Monthly Archives: January 2009

Stop The Bleeding + Gerald Thomas faz palestra em NY

STOP THE BLEEDING 

CHEGA DE SANGUE

New York – Que loucura! Sento aqui numa Terca-feira de manhã e penso que já passou uma semana desde que o Presidente Barack Obama estava lá no Capitolio, alguns minutos passados de meio dia, mão sobre a bíblia e: Pimba! O mundo se mexeu, lágrimas de alegria e ondas de calor contagiaram o planeta.

No entanto, algumas poucas mínimas pessoas no mundo continuam discutindo “se” Obama isso ou “se” Obama aquilo: ora bolas! Ele é e pronto! Será que alguns mortos vivos estão mais mortos do que vivos? Que chatice!

Ontem à noite foi ao ar uma entrevista exclusiva pela TV Al Arabiya em que Obama fala claramente sobre o caminho louco e nada lúcido que Israel e os Palestinos estão tomando nessa constante guerra sem fim. Falou também que o plano dos Saudis tem um prazo (aliás, era uma vez uma aliança entre a dinastia Bush e os Saudis)  e ele está se esgotando e que é melhor voltar para mesa de negociações!

Jobs. Foi o PIOR dia no mundo dos JOBS! Não do Steve Jobs (talvez no dele também), mas no plano de empregos: 70 mil empregos se foram, bem, pra cucuia hoje neste país! Mais 70 mil desempregados graças às administrações anteriores e uma economia cuja moradia tinha o endereço fixo: nos 7 pecados capitais.

Enfim, de volta à semana passada (túnel do tempo): Fechando Guantânamo e dizendo na cara de Bush que “aqui na América não se torturara mais”. Que mensagem essa! Quer dizer: então “se torturou!” Então admite-se que torturaram. 

Isto, em si só, já é um passo. Mas quem ainda tem ‘reservas’ quanto ao fechamento do pedaçinho da ilhota Cubista, ou se torna um cidadão americano ou afaste de mim e se cale-se! “Ah, não seja tão cínico! Todo mundo tem o direito de opinar! ” E tem mesmo. Mas as besteiras que são ditas…”vão direto se aliar a Al Qaeda…”, dizem vozes do além.

Não, não vão! Quando a gente lê essas bobagens, essa ‘nivelagem de tabloide’ geralmente nao vem de consultores como o Peter Bergen. O Bergen é o maior especialista em ‘counter intelligence’ e já teve o desprazer de sentar numa toca com o Bin Laden. Sabe tudo. E mais! Segundo pesquisas dele (aliás nada mais do que mero senso comum), não existe essa “lenda” dos caras (ex-terroristas) simplesmente se juntarem novamente a grupos de onde vieram por um único e simples motivo (e é simples mesmo) :

Depois de tanto tempo sob ‘comando ou domínio americano’ esses sujeitos simplesmente seriam vistos como infiltrados e qualquer um, seja no Afeganistão ou no Paquistão, ou seja onde for, olharia para eles com uma tremenda desconfiança! ÓBVIO, não é?????? Pombas!

O mundo ainda tem mais pra Rush Limbaugh do que imaginei. Deus me livre! 

Quem é ele? Naveguem, meus queridos! Naveguem e vejam o tamanho do inferno republicano e seus vícios Oxy-Contin e outros dopaminadores! Ah, e falando em travessuras: O ex-reverendo Ted Haggard! Hetero CONVICTO e pego no flagra com outro homem e depois mais outro homem, e cheirando methanfetamin, seu império evangélico trilionário e republicano veio abaixo. Claro! 

Mas chamá-lo de gay, jamais!!! Jamais!!! Com ele e sua mulher a coisa tem que ser semântica, entende? É “same sex attraction”. Bem, perdeu tudo. Está procurando emprego. A filha da Nancy Pelosy (representante do Partido Democrata na nossa House) fez um documentário pro HBO sobre a boneca e, bem… vamos assistir com compaixão! Sim, faz UMA SEMANA que o mundo se livrou daquela imagem. Qual? A melhor mesmo, a melhor de todas naquela Washington DC (fora um lindíssimo sentimento “Woodstockiano”, sem a nudez ou as drogas ou a lama), foi a de um Dick Cheney saindo, indo numa cadeira de rodas: um inútil, um aleijado, um Hamm de Beckett, um canastrão, um Dr. Strangelove, um amputado! E nem Clov do lado tinha. Hamm tem que ter Clov do lado. Esse é o verdadeiro FIM DE JOGO!!! (Notem que Ham= presunto + Clove= cravo, quando um é enfiado no outro e entram no forno, dão uma bela refeição de Natal. Canastrão também está implicado e Clov deriva de Clown). Cheney, portanto, na posição do comandante aleijado por “caixas que movia em sua casa” (só faltava estar cego), estava na cerimônia como um mendigo clownesco amputado do meu dramaturgo predileto irlandês! I HAVE A DREAM… agora virou I’M LOOKING at REALITY and it’s GREAT!

Continuamos sendo um país de sonhadores. Mas aqui, ao contrário dos outros lugares, lutamos pelos sonhos com… todos os artifícios. Chega a ser kafkiano: 

Bernie Maddof é um dos lados criminosos da “coisa”. Somos todos sonhadores (sufixo: dores). E cometeremos os mesmos erros e acertos sempre, não? Sempre. É uma questão cíclica, ciclotímica, histórica, histriônica, natural, naturalista, representada, interpretada, diplomática, irada, irrigada, ironizada e, quem sabe, às vezes… um periodozinho de TRÉGUA!

 

Gerald Thomas

(cumprindo o contrato, batendo ponto e batendo no ponto!)

 

 

 

(O Vampiro de Curitiba na edição)

429 Comments

Filed under artigos, release

Washington: Faltam 3 horas + Carta para "Mileny" (8 anos): Ba-ROCK Obama

“Ba-ROCK Obama”

Carta para Mileny (8 anos)

Amor da minha vida,

Quando o ponteiro do relógio da sala da tua casa aí no Rio (ironicamente ela fica na Avenida Dr. Martin Luther King Jr.) apontar 3 da tarde, aqui em Washington DC estará sendo meio dia, o homem mais inteligente e glorioso deste planeta estará se transformando no nosso 44 presidente. O presidente dos Estados Unidos da América. Quem poderia pensar que isso aconteceria, mesmo há quatro meses atrás? Você , Mileny, está vendo (pela televisão) as filhas dele? Parecidas com você (só que você é mais linda, óbvio!) sempre de mãos dadas com a mamãe Michelle ou papai Barack? Bem, trata-se de uma longa história que começou com alguém que teve um sonho. E desde o sonho foi assassinado. Muitos foram assassinados, Mileny, para que esse dia de hoje chegasse e meus olhos não parassem de chorar e de pensar em você e no mundo em que você estará vivendo e no qual eu já serei uma espécie de passado.

Mileny: aos quase oito anos de idade você tem a linda sorte de se enxergar pequena, linda e negra, exibir esses cabelos de trancinhas e notar que todos olham pra você com enorme ternura e carinho. Mas, quando você estiver com seus 18 anos, talvez lerá essa carta em outra perspectiva e terá uma conversa em perspectiva comigo. No que você terá se transformado? Numa linda bailarina? Numa cientista? Numa médica ou filósofa? Nao importa. Ou melhor, importa sim, porque a mensagem que começou, essencialmente em 1963 quando um dos discursos mais COMOVENTES e mais ouvidos e mais imitados e mais INSPIRADORES da história da humanidade, “I had a Dream”, de Martin Luther King, nos foi “entregue” aqui nessa capital e nessas escadarias onde hoje bandas tocarão, pessoas tocarão… para comemorar seus quase 41 anos de seu… sim, assasinato.

Sim, Mileny: segregação racial. Ônibus para brancos e para negros. Bebedouros para brancos e para negros (que eu ainda peguei quando criança no mesmo Tennessee de Dr King). Ainda bem que você, meu amor, não sabe o que vem a ser isso.

Mas você certamente não notou, como tua mãe e tua avó notaram quando, naquela tarde de feijoada no último andar do Ceazar Park Hotel, no Rio no meio de dezembro passado, enquanto éramos cercados por olhares de brancos curiosos, como era estranho que “não cabíamos lá”. E realmente, como a tua mãe falou: “não cabíamos lá”. Por que será? O racismo camuflado no Brasil não deixaria revelar jamais um Dr Martin Luther King Jr? Será? Quero crer que sim. Mas, se isso não for possível e será difícil que surja, como surgiu, aqui, um Barack Obama. Mestrado pela Columbia e Harvard Universities, assim como sua mulher Michelle, a nova geração, a garotada afro americana ou simplemente ‘the black kids’ como a Oprah quer voltar a chamar e parar com essa coisa de Afro, agora vira uma página FUNDAMENTAL em sua história: percebe que não precisa mais se espelhar em atletas, como Michael Jordan ou Magic Johnson ou mesmo os músicos, como James Brown, Ray Charles, Stevie Wonder ou os milhares de rap ou hip hop que surgiram nas últimas décadas.

Agora o mais novo símbolo de “cool” é SER O MAIS inteligente e letrado e genial e culto político negro do mundo: e por quê? Porque entenderam that YES WE CAN. Sim, Mileny, A Gente Consegue!, Conseguimos se lutamos muito até conquistar a presidência dos Estados Unidos Unidos da América.

AMERICA IS BLACK AND IT’S PROUD.
AMERICA IS THE NEW BLACK

Mas chega de ufanismos!
Mas precisamos desse momento. E como!!!!!
Até a nossa cultura pop precisa.
Ah, Mileny, ontem foi feriado nacional: dia de Dr. Martin Luther King Jr. Sim, a nação inteira parou e se PREPAROU para hoje. E hoje? A nação acordou pra realizar, concretizar seu sonho de 45 anos atrás: ” I have a dream” se torna I AM HERE NOW !

Um dia, talvez, por interesse ou por pura preguiça, você me pergunte por que o Dr King escreveu uma carta da prisão de Birmingham e que ficou tão famosa (“Letter from a Birmigham Jail”). Talvez eu te conte, talvez os eventos avassaladores do tempo que nos atropelam me obriguem a te contar coisas de outros períodos. Por quê? Porque até lá, Barack Obama já terá (se deus quiser), dois termos inteiros de administração na Casa Branca e terá sido o mais revolucionário Presidente Americano desde Abraham Lincoln (que aboliu a escravidão em 1862). Quem sabe, daqui a dez anos, quando você estiver com seus 18, as palavras do sonho de Dr King, visto e ouvido por 250 mil pessoas aos pés do Lincoln Memorial, em 1963 com aquela estátua de dar arrepios Constitucionais e Democráticos dizia cantando de levantar cabelos:

“EU TENHO UM SONHO que um dia essa nação se elevará e viverá o verdadeiro significado do seu credo: que todos os seres são criados iguais.

E deixa a Liberdade tocar, soar. E quando ela tocar – e quando nos deixarmos que isso aconteça!- ela vai tocar em todas os vilarejos, em cada casebre, virá o som de cada estado e de cada cidade e seremos capazes de ACELERAR esse dia quando todas as crianças de deus – negros, brancos, judeus e góis, protestantes e católicos – e nos daremos as mãos e cantaremos as palavras daquele antigo ‘negro spiritual’: FREE AT LAST ! FINALMENTE LIVRES. OBRIGADO SENHOR, Thank God Almighty WE ARE FREE AT LAST”

Então Mileny, te escrevo isso na manhã do dia em que multidões esperam O MOMENTO mais IMPORTANTE da HISTÓRIA deste País. Te escrevo isso num momento em que duas milhões de pessoas se aglomeram na cidade para assistir a posse de um novo ídolo e presidente negro americano. E quero que você saiba quantas vidas isso custou, quanto de escravos ainda existe no mundo, de adultos e de crianças e quanta miséria humana acontece enquanto te escrevo com lágrimas nos olhos porque uma coisa eu sei: VENDO ISSO AQUI PERCEBO QUE NÃO HOUVE PASSO MAIOR dado desde que Neil Armstrong pisou na Lua e (pra te dizer a verdade), aquele passo pra mim nada quer dizer frente aos passos dados no campo da liberdade civil ou da conquista política.

Faltam algumas horas para que Barack Obama assuma sua posição de líder dessa nação. Vamos voltar a ter uma CARA e ALMA digna para o mundo! Espero que a nojeira da administração anterior passe logo.

E, quem sabe…? Daqui a dez anos, se alguém ai em cima der uma forcinha, você olhar a cor da tua pele e olhar tudo isso, as vidas perdidas e as guerras santas e essa loucura toda por causa de pigmentação de pele me olhará na cara e dirá: “será que você escreveu isso loucaço?”

E eu vou te responder, Mileny: não. Washington não era somente uma cidade aquele dia. Era também o espírito do primeiro presidente Americano, depois da Revolução, depois da expulsão dos Ingleses. E agora, como então, o clima está EUFÓRICO, e, pela primeira vez em muito tempo, nós aqui estamos nos abraçando, nos olhando nos olhos, nos dizendo GOOD MORNING, seja lá qual etnia, seja lá qual sotaque, seja qual vestimenta, pois essa é a verdadeira cara dessa imensa US of A. A cara de T.U.D.O e portanto nela cabe o que você otimizar de melhor.

(faltam 3 horas)

Gerald Thomas

 

(O Vampiro de Curitiba na edição)

 

429 Comments

Filed under artigos

"Railroading" to Washington DC + NOVOS TEXTOS – José Pacheco e Samuel Bueno. O Blog em contagem regressiva

 

Convite para a posse de ObamaNew York- Queridos: esse blog está em contagem regressiva. Em 1 de Fevereiro ele “completaria” 5 anos de existência (juntando com os 4 anos e pouco de UOL). A contagem do “Sitemeter” dos dois juntos, sei lá onde estaria hoje: 2 milhões, possivelmente? Somos desesperadamente ligados em números, em comentários, em SUCESSO, em “quantos”, “de onde” e QUAL? E por quê? Sim, esse Blog no IG é um tremendo sucesso. Mas está em contagem regressiva.

                   

O Presidente Obama assume seu posto depois de amanhã, nas escadarias do Capitólio, aqui perto, em Washigton DC. O clima nos EUA é de tremenda EUFORIA, sem precedentes: ontem, Obama fez aquela viagem de trem histórica, de Filadelfia até Baltimore, a mesma que Abraham Lincoln, (também de Illinois), fez há século e meio.

Está sendo uma vibração – POP como nem em concerto de ROCK não se vê há anos. ANOS. Euforia é pouco! Tremo enquanto escrevo. O povo esperava horas numa temperatura de 16 graus negatvos pra vê-lo, com Michelle (no dia do aniversario dela) na última parte do vagão histórico.

E terça-feira ao meio dia, Obama está colocando sua mão sobre a bíblia e estará se transformando no 44º presidente Norte Americano. E ainda tem gente que nos olha e diz que somos…o que mesmo? Que somos um país que nada fazemos além de… (ah, deixa pra lá). Eu não sou repórter. Não escreverei de Washington, mas estarei lá. O convite veio, amarelo e ouro, enorme. Saio daqui de NY cedo e atravesso, literalmente um milhão de pessoas desde a minha chegada em Union Station, em DC.

Agora, os deixo com dois textos, o do Pacheco (maravilhoso comentador desse blog) , é referente ao meu artigo desastrado ou exuberante (típico de um encenador ou de um “judeuzinho ou americaninho de Merda…como tantos de vcs escreveram).

O outro, é de Samuel Bueno, alguém que conheci recentemente através das mais estranhas e misteriosas circunstâncias mas um instantâneo amigo: um pensador, um instigante e maravihoso batalhador.

Fiquem bem.
Não sei como volto ou se volto.
Ou pelo menos aqui.
Amei, como sempre. Essa relação se tornou um pouco ‘demasiada’ , eu diria. Tenho muitos projetos pra tocar, desde teatro e opera, até filmes e livros pra escrever.

Vaia em teatro é extremamente ruidoso e acaba numa “demonstração obcena” mas (como diz o Philip Glass numa entrevista a meu respeito “era questão de freedom of speech”). Aqui, ultimamente, são insultos sobre insultos. E mais insultos. Vocês lêem os comentários publicados. Nao lêem o que o Vamp e eu jogamos no lixo.

Esse blog, salvo tantos de vocês que amo de paixão, esta linkado a quase 500 outros. Virou uma Blogmania. Eu sou somente UM.
Obama entra em campo na terça-feira. Temos vivido dias de emoções fortes aqui: o avião que pousou aqui no Hudson sem fatalidades (e alguns comentaristas IMEDIATAMENTE tiveram que apontar o piloto americano do Legacy como responsável pela morte dos passageiros da GOL; não enxergam e não querem enxergar o BURACO NEGRO da falha na própria área que vem a ser aquela região inteira em cima da Floresta Amazônica e, OBVIO, não mencionaram o Acidente HORRENDO da TAM em Congonhas.)

Enfim: essas discussoes não são mais FRUTIFERAS. Aqui, nós estamos entrando em OUTRA ERA.
E como não quero me alongar mais em constantes picuinhas existências irresolviveis, estou em contagem regressiva.
Um enorme beijo.
Aos textos:

Por Jose Pacheco Filho

Amigos (as).

Ontem em lan house teclei dois comentários rapidamente e sai do blog.
Ao anoitecer compareci a uma festividade. Festa de aniversário da esposa do dentista Mauricio que é de Santos como eu era. Eu era digo porque agora estou méis cá do que lá.O Mauricio ainda vive entre o cá e o lá em alternâncias de quinze dias.Quem é de Santos deve conhecer a clinica OdontoRiso.São duas,uma cá e outra lá.
Desconfio que o Mauricio vá terminar trazendo tudo pra cá.
Porque aqui é lindo.
Porque aqui crianças andam pelas ruas tranquilamente.
Porque aqui não tem pedintes nas ruas.
Porque aqui tem tudo que tem em Santos exceto violência.
Ninguém se sente inferior a ninguém e nem mesmo existe racismo.
Se houvesse seria inverso, pois por cá a maioria são negros.
Negros brasileiros. negros baianos.
O único defeito que eu noto em Belmonte é a enorme quantidade de dependentes de bolsas do governo.
Não sei quantos são, mas pelas filas que vejo nos dias de pagamentos são muitos.
Estão certos?
Sei lá.
Já relatei aqui no blog que assisti bolsistas que saem com o dinheiro e correm tomar cervejas. Verdade que para alguns é um auxilio.Verdade também que para outros é acomodação.
E também é verdade que existem uns que precisam, mas por questão de honra não se submetem a condição de dependentes.
E todos vivem. Ou sobrevivem.
Completamente felizes com o pouco que tem. Pouco em bens materiais e muito em bens naturais.
São donos da brisa e do sol. Do mar e das areias.Do produto do que pescam e retiram das águas e dos mangues.Dos frutos que são abundantes e na maioria dados nas épocas entre vizinhos.
Então eu vivo sim em uma Pachecolândia. Diferente da que nos disse o Fabio PIPIPI atribuída e relatada em comentário ao Gepeto-Stromboli. Só que as casas não são de chocolate.Mas tem o sabor e o cheiro.Pois Belmonte alem de tudo já foi exportador de cacau.E ainda aqui é fácil e barato comprar bombom de chocolate com pimenta.A cinco mangos o quilo.Camarão limpo e descascado a dez e peixe robalo a oito.Está vendo Fábio como existe sim uma Pachecolândia.Procure a ache a tua.Pode estar a teu lado e você preocupado em defender o indefensável(o Lula) não percebe que a felicidade está ao teu alcance.Está na tua mente.Crie um mundo e o encontre.è fácil.Eu encontrei o meu.O Mauricio citado acima está encontrando e minha filha Ana já decidiu mudar para cá.Esteve com meus netos estes dias passados por aqui durante a virada de ano e não se conforma em viver mais por lá(Santos).Decidiu e vai mudar para cá.E talvez volte a escrever neste blog do qual tem estado ausente.Não por falta de vontade mas por falta de computador.Não entrarei em detalhes mas os motivos são familiares.O Gerald sabe quais são e a Glorinha também.E mais um monte de freqüentadores deste blog poderia saber se prestassem mais atenção no que aqui é escrito.
Aqui se escreve e se Le o que se quer.
Por isto mesmo é que estou a falar de Belmonte.
Deveria estar falando do destaque que o Gerald gentilmente deu aos meus comentários de ontem, mas segurei.
Claro que estou feliz e orgulhoso por ter sido premiado. Eu considero um premio.Algo como um “blog Oscar”.Trabalho ou comentário reconhecido.
Mas me preocupa um detalhe. O Gerald disse que eu o entendo e explico ele melhor que ele!
Caramba!Logo eu?Eu que tenho duvidas em me explicar.
Quem sabe o Gerald um dia explique algo me explicando.
Deve ser isto que ando buscando.
E não sei se estarei preparado para começar a ouvir ou ler critica (já existem e está ai por cima). Se forem de bom gosto eu assim as receberei.
Se forem ofensivas farei como o Vampiro fez um dia: Estarei cagando e andando para as criticas. Sendo critico de arte e não entendendo porra nenhuma de arte farei consideração iguais aos meus possíveis críticos.Imaginarei que não sabem quem é o Pacheco e por isto criticam.
Mais não digo por que estou próximo da soberba. Não será uma gentileza do Gerald que irá me subir a cabeça.
Mas que é uma sensação boa.
Eu que pouco sei estou próximo ao Tene Cheba. Quase entendendo o Tarquínio e gostando mais do Anino e do Fabio entre outros excelentes bloguistas.Enumerar os que aprecio seria chover no molhado.São fáceis de serem identificados.Virtualmente sabemos quem somos.
Mesmo aqueles que só destilam seus venenos são perfeitamente reconhecíveis.
E ficarei na expectativa de comentários futuros.
Espero que o Gerald não tenha me feito um Bait man.
De vinho só conheço o Sangue do Boi e o argentino Toro Viejo. O primeiro devido ser distribuído para consumo em festas Natalinas na Marinha e o segundo porque é bom e barato comprado na importadora em Porto Seguro.
Também não sei desfilar e não compro Armani.
Serei um falso Bait Man.
Pura isca.
Morda quem puder.
O que vier é peixe.
Obrigado.

Jose Pacheco.


Por Samuel Bueno

Luciano Yishai Bueno é certamente um primo distante meu, pois, em algum momento da história, ancestrais nossos foram ao menos parentes. Como você provavelmente já ouviu, as pessoas de sobrenome Bueno – a não ser que os respectivos antepassados ou elas próprias hajam simplesmente adotado esse patronímico – são originárias de um mesmo tronco familiar que, no passado remoto, era de judeus sefaradim (ou sefarditas – isto é, judeus espanhóis, em grande maioria obrigados a se converterem ao catolicismo por decreto real na Espanha em 1492 e em Portugal em 1497). Isso inclui também a verdadeira legião de brasileiros chamados Bueno que, atualmente, nem sabem dessa peculiaridade de sua genealogia, podendo mesmo terem aversão ao Judaismo e se considerarem quiçá até anti-semitas e adeptos do nazismo. São as tais curiosidades históricas: muito descendentes de judeus, conscientemente ou não, acabaram por desempenhar papel de algozes daqueles com quem partilhavam a mesma ancestralidade. Alguns eram convictos cristãos, muçulmanos ou adeptos de outras confissões religiosas; outros, estavam tomados de fervor político-deológico das mais variadas correntes – embora, como lembrei na mensagem anterior, comunismo e outras vertentes de socialismo, em geral, tenham sido a esmagadora preferência judaica desde o final do século XIX. Pelo menos quinze mil judeus, a maioria mestiços, mas alguns de pai e mãe, combateram nas forças armadas de Hitler, alguns para salvar a pele, outros porque não sabiam muito sobre seus ancestrais, outros enfim porque eram nazistas… Parece incrível, não é? Assim, porém, caminha a Humanidade… Nem sempre as pessoas têm conhecimento de suas próprias raízes ou, quando têm, gostam do que sabem, sobretudo se as respectivas não estiverem “na moda”: é sobejamente sabido que muitos judeus colaboraram com os nazistas nos guetos, onde existia até mesmo uma “polícia judaica” para arrebanhar os irmãos para entregá-los às SS, enquanto nos campos de concentração os famosos “kapos” mantinham a “lei e a ordem”, encaminhando os que eram selecionados para serem punidos ou recambiados para os locais de extermínio. Ah, o ser humano…

Por uma circunstância digamos “cósmica”, Luciano e eu temos uma consciência clara de nossa condição judaica, mas, concretamente, encontramo-nos pessoalmente apenas uma ou duas vezes e conversamos muito brevemente, mas trocamos por vezes e-mails. Ele é religioso observante e tem seus laivos de direitismo, eu sou laico e anti-religões obscurantistas, em geral, além de me posicionar politicamente como esquerdista, com formação familiar marxista e um enfoque que no passado foi leninista, mas está mais moderado hoje. Acho que o Luciano quis me provocar ao me retransmitir seu e-mail e comentário, sabia que eu não deixaria de replicar, queria me botar no fogo, fez o papel do que chamávamos antigamente um “agent provocateur”…

Samuel Bueno

292 Comments

Filed under artigos

O Recalque dos Brasileiros

NEW YORK – Eu sei que não é fácil viver afastado do mundo. Sei como é difícil “tentar” estar envolvido e, no entanto, não estar. Imagino como deva ser enfurecedor. 

Digo, frustrantemente enfurecedor. O conflito em querer ter o poder e não tê-lo é difícil. Olhar para as grandes nações do mundo e sempre ter que imitá-las, importar seus produtos, “fazer tudo igual, mesmo com anos ou décadas de atraso” acaba virando um recalque. Sim, um furor de racalque. 

Do que eu falo? Desse blog, óbvio. E de alguns comentaristas e do Brasil como país, como nação, sempre tentando meter seu bedelho em tudo. Digo, opiniões impressionantes a respeito de tudo, quando não sabem nem onde fica a porra do Yemen, ou sua história. 

Uma nação conquista sua história com INDEPENDÊNCIA, sangue, e formula sua CONSTITUIÇÃO através de uma, duas, três ou mais Revoluções. São sanguinárias essas guerras internas, os conflitos internos, e, principalmente, a luta que se trava entre grupos de interesses e a moral da grande maioria silenciosa e os os direitos civis, e a liberdade INDIVIDUAL vai ganhando um preço! Um preço alto. 

Poucos de vocês (desculpe se os insulto) têm vida vivida (empírica)  em terras estrangeiras de PRIMEIRO MUNDO e tudo que conhecem já lhes chega em segunda mão! E vem destilado, babado, cagado, amerdalhado, assim como os (des)editores bem entendem, já que ninguém entende porra nenhuma: é sentindo o cheiro das esquinas e comprando no coreano que fica aberto 24 horas e cortando legume na calçada de NY que se conhece uma cidade, e não pelos seriados de TV. 

Resumido: Vocês aí no Brasil discutem e se arrastam, mandam “Ministro” (eita demagogia populista de merda) para “mediar” a crise entre Israelenses e Palestinos (óbvio que o cara não chegou nem perto ou sentou em poltrona alguma… ). Enfim, o Brasil é um país que se ARRASTA há décadas, há séculos, mas NUNCA CHEGA LÁ. É o tal GIGANTE DOPAMINADO, dopado. Antigamente, dizia-se “adormecido”. 

Hoje (antes isso não fosse verdade), infelizmente, não tenho mais esperanças em que ele acorde!  Ou roubos, a malandragem instituídas e a… 

A CULTURA do COITADINHO… me ouviram? A cultura que apadrinha o coitadinho…

E que, na verdade, ODEIA O VENCEDOR, mas adora dar um tapinha nas costas daquele que PERDE, porque se identifica com aquele QUE PERDE…. gente… que merda! Que merda! 

E, no entanto, vocês acham que sabem alguma coisa sobre a Commonwealth Britânica ou como os EUA estão enterrado até os dentes em todos, digo TODOS os conflitos Regionais MUNDIAIS porque, dede Reza Palevi até o Saddam Hussein, até Bin Laden, todos foram,de uma forma ou de outra, oportunizados por uma administração da Casa Branca ou por outra para conter os Russos ou os Iranianos ou os não sei quem, dependendo do jogador de xadrez da hora e de quem estava com a rainha na mão certa. 

O Brasil não está nesse meio. Não é um jogador mundial de política! É O PAÍS QUE DETESTA O (assim chamado) “IMPERIALISTA” . Amam nos odiar (me coloco agora como americano, apesar de ser brasileiro também!), mas DEPENDEM DO CONSUMO de produtos importados dos poros até o CHUÍ (Marilena inclusa). 

O BRASIL é um país que acaricia o PERDEDOR, é um país que tem ÓDIO do resto do mundo que ATROPELA a economia globalizada por pura falta de competência! Até a India está na frente e a Coréia do Sul, por exemplo… ah, essa já deu o pulo do gato há tanto tempo que exporta tecnologia!  

A única coisa sobre a qual  vocês podem MESMO ( e com AMBIÇÃO de Phd!) é sobre a PORRA DA NOVELINHA DAS 8, DAS 9, DAS 10, DAS 11, DAS 12, DAS 13, DAS 14, DAS 15…  

Ou sobre a impunidade dos salafrários que não vêem o olho da Justiça NUNCA porque num país que não se auto-respeita não existe JUSTIÇA! Existe JUSTIÇAMENTO, ou como dizia-se nos porões do DOI-CODI, “desaparecimento”. Mesmo nos anos Bush que, graças a deus tem 4 dias contados, a pior prisão (Guantânamo) não rivaliza com uma delegacia de polícia comum em, sei lá, preencha a lacuna!  

Recalque brasileiro por não fazer parte do G8, do G9 e querer inventar um G20 ou cadeiras como um idiótico Sarkozy sorridente aterrisando nas praias cariocas afirmando que o Brasil deveria fazer parte do Conselho da ONU? Que porra de ONU !  Talvez a melhor coisa que Israel fez foi bombardear aquela merdinha de esconderijo de ONU que não existe mesmo (moro do lado do prédio feio, ridículo e corrupto chamado UN, aqui na 1 Avenida!) 

Fazer parte de uma nação de verdade é fazer parte de um VERDADEIRO RISCO. VOCÊS NÃO SABEM O QUE É ISSO.  VOCÊS SEQUER TÊM UM EXÉRCITO DE VERDADE. MARINES, ESTOU FALANDO DOS MARINES OU DA US NAVY, CARALHO! 

O que um brasileiro sente quando olha para um soldado marchando em 7 de setembro? Nada. Não sente nada. Vocês não têm história. E se têm, não se orgulham dela. Por isso grudam esses olhos vesgos na televisão e vivem a vida DOS OUTROS, vivem no NOSSO CENÁRIO, FINGEM ODIAR , MAS ENCHEM NOSSAS RUAS, NOSSOS RESTAURANTES, COMPRAM NOSSOS PRODUTOS E POR QUÊ? 

PORQUE NÓS INVENTAMOS TUDO! 

Basta um mero exemplo para explicar a miséria estúpida em que vocês vivem: olhem o metrô de São Paulo e olhem o tamanho de São Paulo. E olhem a data dos metrôs das outras capitais mundiais. Não preciso dizer mais nada, preciso? 

E  vocês são um bando de reclamões opinativos.

Ociosos, retóricos, opinativos. Merecem um divã com pregos ou espinhos! Ah, e antes de me virem com respostas levantadas pelo Google (inventado aqui), lembrem-se que TUDO surgiu aqui, a não ser Confúcio ou Sófocles. Até a Bossa Nova veio do Jazz e o Chorinho veio do Blues, seus racistas inconformados com a terra que não brota. Só queima, queima, queima e entra em vossos pulmões para virar, digamos assim… rancor cancerígeno.

Gerald Thomas – NEW YORK, 15/01/2009

 

(O Vampiro de Curitiba na edição)

 

 

16/01/2009 – 16:34
Enviado por: Jose Pacheco Filho
Diverti-me tanto esta tarde ao ler todos os comentários já postados que estou pensando em continuar ficando sós na janela e apreciando.
Salvo brilhantes exceções a maioria confirma as palavras do Gerald.
Nem ao menos param para pensar no que escrevem e mandam para a moderação as asneiras escritas. O pior é que talvez se julguem os verdadeiros donos da verdade.RsRsRS.
O Gerald é e nasceu para ser teatrólogo. Seus textos são como peças que sua mente vai criando e usando o material que ele recolhe no dia a dia.Deve servir de tudo.Pessoas,tipos ,situações,acontecimentos e falas.E aqui no blog,principalmente as falas que são enviadas por escrito.
Gerald ao que eu saiba não é um ator. É antes de tudo um criador e diretor.Dirige e exige que o ator faça exatamente como ele imagina que deva ser a fala e principalmente a postura do dirigido.
Este blog funciona para ele (penso eu) como um celeiro de astros aos quais ele (o autor-diretor) conduz para o lado que ele mesmo deseja.
Seu amor pelo Brasil é evidente e só não percebe que não deseja enxergar senão somente seu ponto de vista pessoal.
O artigo forte lido as pressas leva os exaltados nacionalistas de araque e desejarem jogar pedras na Geni de plantão (no caso o Gerald) e mandam brasa destilando seus recalques e ódios contidos.
Calma porra. Pense antes de vomitar suas fraquezas e inibições.
Leia com auto-critica.Veja o lado bom da critica.
Só critica quem ama. Quem não ama despreza e esquece.
Quem critica com honestidade deseja consertar e melhora.
Gerald está tentando construir e não destruir.
Quem gosta de destruição é terrorista.
Ataque o terrorista. Talvez aquele que está dentro de você.
E aplauda quem merece.
Eu aplaudo o Gerald e outros que aqui souberam ler a mensagem que um autor e diretor escreveram.
Obrigado.
Pacheco.
___________________________________________
Sim, Reinaldo Pedroso, se eh pra me ofender, FORA CARA. Fora.

Contrera: tenho que ler teus comentarios com calma, porque te adoro e tenho que ler com calma e te responder com calma.

Mesma coisa com Tene Cheba que me entendeu mal. Desculpe Tene, acho que vc nao me entendeu direito e um emai pessoal ira resolver isso.

Ezir, mesma coisa.

Quanto ao resto, estou exausto. Vim de uma reuniao e tenho que resolver o que fazer aqui: estamos , OBVIAMENTE, num impasse.
Obviamente num impasse.

alias, desde que a Ellen Stewart me falou “what is this thing you’re writing for….a blog? You must keep on writing for the theater.”

e eh isso mesmo que eu vou fazer.

Paulo Francis – certa vez – falou assim: “Nao vou ficar recebendo ordem de fedelho!” Ele se referia a um periodo da Folha.

Passou. Francis evoluiu. Virou outra coisa.

A Folha evouliu , virou outra outra coisa.

Hoje me perguntaram : “Voce nao vai escrever sobre o aviao que caiu ai em NY?”

eu respondi: NAO SOU REPORTER!!!

me perguntaram em seguida: Voce vai pra posse do Obama? Vai escrever?

Vou pra posse do Obama sim: ESCREVO O QUE QUISER. SOBRE O QUE QUISER. OU QUEBRO MEU CONTRATO COM ESSA PORRA AQUI.

Sim, escrevi um texto sobre o que muitos brasileiros pensam sobre o Brasil.

Se eu tivesse escrito um Texto sobre os Estados Unidos, ah ha ha ha ha ha, talvez os Petistas estivessem construindo estatuas pra mim hoje, de bronze, prata ou OURO.,

Querem saber? Hay gobierno, soy contra. Mas existem sim algumas nacoes mais bem resolvidas. Querem que eu meta o PAU nos rednecks e nos hillbillies daqui? Sem nenhum problema’

Alias, o blog, juntando com o do UOL, em 1 de fevereiro FARIA 5 anos. Ja nem sei o que eh NAO TER UM BLOG.

ENFIM, PASSEI UM ANO OU UM ANO E MEIO

METENDO O PAU EM JOHN McCAIN e todos os Republicanos

no GOP inteiro.

Sofri ate nas maos do Vamp, perdi leitores

Ganhei outros

“Fui livrado” de um site (gracas ao bom deus) de um site (gratuito) que opera – de operar mesmo, no pior sentido) da Florida, mas de brasileiros, da pior especie.

2008 foi um ano pessimo. Pro final foi ficando melhor.

Volto pras minhas encenacoes!

e pra um OTIMO ano Obama
e,

um mundo melhor: espero.

e, sinceramente?

com mais respeito. Um pelo outro. Onde quem le, entende que a leitura as vezes atinge o nervo que o escritor nao enxerga cirurgicamente de PROPOSITO. NAO EH PROPOSITAL.
Jamais trataria o meu leitor assim, propositalmente. Pra que? e Por que?
Nao faz sentido? Mas a critica dura? Ela eh valida sim senhor. E foi atraves dela que movimentos como a Bauhaus e os poetas concretos, os Maravilhosos irmaos Campos atravessaram propriedades inteiras de “wasteland”, ou seja, de terreno baldio…
que vem a ser…
justamente aquilo que o escrtitor ou o poeta nao esperam atingir (mas atingem ao que me parece) no momento de fragilidade UNICA ao se posicionarem perante ao mundo em CRISE num momento da virada crucial de suas vidas

A todo pessoal do IG que tem sido do caralho: meu muito obrigado. Muito obrigado mesmo!
LOVE
Gerald Thomas

16 January 2009

797 Comments

Filed under artigos

Pânico do Mundo?

 

 

 

“Considerando o cenário contemporâneo”, escreve João Carlos do Espírito Santo, “no qual impera o hedonismo em detrimento da razão e das buscas do bem comum, é importante entender em que solo deitamos nossas sementes, aos olhos de quem nos apresentamos.”

Fiquei mudo por um tempo olhando a tela. Sim. Sim. João Carlos é uma pessoa com a qual me correspondo com frequência. Muita frequência. Mais que um ombro amigo, um psicanalista e intelectual que aprecia Rosa, Haroldo de Campos, Joyce e, obviamente, Freud.

Ainda olhando o cenário e tendo um certo pânico do mundo com o que está acontecendo depois que o nosso Governador Patterson anunciou: “O Estado de Nova York está num déficit de 15 bilhões, ou trilhões ou terrabites, ou a minha emoção em descer aqui pra Washington DC pra ver a Inauguration do nosso Obama em OITO dias no meio dessa tremenda CRISE econômica que afeta amigos, parentes, dentes, pentes e escovas de cabelo, caspas, aspas e tal…e Gaza e as mortes e Israel, e Ellen Stewart e as peças de teatro que tenho que entregar e não tenho tempo, tempo, tempo….O MUNDO me consome. Como responder, João? Como?

Respondo citando Artaud:

“Jamais, quando é a própria vida que nos foge, falou-se tanto em civilização e em cultura. Há um estranho paralelismo entre essa destruição generalizada da vida, que se encontra na base da desmoralização atual, e a preocupação com uma cultura que jamais coincidiu com a vida, e que é feita para governar sobre a vida.

Antes de retornar à cultura, observo que o mundo tem fome, e que ele não se preocupa com a cultura; e que é apenas de maneira artificial que se quer dirigir para a cultura pensamentos que estão voltados unicamente para a fome.

O mais urgente não me parece tanto defender uma cultura cuja existência jamais salvou um homem de ter fome e da preocupação de viver melhor, e sim extrair disso que se chama de cultura ideias cuja força viva seja idêntica à da fome.

GT: Aliás, citei Artaud, mas não sei se estou de acordo totalmente. Vou te dar um exemplo mais específico, João Carlos. Essa foto ai em cima, dos soldados se abraçando, o que significa isso? O que pode significar isso quando soldados (seja de onde forem) se abraçam e comemoram a vitória? Qual a dívida humana de inocentes do outro lado desse abraço? Quanto custa cada vez que um soldado toca no outro? E justamente nesse momento onde escrevo uma peça chamada Body Parts (Pedaços de um Corpo).

João: Nas buscas do bem comum, é importante entender em que solo deitamos nossas sementes, aos olhos de quem nos apresentamos.

Mas, há sempre uma trilha do meio, uma possibilidade de, sem perder nos princípios básicos, naquilo que nos constitui e nos dá sentido à existência, manter a travessia, coerentemente. Há uma patologia fomentada nos espaços da Internet, que permite, em função do anonimato, expressões que – no tête-à-tête – não aconteceriam, pois covardes não firmam posições, não dão a cara à tapa, são, por excelência CANALHAS.

GT: Vivemos várias vidas. Não vivemos linearmente. Não pensamos linearmente. Daí a importância de Joyce, daí a importância de Pollock. Enquanto dirijo um carro, e no CD player estudo uma opera de Wagner, me emociono com uma ária qualquer, mas não perco o foco de PRA ONDE estou indo e o movimento dos carros. Tenho que frear, quando os carros freiam. Sei que estou indo visitar alguém que me importa, uma visita/appointment que me trará algo de importante: um diretor artístico de uma opera. Portanto, estou nervoso. Tenho, digamos, dois amigos no carro. Eles conversam entre si. A conversa é política. Não posso deixar de ouvir o que dizem e, portanto, “sentir” e me envolver com o que estão dizendo.

1- emoção com a opera que está tocando

2- atenção no trânsito

3- tensão com o encontro

4- prestando atenção às pessoas na rua, aos detalhes dos loucos e não loucos que atravessam a rua, aos “tipos” que me chamam atenção….

5- a conversa que rola no carro

6- desconforto físico, o cinto de segurança que me estrangula, misturado ao cachecol por causa do frio

7- olhando sempre no relógio preocupado com o horário

8- a opera no CD player está chegando a um clímax e eu subo o volume e me emociono mais: isso me traz lembranças de quando eu..(não sei mais, dirigi essa opera em, a, b, c ou d e com quem eu estava nessa época, entende as ramificações?). Ou meus pais me contando sobre essa opera em alemão ou inglês quando menino etc….

Ou, ainda, como falhei ou fui um sucesso e a casa vindo abaixo e o que eu podia ter melhorado….quando dirigi tal opera…

TANTAS COISAS TANTAS COISAS…

Marcelo Rubens Paiva: Há uns tempos, criticavam uma obra de arte que tivesse começo, meio e fim, “detalhes” que indicavam acomodação e incapacidade de inovação. Podia até ter começo, mas meio e fim, era o fim! A regra: não facilitar para o público. Se quisessem algo mastigado, nem azedo nem amargo, que comessem pizza em frente à TV, gênero inferior e vendido por natureza, dizia-se. O lance era complicar, para indicar o ilogismo da vida e da morte, o lance era confundir, para baixarmos a guarda da audiência, penetrar com um jab nos lapsos, conquistá-la por desvios ao dissecar o núcleo dos mitos e arquétipos; imagens do inconsciente coletivo.

GT: Eu sei, mas isso foi demolido pelos iconoclastas ou pelos desconstrutivistas. Eu fui um deles. Ou o último vírus nessa grave epidemia. E agora? Body Parts? Ainda? Ainda destruindo. Não. Reconstruindo.

João Carlos: O teatro, e você pode desdobrar isso, aprofundar o que te digo, pede engajamento, mesmo que seja o mais superficial, pois a pessoa, dentre todo o universo de peças em cartaz, escolhe uma, organiza sua agenda para também se apresentar publicamente, pactua um tempo de entrega,

Marcelo R Paiva: Um escritor tinha de fazer o curso de mitologia do Juanito Brandão e ter em mãos o dicionário de símbolos de Juan-Eduardo Cirlot. A arte buscava os personagens de sua origem, mas se afastava de seu formato e se inspirava no caos.

GT: Mas o que é o teatro ou esse Pânico do mundo ou essa lucidez avassaladora? Não será uma vontade louca de olhar essa foto e transformá-la numa cena teatral onde a primeira frase diz assim: “amanhã, acordarei melhor, todos acordarão melhor, mesmo sem rins e sem fígados, ou com meio rim, com parte do fígado. Se um “deus” nessa nossa incógnita (não é surpreendente eu estar dizendo isso?) eu jamais teria estado no lugar certo na hora certa. É isso não é? O que me fez estar aqui nesse momento da vida foram as circunstâncias. Eu beijo as calçadas por onde andei por elas terem me dado a oportunidade de ter andado, aprendido a viver the rough side of life muito cedo, mas as beijo. Por isso, Saint Genet. Por isso, sai tão cedo de tudo, sempre saio cedo de tudo e não acredito em sucesso, não acredito nessa superficialidade de sucesso, uma vez que, colocado no CD player ….o Stravinski… “The rite of Spring” …com Leonard Bernstein regendo….e ensinando…., parece que o mundo pode, sim, ter um final feliz e em paz…..

Sim, Graças a tudo. Ellen Stewart está melhor agora, 10 da manhã de segunda nessa gélida New York. Pode piorar à tarde. Tudo me dá medo. São dias tensos. Mas já foi diferente? Quando leio, e com muito interesse, os comentários do Blog, e às vezes me irrito com o nível de agressão, penso em desistir.

Penso em cair fora e seguir os conselhos da Ellen: “escreva pra Teatro, Gerry, esqueça essa coisa de Blog”. Mas eu subo aqueles 67 degraus que me levam ao apartamento dela lá no 5º andar e penso nessa foto dos soldados e nas mortes e nas tantas explosões, e no fogo de uma lareira e na posse de Obama e nas economias falidas e nos seres humanos falidos porque é cão contra cão. Cão come cão!

E o teatro sempre foi o espelho disso: Hamlet, seu melhor expoente até hoje. Ah sim, o canibalismo verbal. Tem aqueles que amam chamá-lo de antropofagia. É que virou, digamos assim, “moda”, roubar e não devolver. Roubam vidas. Roubam identidades. Roubam-nos uma década. Uma década de inutilidades: e agora? Agora é remover o LIXO de nossos quintais. Praqueles que tem um quintal.

Gerald Thomas

582 Comments

Filed under Sem categoria

Os Dois Baracks e Uma MaMa

                                              

 

 (Foto de Gerald Thomas, do celular)

Há cerca de um mês estava tudo tranquilo. Quer dizer, tranquilo…Nunca nada, ever, está tranquilo. Mas Ellen Stewart, a fundadora do La MaMa ETC (Experimental Theater Club, que cunhou esse termo, ‘teatro experimental’), estava em seu apartamento, no 5 andar acima do teatro onde comecei minha carreira ‘oficial’ com as peças de, bem, vocês sabem de quem. De um irlandês famoso, o mais genial: Sam Beckett. E, até semana passada, nosso presidente Barack Obama ainda estava no Havaí de férias e o bombardeio entre Israel e o Hamas ainda não havia começado. Não era Natal ainda. Jesus ainda não havia nascido.

Bem. Os dois Baraks, ou Baracks, saíram de seus refúgios e Ellen Stewart entrou, em estado grave, para o hospital, para o refúgio de uma UTI. Algum paralelo? Talvez. Ontem, ao visitar a minha mamma, a pessoa a qual devo toda minha vida teatral, ela me dizia: “temos dois Baraks, dois Baracks, você precisa escrever sobre isso. E precisa escrever sobre como os judeus sefaradins são perseguidos por vocês!”

Eu, Mamma? Eu não persigo….

“Você, é maneira de dizer… vocês ashkenazis”

Ela se referia aos milhões de judeus Yemenitas, Etíopes e Somalianos ou  Egipcios ou Iraquianos e aqueles nascidos em solo “palestino” de cor escura. “São tratados como nós, negros, éramos, ou ainda somos, pelos brancos, aqui e no mundo”.

Sim, Ellen sabe tudo sobre racismo. Vinda de Chicago para New York nos anos cinqüenta pra trabalhar como estilista na loja Sack’s Fifth Avenue, ela tinha que entrar pela porta dos fundos. Era a única estilista negra. Lutou, berrou, esperneou e ralou até que chegou onde chegou: Fundadora do mais reconhecido teatro experimental do mundo, aquele que trouxe (da Polônia) Jersy Grotowsy e Tadeuz Kantor ou, do mundo, Peter Brook, Kazuo Ono, ou de paises confinados,  ou reduzidos a trapos, dezenas de artistas do palco  pra cena do East Village e deu ‘voz’ pra companhias como o ‘Mabou Mines” (de onde surgiu Philip Glass), e tantas milhares de outros, como Sam Sheppard ou até Robert de Niro e Bob Wilson….Ellen é, como diz Harvey Firestein (autor de “Torch Song Trilogy”), “Ellen é responsável por 80 por cento do que está nas telas e nos palcos americanos” (entrevista a Vanity Fair de anos atrás).

Estamos confinados.

Até semanas atrás, Ehud Barak, ministro da defesa de Israel e ex- Primeiro Ministro (deposto em 2000 ou 2001, não me lembro), era considerado um homem praticamente morto na vida política israelense. Ele é membro do mesmo partido trabalhista (o de Golda Meir e Ben Gurion, o fundador do Estado de Israel)…. ah, e, by the way, Barak é sefaradim , portanto não muito popular entre os “brancos” como Benjamin Netanyahu, também ex-primeiro ministro, educado aqui nos States, um perfeito sotaque inglês americano, um cara que era visto jogging em Central Park, digo, o Natanyahu.

Bem, ninguém está mais falando assim de Ehud Barak agora, nesse momento. Essa guerra contra o Hamas ou contra os palestinos, depende de como vocês queiram ler, é uma guerra ‘tida como pessoal’. Paralelos com George W Bush e o Iraque? Sim, já que o Pai, George Bush “Senior”, dono da guerra Desert Storm deixou o ditador Saddam Hussein, intacto? “W” foi lá e, crau! Estamos onde estamos. E a dívida? E a dívida humana?

Paralelos? Ontem, conversando pausadamente com a Ellen (nome da minha mãe biológica também), no hospital – (e não riam) – “Beth Israel”, ao sair para comprar uma barra de chocolate pra ela, perguntei pra alguns médicos judeus orthodoxos o que achavam do atual conflito: “DISGUSTING ! “Em tantos anos de intelligence gathering, deveria se achar uma outra maneira de desmantelar um grupo terrorista como o Hamas”. Já outro me dizia…”Crush them all” (massacrem, amassem todos!).

Barak está todo prosa: vestido com seu casaco de couro ele está respeitadíssimo entre seus pares no Knesset (parlamento) Israelense. Barack Obama está morando provisoriamente num hotel em DC. Faltam 12 dias para sua inauguração. Todo prosa, e com razão, ele está com seu terno e gravata tentando dar um jeito na economia americana que está um trapo: parece uma dessas fotos que se vê saindo de Gaza. Me desculpem pela péssima analogia, mas era evidente que um paralelo gráfico teria que ser feito.

Ellen Stewart apertava minha mão. Dificuldade em respirar. Mão enfaixada pelas injeções de insulina, etc. Ás vezes encostava a cabeça no meu ombro. Essa cena me é comum há três décadas, afinal, essa é a pessoa que me deu a vida no palco e comemora NOVENTA anos de idade. E me diz….”genocídio de crianças eh imperdoável…sob qualquer circunstancia….e a perseguição entre vocês….”. A enfermeira interrompeu. Era hora dos procedimentos médicos. Saí do quarto. Fiquei em pé no corredor pensando nessa mulher que passou metade de sua vida profissional amando Israel, montando um teatro lá.

Hoje, com o ataque do Hesbollah, ela já está em casa, sempre com a televisão ligada. “Gerald, escreve o que você tem que escrever, mas escreve para o palco. Não entendo isso de Blog que você fala”.

Essa é uma homenagem a Ellen Stewart.  Essa é uma homenagem a todos os que têm uma opinião, seja ela qual for. Mas cuidado: para se ter opinião mesmo, deve se saber onde, porquê e quando. E não arrotar ou reciclar bobagens.

Gerald Thomas

PS: Este artigo só faz sentido se lerem  antes “Israel Sexy”, no post abaixo, com seus quase 700 comentários.

 

(Vamp na edição)

507 Comments

Filed under artigos

SOMOS APÁTICOS À MERDA ALHEIA OU RIMOS DELA QUANDO VOA!

 

 

“PEQUENOS ASSASSINATOS” – (LITTLE MURDERS) 

Essa pérola de Jules Feiffer (1971) com Elliot Gould, Alan Arkin & Company faz a sinopse dessa “coisa” em que nos transformamos. Ah, sim! Escrevo isso no momento em que vejo as ground troops israelenses invadindo Gaza (mais uma vez). Mas quem pode tirar a razão de Israel de querer existir? Ao mesmo tempo eu berro “que merda tudo isso!”. Não, ainda não sou um ser apático.  

Little Muders” é a história da apatia, do “movimento pela apatia”: da neurose da psicose de se viver aprisionado. É a psicose da galinha olhando o ovo, estranhando o ovo que acabou de botar e MASSACRANDO aquela coisa estranha que comemos, que vira omelete ou objeto de Páscoa e que Colombo colocou em pé. Mas o apático fotógrafo (Elliot Gould), assim como uma galinha infértil,  só faz mesmo é fotografar “merda de cachorro”. Ah, e é espancado por gangs de NYC nos anos setenta enquanto sonha. Sonha. Sonha em querer sonhar como um quase Hamlet, um quase ham omelett. O resto, em sua volta, é muito barulho, muito barulho, e muitas balas voando, muita gente falando, muita gente no armário, muita classe média, o sonho americano ruindo nos anos setenta sob Nixon, muita gente se auto-flagelando e auto-baleando. 

Ah, mas tem o mais que brilhante filme Network também, de Lumet, com o Peter Finch. Lindo. Triste. Época de Gerald Ford já tendo perdoado Nixon pelas barbaridades. Quais? Pelas quais ele foi “pego”. Porque todos eles cometem, nao é? São humanos, não são? Network é a parte do grill à lenha, se o mundo é um fogão! É sobre a neurose de um âncora televisivo que não agüenta mais. Entra um dia no estúdio e não agüenta mais. Nao é uma crise existencial, mas uma crise CORPORATIVISTA, ou melhor, um surto psicótico corporativista-existencial e político. Ufa! Tá difícil! Trata-se de uma convulsão, uma psicose também, uma neurose sobre a psicose mais uma convulsão: resultado: o âncora se torna um “guru” que vai do fracasso ao sucesso porque pega de assalto o ponto fraco das pessoas. E qual o ponto fraco? A mentira na qual vivemos. “I’m mad as hell and I’m not going to take it anymore”. 

Ah, mas tem os “3 dias de Condor” (baseado em Six Days of the Condor, de James Grady: brilhante), em que vemos um lindíssimo Robert Redford fugindo de uma CIA (que massacra a ela mesma – uma divisão da CIA que acaba de assassinar – risos mórbidos – “pequenos assassinatos”), fugindo de sombras que carregam mistérios e mentiras e traem uns aos outros: assim é o mundo dos SPIES, dos espiões,  das  divisões políticas, das hegemonias, dos egos artísticos; assim é com autores de ficção, assim como na realidade quando estamos a um passo de sermos testemunhas de um massacre ou quando perdemos um amigo perdido nas montanhas alpinas da Suíça!  Em “3 dias de Condor” as ramificações chegam a ser poéticas porque um jovem e idealista Redford ainda quer “moralizar” o imoralizável, ou seja, quer limpar o sujo, a sujeira do mundo. Tadinho, mas está certo. Errado estamos nós que torcemos sempre para o coitadinho. Por que será? 

Assim como Elliot Gould fotografa merda em Pequenos Assassinatos, Faye Dunaway é uma fotógrafa do nada, do vazio, em “3 dias do Condor”.

E é no colo da linda e vazia Dunaway que Redford vai pegar refúgio enquanto quer provar que ALGUMA  COISA  PROVA  ALGUMA  COISA (ao  contrário do meu “nada prova nada”, Circo de Rins… ) tentando chegar ao chefe dos chefes da CIA tristemente localizado dentro do World Trade Center. Sim, eu disse tristemente aqui no ex WTC e não em Langley. 

Fugindo… todos os personagens desses filmes fogem porque ainda não existe a internet. Sim, ainda estamos nos anos 60 e setenta, uma era virtual, mas virtual de outra forma. Mais que isso, estamos sob pleno impacto colossal de Richard Nixon sobre a vida de todos. O desastre Nixon abalou tanto tudo que todos tudo tanto todo o TUDO que pum! Tudo PUM! Nixon, Watergate, os tapes, Erlichman, Halderman, Kissinger, G Gordon Liddy e PUM! E mais plumbers! Quer dizer bombeiros mecânicos. É isso: PUM! E Nixon ainda fazia o sinal da PAZ dos hippies DUPLO. É como se estivéssemos duplamente bêbados e sim, não havia a internet. Havia o ser humano olhando pro outro e… O quê?  Ele, Redford, descobre que conectou os pontos: PETRÓLEO. Uniu a Holanda com alguns livros árabes e Venezuela e PIMBA. E, por causa disso, PUM! Matam sua unidade. Psicóticos! Como vêem, jovens do mundo, o “oil embargo” e outros embargos pelo petróleo é vicio pior que heroína, coisa la dos Afghans, dos poppy seeds, papouuuula! 

Ah, e tem “Performance” com Mick Jagger e James Fox, de Nicholas Roeg.

Sim, psicose de identidade e psicodelismo de alta fidelidade, assim nós éramos. E como éramos! E o que somos? Uma alta elite do quê? 

Em “Performance” vemos um gangster cockney sendo esnobado pelo seus pares e vemos um performer da elite pop (Jagger) sendo esnobado pelos seus próprios conhecimentos “estranhos e exóticos” (Borges, por exemplo, que na Inglaterra da década de 60, ah… ninguém se importava, principalmente a minha turma. Queria-se Poe, dadaísmo, Trotsky  e muito rock). Performance é e não é o espelho às avessas e I’m mad as hell… , ou seja, ESTOU PUTO DA VIDA E NÃO VOU MAIS AGÜENTAR ESSA MERDA, porque se está todo mundo tripping, todo mundo drogado e num processo de introspecção por processo psicótico de auto-indução, a palavra “mad”, maluco, puto da vida, não se aplica. Ah, sim, cogumelo nasce na merda! O que se come em “Performance” é cogumelo. Da auto introspecção à merda total e pequenos assassinatos: um vira o outro por necessidade de roubo de identidade!!!! 

QUAL merda? A que Gould fotografa? A que os terroristas nos propõe no dia a dia de nossas vidas. As “Notas Oficias” que Finch é obrigado a ler e que continuam sendo a grande MASSA da MÍDIA? Ou será que a merda está no vazio das fotos, está no vazio dos discursos e nas máquinas que invadem por causa de petróleo agora, assim como era antes? E o direito de existir? 

Quem tem mais direito de existir? Árabe? Judeu? Rico, pobre? Quem tem mais direito de opinar sobre isso? Redford corre da mentira, Gould fotografa seus excrementos, Finch berra a respeito dela e Jagger canta “eu existo através do OUTRO”. Nós existimos através do outro! E somente através do outro.

Quem tem o direito de não existir? Você? Eu? Um? Dois? Será somente uma questão psicótica? Neurológica? Imaginária? Numérica? Somos muito pequenos? Valemos quanto? Quanto dinheiro? Quantas gramas ou quilos? Ou seremos pequenamente, lentamente,  assassinados?

 

Gerald Thomas

3 Janeiro 2009

 

(O Vampiro de Curitiba na edição)

 

530 Comments

Filed under artigos