falar:
– Quem é você? – inquiriu, mas ao não receber uma resposta imediata, endureceu o tom de voz. – Como veio parar aqui? Vá embora ou eu ligo à polícia!
A criatura levantou a cabeça, a revelar olhos escarlates, tenebrosos, mas úmidos de lágrimas. Estava a chorar copiosamente sobre aquele jardim de flores mortas, folhas secas e galhos quebradiços. Vislumbrou a assustada figura de Emílio, ainda inerte, impotente, sob um quinhão de dúvidas que trespassava sua face em direção a si. Ao recompor-se, começou a exprimir-se:
– Perdoa-me, nobre – começou, com uma voz rouca, diabólica, mas com suavidade na pronúncia -, sou o próprio Diabo, como pode ver. Ou Lúcifer, para os mais íntimos. O tinhoso para a maioria das pessoas, cristãs em sua boa parte, que desprezam tal criatura, feita também sob a imagem e semelhança do Criador de todas as coisas, a tratar-me como a mais desprezível das criaturas existentes. Sou eu quem debocho, ou melhor, corrijo-me: debochava, ao ouvi-lo, Emílio, em suas pregações.
Emílio sentiu um certo arrepio n’alma ao ouvir seu nome mencionado pelo Diabo. O próprio capiroto, alvo de tantos ataques e tantos maus adjetivos, ali estava prostrado no seu jardim, aos prantos, explicando-se.
– Ademais, em uma das prédicas, pus-me a ouvir o que disseste sobre a leitura do Livro. Fi-lo e apesar dos ataques todos à minha pessoa, sem direito a réplicas e tudo o mais, percebi o quanto a minha vida poderia mudar. Pela primeira vez em séculos de existência, senti-me atraído pelo Sagrado…
Até o cão se havia silenciado: incomodado com o odor da satânica figura, retirou-se à sua casinha sem mais barulhos para atormentar a vizinhança. A noite estava calma, havia um vento frio, silvante. Por conta disso, Emílio pediu-o para que entrasse e se acomodasse. Apesar de ser um líder cristão, pastor evangélico fervoroso que era, sentiu-se compadecido com os relatos do Capeta.
Deu-lho uma toalha e lhe pediu para que tomasse um demorado banho. Enquanto isso, acordaria e relataria à esposa o que estava a se passar ali.
– Um demônio em nossa casa? – disse ela, a saltar da cama, com os olhos arregalados.
– Sim, meu amor, mas compreenda… – tentou ele ponderar.
– Você está dizendo que o Pai da Mentira está a tomar banho em nossas habitações e me está pedindo para compreender? Você acha que é o quê? Um conto de Gógol? Acorda para a vida, Emílio – alterou-se ela.
Emílio estava preocupado se o Diabo ouvisse o que estava a dizer a mulher. Tentava acalmá-la, fazê-la falar o mais baixo possível, mas ela não parecia disposta a parar de falar alto. Explicou-a toda a situação e concluiu:
– Beatriz, pense o seguinte: imagine amanhã de manhã, na hora do culto, quando os fiéis estiverem na adstringência da fé, isto é, asseados todos com a presença do Espírito Santo na igreja quando, de repente, o pastor anuncia que alguém dará seu testemunho. Esse alguém que durante muito tempo pôs a humanidade em conflitos, em guerras. Maridos contra esposas, países contra países, pais contra filhos. O arquiteto da corrupção, da destruição, do caos terreno, das pragas, de todos os males que se nos acometem… Imagine, eis que o pastor Emílio anuncia que, diretamente do quinto dos Infernos, o Diabo vem dar seu testemunho e vem anunciar sua conversão em nossa igreja! Pense bem, depois da catarse, os dízimos. Amanhã há de chover dinheiro!
Os olhos de Beatriz brilharam. Até comida e repouso ofereceram ao Diabo. O pastor, em determinado momento, a perceber a brecha iniciada pela esposa, inquiriu ao tinhoso se ele pudesse dar seu testemunho e participar do encontro ecumênico na manhã seguinte.
– Certamente, meu amigo – replicou o Diabo, a limpar a boca. – Ademais, esta sopa está excepcional.
A esperada manhã chegou. A igreja estava abarrotada de gente e, para surpresa do público, o pastor havia adentrado pelas portas do fundo. Ouvia-se gente dizendo que o líder da igreja havia levado algum jogador de futebol, político ou alguém famoso. O burburinho ia aumentando e mais pessoas – que não eram tão assíduos à fé – iam chegando e preenchendo as cadeiras da igreja. Beatriz estava bastante alegre, disposta, a abraçar cada pessoa que adentrava os umbrais daquela congregação.
O culto que geralmente começava às sete e meia, fora iniciado às nove e trinta e sete daquele domingo ensolarado. O pastor começou o culto, pediu aos fiéis para que lessem algumas passagens do Novo Testamento – a quem estivesse munido o livro – e, em seguida, começou a anunciar o primeiro testemunho da manhã.
Depois de vários relatos, fez Emílio um discurso tocante, a deixar cada ouvinte boquiaberto, com os olhos umedecidos, como se estivesse recebendo uma unção. Por fim, anunciou o Diabo – que subira ao altar completamente tímido, assustadiço, com frio na barriga. Respirava forte, a demonstrar-se bastante preocupado.
Sob vaias e xingamentos, começou seu discurso bastante emocionado. Várias pessoas começaram a se levantar e ir. Outras, mais tolerantes à presença de quem ia, no passado, contra os princípios cristãos, queriam ouvi-lo para poderem, a posteriori, em jantares de família, dar sua opinião.
A presença do Diabo naquela igreja na periferia de São Paulo causou um rebuliço: vídeos na internet começaram a circular. Logo, a imprensa brasileira em peso acampara em frente à casa do pastor onde se hospedara o Diabo.
– Ele não quer dar entrevista – dizia Emílio, a tentar ultrapassar os jornalistas e cinegrafistas todos.
Nunca noticiou-se tanto sobre uma única figura. Houve um concílio ecumênico entre pastores, padres, rabinos, entre outros, para que discutissem a vinda dessa malquista criatura às terras tupiniquins. O Vaticano emitiu uma nota a alegar que mandaria padres exorcistas ao Brasil para uma charla com o demônio. Ademais, ponderou que recusaria aceitar desprezível figura na Santa Igreja – mesmo a estar convertida.
Atos de terrorismo, vandalismo, roubos, intolerância e tudo o mais começaram a acontecer em massa após a chegada do Diabo.
– Eu não tenho nada com isso – disse ele, a assistir à telenovela. – Não presido mais o Inferno.
Um sistema de seguranças teve de acercar a casa do pastor, pois os antigos fiéis agora queriam a cabeça não só do Diabo, mas também de Emílio. Este desesperara-se.
– Acalme-se, Emílio – redarguiu certa feita o Diabo -, estes certamente encontrar-se-ão com meus subalternos.
– Não posso mais, Satanás – choramingou o pastor. – Eu te acobertei, te acolhi, te iniciei na fé cristã, mas não aguento mais! Estão todos contra nós! As pessoas são mesmo intolerantes, mesmo a se dizerem cristãs. Falam tanto em perdão, que todos somos iguais e semelhantes, que para Deus ninguém é mais ou menos que ninguém, e tratam-nos desta forma. Suplico-te: volte ao Inferno! É melhor que esta merda toda aqui…
– Eu não posso, pastor – disse o Diabo. – Não conseguirei nunca voltar aos Céus!
– Os Céus devem ser lotados de gente, com filas e tudo o mais – disse o pastor. – Imagine a quantidade de gente que se arrependeu de todas as barbaridades e atrocidades feitas em terra antes de morrer… Hoje moram no Paraíso e devem estar transformando-o em um lugar como este.
– É verdade – pensou bem o tinhoso. – Se na época em que rebelei-me e desci já era meio caótico, agora deve ser pior. Diziam meus subalternos que Marquês de Sade e Safo de Lesbos começaram a dar festas bacantes sem a permissão do Divino…
Pôs-se a rir e percebeu que a maldade ainda residia em seu coração. Cogitou que poderia ter-se equivocado. Ter sido sim tocado pelas palavras bíblicas, mas que estas não lhe foram suficientes para mudar-lhe a essência.
Agradeceu muito a Emílio e Beatriz pela hospedagem, a assegurar-lhe que, se quisessem, havia-lhes lugares e cargos disponíveis nas repartições do Inferno, e retirou-se pelas portas dos fundos, a volver pelo buraco ao qual havia feito para subir, e tornou a sentar em sua poltrona.
Mesmo durante o período cristão do Diabo, a humanidade continuou a cometer atrocidades. Muitos fiéis de Emílio, a maioria intolerante que esbravejara com a presença do Capeta, tornaram a se encontrar com o Pai da Mentira.
Guilherme Zelig
São Paulo, Brazil

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Sobre “mulheres” (trecho do meu livro: “Encenador de Si Mesmo” (editora Perspectiva :1996)

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