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A Cartelização do Mundo

 

New York – Caramba! Com os “cartéis” dominando o mundo, acho que nós, os putos, veados e vagabundos deveríamos tentar rebatizar a globalização para “cartelização” do mundo. Leio que Andrew Cuomo, filho do maravilhoso ex-governador do Estado aqui de NY, Mario Cuomo, e agora o nosso Attorney General, diz que convenceu nove entre dez dos principais recipientes dos bônus do AIG a devolverem  a grana. Algo em torno de 50 milhões de dólares. Nada mal. Nove em Dez. “Nine out of ten movie stars make me cry, I’m alive” (Caetano Veloso… descendo a Portobello Road, no exílio em Londres, Notting Hill Gate…)

Enquanto isso, o cartel mexicano de drogas se estende até à cidade de Sarah Palin, Anchorage! Caramba! Mas também (pensem!) com baleias e neve ao redor não resta muito o que fazer: o sujeito deve andar que nem um zumbi atrás de qualquer tipo de droga, não é? Diferente do Rio de Janeiro, SITIADA pela POLÍCIA E PELOS BANDIDOS!!!! Por quê? Maconha, cocaína e armas! “Seja marginal, seja herói!“, aquela coisa do Helio Oiticica já era! BASTA! Aquilo era naquela época. Soava bonitinho. Era logo depois de Sartre qie havia endossado Jean Genet com Saint Genet e artistas do mundo inteiro (como Warhol, por exemplo, declaravam seu amor pelo underground [ alguns com velvet, outros nao]. O Helio ainda in love com o Cara de Cavalo. Mas agora? Olha a merda que deu! BASTA! Sério. Eles hoje olhariam tudo isso com REPUGNÂNCIA!

Sim,  a cartelização do mundo! E ainda tem gente que defende a tese de que o teatro deve ser feito de “tarjas”. Mas isso é para quem ainda acha que o teatro é o “novo lugar” para ser descoberto. Nós, os veados, putos e vagabundos, que temos uma vivência um pouco mais abrangente,  tentamos nos (des)preocupar com a merda que acontece no mundo, como: a China que toma conta de tudo, as pequenas guerras localizadas e que estão extraindo o pouco de ‘humano’ que ainda resta em nós, as doenças RADICAIS  e que não precisariam existir se todo o dinheiro do mundo fosse gasto nas coisas certas (e não em bônus para CEO corrupto, que agora devolve…vamos ver…), as pequenas guerras frias entre paises como o Irã, a merdalha entre Israel e vizinhos, a merdalha entre os próprios árabes que não se entendem, a merdalha do Afeganistão que voltou a ser um campo de papoula (imagine a polícia do Rio subindo a Ladeira dos Taba-Maha- jahras! Brigando com o Taleban).

Ah, a cartelização do mundo…

Era sobre Descartes que eu escrevia? Não, né? É sobre os escrotos mesmo. Eles não querem deixar nós, os putos e vagabundos, em paz. 

 

PS.- Ontem foi aniversário do Blog: 10 meses de IG. E obrigado pelos quase 600 comentários do Post anterior! 
Ah, não falei em flores e na grande depressão, ou melhor, na CRISE econômica: mas andando na Sexta e no Sábado pelo Village ou Soho e assistindo um ensaio do Philip Glass na City Winery (tudo lotado, sempre, tudo completamente acumulado de gente, e a Dow Jones – the Devil in Miss Jones – estourando novos índices para CIMA) começo a ter minhas dúvidas o quanto é retórica e o quanto não é “remanejamento” dos… cartéis!

  

 

Gerald Thomas

 

 

(Vamp na  edição)

 

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Ah, Nós Artistas, os Putos e Veados!

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New York – Mas os políticos e banqueiros, todos vestidinhos com seus terninhos, ah… Que bonitinhos… Tão limpinhos! Volta e meia, tombam.  Para cada um que aparece ou é “pego em flagrante”, como o ex-governador de NY, o Eliott Spitzer (num ring de prostituição e drogas), ou o ex-governador de New Jersey (pego em flagra na cama com outro homem), imaginem aqueles tantos que não são pegos.

 

Quero dizer, eu não imagino. No meu círculo eu ouço mesmo! Sim, pessoas são nomeadas. É cada coisa! Pelo menos nós, artistas veados, putos e vagabundos nada temos a esconder. Drogados e sanguessugas que somos, sempre colocamos tudo  no topo da mesa, nós mesmos, sem meias palavras: desde Puck (no “Sonho de uma Noite de Verão”), até o Bobo (em “Rei Lear”), ambas de Shakespeare, os dois mentem dizendo a verdade. Ambos deitam e rolam em mentiras (que vem a ser a essência da verdade). Ambos falam asneiras (que vem a ser a mais pura razão).

 

E mesmo quatrocentos e tantos anos depois de Shakespeare a politicalha ainda não aprendeu que é melhor “escancarar”, ou seja, que é melhor ter a nossa cara do que se fingir de certinho! Incrível. Incrível mesmo, porque… mais cedo ou mais  tarde (assim como aconteceu com o ex-prefeito de Washington DC), vão pegar o cara fumando crack, ou vão pegar alguém dando o cu, ou vão pegar alguém trocando de papeis e falando frases que não são deles ou delas. Teatro! Esse é o nosso papel. Estamos sendo roubados todos os dias! Os políticos não assaltam somente os cofres públicos: assaltam a NOSSA PROFISSÃO!

 

É justamente isso que fazemos todos os dias, nós, os putos, os veados, os vagabundos!  E nos aplaudem em pé! Quando não nos vaiam, claro. Mas mesmo quando nos vaiam, estão demonstrando uma forma de repugnância não propriamente a nós, mas à nossa forma de representar vocês, eles, a sociedade como um todo. Daí talvez o choque.

 

Ah, e quanto ao aplauso: ele dói aos ouvidos. Por quê? Porque não existe nada mais hipócrita. Melhor mesmo seria enfiar o sorvete de casquinha no meio da testa! Aí, sim, tudo estaria nos conformes.

 

Ah, os artistas e os políticos e a sociedade…

 

Nós não temos jeito mesmo! E agora, para mais um ato! O Ato final? Como seria? Mais ou menos como esse do AIG que temos presenciado. Um diz uma coisa. Outro dia outro diz outra. No terceiro dia aparece outro que diz “eu preveni a todos que seria assim, já faz anos”. Daí aparece o antagonista dos antagonistas: Bernie Madoff.

 

A comédia do terror não tem fim.

 

Ou melhor, tem sim. Com muita maquilagem e muito cristal japonês, o verdadeiro teatro nunca esteve no palco. Que M.E.R.D.A.!

 

 

 

Gerald Thomas, 20 de Março de 2009.

 

 

 

 

(O Vampiro de Curitiba na edição)

 

 

 

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UM VÍRUS CHAMADO “AIG”

 

 

New York – No Capitólio agora a pouco, nesta Quarta-feira, um Deputado fez uma piada quase aos prantos citando um velho e conhecido produto das prateleiras americanas: “I can’t believe it’s not butter” (não posso acreditar que não seja manteiga).Óbvio que se trata de uma margarina com um gosto praticamente igual à manteiga. Prosseguia o deputado: “Pelo menos eles têm a DECÊNCIA de dizer que não se trata de manteiga. Por que a AIG também não nos informou algo como “I can’t believe it’s not insurance?”

Todo mundo riu. Mas depois do discurso inflamado do já inflamadíssimo Barney Frank, as coisas por aqui não terminam em pizza, não. A AIG é o gigante das seguradoras.  Ela assegura as outras seguradoras. Ela assegura os grandes filmes de Hollywood, as plataformas de petróleo, enfim, coisas enorrrmes.

Mas se qualquer uma dessas empresas fosse à falência, a AIG não teria como pagar, porque essa enorme máquina está falida. Mas mesmo falida, estava sendo subsidiada pelo “bailout” do governo. E como se isso não bastasse, seus chefões estavam se dando “bônus” na ordem de milhões de dólares. Milhões! E de quem é esse dinheiro? Nosso. Do contribuinte. Está todo mundo puto. E serão obrigados a devolver. No momento em que escrevo, o Presidente Obama está na televisão em rede nacional falando justamente sobre a AIG. Pronto: a bomba (mais uma) estourou: Wall Street está em coma. Mesmo com o Dow Jones em alta nos últimos dias, esse fenômeno dos CEO’s se beneficiando sem qualquer tipo de moral ou julgamento… bem esses dias acabaram. A festa acabou, rapazes. Os good guys de ontem são os vilões de hoje.  Nada que ficções ou filmes como “Wall Street” ou “Money”, ou editoriais já não vem dizendo há anos.

Sim, a recessão vai durar um ano. Tem previsão para isso. E depois disso nasce a Phoenix das cinzas. Como? O que digo? Utopia? É mais ou menos assim. Matou a família e foi ao cinema. Ninguém tem qualquer senso de História.

Exemplo: tenho aqui na minha cozinha um jarro de Maple Syrup, um sorbet de Blueberry e vários itens (como manteiga de amendoim orgânica). Mas se eu perguntar a qualquer mortal qual a origem real desses produtos, o que vou receber em retorno? Se eu perguntar ao vizinho o que significa o “SEC”, ou o “FDA”, realmente, vou receber um berro mudo, uma boca aberta. Ninguém sabe nada. São muitas siglas. Ninguém é perfeito. E por isso mesmo, os CEO’s nadam e rolam, porque “They can’t believe it’s not butter” e nós não podemos acreditar no que eles fazem. Mas que fazem, fazem! E agora… ha, ha, vão PAGAR CARO!

 

 

Gerald Thomas, 18/Março/2009

 

PS.: Se esse post não serviu para nada, considerem o seguinte: eu os apresentei a Barney Frank.  Quem é ele? É o primeiro “abertamente gay” deputado e presidente do Comitê de Finanças do Congresso.

Ah, e além disso, a AIG é a seguradora das seguradoras. Chega a ser uma piada metalingüística mesmo.  Disse alguém no meu ouvido: “é como se fosse um banco que não é um banco, ou um ônibus que não é um ônibus”. Ou seja, a AIG, cujo prédio eu vejo todas as vezes em que vou comer ostras no South Street Seaport, é um monstro de Loch Ness. Não existe!!!

 

 

 

(O Vampiro de Curitiba na edição)

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FAUSTO SILVA, VOCÊ VENCEU, PARABÉNS!

Fausto Silva, Chacrinha e… o grande circo.

New York – Pronto. Agora pensei o seguinte sobre a matéria da Judith postada no sábado: quase ninguém teve o que dizer ‘fundamentalmente’ sobre o que ela falou. Digo, sobre a vida que ela leva, levou e a mensagem que ela trasmite para o mundo. Quando penso nos programas dominicais do Faustão ou do falecido Chacrinha (absolutos vanguardistas no que fizeram), penso no que o mundo virou, ao contrário do que Judith Malina prega. Por quê? Difícil explicar. Mas tentarei.

Pensem naquela “melange” de gente no palco falando, berrando ao mesmo tempo. Pense naquelas meninas dançando e na confusão geral que se dá durante a tarde de domingo.

Agora, pensem nos Blogs, eles berrando, cada blog uma aberração, uma berração, um berro, uma verdade. Uma sinfonia pra lá de atonal, uma cacofonia pra lá de qualquer coisa que  o ouvido humano possa suportar. A mobilização urbana está insuportável. A mobilização política puxa a sardinha para o lado demagógico que quer e que lhe mais convém.

Um apoiador de McCain pode agora usar o jargão de Obama “CHANGE” da mesma maneira como um sucessor de Pinochet, no Chile, pode falar em liberdade de imprensa. Assim como os irmãos Castro, em Cuba, podem se considerar o Triunfo da Vontade exibindo o filme-mor do Terceiro Reich, de Leni Riefenstahl. Nada realmente faz sentido nessa moral perversa desse milênio que entrou. Nada.

ESTAMOS AGENDADOS.

ESTAMOD IBOPE-Ados.  Quem ganhou? O mundo cão! Viva o Faustão! Viva o Abelardo Barbosa!

Ontem, após o “60 Minutes”, na CBS, deixei sem querer a TV ligada. Pra quê? Entrou no ar “THE AMAZING RACE”.  O grupo de idiotas (acho que tudo pré-scripted) acontecia no Brasil, entre Salvador e Fortaleza.

Os Brasileiros eram mostrados como perfeitos imbecis, desdentados, táxis péssimos (até certo ponto verdade) e os americanos competidores eram mostrados como outro bando de imbecis que pronunciavam a capital do Ceará… “Furrleteeza”! Claro, ninguém tem a obrigação de saber onde está.

Se eu despachasse um bando de brasileiros pro Iemem do Norte, ninguém saberia pronunciar a capital: um horror: Mas a televisão é isso. As gravíssimas acusações engraçadas de Andy Rooney sobre o que é essa porra da AIG ou Goldman Sachs, e o que fazem com o “dinheiro dele”, e o que é essa merda de “bailout” são seguidas por um bando de imbecis tentando pegar táxis em aeroportos no norte/nordeste brasileiro.

Viva Faustão!

E Num Law & Order Criminal Intent na TNT ou A&E ou sei lá qual, um tal de vilão chamado Dupont estava com uma namorada brasileira, pronto para dar o golpe dos golpes e embarcar para o Brasil.

Quantas vezes já vimos esse filme? E o quanto dele está certo?

Eu poderia escrever algo mais sério, como a demonstração dos cegos aqui na Rua 23, que me impediram de ver o “BLINDNESS”, do Meirelles. Mas não vou. Retribuo generosidade com generosidade e mesquinharia com mesquinharia.

Ontem, comemorei quatro anos sem fumar! Oba!

Ontem, comemorei um ano desde que voltamos do festival de Córdoba e estávamos nos preparando (ensaiando) no hotel Staybridge em Sampa para abrir o evento “Satyrianas” na Praça Roosevelt, amarrando Alberto Guzik e um outro que desapareceu da minha vida por livre e espontânea opção, depois de aprontar aqui em NY. Nunca falei disso publicamente, mas um dia… Um dia, nada. Que um dia porra nenhuma! Viva o Alberto que está escrevendo magnificamente “Um Crítico”.

Quanto ao mundo? Ah, sim, ele. Hoje foi a Europa que se fudeu. Efeito Dow Jones. “The devil in Miss Jones”, aquele filme pornô que andava lado a lado com DEEP THROAT – com Linda Lovelace. Engolir tudo. Assim estamos, me parece. Como Linda Lovelace. Engolindo tudo!

Deep Throat também era o informante de Bob Woodward e Carl Bernstein do Washington Post e que acabaram com a vida de Nixon ao revelarem o escândalo de Watergate.

Hoje? Não tem mais GATES. So tem o Bill Gates dando uma ótima entrevista a tarde para um paquistanês cujo nome não me lembro… CNN dominical. Ótima. Micro and soft. Deve ter sido a mulher dele que deu o nome, depois que o Bill se despiu e ela viu o dito cujo.

Viva o Faustão! Você é a encarnação de “Fausto”, de Goethe. Já te disse isso na Churrascaria Rodeio de São Paulo e te direi sempre. Você está nas Vanguardas das Vanguardas porque o barulho que você provococa quando não deixa ninguém ser ouvido, quando fala é exatamente igual aquele que acabo de ouvir agora do lado de fora do meu banco, aqui na primeira Avenida, quando um policial da NYPD era verbalmente abusado por um camelô que dizia: “You motherfucker, se você me multar, eu vou lá e mato toda a tua família, teus sobrinhos, tua lua e teu sol. Yor son and yor SUN“.

O que ele quis dizer com isso, Faustão?

O que ele quis dizer com isso, Abelardo?

Mas funcionou! O policial se mandou.

O Brasil é humilhado por esses “game shows”. Mas não se preocupem: os particpantes são mais humilhados ainda.

Um humilhando o outro. Mundo cão! Mas tudo de mentirinha até que a primeira bala seja realmente MORTAL.

Gerald Thomas

Inicio de outubro. The Race is ON!

PS: Ih, esqueci de comentar o melhor do 60 Minutes: um soldado da DELTA FORCE que tentava catar o Bin Laden la nas montanhas em Tora Bora! mas nao conseguia porque, na medida em que…bem, deixa pra la. Quem viu, viu. Fica pro proximo post!

  

(O Vampiro de Curitiba, na edição)

 

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CRASH Parte 4 – TRUMP:DOW Jones SOBE 382 pontos: a História revive seus Horrores! Os FEDs entram e SALVAM a AIG/ Pior depressão desde A DEPRESSÃO, dizem os analistas aqui em NY

New York – TRUMP

Tábula Rasa.  Entre os geniais “Porcos Voadores” de Damien Hirst e as acusações da Maureen Dowd de que a Carly Florina não seria (sequer) capaz de dirigir a Hewlett-Packard, o que acontece? Tudo isso está ligado à Sarah Palin e ao Crash econômico que hoje deu a tal melhorada “band-aid”. O Dow Jones subiu 382 pontos porque o plano de emergência do secretário do tesouro (tesoureiro, alfaiate!), Henry Poulson (que alias eh primo de uma cantora lírica soprano que já cantou numa ópera que dirigi em Stuttgart em 1990, “Perseo und Andrômeda”, de Salvatore Sciarrino), se reuniu com o Bush (tão impopular que nem o McCain quer atender seus telefonemas. Chega a ser engraçado de tão patético ou patético de tão engraçado).

Mas, justamente por isso, gosto de quem zomba dos que se levam tão a sério: AMO o Monty Python (ou o que resta deles) e Damien Hirst (ótima a matéria na Ilustrada de hoje). O Saachi está se mordendo e o Nigel Reynolds, do Daily Telegraph de Londres, também.

Maureen Dowd escreve:   Carly Fiorina, the woman John McCain sent out to defend Sarah Palin and rip anyone who calls her a tabula rasa on foreign policy and the economy, admitted Tuesday that Palin was not capable of running Hewlett-Packard.

That’s pretty damning coming from Fiorina, who also was not capable of running Hewlett-Packard.”

Estou sem saco pra traduzir. Ambos os presidenciáveis me deixam HOJE de mau humor: é muita palavra besta rodando pra lá e pra cá. E olhem (todos vcs que me lêem) que sou pelo Obama até o último dos tantos fios de cabelos que tenho.

Mas, vendo a entrevista do TRUMP na TV, não dá mais! Enchi. Ainda sou daqueles que conversa com pessoas. Ontem, num jantar muitíssimo agradável com pessoas cuja identidade preciso manter sob cuidados Fort Knoxianos, as máximas eram “O Governo é sempre o nosso pior inimigo, até que a gente precise de um amigo!”. Bush tem mentido tanto, mas tanto, mas tanto que hoje à tarde, finalmente ele não fez brincadeirinha nenhuma com os repórteres: brincou de fazer cara séria e falou sobre a crise. Ou melhor, brincou de “assegurar” à população de que tudo estaria OK. Claro que os editores pulam em cima e rodam os clips recentes onde ele se contradiz ferrenhamente! Cada dia é uma coisa.

Até que McCain em Iowa explode e diz que – no melhor estilo TRUMP – “would FIRE” (demitiria) todo mundo.

“Se eu fosse presidente, eu o demitiria”, dizia McCain, num tremendo esforço de se distanciar de “George W Bush”.

TRUMP, que apóia McCain, deve ter dado um sorriso. Seu topete virou marca registrada. Seu “You’re FIRED” também.

Damien Hirst e seus porcos voadores, sem saber, também virou marca registrada: porcos de batom.

Agora a coisa está mais ou menos assim: no BURACO. Também não é à toa. Os Suíços fizeram experimentações com supercondutores, não foi? Disseram que isso iria produzir um ou vários buracos negros no universo, não é? Bem, o queijo suíço mais famoso é o Emmentaler, cheio de buraco. O Gruyere não, nem o Appenzeller, mas o Emmentaler tem mais buraco do que queijo!

Já estamos no buraco desde que o Tene Cheba me avisou ontem, num comentário, como a última BlogNovela foi premonitória: Nós, os personagens “nadávamos para fora da crise do capitalismo” em direção ao paraíso: Cuba. Era uma tremenda gozação, óbvio. Paraíso uma ova! A idéia era a de que 200 milhões de americanos, cheios desse negócio de “capitalismo”, fugiriam em jangadas improvisadas das costas da Flórida e fariam a viagem em direção contrária para encontrar o líder ainda vivo e conseguir tocar nas barbas… do…

Ainda mais intrigante: o manuscrito (está no título: era uma forma de celebrar o 11 de setembro de uma forma pessoal) era encontrado, parcialmente queimado nos escombros de Ground Zero, lá onde o Word Trade Center caiu, foi explodido pelos… chega! Estou esgotado de tanta retórica. Está na hora da BlogNovela virar um projeto concreto. E estamos a caminho de fazê-lo. Fiquem atentos, queridos!

Gerald, quinta, dia mais brando do CRASH.

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New York – Quarta-feira, 5:30 da tarde.

Num dia de mais loucuras, onde o DOW Jones caiu mais 450 pontos, o que reina mesmo é a loucura. Não sou analista de sistemas, não sou economista, mas ouço as pessoas, ando pelas ruas e recebo telefonemas. Alguns deles, de pessoas desesperadas: “O que devo fazer? Tirar todo meu dinheiro do banco?”, era um dos amigos. Um outro, já mais velho, que passou por várias crises, vários crashes, acha que dessa vez a coisa é pra valer: “Nunca vi nada igual. As filas nos bancos estavam imensas. Tentei primeiro numa ATM (caixa eletrônica) e nada funcionou. Estamos vivendo um doomsday”.

Meus termômetros não são jornais nem as colunas ou os blogs, mas os amigos, os advogados e amigos que me explicam e me contam a coisa em retrospectiva histórica, não histérica.

“Gerald, você sabe que tudo isso vem de horas e horas e mais horas de pessoas sentadas no DK Room”

GT- DK room? O que é isso?

“É o Don’t Know Room. É pra onde os stock brokers vão, no final – depois que fecha a bolsa, a NYSE e “acertam” os pontos, os nós, tudo aquilo que ficou mais ou menos no ar, todo aquele negócio “subjetivo” que… Bem, você sabe do que estou falando”.

Tento. Esse Blog não é de economia. Mas todos nós que estamos alertas e vivemos com os olhos quase abertos e lembramos dos escândalos escandalosos das “montanhas de manteiga” na Europa (década de 70) (manteiga super produzida e que não tinha saída: Dinamarca, Holanda e Alemanha acumulavam montanhas desse produto da vaca) e todos que se lembram do escândalo chamado de “Great Salad Oil Swindle”, lá pelo início dos anos 70, sabe que o mercado financeiro é tão subjetivo quanto a ARTE. Hoje algo vale isso, amanhã, tal pintor, poeta, etc., não valem mais um tostão furado!

 O “Great Salad Oil Swindle” se resume num cara que ia medir um navio-tanque  (cargueiro) daqueles, ancorados aqui perto, em New Jersey. Ele ia com aqueles sticks… (me faltam palavras, oh blog… coisa rápida…) …stick… é vara! Isso! Vara de medir óleo, como aquelas, que medem o óleo do motor de seu carro. Só que enorme!

Ele ia medir a quantidade de óleo de salada (e depois dizem que Breton e Dali são os papas do surrealismo!) pra verificar a quantidade diária do cargueiro até que um dia… Até que um belo dia o cara leva um CHOQUE! Ele acende uma lanterna e se da conta de que estava medindo somente um pequeno cilindro. O cilindro estava cheio de óleo de salada, sim, mas o resto do navio cargueiro estava …. VAZIO!!!!

Doença da Vaca Louca!

Sim, esses são os tempos! Amanhã os jornais estarão repletos das mais perfeitas análises sobre esse, o dia 3 do mais profundo CRASH dos últimos tempos. Será profundo? Qual seu impacto psicológico? O quanto a mídia aumenta ele? Até que ponto as pessoas são levadas ao PÂNICO pelo que ouvem e pelo que vêem? Ai é que está a questão!

Já disse: ando pelas ruas. Não moro na Upper East ou na Upper West Side e nem no Village. Moro numa zona que não tem nome. Poderia chamar-se isso de Gramercy Park Área, com algum esforço. Mas hoje andei pacas, fui até a rua 12, subi e voltei. O telefone e o skype não pararam. O assunto foi….

O CRASH. Juro, as pessoas estão achando que amanhã estarão fazendo fila na porta da padaria (aqui não existem padarias como tal) com malas de dinheiro tal qual em 1929.

WAIT a second. Mas qual second? Vocês viram quantas demissões no mundo hoje?

Do centro do olho do furacão: Gerald !

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New York – EXTRA ! EXTRA ! Agora, nesse momento, terca-feira, horas após o fechamento da bolsa (NYSE) os Feds oferecem “esmola” temporária à MEGA – ASSEGURADORA “AIG”. O preço desse bail out? 85 bilhões de dollares!  AIG está envolvido no 401K, em empréstimos, em business, em assegurar bancos, etc. Se eles “caissem”, como Merril Lynch e Lehman Bros, seria o fim de Hollywood, por exemplo, pois AIG são as subseguradoras de filmes de Hollywood e até de, pasmem, Angelina Jolie!

Pronto! Os Feds entraram em campo! Nao iria demorar. Agora é imprimir mais dinheiro e a inflação irá pros céus (no mau sentido). E que as nuvens sejam o limite. E McCain ainda pede uma comissão parlamentar para investigar. COMISSÃO PARLAMENTAR? Pra quê? Estão TODOS envolvidos!

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Esse é o CRASH! Essa é considerada a depressão das depressões! Não que eu entenda dessas coisas. Mas entendo quando vejo um âncora como o Brian Williams, da NBC, se “mudando” pros financial headquarters da mesma TV, a MSNBC ou CSNBC ou algo que o valha, com uma expressão de terror e tremor – entre uma e outra, narrando as notícias e perambulando entre as mesas dos experts que ganham a vida “analisando” o dinheiro alheio. “Dessa vez”, dizia Williams, “o problema chegou até nós, pela primeira vez. Amanhã você poderá não estar mais sentado ai”. Wow!

Já cedo de manhã, Fernando Rodrigues (da Folha), havia cancelado os planos de almoço. Senti, pelas notícias de ontem a noite, tarde, que o NYSE, a bolsa de NY, teria um dia duro pela frente pelos eventos da última sexta.

Mas hoje? Caramba… hoje?

Não existe mais a Merril Lynch como tal. É como se deixasse de existir a KIBOM pra vocês. Lynch foi comprada pela BankAmerica e o DOW Jones CAIU 500 pontos. Parece a ilha de Galveston no Texas, que recebeu uma onda (o IKE) e pouco sobrou.

E a Lehman Brothers? BANKRUPCY! E ainda vem aquelas caras empresariais de sempre, com o sorrriso de sempre, dizer “não se preocupem com nada, seu dinheiro está garantido, assegurado!

Como assegurado se um dos maiores grupos financeiros EVER, o AIG, está em Águas Mais Profundas do que Houston, Texas? A própria AIG não sabe como sair dessa. Numa reunião com os Feds, os Feds saíram andando….

Não vou aqui falar muita bobagem, pois deixo que os cadernos de Economia os façam por mim. Só posso dizer que 8 anos de governo Republicano, de subprime, de brincar com dinheiro, deu nisso. As imagens na televisão, dos empregados deixando seus escritórios com as bolsas e caixas com pertences nas mãos é absolutamente deprimente. Mas os governantes estarão sempre sorrindo para nós. Como nos campos de concentração. Não eram chamados assim. Eram “campos de trabalho”: bem vindos. Arbeit Macht Frei.

Gerald Thomas no dia da Depressão das Depressões FINANCEIRAS em NY.

 

Do blog do Fernando Rodrigues:

 

“Na crise dos EUA, um nome emerge: John Thain

Nova York – o blogueiro mata as saudades da reportagem diária na economia. É divertido falar com essa galera apavorada em Wall Street. Eles não sabem o que é ter passado por isso no Brasil tantas vezes.

Mas os operadores estão olhando longe. Querem ver o que sobra do atual pandemônio. E um nome emerge da crise: John Thain, o CEO da Merrill Lynch que conduziu a venda desse banco de investimentos para o Bank of America de maneira até, vamos dizer, macia –dado o ambiente tumultuado.

Thain assumiu a Merrill Lynch caindo aos pedaços em dezembro passado. A ML tinha sido depauperada pelo chefe anterior, Stanley O’Neal, que perdera bilhões na farra dos títulos imobiliários podres.

Thain assumiu e não teimou com a realidade. A Merrill Lynch se livrou de mais US$ 30 bilhões de títulos imobiliários podres (deu tudo a preço de banana para a Lone Star). Vendeu também a participação da ML na empresa de mídia Bloomberg. Em outras palavras, enquanto muitos ficaram esperando ajuda do governo, Thain foi saneando a empresa.”

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