Monthly Archives: October 2017

VEJA São Paulo – por Dirceu Alves Jr. Estreia de DILUVIO

https://vejasp.abril.com.br/blog/dirceu-alves-jr/gerald-thomas-diluvio-ingressos-sesc-apocalipse-redes-sociais/

 

Em 1999, ainda nos primórdios da internet, Gerald Thomas tratou da polifonia e do excesso de informações no espetáculo Ventriloquist. Ali, o dramaturgo e diretor mostrou pessoas transformadas em seres capazes de reproduzir discursos alheios sem filtro ou interpretação própria. Quase duas décadas depois, com o mundo dominado pelas redes sociais, Thomas criou Dilúvio, que tem estreia prometida para o dia 11 no Teatro Anchieta do Sesc Consolação.

Precisa saber do que se trata? Então vamos lá…. É uma tragicomédia sobre o excesso de informações ao alcance de todos, congestionando o mundo e prestes a detonar o apocalipse. Gerald parece entusiasmado, afirma que há tempos não vibrava tanto na fase de ensaios.

Vista por aqui em Entredentes, ao lado de Ney Latorraca, a atriz portuguesa Maria de Lima lidera o elenco como a controversa Santa Desgoogle das Desgraças. A personagem tenta salvar o mundo, peneirando nesse excesso de informações as notícias quentes e falsas. As atrizes Ana Gabi, Beatrice Sayad e Isabella Lemos completam o grupo ao lado das performers e coreógrafas americanas Lisa Giobbi e Julia Wilkins.

A temporada vai de 11 de novembro a 17 de dezembro, de quintas a sábados, às 21h, e domingos, às 18h. Os ingressos, a R$ 40,00, começam a ser vendidos hoje no site do Sesc e, a partir de amanhã, nas bilheterias da unidades.

Em 1999, ainda nos primórdios da internet, Gerald Thomas tratou da polifonia e do excesso de informações no espetáculo Ventriloquist. Ali, o dramaturgo e diretor mostrou pessoas transformadas em seres capazes de reproduzir discursos alheios sem filtro ou interpretação própria. Quase duas décadas depois, com o mundo dominado pelas redes sociais, Thomas criou Dilúvio, que tem estreia prometida para o dia 11 no Teatro Anchieta do Sesc Consolação.

Precisa saber do que se trata? Então vamos lá…. É uma tragicomédia sobre o excesso de informações ao alcance de todos, congestionando o mundo e prestes a detonar o apocalipse. Gerald parece entusiasmado, afirma que há tempos não vibrava tanto na fase de ensaios.

Vista por aqui em Entredentes, ao lado de Ney Latorraca, a atriz portuguesa Maria de Lima lidera o elenco como a controversa Santa Desgoogle das Desgraças. A personagem tenta salvar o mundo, peneirando nesse excesso de informações as notícias quentes e falsas. As atrizes Ana Gabi, Beatrice Sayad e Isabella Lemos completam o grupo ao lado das performers e coreógrafas americanas Lisa Giobbi e Julia Wilkins.

A temporada vai de 11 de novembro a 17 de dezembro, de quintas a sábados, às 21h, e domingos, às 18h. Os ingressos, a R$ 40,00, começam a ser vendidos hoje no site do Sesc e, a partir de amanhã, nas bilheterias da unidades.

 

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Elas SURTAM !

DESA – BAFO !

Elas todas surtam.

Elas surtam.

Sempre surtaram. Até ai não ha novidade.

Há décadas eu sei disso.

Dessa vez o texto é outro: “eu sou brava! Olha só como eu sou brava!”

Ah sei.

Não aguento mais essa ciumeira.

Juro que não aguento mais.

Ou discussões sobre ex mulheres , as ex mulheres e as ex mulheres. Ah sim, as ex mulheres. Ou o Anhangabaú.

Ou….sobre “ex mulheres” E… sobre o Anhangabaú….

Ou sobre “ex mulheres”…..ou sobre algum vale no mundo….

No fundo é sempre tudo igual.

Elas surtam, derrubam o que está de pé. Elas Vem em primeiro lugar.

Em Segundo, a sua falta de auto estima. Em terceiro a dor do amor. Uma espécie de Liebestod.

Não se importam se temos ou não um espetáculo pra colocar de pé.

Elas bebem. Elas surtam. Elas são carentes. Pedem desculpas e pedem COLO. “Me dá um beijo?” “Me perdoa” “Me da colo”

E depois surtam de novo.

Escrevem verdadeiros TESTAMENTOS de como não gostam delas mesmas. De como não tem auto estima. A cada dois dias vem algo assim: “Sei que voce não me ama”. “Sei que voce não gosta mesmo de mim. Por que não diz logo?”

É incrível. Por mais que a gente apresente PROVAS, se dedique, apresente EVIDENCIAS COMO SE FOSSE NUM TRIBUNAL, vem isso: “Sei que voce não me ama”. “Sei que voce não gosta mesmo de mim. Por que não diz logo?”

Um inferno cara.

Um verdadeiro inferno

Gerald Thomas

October 29, 2017

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Vivemos para momentos como esses ! (We live for moments such as these!)

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October 28, 2017 · 11:05 am

GT and Adriane Gomes (marriage proposal)

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“MAQUINA-HOMEM”, por Guilherme Zelig.

Guilherme Zelig

O ser humano enlouquece cada vez que tenta encontrar a razão no impensável.
Sentou-se ele a observar a si mesmo e seus modos repetitivos. A rotina era uma repetição. Com erre que retumba, a lembrar passos de rumba e faz das tumbas um objeto de desejo. A sagrada e famigerada rotina. Sentou-se à mesa, enquanto a se observar. E via a inação dos móveis, das nuvens através da janela, do seu ímpeto de continuar a existir.
De repente, pôs sobre o prato um pedaço de si. Sentia certo asco de ver aquela carne humana, vermelha, a exalar cheiro de sangue. Dividiu-o em quatro e saboreou o primeiro pedaço de si. Mastigava a crua carne com raiva pungente. A máquina-relógio parara no tempo. Começava ali o seu processo de máquina-homem.
Garfo na carne. Carne à boca. Mastigação. Máquina-esôfago. Máquina-estômago. Máquina-intestino. Máquina-cu. Processo de corte. Produção de improdução. Máquina-cu não expele restos de carne que um dia pertencera à mesma máquina. Retomada: garfo na carne. Carne à boca. Repetição.
– Eu não entendo mais nada que Adolfo faz – reclamava a máquina-esposa às amigas.
A contemplação de seu modus vivendi a si era-lhe completamente perfeita. A autofagia, pensava ele, ser-lhe-ia importante para recompor-se a si mesmo. E assim devorara o garfo, o prato, a toalha de mesa e parte da cadeira. O homem-máquina começou a se rebelar com ímpetos de insaciedade.
Já não compreendia ele a máquina-vida. Talvez nem mais se tornasse a pertencer a esta. A máquina-social, dita cuja que lhe impunha milhares de regras, também a si não fazia sentido. Não sacaria sua máquina-cu de sobre o sofá para mais nada. Devoraria a si mesmo quando sentisse a máquina-fome.
Esperava com ânsia a máquina-morte para devorar-lhe a vida, pois a si nada mais fazia sentido.
Guilherme Zelig

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“EXTINTO”, mais um texto brilhante por Guilherme Zelig !

Guilherme Zelig

Extinto
Primeiramente, uma tomada de ação. Reação. Logo, a contração. O respirar lento, a impotência cardíaca. A visão turva, a escurecer vagarosamente. Penumbra. Completo negrume. O despertar com pessoas a charlar. Aquele sentimento estranho de ser aberto. Investiga-se a causa mortis. Perscruta-se órgão por órgão, artéria por artéria, veia por veia. Nada de mais encontra-se. Apenas merda no intestino, restos de comida no estômago e o fígado castigado pelo álcool.
De repente, o mover do corpo para outra mesa. “Insuficiência. O coração tentou o máximo que pôde, mas parou. Passa-me a prancheta. Você vai almoçar agora?”, disse aquela voz rouca do médico. Engaveta-se. Passa-se um tempo. Traslado. Outra voz: “é este o pai do senhor?” “Sim”, disse o outro. “Está pleno. Veja só suas linhas faciais: morreu dormindo. Sem sofrer”. O deboche de quem não via o patriarca havia já quase sete anos.
O repousar no esquife. A sentir-se ínfimo, indefeso, vítima da mácula de haver existido. Fugir do caos do viver sem ao menos despedir-se de ninguém. Velas acesas. Funeral cristão. Carpidores sem o mínimo de pesar por quem estavam a fitar no esquife. Ah, mas o dinheiro sempre falou mais alto. Pranteadores vis, ardilosos. “O padre vem daqui a pouco. Avisaram os vizinhos?”, falou uma voz familiar. Não podia conjeturar quem. Mortos não têm boa memória.
A recordação dos joelhos sobre o genuflexório. Incontáveis vezes atrás de uma resposta que nunca veio. Perguntas ao infinito – todas elas sem respostas. Em suma, a recepção de um longo e obscuro silêncio. A angústia. O sentimento de falha. O lacre do ataúde. Os problemas embuçados em uma caixa de madeira pela eternidade. O ranger do apertar dos parafusos. O temor. A claustrofobia. O odor sufocante das flores.
Os prantos, as palmas, os lamentos, as despedidas. O engolir da terra. Chuva. Sol. O olvido.
Guilherme Zelig

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Coisa “sólida” e que me diz coisas que nunca ouvi, desde a entropia até a minha relação com a morte. Coisas fantásticas: Adriane Gomes!

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October 20, 2017 · 2:06 pm

CARETICE ! que chato ! Saco !!!!

 

 

 

Muitas vezes me pego no auge de um beliscão. Onde estou? Do lado de Gregor Samsa, o inseto de Kafka? Não. Estou lá de volta a década de 80, quando eu ainda dirigia o Julian Beck – fundador do Living Theater e criávamos a “Beckett Trilogy” pro La MaMa. Ou me pego voltando pra adolescência em NYC ou mesmo em Londres – época hippie. Sim, hippie mas, na verdade na era da CONTRA CULTURA e com muita consciência, lendo o “Blue Print for Survival”, devorando tudo, desde os gregos até Descartes e ativo na participação da revolução dos Cilvil Rights Movement e marchando contra a Guerra do Vietnam.

Acreditavamos na guitarra distorcida de Hendrix e no Star Spangled Banner que ele nos mostrou em Woodstock e muitos de nós ainda acha que foi aquilo que deslanchou All the President’s Men, Woodward e Bernstein a investirem e derrubarem o crápula do Nixon. Era o Hendrix e era o FREE LOVE e era a NUDEZ. E era tudo aquilo junto. Sim, era um statement.

E aí, nesse momento, o beliscão MACHUCA ! Machuca porque percebo que pessoas muito próximas de mim hoje (e que eu amo), muito próximas mesmo, são tão tão tão caretas!!!! Mas tão tristemente caretas que me dá uma imensa vontade de chorar.

Quando penso nos dias e nos papos que tinha com Judith Malina e com o próprio Julian, ou com a Sontag, e a CORAGEM, a AUDACIA que as pessoas tinham! Não preciso ir muito longe: minha convivência com o Hélio Oiticica. A audácia. Nossa! Era lindo. E agora?

Fulana A não quer encontrar fulana B porque…..ah….porque fulana C porque a fulana D e porque a fulana F (ah, caramba!) ! SOMOS TODOS AMIGOS CACETE. Todos temos interesses COMUNS. SOMOS ARTistas, meu DEUS do céu. Penso em ARTaud e a minha cara cai no chão, pois….vejo que o CIUME CORROI mesmo essa merdinha de cabeça humana (mesmo em se tratando de quem já me deixou, me abandonou e, mesmo assim, NAO QUER ENCONTRAR fulana B, C, D, etc. FAZ SENTIDO ?

E com o Glauber? Todos topavam tudo! Podia se registrar tudo. Não haviam esse PUDORES de MERDA. Esses pudores HIPOCRITAS ! Como é RIDICULO tudo isso. Hoje se vestem e ficam rubros quando falam da intimidade. Nossa !

Vão todos queimar NO INFERNO DO MESMO JEITO.

Caralho. Que saco !!!!

Gerald Thomas

São Paulo, Oct 18, 2017

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Programa “METROPOLIS” (foi ao ar domingo, 15 Oct 2017)

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“CALA A BOCA !!!!”, ela berrava depois que me disse: “eu vivo cada dia como se fosse o último”.

 

Eu vivo o meu dia como se fosse o último”, ela falou em tom já bem bravo. Mas isso ela falava quase todos os dias nessas ultimas duas semanas.

 “Eu vivo o meu dia como se fosse o último”, soa muito agressivo, quando se ama alguém! Mesmo que no inicio de uma relação (ou num reinicio ou numa retomada de algo que já começou, falhou, falhou de novo, falhou melhor e agora está, mais uma vez, a começar, já com jeitinho de término…)

Soa mais ainda agressivo quando essa é a resposta a um pedido de namoro (mesmo que já se esteja trepando muito, o que era o nosso caso).

Surtam. Elas surtam. Todas elas ou quase todas elas.

Todos nós, imagino. Mas obviamente, eu tenho essa incrível tendencia de enxergar o que esta muito perto e aquilo que está bem longe mas o que está no meio? Não. Não consigo. Trata-se, de certa forma, daquilo que o Rupert Sheldrake, certa vez, batizou de “Morphic Resonance”. Mas deixa isso pra lá. Que “Morphic Resonance” porra nenhuma.

Tudo bem, a Ressonancia Morfica pode ir pro inferno mas…mas essa coisa de conseguir se adaptar também vem a ser uma questão de “generosidade cultural”. Ou de aceitação de costume dos outros. Talvez ai, sejamos todos pecadores.

Mas pra que se tenha “generosidade cultural”, tem que se ter cultura.

“Eu vivo o meu dia como se fosse o último”……Depois de duas semanas ouvindo de mim que eu queria um futuro e um futuro que até (ah….sei lá….) ela me devolve essa frase BRAVA assim que cheguei de um dia BOM de ensaios QUENTES e esquentados de DILUVIO. Mas penso ….”o que é que acontece?”

O que foi que falei?

 PROVINCIA

Ah, deve ter sido a questão de isso aqui (o pequeno meio “alternativo” por onde ela circula, ser uma PROVINCIA? WOW. Que tremenda novidade. Teria sido isso?

Não! Disso ela já sabe pois elas e eles e elas se encontram e bebem e cheiram e  bebem e cheiram…(……) todas as noites e se entorpecem pra cair a beira do desespero porque ISSO AQUI NÃO LEVA A NADA PROVA NADA PRA LUGAR NENHUM – é o FIM  – (mas eles ainda mantem o tom da arrogância enquanto sobem e descem essa Augusta, e essa Augusta e esses Planetas e esses barzinhos de sempre e de sempre onde a “classe” “acha que se ve” (mas não se enxerga), geração após geração, caindo no abismo, num abismo maior, pois quem vai lá, não vai lá pra comemorar. Vai lá pra enxergar o DESESPERO NA CARA DO OUTRO E…pra entender que a SOLIDAO é grande.

Elas se olham no espelho, não se enxergam ou se reconhecem somente via smartphone através dos seus APPS. Ontem mesmo, depois das brigas e desentendimentos, ela fingia uma lágrima através do Instagram.

É interessante isso. Não sei se tudo é um enorme fingimento ou, de fato, elas choram ou sentem tudo através de uma postagem virtual. Se esse é realmente o caso, ela já viveu o seu ultimo dia ! Ele esteve lá atrás.  Se esse é realmente o caso, ela é o ANDROIDE (do futuro) no qual tanto se fala e que nem nome tem. Tem um nome no Facebook, outro aqui, mais um ali e outro completamente indiferente…Indiferente…

Sim, indiferente, ela abre as pernas e continua com elas fechadas. Ou fecha as pernas e continua com elas abertas. Engole fogo mas é gélida.

Mas é linda e doce, sendo salgada e brava.

Já veio de PRETO pra causar BRIGA!

Qual briga, não sei.

Mas imagino que tenha sido o fim.

Um fim que já havia sido pré-determinado desde o primeiro dia – há duas segundas feiras atrás quando nos reencontramos.

Mas ontem a noite quando veio dela, em voz alta: “CALA BOCA  PORRA CALA BOCA”…. eu continuei deitado na cama por alguns momentos e pensei…..Eita! Eita. Não não não…

NINGUEM nesse mundo vai me mandar calar a boca ou, aliås…NINGUEM NESSE MUNDO JAMAIS DEVERIA OUVIR ESSA FRASE. NINGUEM. Quando percebi isso, me vieram sensações de profunda tristeza, choro, decepção e imagens do “The Lost Ones” de Beckett onde ele diz (cito de memória: “Abode where lost bodies roam each looking for their lost one…”

Pois é ! Em províncias cujas ideologias falidas ainda lidam com bolhas que sustentam os egos altos e vagos de auto estimas falidas, “The Lost Ones” de Beckett são imagens presentes e validas (talvez até urgentes e que explicam essa VIOLENCIA verbal, esse abuso ditatorial que me sai nesse urro: “CALA BOCA  PORRA CALA BOCA”

“Eu vivo o meu dia como se fosse o último”

 Entendi.

 Gerald Thomas

São Paulo, October 16, 2017

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“HAPPY BIRTHDAY” – FERNANDA MONTENEGRO – e…nosso eterno romance epistolar ! 88 anos! Essa mulher LINDA! minha eterna sogra! a MAIS FANTASTICA ATRIZ NO MUNDO: “Sir Fernanda” !!!

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Ruth Escobar – morre a mãe do moderno teatro brasileiro, especial para O Globo, Gerald Thomas

 

SÃO PAULO —

Ruth Escobar. Ela foi minha mãe em todos os sentidos. Mas ela foi a mãe do moderno teatro brasileiro também.

Foi ela quem trouxe ao Brasil Bob Wilson, Andrej Serban, Victor García (criador da mais revolucionária montagem de “O balcão”, de Genet, já montada no mundo). A Ruth destruiu seus teatros e realizou o desejo do Victor. O público sentava numa espiral de arame. O palco era um elevador de acrílico e tudo isso se dava num cilindro de oito andares. Genet veio e não gostou, mas o MUNDO amou. Eu saí andando a cata de Genet pela Rua dos Ingleses e dos Franceses. Mas o Festival de Avignon, o d’Automne e outros (como na Pérsia, por exemplo) notaram. E vieram os “Autos Sacramentales”, de Calderón (de la Barca).

Mas peraí. Não é só isso.

Maria Ruth dos Santos, na minha casa em Londres, tomava banho de banheira e saía de vestido molhado e peruca na cabeça, rindo. Seios a mostra, lindos, entre casamentos, sempre entre casamentos. O que fazíamos nessa época? Sim, salvávamos presos políticos. “Venha para o Brasil Jerry. Eu consigo que você visite os presídios onde eles… Onde o Vladimir….”

“Ruth… Caramba, é mesmo?”

“Jerry, meu queridinho. Eu consigo tudo”.

Sim, a Ruth conseguia tudo.

Desde que saiu de Portugal aos 16 anos e se mandou pra Hong Kong, a Ruth conseguia tudo. Numa quase loucura imperativa, a Ruth fundou o teatro que lançou a luta do pós modernismo estético e político milhas a frente de onde ele se encontrava. De Kazuo Ohno (que ela trouxe) ao próprio Peter Brook (de quem era muito amiga), e Ruth foi esfaqueada em 1996 em Paris.

“Como? Quem? Num hospital da Rue de Reinne? Ai meu deus. A Ruth? Embarco ainda hoje!”

Eu estava, por sorte, em Copenhagen, ensaiando com o grupo dinamarquês Dr. Dante Aveny e o voo pra Paris era de uma hora. A faca tinha pegado no rim. Lá estava a RUTH em 1996, assim como estava Samuel Beckett em 1938, ambos esfaqueados em Paris. Por quê? Por quê?

Olha… Eu tenho muito pra falar sobre a Ruth. Mas a notícia da morte dela acabou de me chegar. Estou em São Paulo a meio quilômetro de sua casa no Pacaembu e, pela primeira vez, devo estar no velório. Não estive quando Haroldo de Campos morreu em 2003. Não estive quando Paulo Autran. Não estive…

Ruth e eu no Selfridges, em Londres, e as intermináveis compra de perucas. Ai meu deus, as perucas. “Jerry, se voce falar pra imprensa sobre as perucas… Eu TE MATO”. Era motivo recorrente de piada entre nós.

Estou ensaiando “DILÚVIO” e… Meus olhos nesse momento mal enxergam essa porra desse computador. Me desculpem mas sou envolto por um verdadeiro dilúvio de lágrimas.

Era só o que me faltava.

Vá Maria Ruth. Você estava tão mal nesses últimos tempos. Sorte a sua.

Eu te amo agora como sempre te amei. Dê um beijo na Ellen Stewart, minha La MaMa, essa que você me apresentou e que me deu a luz. Vocês aí em cima vão fazer a FESTA. EVOÉ!

Que MERDA!!!

* Gerald Thomas é dramaturgo e diretor teatral.

Thomas tinha 15 anos quando, autorizado por Ruth Escobar, servia cafezinhos aos artistas e à equipe de criação da peça “O balcão”, dirigida pelo franco-argentino Victor García. Considerada uma das montagens mais ousadas da História do teatro brasileiro, a produção levou Ruth a destruir todo seu teatro para concretizar a ambientação cênica imaginada por García. Duas décadas depois, Gerald pode realizar, também com apoio de Ruth, a montagem “Um processo”, no Teatro Ruth Escobar, em 1968.

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DILUVIO – Julia Wilkins Parker – follow her extraordinary movements (Lisa Giobbi’s partner)

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Ruth Escobar – não adianta escrever R.I.P. pois pra mim é muito mais que isso. Sai no O GLOBO de amanhã

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October 5, 2017 · 10:59 pm

Imagens de DILUVIO ! DELUGE – images ! Follow the show !

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Maria de Lima X 4 (DILUVIO).Survival of the fittest and – homage to all transgender

PS: by me, Gerald

This is a scene in Deluge, DILUVIO, a ‘homage‘ to all all transgender friends gone and alive who struggle and thrive in this ever more difficult world leaning towards the extreme right! “FREEDOM ! FREEDOM ! I feel, I feel, like a motherless child. Alone, ALONE”

Gerald Thomas and Maria de Lima

 

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Adriane Gomes X 3

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THE most watched on my Instagram page: 1.020 views in one day! DILUVIO rehearsals

Ana Gabi wrapping Beatrice Sayd in plastic – DILUVIO – DELUGE

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