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Somos Todos Jacksons ou: Quando os Urubus Não Liberam a Alma

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(Jesse Jackson (esquerda) e o pai de Michael Jackson (direita)

Uraniastrasse (Urania Parkhaus) – Como você se sentiria  olhado, vigiado por BILHÕES de pessoas todos os dias? O Jagger, por exemplo, tem estrutura. Adolescente rebelde, mas já estudando na London School of Economics, ele se “ancorou” internamente para ser um “alvo”.

Já Michael Jackson, nasceu ali, menino, pequeno, frágil, no meio dos irmãos. E menino ficou. O sucesso lhe “estourou” na cara. Nem a voz mudou, ou mudou pouco até quinta passada, quando nos deixou.

A repercussão da morte dele serviu até para desviar a atenção das demonstrações contra o Ahmadinejad, no Irã, e outras atenções. Claro, morrer aos 50 anos não é, digamos, natural.

E nos faz refletir um bocado sobre quem somos, o que fazemos de nossas vidas, o quanto lutamos para termos o que temos, para que, no final, o lixo todo de um “império do rancho do nunca” seja desmontado, assim como são desmontados os nossos pequenos apartamentos, nossas caixas, nossos arquivos, nossos armários e segredos que guardamos atrás de mil tabus. Em nome de quê, mesmo?

Na verdade é estranhíssimo. Logo antes do Michael Jackson morrer, eu ia mesmo escrever algo sobre nossas compulsões, obsessões, higiene, nossa OBSESSÃO em esticar a vida. Lembro-me do Caetano Veloso dizendo, certa vez, que Michael Jackson era uma das fontes que mais distribuía alegria pelo mundo. Eu não poderia concordar mais. Quanto a querer prolongar a vida, isso já é coisa da mitologia grega ou shakespeariana e, especialmente, iluminista (Goethe). Mas Hollywood é o símbolo desse prolongamento artificial estético.

É incrível como a morte de alguém tão genial acabe cavando feridas e expondo microscopicamente a sociedade dopada, dopaminada e lipoaspirada: três em cada dez comerciais de TV nos EUA são de “pílulas de promessas” de redução de peso em sete dias. Na vitrine da Barnes & Noble (cadeia de lojas de livros que a Amazon.com não conseguiu matar) metade dos livros são sobre dieta, fitness, saúde, etc. ou as “últimas” promessas de vida eterna.

No entanto a estatística mostra que estamos morrendo como sempre morremos. Claro, em “alguns casos” estica-se a vida até os 90 e poucos. Mas sempre foi assim.

Minha avó também chegou aos 96. O poeta e escritor beat William Borroughs chegou perto disso, tendo sido viciado em heroína quase a vida inteira.  Tem mulheres paupérrimas no nordeste do Brasil que chegam aos 100. Qual a fórmula? Qual a fórmula?  Somente “ELE” lá em cima a tem.

E nós aqui podemos passar os cremes mais incríveis na cara, nos injetar de colágeno do “La Prairie” ou da “La Mer” ou de GH (Growth Hormone) ou do caralho a quatro que acaba tudo dando numa enorme EXPERIMENTAÇÃO dos médicos e laboratórios. Ninguém sabe nada. Todos se promovem à custa da nossa ignorância.

Somos cobaias e radicais livres numa corrida contra o tempo, contra o círculo de giz.

Claro: macrobiótica serve pra alguns. Ortomolecular para outros. Homeopatia ou (pros masoquistas) acupuntura é uma delicia. Mas tem aqueles que se resolvem mesmo é numa boa feijoada.

Agora, para assuntos mais compulsivos:

MAÇANETA DE PORTA DE BANHEIRO PÚBLICO

Algo muito estranho é maçaneta de porta de banheiro público, como o de avião, por exemplo. Depois que você fez lá o que teve que fazer, lavou as mãos, você pega na maçaneta da porta em que TODOS tocaram, um nojo! Faz sentido? Você não sabe se a pessoa anterior lavou as mãos! Não sabe se está infectada com qualquer tipo de vírus. E não houve nenhum “gênio” que ainda inventasse uma forma de NÃO se tocar naquela horrorosa maçaneta de porta!

PADRES-POLÍTICOS QUE SEMPRE MONOPOLIZAM SITUAÇÕES (foto acima)

Jesse Jackson (mesmo sobrenome, não é da família): Michael havia se convertido ao islamismo. Ninguém está tocando nesse assunto.

Diz o Reverendo Jackson:

“Quando o médico veio? O que fez? Deu uma injeção a Michael? E se deu, qual foi a substância injetada? O médico voltou muito tempo depois de ter sido chamado?”, perguntou o reverendo. “A ausência dele levanta questões importantes, às quais só ele pode responder”, prosseguiu.

Só que…

O Departamento de Polícia de Los Angeles, que investiga a morte de Michael Jackson, afirmou neste domingo que o médico do cantor, Conrad Murray, está ajudando as investigações. Na noite de sábado, Murray foi entrevistado pela polícia por cerca de três horas.

Segundo comunicado divulgado pela polícia, o médico, que estava com Jackson antes de o socorro ser chamado à sua casa, se apresentou voluntariamente. “O Dr. Murray foi cooperativo e deu informações que vão ajudar nas investigações”, disse o texto.

Também neste sábado, uma porta-voz de Murray afirmou que o médico “não é um suspeito” na morte do cantor e que ele vai “continuar a colaborar” nas atividades policiais.

“O Dr. Murray ajudou a esclarecer algumas circunstâncias e inconsistências na morte do ícone pop”, afirmou a porta-voz, em comunicado. “Os investigadores disseram que o médico não é um suspeito e, sim, uma testemunha da tragédia”.

Pronto, aí está. Jesse Jackson sempre CORRE para cena. Sempre. Por ser uma pessoa realmente importante (alguns o colocam no local da morte de Dr. Martin Luther King), acabou por se achar “justiceiro”. Mas com Barack Obama na presidência os valores dialéticos mudaram.

O Reverendo Al Sharpton (que monopolizou a morte de James Brown), é outro cuja voz sempre ouvimos (aos berros). Enfim, deixa pra lá. São pessoas que parecem viver de intrigas, de conchavos, escândalos (na esperança que eles nos tragam alguma revelação).

Então copio abaixo um trecho de um texto que adoro de Alan Viola, cujo blog está linkado a este:

“O ato secreto de Ninguém

Desde o processo de renúncia/impeachment de Collor não se parou mais com a onda de escândalos e suas revelações. Não separamos mais a política de maracutaias – espécie de extensão natural da profissão não regulamentada. Passamos pelo lodo do mensalão escandalizados com o PT, que criou-se e se fortaleceu na tese da ética na política. O partido parece que também não sabia que o jogo do poder – o poderio do jogo – poderia levá-lo para onde sempre pautou sua crítica. O PT frequenta hoje o espaço de suas críticas ferozes por décadas. Que doido. Ou era apenas um estratégia? Um discurso roteirizado para forçar a aceitação do círculo, uma contra-senha?

Havia, e há, uma palavra mágica que adere a antigos, e novíssimos, movimentos de atos políticos, uma aceitação generosa da agilidade e maneira peculiar de se fazer política, tradicional, e supermoderna. A palavra é: governabilidade. Ela que sustenta as línguas dobradas e os conchavos. A governabilidade, para não se romper, impedindo a suposta ação benéfica dos governos, é uma aceitação a priori do outro, com suas manias, idiossincrasias e jeito diversificado – uma ação para além do comum. A governabilidade e seu fim tem que superar essa cisma do comum, de que as coisas tem que estar submetidas a uma ética. Tem uma expressão que lhe assegura os atalhos e lhe dá a camada de importância: Em nome da governabilidade! Depois disso, portal e porteira abertos.

Então, expressões novas e bastantes usadas também vão se acercando de nós como o chatíssimo diferenciado, que já deveria partir sem saudades, pois quer ser um adjetivo de marketing do diferente, e já tornou tudo igual. Expressões servem para isso às vezes, nos fazem entender que nem tudo é como nos parece.”

(seu texto por inteiro continua lá no blog do Alan)

Pois é! Ali está: “Ela que sustenta as línguas dobradas e os conchavos. A governabilidade, para não se romper, impedindo a suposta ação benéfica dos governos, é uma aceitação a priori do outro, com suas manias, idiossincrasias e jeito diversificado”.

Leiam isso no contexto dos conchavos Elsinorianos ou Hamletianos, no caso da morte de Michael Jackson, onde reverendos e políticos (às vezes ambos) querem meter a mão  e o bedelho. Essa tragédia,  que já chamei de “Weltschmerz” (dor do mundo), ou dor de sentir a dor do mundo, é uma medida que não tem medida. Mas pessoas sensíveis a sentem: Van Gogh ouvia vozes e cortou a orelha, e não foi por amor, e por aí vai. Jackson sofria as dores do mundo, desde muito cedo.

Grandes estrelas se apagam e as galáxias ficam com pequenos asteróides sombrios querendo 12 minutos de fama. Nunca me esquecerei as lágrimas de crocodilo de Jesse Jackson aplaudindo a vitória de Obama em Chicago em 4 de novembro, cerrando os dentes de ódio. Ele foi, no início, um dos candidatos pelo Partido Democrata.

É isso. Estamos todos tristes. Não nos entendemos, não entendemos nada, e, no entanto, queremos FICAR aqui o máximo de tempo que der. Ego? Muito ego? Todos nós tentamos “prolongar” a vida. Seja ela a vida biológica ou pública, a dos factóides. É antioxidante pra lá, pílula pra cá, remédio pra isso e Omega 3, 6 e 9 pra aquilo. Os laboratórios fazem verdadeiras fortunas e as clínicas lipoaspiram, botoxam, siliconam as pessoas, tudo pra que se ESTACIONE num tempo! Num túnel do tempo.

Num pacto com Mephisto. Numa troca de sangue.

Numa troca dos três poderes, três mãos, minas de sal, estátuas de sal, coisa que jamais será possível.

E mesmo assim os mais poderosos acabam sendo os mais sensíveis e levam nas costas essa merda dessa coisa chamada “WELTSCHMERZ”, ou Dor do Mundo, que vem da compreensão de que está tudo torto, de que está tudo errado, desde a maçaneta da porta do mictório até as mais altas esferas políticas, até o microcosmo das famílias disfuncionais! Não há jeito.

Nascemos com parafusos a menos!

Gerald Thomas

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(O Vampiro de Curitiba na edição)

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Seis Meses de Obama e a Mosca

“Barack, Barack, nosso pai!”

China ou Chinatown- Sim, Hollywood existe! “A diferença entre insanidade e genialidade só pode ser medida por sucesso”. Um dia explico tudo! Mas foi com a frase “Sim, Hollywood existe” que terminei meu último post. Mas agora… agora, tendo chegado aqui, sem saber quem sou, sem identidade, tento ler os jornais daqui, mas não entendo o Mandarim. Imploro ás pessoas nas calçadas para que falem comigo. Ninguém pára. Poucas pessoas falam Inglês e mesmo assim, ficam cabreiríssimas. Menos gente ainda fala alemão. Ninguém (óbvio) fala Português. A revolução cultural de Mao uniu 16 nações através de um idioma: e eu não entendo uma única palavra: quero saber se os jornais daqui estão dando algo sobre o Irã.

Claro, a maior revolução do século XX. Será? Claro que não! E a revolução Bolchevique, meninos? Não conta? O que é o Irã com o seu extremismo islâmico (1979), contra o “perigo vermelho” de 1917?

Mas não vejo nenhuma foto do Ahmadinejad nos jornais locais, somente uma MOSCA que o Obama matou a tapa!! Também quero saber se falam algo sobre o país vizinho aqui, a Coréia do Norte. Quero saber o que acham do nosso Obama, festejando gloriosos SEIS meses no poder sem um único tropeção!!! Ainda matou uma mosca com um peteleco certeiro!

Mais ou menos com o mesmo poder e já com algum tédio, Barack Obama trucidou com certeiro golpe e destra mão um exemplar da espécie, que teve também seu momento de glória. Não precisou usar seu assombroso arsenal militar, seus porta-aviões que sozinhos são capazes de dominar a Terra, suas ogivas nucleares, os serviços do FBI e da CIA. Com um peteleco e uma expressão de quem é hábil em matar moscas, deu um único golpe e matou a mosca e a questão.

Bem, aí mais da metade da população do Oriente Médio ficou assim:

Aos berros, ou aos mantras, ou aos prantos:

“Barack, Barack, Barack, nosso Pai”, como na foto aí em cima.

O Oriente Médio, como sabemos, é infestado de moscas. Se Ahmadinejad não tivesse roubado as eleições no Irã, seria uma mosca a  menos. Mas, descontando o Irã, mesmo assim, são muitas moscas.

Num telhado qualquer, de um país qualquer onde se secam tâmaras, damascos ou figos, a quantidade de moscas é simplesmente incrível: e Obama demonstrou o que uma cultura milenar não soube ainda conquistar.

13 mortos, pelo menos, no Irã. E nós com isso? O mundo INTEIRO só fala do Irã. O foco do mundo está ali. Como o Lula deve estar com inveja, nossa!

Olha só: Uma das figuras mais poderosas do Irã (o ex-braço direito do pai da revolução islâmica, o Aiatolá Khomeini), o Sr. Rafnanjani, era um crítico de Ahmadinejad e um grande aliado de Moussavi. Ou seja, no fundo nada prova nada. Não importa quem está na presidência. Importam os Aiatolás. Não importa muito quem está na presidência: se ele diz ou não que houve ou não houve o Holocausto: são os palhaços perigosos da vez, mas não passam de palhaços!

O Presidente Obama nao terá que se preocupar muito em dizer se apóia esse ou apóia aquele (o mundo fica lhe cobrando uma posição. Olhem a foto: todos de quatro).  Os Republicanos estão perdidos, sem líder. Em seis meses, Obama fez mais que qualquer outro presidente em anos. Até mosca matou.  Ao invés de olhar o “adversário islâmico” como inimigo, procura um diálogo. Nada mais lógico.

Os Americanos querem guerra? Sim, no passado acredito que sim. Mas a economia está em frangalhos e esse presidente vem de um background bastante diferente para não repetir as merdas históricas.

Num artigo recente no Washington Post, dois líderes dessa administração (Larry Summers e Tim Geithner) escreveram um pouco, assim como se fosse um trailler, do plano econômico dessa presidência. Não, não vou reproduzir aqui no blog o texto do Washington Post e nem vou me irritar com partidos perdidos ou países ditatoriais onde a religião é usada como instrumento de manipulação das massas! Não vou.

Olho em volta e vejo cobras e lagartos pendurados em vitrines.  Congestionamentos enorrrrmes!  Deus do céu! Seis meses de Obama ! Viva! E quem se atrever a criticar o cadarço de seu sapato, vai virar uma mosca morta, com um simples peteleco!!!!

Gerald Thomas (des-orientado)

(O Vampiro de Curitiba na edição)

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Crise Existencial Oriental – parte 1

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Torcida Gay do Flamengo

(Torcida Gay do Flamengo)

De um  AEROPORTO qualquer ai pelo mundo –  Gente, é o seguinte: estou num stress terrível. A torcida extremista gay do Flamengo não me deixa mais dormir. O goleiro Ahmadinejad levou um “frango”, mas está deitando e rolando na grama da corrupção e a galera está furiosa. Mas eu queria dizer que, POR FAVOR,  não descontem em gays, lésbicas ou nos gatos. Gatos, na Itália, são considerados diabólicos! Já vi gato sendo torturado na Toscana! Aqui na China gato é comida de primeira classe, mas a torcida do Flamengo preserva o gato pra…

Não sei mais o que escrevo. Estou muitíssimo perturbado. Noto que, segundo um artigo que leio online, “Relações homossexuais são quase universais no reino animal e podem ser agentes importantes de mudança evolutiva”, afirma uma dupla de pesquisadores dos EUA. No entanto, eles alertam que os zoólogos podem estar rotulando de “homossexualismo” uma série de comportamentos diferentes. O estudo, publicado hoje no periódico “Trends in Ecology and Evolution”, é uma revisão das pesquisas já feitas sobre relações homossexuais animais. Essa área ganhou grande atenção do público após 1999, quando o zoólogo Bruce Baghemil publicou o livro “Biological Exuberance”, documentando homossexualismo em mais de 400 espécies. Há milhares de exemplos na literatura. Que machos gostem de fazer sexo com machos e fêmeas com fêmeas é um enigma evolutivo. Afinal, um gene gay (ou vários genes) seria eliminado, pois à primeira vista ele não ajuda a espécie a se perpetuar. “A grande questão é como explicar qual é o sentido evolutivo”, diz César Ades, etólogo (especialista em comportamento animal) da USP (Universidade de São Paulo). Qual é, então, a vantagem da homossexualidade para os animais? Os autores do novo estudo, Nathan Bailey e Marlene Zuk, da Universidade da Califórnia em Riverside, dão um exemplo. Veja as fêmeas do albatroz-de-laysan (Phoebastria immutabilis), do Havaí. ”Essas aves se unem em casais lésbicos que às vezes duram a vida inteira para criar os filhotes, especialmente quando há escassez de machos. Até um terço dos casais da espécie são formados por fêmeas. O resultado é que elas têm mais sucesso do que fêmeas “solteiras” na criação dos filhotes. O comportamento homossexual, portanto, muda a dinâmica da população -e pode ter consequências evolutivas importantes.”

Vago pelo mundo como se fosse uma nau qualquer sem rumo. Um dia, quem sabe, voltarei a ser eu mesmo. Mas quem sou eu? Não sei.

Boa pergunta!

Fiquem felizes, vocês todos!

Um tremendo abraço!

Sim, Hollywood existe! Um dia explico tudo!

Gerald Thomas

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(O Vampiro de Curitiba na edição)

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UM VÍRUS CHAMADO “AIG”

 

 

New York – No Capitólio agora a pouco, nesta Quarta-feira, um Deputado fez uma piada quase aos prantos citando um velho e conhecido produto das prateleiras americanas: “I can’t believe it’s not butter” (não posso acreditar que não seja manteiga).Óbvio que se trata de uma margarina com um gosto praticamente igual à manteiga. Prosseguia o deputado: “Pelo menos eles têm a DECÊNCIA de dizer que não se trata de manteiga. Por que a AIG também não nos informou algo como “I can’t believe it’s not insurance?”

Todo mundo riu. Mas depois do discurso inflamado do já inflamadíssimo Barney Frank, as coisas por aqui não terminam em pizza, não. A AIG é o gigante das seguradoras.  Ela assegura as outras seguradoras. Ela assegura os grandes filmes de Hollywood, as plataformas de petróleo, enfim, coisas enorrrmes.

Mas se qualquer uma dessas empresas fosse à falência, a AIG não teria como pagar, porque essa enorme máquina está falida. Mas mesmo falida, estava sendo subsidiada pelo “bailout” do governo. E como se isso não bastasse, seus chefões estavam se dando “bônus” na ordem de milhões de dólares. Milhões! E de quem é esse dinheiro? Nosso. Do contribuinte. Está todo mundo puto. E serão obrigados a devolver. No momento em que escrevo, o Presidente Obama está na televisão em rede nacional falando justamente sobre a AIG. Pronto: a bomba (mais uma) estourou: Wall Street está em coma. Mesmo com o Dow Jones em alta nos últimos dias, esse fenômeno dos CEO’s se beneficiando sem qualquer tipo de moral ou julgamento… bem esses dias acabaram. A festa acabou, rapazes. Os good guys de ontem são os vilões de hoje.  Nada que ficções ou filmes como “Wall Street” ou “Money”, ou editoriais já não vem dizendo há anos.

Sim, a recessão vai durar um ano. Tem previsão para isso. E depois disso nasce a Phoenix das cinzas. Como? O que digo? Utopia? É mais ou menos assim. Matou a família e foi ao cinema. Ninguém tem qualquer senso de História.

Exemplo: tenho aqui na minha cozinha um jarro de Maple Syrup, um sorbet de Blueberry e vários itens (como manteiga de amendoim orgânica). Mas se eu perguntar a qualquer mortal qual a origem real desses produtos, o que vou receber em retorno? Se eu perguntar ao vizinho o que significa o “SEC”, ou o “FDA”, realmente, vou receber um berro mudo, uma boca aberta. Ninguém sabe nada. São muitas siglas. Ninguém é perfeito. E por isso mesmo, os CEO’s nadam e rolam, porque “They can’t believe it’s not butter” e nós não podemos acreditar no que eles fazem. Mas que fazem, fazem! E agora… ha, ha, vão PAGAR CARO!

 

 

Gerald Thomas, 18/Março/2009

 

PS.: Se esse post não serviu para nada, considerem o seguinte: eu os apresentei a Barney Frank.  Quem é ele? É o primeiro “abertamente gay” deputado e presidente do Comitê de Finanças do Congresso.

Ah, e além disso, a AIG é a seguradora das seguradoras. Chega a ser uma piada metalingüística mesmo.  Disse alguém no meu ouvido: “é como se fosse um banco que não é um banco, ou um ônibus que não é um ônibus”. Ou seja, a AIG, cujo prédio eu vejo todas as vezes em que vou comer ostras no South Street Seaport, é um monstro de Loch Ness. Não existe!!!

 

 

 

(O Vampiro de Curitiba na edição)

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Vem aí o Inferno anual e o Império da Manipulação das Emoções. Quem sofre mesmo? Quem viveu DE FATO o 11 de setembro?

Contagem anual:  9, 10, 11… de setembro dos INFERNOS!!!!

E a cada ano fica pior. Eu achava, lá no inicio, digo, em 2002, 2003, que iria melhorar. Nada. Essa merda só piora! Vem mais um aí. A data está dobrando a esquina. E a lista de pedidos de entrevista são os mesmos ou um pouco diferentes, mas o martelo bate como se fosse o personagem Clov na cabeça de Hamm em “Fim de Jogo”, de Beckett. Som de lata! Sim, aquele dia foi um final de jogo, um fim de mundo, um final das contas, o holocausto ao vivo. O holocausto dentro dos EUA. Para aqueles que não estiveram em Kosovo, ou no Vietnam, ou em Sarajevo, Uganda, Ruanda, sim, esse aqui foi o que nos atingiu. Não me falem em Hiroshima, Nagasaki, Dresden, Auschwitz, Dachau, Buchenwald porque os ossos de meus parentes estão em cinzas lá. Sem lágrimas. Na boa!

Também vi Vigário Geral!

11 de setembro e as ruínas onde fui trabalhar e, ao voltar empoeirado, massacrado e sem fibra, escrevia meu depoimento para a “Folha”.

Mas o que veio depois foi ainda pior: A política de Bush. Não posso acreditar que estou em 2008 escrevendo isso. Leiam o que quiserem e acreditem em quem quiserem, juro que não agüento mais discutir como estrelar um ovo. Você agüenta? Não, não agüenta. Tenho aqui na minha frente todos os livros de Woodward e o 9/11 Commission Report e o livro de George Tenet e o de Frank Rich e uma pilha de livros que nem eu mais agüento ver ou ler. Náusea. Não, nada a ver com o Sartre, não.

Não posso acreditar que estou em 2008 me vendo diante de John McCain e Sarah Palin e sua pequena vila pentecostal no Alasca. Essa radical quase fundamentalista que transborda “pecados” por todos os lados. Transborda? Como assim? Sim. Marido bêbado que é pego dirigindo “sob a influência”… “DUI”, chama-se isso aqui.

Deus quis”… Ai, meu deus! Qual deus? Qual deus? “Deus é o maior problema, não a solução”, dizia um grafiti numa calçada em Brooklyn, nos dias após os ataques.

Não. Esse jogo de novo, não. Sou de teatro, mas odeio a repetição!

Será que escrevo sobre os ingressos do show da Madonna na Argentina que esgotaram em questão de horas? Digo, a mesma Argentina que vaiava Madonna por interpretar Evita Perón na sacada da Casa Rosada… Não, não irei entrar nessa de falar sobre a Madonna. Vou tentar me distrair com a ótima entrevista concedida por Alec Baldwin ao “60 Minutes” de domingo último, em que demonstrava ser  “outrageous”. Um cara de coragem singular por ter se “excluído” de Hollywood. Sim, e por quê? Porque sim! Porque George Bernard Shaw diria que ele seria um caso muito “peculiar” e que pertenceria ao equivalente a Fabian Society ou que ele atrairia muito mais atenção sendo um excluído! Faz sentido. Pouco. Tanto quanto Palin, Deus, Jews for Jesus ou campanha eleitoral onde VALE TUDO, ou seja, nada!

De volta a realidade, Gerald! Volta!  O ex-pastor, ministro, sei lá como se chama isso, da igreja de Sarah Palin (a Wasilla Assembly of God) falam em jivês, em gírias. Não, gírias, não. Falam como se fala no candomblé. Ou seja, quem é de fora não entende. É para não entender. É que nem o meu teatro. Epa! O ex-pastor de lá, o tal de Brickner, dos Jews for JESUS (Judeus por Jesus) acha que os ataques a Israel são justificados pelo seguinte: Ouçam bem: porque os judeus não procuraram por JESUS!!!

OLHEM o NÍVEL de loucura em que está metida a nossa potencial VICE presidente! E eu, tentando fazer o meu anual memorial sobre o 11 de setembro que vem sombrio, sóbrio, frio, estúpido, como todo setembro vem! ESTÚPIDO!

Olhem o potencial nível de loucura ao que chegou o Jihad propagandístico da políticaÉ um deus contra o outro.

O que eu vi da minha janela na Kent Avenue em Williamsburg, naquela terça-feira de manhã? Os aviões batendo no WTC, os prédios em chamas, os prédios caindo… muita gente morrendo e eu indo trabalhar em GROUND ZERO por VINTE E UM DIAS. Foi o que eu vi e vivi. Mas o que foi que aconteceu, por trás das paredes políticas dos que escrevem o DRAMA?

E, fora o petróleo, e a indústria bélica e a indústria do lucro, qual outra intenção? A de estabelecer uma nova ordem religiosa, a new religious RIGHT no mundo, usando Bin Laden (ex Cia nas Afghan mountains contra os russos)… Será? Não, estou sendo um Hamletzinho. Agora que o Musharaff nem “está” mais no Paquistão e o marido da Benazir pegou o poder… o que será? Caos total? A ordem é essa?

Para que liberassem um bando de mentiras?

E que construíssem uma CONSTITUIÇÃO paralela, mentirosa, ilegal… Não, não foi para isso que engoli kilos de asbestos, de amianto. Não foi para isso que segurei sapato com um pé dentro ou camisas… Chega!

Palin mudou de igreja, mas, como pergunta Larry King, “o que nós temos a ver com isso?” Por que isso determinaria o futuro do Commander-in-Chief? Desde quando isso é assunto? Agora ela freqüenta outra pentecostal , mais parecida com uma pipeline (oleoduto), a coisa mais cobiçada pelo estado do salmão, dos esquimós e do bacalhau negro!

Ah, a igreja agora é a outra, do outro lado da rua, e os pastores mudam de nome, vão de Tim McGraw até Larry Kroon, mas são todos a favor desse abominarrável Jews for Jesus, Jesus for Cheese, Cheese for Jesus, Jesus for Cristus, I for Isus, Pumpkins for Ravolis, Ricotas for Veal and so on, e assim por diante e com essa CARTA BRANCA se entra em qualquer país, se destrói, se desmonta, se mente em nome do santíssimo. E se sorri marotamente, assim como Madonna (olha o nome, que ironia!) sorria nos balcões da Casa Rosada com um sorriso amarelo quando a população portenha queria expulsá-la porque a sua santíssima Evita Perón havia sido manchada de um sangue impuro, assim como Brunhilde havia sido manchada com o sangue dos planetas e no desmanchar do castelo de Walhalla… E a Sarah Palin ainda vai me pertencer a uma organização obscura????? (sim, ela existe) Que acredita  QUE O MUNDO ESTÁ PERTO DO SEU FIM!!!! E QUE O ALASCA SERÁ O ÚNICO LUGAR SALVO PARA AQUELES QUE ACREDITAM EM JESUS. Caramba! Está uma coisa muito… o que mesmo?

Isso ultrapassou os limites de uma campanha presidencial. Isso aqui virou uma verdadeira AMEAÇA!

Gerald Thomas

Sobrevivente. Contagem regressiva e ainda sofrendo de Post Traumatic Shock Syndrome!

 

(Na edição: O Vampiro de Curitiba)

09/09/2008 – 23:29Enviado por: Tene ChebaGerald Thomas, sinceramente, o Iraque foi uma disponibilidade que não poderia ser dispensada, na minha opinião.Também para mim, foi um consenso político entre os Democratas e Republicanos, não se gasta o PIB do Chile por ano com uma alçada apenas.No meu ponto de vista,(coisa mais antiga, propaganda de ótica, Ponto de Vista, a melhor), o Iraque serviu para três coisas, desmobilizar um estado com tendências muito perigosas, criar uma barreira geográfica para proteger Israel, Arábia Saudita e menores laterais, vizualizar o Irã mais proximamente.Eu não acredito, que com as poderosas ferramentas disponíveis para tomar decisões, o despropósito ocorreu.A Jordânia vendia petróleo iraquiano, furando o bloqueio da ONU, Kofi Anan, este sim, através do seu filho, deitou os cabelos, e depois foi réu confesso.Não sei, alguém teria que alterar aquele absurdo, 5.000 curdos, mais os xiitas, um motivador e tanto. Gostei, só para variar, do seu texto, incrível que seus textos sempre nos desorganiza, ficamos atordoados, as quatro estações, rir, chorar, feliz e triste, perplexos, no parágrafo final, beijamos a lona. Você é demais.

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