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uptdated 5 May: L.I.E – the expressway to doubts, sorrows and longing

L.I.E – The expressway to doubts, sorrows and longing.

No, I’m not going to destroy your mind with descriptions of the Long Island Expressway or, for that matter the GRAND Central, or even the M4 motorway that leads me here. Lies. That’s what we do best.

Maybe the best description for our period (yes, period!) would be the midtown tunnel or the Holland Tunnel. Yes, tunnels. Darkness. Claustrophobia.

The theater is a dark place. It’s the place where we tell the truth by lying. Yet, the system is passing us by just like speeding cars do on the LIE. Except that cars don’t speed on the LIE. It’s a bumper to bumper deal, if anything, especially when the passengers  mouths are  wide shut and approaching the tunnel or the toll booths. Imagine Munch’s silent scream inside one of those tunnels. No, don’t imagine that.

I said, in the previous post down below that “we should rethink ART as the GREATEST form Of ART itself. Not as a fearful act of expression, but as an act of eternal transgression.”

But our bumper to bumper period (yes, period!!) isn’t up to much transgressing. Sucking the past dry, I realize … no, leave it alone: let it be. Let it be nothing. Well, sucking the past dry, we are in a recycling period and that makes me cry. I’m alive.

The current vacuum or void seems to me like an empty stomach starving for new ideas.

And that’s a huge question.

I’ll leave it up to Hamlet to solve.

But Hamlet has never solved a thing!  Yet he thrives in our imagination dead imagine, buried deep inside our brains as the eternal “what to be and what to do” He is the epitome, the prototype and the encapsulation of insecurity, low self-esteem, narcissism and self destruction. If the Hamlet in us ever does look at his own reflection, it will be in a pool of his/our blood just before death, rather than in a thin pool of water.

menopause on an island

I’m in tears while writing this because I’ve just spent hours watching/listening to John Paul Jones (the bass guitarist for Led Zeppelin) and it dawned on me that….No. Leave that alone for the moment.

“Ramble On”

I am simply in a state of wonderment or nostalgia or maybe I’ve come to realize that the Led, as well as Hendrix were products of the Cold War era. I mean, the byproducts of the Beatniks, hippies and all the names that’s fit to print in order to describe the “counter culture days” – or the Anti Vietnam War movement and all the peace and all the love we use to flag around and which has turned into so much hate, hatred, green kale and greed. Let’s say that the real world is more like Eisenstein’s Battleship Potemkin or Dostoevsky’s Crime and Punishment and the blues. Oh yes, the blues.

We’re in 2010. These guys were making the most amazing things and CHANGING THE WORLD  in the late sixties, early seventies. Meaning that 10, 15, 20 years after the Second World War, there really was a REVOLUTION from OLD to NEW.

And now? Nothing. This has all been FORTY years ago. So, what was our crime? What is this fucking punishment?

We are bombarded with LIES and sit still. “or take arms against a sea of troubles and by opposing, end them”, oh Shakespeare my love: that was almost 500 years ago. And now? We sit still and type. We type and wonder.

But it’s all blind, it’s all Braille. We type and type in vain. Better to spit into an empty glass of Barolo, I think.

When Page, Plant, Bonham and Jones formed Zeppelin, or when Hendrix, Mitchell and Reading formed the “experience” there was a UNIVERSE hidden in them. And a universe with a beat, a sound, a bass so loud that it resembled your own heart when in love. YOUR HEART WHEN IN LOVE.

Yes, and the lungs could barely take it.

Very little moves and that motto: “we should rethink art as the GREATEST form Of ART itself. Not as a fearful act of expression, but as an act of eternal transgression…has become nothing but a retrospective and introspective sound I hear, something that my soul hears, my subconscious knows but I sit still.

Yes, perhaps I will give Hamlet a call, after all and arrange to meet his father, the ghost. What better place than, say, somewhere along the LIE?

Gerald Thomas

3 May 2010

PS May 5

Faisal Shahzad, 30, a U.S. citizen from Pakistan, faces charges including attempting to use weapons of mass destruction. BEAT THE SHIT OUT OF THIS BASTARD. MAKE HIM TALK. (yes, I used to work for Amnesty International as a volunteer). Now I just don’t care: Nail him to a chair, beat the m*f* until he gives us all the info about these FUCKING COWARDS!

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Drogas: Qual é a Sua, Companheiro?

 

New York – Um mágico está no palco serrando uma mulher ao meio ou saindo de um cubo onde ficou durante 40 dias sem comida, como David Blaine, por exemplo. A platéia está “entorpecida”.  Ou uma banda de rock está em seu solo de guitarra, ou a marcha fúnebre de Siegfried em “O Crepúsculo dos Deuses” (última parte do “Anel dos Nibelungos”), de Wagner, está “inebriando” o público do Metropolitan Opera House. Ou mesmo um primeiro leitor de “Metamorfose” chega ao final da primeira página e sente um calafrio e um engasgo orgástico quando descobre que Gregor Samsa, o homem, se transformou num enorme inseto.

 

Nossa arte, nossa existência, a analogia do que somos pode ser – sempre – comparada, através de nossa longa história, a uma droga ou outra.

 

Mas a droga (seja ela qual for) continua sendo tabu. E como tabu, ela continua sendo sempre usada. E sempre usada, continua sempre sob repressão! Por que será? Quem lucra? Quem ganha? Quem perde?

 

Desde que me entendo por gente as pessoas em minha volta fumam maconha, se injetam com “coisas”, fazem surubas, etc.. Lembrem-se: sou da geração da década de 60, plena celebração da contracultura, anti-Vietnam,  Woodstock e Hendrix e Joplin. A geração que ficava horas e horas pro Filmore East abrir, aqui na 2 Avenida. Ou, em Londres, o Marquee na Wardour Street, pra ver o Cream, Yardbirds,  ou sei lá quem tocar.

 

Sim, pessoas caindo, caídas, o surgimento do Punk Rock, Johny Rotten, Sid Vicious vomitando na platéia, os ídolos se cortando com gilete sem saber tocar um único “tune” e se jogando de corpo e alma em cima do próprio público em pleno delírio.

 

Ainda me lembro de ver o MC5 dar uma paradinha em seu show, em Londres (início dos anos 70) pra que John Sinclair pudesse sair de cena pra se picar. “Hang on while I get my fix”. Horas se passavam. Assim como a Banda Vitória Régia tocando no palco enquanto o Tim Maia parecia ter mais o que fazer no camarim.

 

Heroína, Maconha, Cocaína. Crystal Meth, Metadona, Special K, GHB, Mother’s Litlle Helper’s (Queludes) , Uppers, Downers, Meta-anfetamina, crack, chá de cogumelos, mescalina, ecstasy e tantos outros (é só entrar na página do falecido Timothy Leary pra ver, inclusive, a relação entre um e outro e do outro com o outro).

 

Eu não sou muito disso. Aliás, não sou nada disso, exceto a coca (pra fins sexuais), que  usava recreativamente. Mas já foi a época. Consegui, essas décadas todas, me manter longe do Smack (heroína) e do álcool e de todas as outras. Como, não sei. Todo mundo em minha volta dando voltas, cambaleando.

De vez em quando um e outro iam pro cemitério, por causa disso ou daquilo. Quando não era o destino final, era aquela paradinha antes, o Pinel. “Sujeito pirou”. É, sujeito misturou tudo e nunca mais voltou. Comum ouvir isso na década de 70, início dos 80.

 

Mas isso era então. Hoje…

 

Hoje caiu TUDO nas mãos da bandidagem. Isso deu um ar, um estigma, horrendo à “coisa”.

 

Além do mais (ainda voltando no tempo), na minha pós-adolescência ainda fui ser motorista de ambulância, pro Royal Free Hospital. Antes disso, meu posto era pegar os junkies em Piccadilly Circus, a estação de metrô, lá em baixo: famílias inteiras com seus cachorros: eram esqueletos humanos: pele sobre osso, dentes podres e braços infectados (tracks), pelas agulhas, e levá-los pra Tooting Recovery Center, onde lhes davam metadona.

 

Dia seguinte estavam lá os mesmos junkies “scoring”. Conseguiram fugir. O governo inglês tinha um programa em que a Boots (a rede de farmácias mais conhecidas na Grã- Bretanha) que ficava aberta em Picadilly Circus, fornecia certa quantia, com agulha limpa, de metadona, ao junkie que entrava lá trêmulo. A fila era enorme!

 

Cigarro, nicotina, álcool, tudo a mesma merda. E falam em legalizar? Tenho lá algumas coisas a dizer.

 

Se legalizarem a cocaína… Digam-me uma coisa: ótimo, o controle estaria com o governo. Maravilha, acabaria a bandidagem. Afinal, o que determina o consumo é a demanda. Mas existe uma coisa horrenda chamda CRASH ou caminho de descida, ou quando o sujeito entra em abstinência, ou seja, quando as fileiras estão se acabando. E aí??? O que ele faria??? Ás 5 da manhã?

Metralharia o farmacêutico pra conseguir mais ou iria arrancar o médico de sua cama com brutalidade para conseguir mais uma receita médica?

 

Existe algo ILÓGICO nessa equação quando falamos em legalizar drogas pesadas.

 

Maconha? É erva. Na Holanda já deu certo e até a Califórnia já tem programas para legalizar! Esquece a maconha. Cigarro faz mais mal. A maconha (THC) deixa a pessoa sem memória e com certa imbecilidade através da vida. Ambição? Todas elas DESTROEM com o tempo! TODAS.

 

Paulo Francis, por exemplo, não era nem um pouco hipócrita a respeito do uso de drogas. Aliás, é isso (entre tantas outras coisas transparentes a respeito de sua personalidade) que o torna gênio: Francis admitiu experimentar e até usar com freqüência o “speedball” (mistura de heroína com cocaína).

 

HIPOCRISIA

 

Ninguém mais cabe em suas peles. Ninguém mais cabe em suas gavetas. Ninguém mais cabe em seus papéis. É como se fôssemos um bando de atores com papéis mal distribuídos. Um Pirandello às avessas. “Assim não é se não lhe parece” deveria se chamar a sociedade do século XXI.

 

TODAS ou quase todas as famílias estão ou são disfuncionais. Mas não é de hoje!Desde que o pai estuprou as 5 filhas e as engravidou ou o pai virou mãe e a mãe virou lobisomem e os ditadores mandaram a população para as câmaras de gás ou para os gulags ou para as guilhotinas, nós aqui, os números, nos sentimos impotentes e tentamos reagir “tomando” alguma coisa que nos faça sentir superiores.

 

SIM,  nascemos tortos. E morreremos mais tortos ainda. Seria lindo se a sociedade aceitasse isso e parasse com a hipocrisia das aparências!  Adoramos nos subverter.

 

Milhares morreram durante a lei seca. Depois, de repente, a lei seca foi revogada. E os milhares de destiladores caseiros que morreram? É mais ou menos como o muro de Berlin: de pé por 28 anos, 150 mil morreram tentando atravessá-lo. De um dia para o outro, o Muro cai. E os milhares de mortos?

 

Não, não faz sentido.

 

Em “Tristão e Isolda”, Wagner introduz o elixir da morte que vira o elixir do amor. Nada mais do que uma droga, coisa de bruxaria para, inicialmente, matar  Tristão, mas que acaba por deixar o casal LOUCO de amor e tesão um pelo outro até o amor/morte (Liebestod), tema final da lindíssima ópera que dirigi duas vezes.

 

Freud usou a cocaína pra fazer seus pacientes falarem. Alguns travaram. Outros falaram tanto que acabaram por dar câncer no céu da boca do mestre da psicanálise!

 

O fato é que adoramos colocar um pé na lama e outro na merda. O problema a ser discutido e o papel da JUSTIÇA perante tudo isso.

 

O Afeganistão esta produzindo mais papoula do que nunca. Sim, a morfina é derivada da papoula e tem fins medicinais. O paciente precisa ser anestesiado. Fazer o quê? Plantação controlada? Não me faça rir!

Já diziam a mesma coisa na Bolívia sobre a coca e a Coca-Cola. Ora bolas!

 

O queijo? Não, não sei por que o queijo entrou aqui. O queijo não é droga.

 

E, sim, de quando em quando temos as “estrelas caídas”, como Fábio Assunpção ou Vera Fischer e ou os rock stars que morrem de overdose. Faz parte do nosso orgasmo. É o jogo do trapezista sem a rede embaixo. Afinal, que graça tem o circo com rede?

 

Pois é: A “brincadeira” com as drogas nada mais é do que um significativo jogo com a morte como aquele jogo de xadrez em “Morangos Silvestres”, de Ingmar Bergman. E desafiar a morte é o nosso “motto” diário, como diria Malone, personagem de Beckett, que morre desde o início do romance. Malone Morre (que dito em inglês soa ainda melhor: ‘m alone dies: sozinho morro). Portanto nos colocamos no lugar dos Freddie Mercuries, dos Cazuzas, das Cássias Ellers, ou dos Hendrixes e outros heróis que morreram de overdose. Pelo menos eles não cultivaram o vício da hipocrisia de sorrir pra cara do consumo do “bonitinho” e descascaram e desconstruíram o que há de disfuncional em nós! É assim que somos, nós os pecadores!!!!

 

Enfim, o assunto é delicado. Já perdi amigos e amigas por causa de tudo isso. Sinto-me AMBÍGUO, pra dizer o mínimo, quando se trata da legalização.

 

O queijo? Não, o queijo nada tem a ver com este artigo.

 

Mas a vaca tem!

 

 

Gerald Thomas

 

 

 

(O Vampiro de Curitiba na edição) 

 

  • 01/06/2009 – 10:22 Enviado por: O Vampiro de CuritibaQuero fazer um parênteses aqui. Especificamente sobre a maconha. Não escrevi a respeito pois não tenho, ainda, uma opinião formada. Claro, sou a favor de penas duras para traficantes e controle rígido sobre as drogas. Mas me parece que a maconha deveria ser tratada de forma distinta das demais drogas. Este é um debate que está acontecendo no mundo todo, aqui no Brasil não é diferente. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, de forma corajosa, vem pregando a descriminação do uso da maconha. Eu tendo a concordar com ele. Sejamos honestos: Vocês conhecem alguém que deixa de fumar maconha por ser proibida? Oras, aqui em Curitiba, como em todo país, é mais fácil comprar maconha do que cigarro. Eu prefiro que os jovens comprem maconha (vão comprar de qualquer jeito) na farmácia do que com traficantes, nas favelas. O que vem acontecendo em muitas familias, é que os próprios pais de muitos adolescentes se encarregam de eles próprios comprar a erva pra seus filhos, evitando, assim, o contato destes jovens com os mundo do crime. Mesmo assim, a maconha “batizada” com todo tipo de porcaria, sem controle algum, é um problema sério de saúde pública. Se fosse legalizada, vendida em farmácia, controlada pelo Ministério da Saude, devidamente taxada de impostos, seria muito mais conveniente com nossos tempos. Do jeito que está, nem falar a respeito é possível sem estar incorrendo em CRIME de apologia ao uso de drogas. Acho que devemos debater esse assunto sem hipocrisias.
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    PEDÓFILOS

    PEDÓFILOS – Parte 1 e DOW Jones CAI 600 pontos HOJE. Leia em baixo, em inglês, parte da rejeição – do NY Times

    O não dito sempre foi mais interessante do que o dito explícito. As pessoas insistem em discutir isso e aquilo sobre a vida particular de outras pessoas e POLICIAM o posicionamento que tomo em relação a isso ou aquilo. Chamo isso de INVASÃO: de curra, de estupro!

    Eu insisto sempre em desdizer tudo, pois estou na contramão desde que nasci. Eu disse: CONTRAMÃO!

    Por que diabos QUESTIONAM? Melhor ainda: com que DIREITO questionam a minha vida pessoal? Se sou amigo desse ou daquele? Se tomo essa posição ou se “fico” nessa ou noutra posição? (ha!) COMO alguém se METE na minha vida? (epa!) Quem tem esse direito?

    Digo isto em resposta a emails recentes furiosos que recebi de todos os lados porque defendi, defendo e defenderei o livro, o ser humano e a existência do escritor expressionista e intelectual Reinaldo Azevedo. Assim como me colocaria a favor de Jackson Pollock e Marcel Duchamp (ou preencham os parênteses com o nome de quem tem ou teve VOZ!)

    Já vejo as cartas entrando: “Como? Você vê o Reinaldo como um Jackson Pollock?” A Internet é rasa demais para uma primeira vista. Ela é míope! Mas, com o passar dos dias, a poeira vai baixando. As pessoas vão relendo o texto. Vão entendendo o que quero dizer. E o que  quero dizer? Hein? O que quero dizer? Tenho um leque eclético, ecleticíssimo de amigos e de pessoas que admiro. E NINGUÉM TEM PORRA NENHUMA A VER COM ISSO!  O posicionamento político deles vai desde da crença em Dalai Llama até Jesus Cristo ou ateísmo total. E daí? Tenho amigos que se trancam em casa no Shabath, ás sextas á noite.

    Tenho amigos que estão em jejum, agora no final do Ramadan, feriado islâmico. Tenho amigos artistas, não artistas, porteiras, portas, porcas, orcas, cãs, as, s… De Melville pra baixo todos os mamíferos são, em princípio, interessantes para alguém que escreve para o palco.

    Poucos são amigos. Esses são poucos. Reinaldo é um dos poucos.

    Quantas pessoas neste nosso mundo TÊM UMA VOZ?

    Quantas pessoas PEITAM um sistema? O peitam com coerência, são fieis ao seu próprio tipo de humor picante e de uma inteligência raríssima e “invejante” (termo que saiu agora: aqui em Miami, os termos saem, escapam)?

    Claro que Jackson Pollock nada tem a ver com Jackson Pollock. Reinaldo também nada tem a ver com o próprio Reinaldo. Eles mesmos variam de dia para dia. Pollock está morto. Reinaldo, espero, nos acompanhará por mais 139 anos. Pollock nos marcou pelo expressionismo abstrato, a turma da “Cedar’s Tavern” de Clement Greenberg, uma turma radical que NÃO ADIMITIA FIGURATIVISMOS. Eles vomitariam aqui na Art Deco de Miami. Aliás, eles vomitavam muito.

    Mas, vocês perguntam: o que tem os pedófilos com isso? Chego lá.

    Já, não! Gosto e admito Greenberg, Harold Rosenberg, Reinaldo (cujo livro espero que vire uma enciclopédia!). E por que isso deixa tanta gente furiosa? Por que eu deveria ser um cara MUITO LOUCO, cabeludaço, armas na mão com uma camiseta de Che Guevara cobrindo meu torso?

    PEDÓFILOS, agora sim!

    Olhem só  que chocante: andando aqui pela Lincoln Road, a rua de pedestres e pederastas, a “fauna” e a típica armadilha de turista, diferente de Ocean Drive, eu sendo filmado por uma equipe de documentaristas, notei que uns “pimps” (cafetões) estavam, literalmente, prostituindo meninos e meninas, como dizia Renato Russo.

    Tinha crianças soltas para serem “alugadas” em plena Lincoln Road depois de meia-noite, em Miami Beach! O que fazer? A polícia sabe. Óbvio que sabe. Aqui é o santuário, uma espécie de oásis onde tudo pode. Por um  lado, esse “cano de escape” é necessário. Por outro, eu fico pensando… Os piores crimes acontecem ocultamente. Acontecem através da internet, quando ninguém está olhando no interior de, digamos, North Dakota… e do Brasil. O Brasil é o segundo NO MUNDO em crimes contra… quero dizer… SEGUNDO NO MUNDO na questão de EXPLORAÇÃO de SEXO infantil. Caramba! O medo que eu tenho que a M…y lá no Rio seja… Não, essa frase não será concluída.

    Não tenho estatística, não tenho números, mas tem 4 andares do FBI em Washington DC só para isso, digo, para TRACK DOWN  esses criminosos!

    Como tenho uma “criança”(dentro de mim e outra no Rio) isso me deixa em estado de CHOQUE.

    PENA de MORTE! Ou, corta o pau fora.

    Antes de sair de NY, um capítulo de Law & Oder SVU me deixou particularmente chocado. É quando o detetive Eliot Stabler entra undercover numa clínica de reabilitação de CHILD MOLESTERS ou de RAPISTS e acaba por incitar um deles a voltar a praticar seu “último crime”. A cena é explícita e chocante. A ponto tal de cumplicidade que os dois saem para “caçar”, que o criminoso pega no pau do Stabler para ver se está duro e “entrega” a menina de ”presente” para o detetive.

    A menina amarrada  e jogada no fundo de uma Van… (cena realista e chocante de ver na TV). Até  o discurso eloqüente do molestador de COMO a nossa sociedade, com seus outdoors, billboards. campanhas TODAS ORIENTADAS PARA E PELO SEXO, pra tudo que é lado, bocas virtuais nos beijando, pernas femininas se abrindo, saltos altíssimos tipo “fuck me”, bucetas falantes, tudo isso para levantar pau de homem e vender desde carro ate sabão! Ou máquinas de café expresso!

    Como curar um molestador numa sociedade orientada para o sexo, tudo criado em   agências de propaganda da Madison Avenue?

    Ora, não sou trouxa. Já usei drogas como a coca pra sentir “sexo” e quebrar tabus. Não sou imbecil e muito menos hipócrita. Não poso de santo. Mas existe uma coisa que não pode ser quebrada: o trauma de se abusar de uma criança! “Traum”, em alemão, é sonho. Trauma, em alemão, é exatamente o mesmo. Uma letra, uma diferença. A mesma diferença que a idade traz.

    Também não sou ingênuo que temos fantasias. Que rolem! Entre a fantasia, existe o deserto de Saara. Entre praticar essa fantasia existe um sistema jurídico. Criança, violência e exploração, jamais!

    Numa parte mais light: vocês leitores, um dia, espero, vão ter que se acostumar com a diversidade. Sim, ela mesma. Exemplo? Tá bom!

    Ontem, fui conversar com a Dianne, gerente aqui do Starbucks, na quina da esquina de Ocean Drive com nada, mas quase rua 15. Enorme, branca. E o Benny enorme, negro, ambos do Tennessee. Amantes? Não. Provavelmente gostam do mesmo sexo.  Nos demos bem na hora. Não sei o que é que CLICA! Um sorriso, a “atitude”: nos confessamos uns pros outros em questão de segundos.

    Disse, em questão de segundos (e me peguei fazendo justamente aquilo que odeio que façam comigo). Eu DEMANDAVA que viessem à Nova York. E dizia: “COMO? Vocês não conhecem Nova York?” Dianne respondia: Somos de Nashville e achei essa “bolha de liberdade” aqui em South Beach. Ela, assim como eu, é filha da contra cultura dos anos 60, anti-Vietnam, anti-tudo. Continuamos assim. De que tribo somos? Nos termos de John Hemingway, somos de uma “Estranha Tribo”. John, aliás, é daqui, de Miami.

    Era nítido, aliás, como Dianne e eu nos comovemos com o encontro: às 5 da tarde de hoje, domingo, terá mais!

    Os amigos podem divergir em tudo. No entanto, existe um coração, porque somos movidos e comovidos por ele. O intelecto produz alguns obstáculos, assim como produz lareiras, assim como produz vaidades, assim como produz poesia concreta, assim como produz os silêncios nas peças de Harold Pinter, assim como produz o não dito, que foi como comecei o artigo.

    Nos é permitido brincar!  Logo ali adiante uma brincadeirinha de mau gosto. Claro que de mau Gosto!

    Não endosso o capítulo “CRUELDADE”, assim como não endossso muitos ovos que já fritei, assim como não endosso muitos camarões que já assei, como não endosso muita coisa que já fiz. Mas fiz. Se um dia me puserem na Cadeira do Juízo Final ou na cadeira de madeira no Tribunal de Nurenberg, vai sair muita, muita, muita sujeira. Mas esse sou eu HOJE!

    E isso, muito imbecil por aí não parece entender.

    Quando chamam Reinaldo Azevedo de “reacionário” deveriam dar uma bela olhada no espelho e dar uma repensada no termo e em suas pobres vidas e em suas roucas vozes! Reaça? Ha! Não me façam rir!

    CRUELDADE (eu escrevi, pensei, mas não endosso)

    Parado, ontem, também no meio da fauna entre músculos e musculosos, eu observava o movimento dos traficantes e de las puchas. De repente vem uma surda e me deposita uma placa na mesa: I’m deaf (sou surda).

    Respondo: Good. You don’t need to hear all this horrible noise all around you! (Que bom. Você não precisa ouvir esse barulho horrível ao redor de você)

    Penso em outras possibilidades:

    Um Cego:  ÓTIMO! Você não precisa ver essa escrotalha que anda por aí!

    MUDO: Maravilha: um a menos pra falar merda.

    Paralítico: Sorte sua! Não precisa se preocupar em “malhar”, em se preocupar com “gordurinha localizada”!

    Confesso uma coisa: quem “exige” que eu seja de um lugar só, é porque tem medo do mundo. Bobagem! O mundo é habitado por seres humanos. Eles são tão bons ou ruins quantos esses aí, da tua rua. Mas as diferentes culturas e costumes são interessantes e quem tem medo de conhecê-las, morrerá pobre de espírito! Mas uma coisa é certa, medo da morte eu tenho. Medo  daqueles que me impedem de viver a vida eu tenho. Da vida, jamais!

     

    Gerald Thomas, South Beach – Miami (100 crianças serão abduzidas nessa cidade hoje e ninguém fará nada!)

    Domingo, mais uma etapa!

     

     

     

    (Vamp, na edição)

     

     

     

    Do blog do Reinaldo Azevedo:

     

    Domingo, Setembro 28, 2008

    Falanges do ódio 

    Gerald Thomas responde em seu blog às falanges do ódio, que resolveram, agora, patrulhar a nossa amizade – ou, no caso, censurá-lo porque “tem a coragem” de se dizer meu amigo.

    Eis aí. Quando eles não podem silenciá-lo, ameaçam-no, então, com a solidão, com um solene “não gostamos mais de você se você não odiar todos aqueles que odiamos”.

    O que é que essa gente sabe sobre celebração, encontro, decência? Nada! Esses caras estão urrando cedo demais, não é, Gerald? Talvez devessem esperar um pouco…

     

     

     

    DOW JONES CAI 600 PONTOS HOJE, FINAL DE TARDE DE SEGUNDA-FEIRA:

    House Rejects Bailout Package, 228-205; Stocks Plunge

    Published: September 29, 2008

    WASHINGTON — In a moment of historic import in the Capitol and on Wall Street, the House of Representatives voted on Monday to reject a $700 billion rescue of the financial industry. The vote came in stunning defiance of President Bush and Congressional leaders of both parties, who said the bailout was needed to prevent a widespread financial collapse.

    Matthew Cavanaugh/European Pressphoto Agency

    House Speaker Nancy Pelosi walked through the Capitol building on Monday.

    Details of the Rescue BillGraphic

    Details of the Rescue Bill

    Andrew Councill for The New York Times

    Senator Judd Gregg, Republican of New Hampshire, said of the new plan, “If we don’t pass it, we shouldn’t be a Congress.”

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    The vote against the measure was 228 to 205, with 133 Republicans joining 95 Democrats in opposition. The bill was backed by 140 Democrats and 65 Republicans.

    Supporters vowed to try to bring the rescue package up for consideration again as soon as possible, perhaps late Wednesday or Thursday, but there were no definite plans to do so.

    Stock markets plunged as it appeared that the measure would go down to defeat, and kept slumping into the afternoon when that appearance became a reality. By late afternoon the Dow industrials had fallen more than 5 percent, and other indexes even more sharply. Oil prices fell steeply on fears of a global recession; investors bid up prices of Treasury securities and gold in a flight to safety. House leaders pushing for the package kept the voting period open for some 40 minutes past the allotted time, trying to convert “no” votes by pointing to damage being done to the markets, but to no avail.

    The vote was a catastrophic political defeat for President Bush, who was described as “very disappointed” by a spokesman, Tony Fratto. Mr. Bush had put the full weight of the White House behind the measure and had lobbied wavering Republicans in intensely personal telephone calls on Monday morning before the vote. Both presidential candidates also supported the plan.

    Supporters of the bill had argued that it was necessary to avoid a collapse of the economic system, a calamity that would drag down not just Wall Street investment houses but possibly the savings and portfolios of millions of Americans. Moreover, supporters argued, a lingering crisis in America could choke off business and consumer loans to a degree that could prompt bank failures in Europe and slow down the global economy.

     

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    Vem aí o Inferno anual e o Império da Manipulação das Emoções. Quem sofre mesmo? Quem viveu DE FATO o 11 de setembro?

    Contagem anual:  9, 10, 11… de setembro dos INFERNOS!!!!

    E a cada ano fica pior. Eu achava, lá no inicio, digo, em 2002, 2003, que iria melhorar. Nada. Essa merda só piora! Vem mais um aí. A data está dobrando a esquina. E a lista de pedidos de entrevista são os mesmos ou um pouco diferentes, mas o martelo bate como se fosse o personagem Clov na cabeça de Hamm em “Fim de Jogo”, de Beckett. Som de lata! Sim, aquele dia foi um final de jogo, um fim de mundo, um final das contas, o holocausto ao vivo. O holocausto dentro dos EUA. Para aqueles que não estiveram em Kosovo, ou no Vietnam, ou em Sarajevo, Uganda, Ruanda, sim, esse aqui foi o que nos atingiu. Não me falem em Hiroshima, Nagasaki, Dresden, Auschwitz, Dachau, Buchenwald porque os ossos de meus parentes estão em cinzas lá. Sem lágrimas. Na boa!

    Também vi Vigário Geral!

    11 de setembro e as ruínas onde fui trabalhar e, ao voltar empoeirado, massacrado e sem fibra, escrevia meu depoimento para a “Folha”.

    Mas o que veio depois foi ainda pior: A política de Bush. Não posso acreditar que estou em 2008 escrevendo isso. Leiam o que quiserem e acreditem em quem quiserem, juro que não agüento mais discutir como estrelar um ovo. Você agüenta? Não, não agüenta. Tenho aqui na minha frente todos os livros de Woodward e o 9/11 Commission Report e o livro de George Tenet e o de Frank Rich e uma pilha de livros que nem eu mais agüento ver ou ler. Náusea. Não, nada a ver com o Sartre, não.

    Não posso acreditar que estou em 2008 me vendo diante de John McCain e Sarah Palin e sua pequena vila pentecostal no Alasca. Essa radical quase fundamentalista que transborda “pecados” por todos os lados. Transborda? Como assim? Sim. Marido bêbado que é pego dirigindo “sob a influência”… “DUI”, chama-se isso aqui.

    Deus quis”… Ai, meu deus! Qual deus? Qual deus? “Deus é o maior problema, não a solução”, dizia um grafiti numa calçada em Brooklyn, nos dias após os ataques.

    Não. Esse jogo de novo, não. Sou de teatro, mas odeio a repetição!

    Será que escrevo sobre os ingressos do show da Madonna na Argentina que esgotaram em questão de horas? Digo, a mesma Argentina que vaiava Madonna por interpretar Evita Perón na sacada da Casa Rosada… Não, não irei entrar nessa de falar sobre a Madonna. Vou tentar me distrair com a ótima entrevista concedida por Alec Baldwin ao “60 Minutes” de domingo último, em que demonstrava ser  “outrageous”. Um cara de coragem singular por ter se “excluído” de Hollywood. Sim, e por quê? Porque sim! Porque George Bernard Shaw diria que ele seria um caso muito “peculiar” e que pertenceria ao equivalente a Fabian Society ou que ele atrairia muito mais atenção sendo um excluído! Faz sentido. Pouco. Tanto quanto Palin, Deus, Jews for Jesus ou campanha eleitoral onde VALE TUDO, ou seja, nada!

    De volta a realidade, Gerald! Volta!  O ex-pastor, ministro, sei lá como se chama isso, da igreja de Sarah Palin (a Wasilla Assembly of God) falam em jivês, em gírias. Não, gírias, não. Falam como se fala no candomblé. Ou seja, quem é de fora não entende. É para não entender. É que nem o meu teatro. Epa! O ex-pastor de lá, o tal de Brickner, dos Jews for JESUS (Judeus por Jesus) acha que os ataques a Israel são justificados pelo seguinte: Ouçam bem: porque os judeus não procuraram por JESUS!!!

    OLHEM o NÍVEL de loucura em que está metida a nossa potencial VICE presidente! E eu, tentando fazer o meu anual memorial sobre o 11 de setembro que vem sombrio, sóbrio, frio, estúpido, como todo setembro vem! ESTÚPIDO!

    Olhem o potencial nível de loucura ao que chegou o Jihad propagandístico da políticaÉ um deus contra o outro.

    O que eu vi da minha janela na Kent Avenue em Williamsburg, naquela terça-feira de manhã? Os aviões batendo no WTC, os prédios em chamas, os prédios caindo… muita gente morrendo e eu indo trabalhar em GROUND ZERO por VINTE E UM DIAS. Foi o que eu vi e vivi. Mas o que foi que aconteceu, por trás das paredes políticas dos que escrevem o DRAMA?

    E, fora o petróleo, e a indústria bélica e a indústria do lucro, qual outra intenção? A de estabelecer uma nova ordem religiosa, a new religious RIGHT no mundo, usando Bin Laden (ex Cia nas Afghan mountains contra os russos)… Será? Não, estou sendo um Hamletzinho. Agora que o Musharaff nem “está” mais no Paquistão e o marido da Benazir pegou o poder… o que será? Caos total? A ordem é essa?

    Para que liberassem um bando de mentiras?

    E que construíssem uma CONSTITUIÇÃO paralela, mentirosa, ilegal… Não, não foi para isso que engoli kilos de asbestos, de amianto. Não foi para isso que segurei sapato com um pé dentro ou camisas… Chega!

    Palin mudou de igreja, mas, como pergunta Larry King, “o que nós temos a ver com isso?” Por que isso determinaria o futuro do Commander-in-Chief? Desde quando isso é assunto? Agora ela freqüenta outra pentecostal , mais parecida com uma pipeline (oleoduto), a coisa mais cobiçada pelo estado do salmão, dos esquimós e do bacalhau negro!

    Ah, a igreja agora é a outra, do outro lado da rua, e os pastores mudam de nome, vão de Tim McGraw até Larry Kroon, mas são todos a favor desse abominarrável Jews for Jesus, Jesus for Cheese, Cheese for Jesus, Jesus for Cristus, I for Isus, Pumpkins for Ravolis, Ricotas for Veal and so on, e assim por diante e com essa CARTA BRANCA se entra em qualquer país, se destrói, se desmonta, se mente em nome do santíssimo. E se sorri marotamente, assim como Madonna (olha o nome, que ironia!) sorria nos balcões da Casa Rosada com um sorriso amarelo quando a população portenha queria expulsá-la porque a sua santíssima Evita Perón havia sido manchada de um sangue impuro, assim como Brunhilde havia sido manchada com o sangue dos planetas e no desmanchar do castelo de Walhalla… E a Sarah Palin ainda vai me pertencer a uma organização obscura????? (sim, ela existe) Que acredita  QUE O MUNDO ESTÁ PERTO DO SEU FIM!!!! E QUE O ALASCA SERÁ O ÚNICO LUGAR SALVO PARA AQUELES QUE ACREDITAM EM JESUS. Caramba! Está uma coisa muito… o que mesmo?

    Isso ultrapassou os limites de uma campanha presidencial. Isso aqui virou uma verdadeira AMEAÇA!

    Gerald Thomas

    Sobrevivente. Contagem regressiva e ainda sofrendo de Post Traumatic Shock Syndrome!

     

    (Na edição: O Vampiro de Curitiba)

    09/09/2008 – 23:29Enviado por: Tene ChebaGerald Thomas, sinceramente, o Iraque foi uma disponibilidade que não poderia ser dispensada, na minha opinião.Também para mim, foi um consenso político entre os Democratas e Republicanos, não se gasta o PIB do Chile por ano com uma alçada apenas.No meu ponto de vista,(coisa mais antiga, propaganda de ótica, Ponto de Vista, a melhor), o Iraque serviu para três coisas, desmobilizar um estado com tendências muito perigosas, criar uma barreira geográfica para proteger Israel, Arábia Saudita e menores laterais, vizualizar o Irã mais proximamente.Eu não acredito, que com as poderosas ferramentas disponíveis para tomar decisões, o despropósito ocorreu.A Jordânia vendia petróleo iraquiano, furando o bloqueio da ONU, Kofi Anan, este sim, através do seu filho, deitou os cabelos, e depois foi réu confesso.Não sei, alguém teria que alterar aquele absurdo, 5.000 curdos, mais os xiitas, um motivador e tanto. Gostei, só para variar, do seu texto, incrível que seus textos sempre nos desorganiza, ficamos atordoados, as quatro estações, rir, chorar, feliz e triste, perplexos, no parágrafo final, beijamos a lona. Você é demais.

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    Querem matar a Amy Winehouse de qualquer jeito, mesmo que ela ainda não esteja pronta para morrer!

    Estão Matando Amy Winehouse!

    Londres

    Estranho! Aprendi perspectiva com… Não! Esquece. Não era sobre isso que eu queria escrever. Era sobre a morte da minha mãe. Vai fazer dois anos. E, por um acaso incrível, ando pelas ruas de Londres. Não, ninguém consegue explicar.

    Ah, sim: uma amiga muito querida me mandou um e-mail dizendo que um colunista carioca havia escrito a respeito de mim e de Sergio Britto, com ironia bem humorada e cáustica ao mesmo tempo, lembrando os bons tempos do “teatro de polêmica”.

    Ontem saiu um artigo meu na “Ilustrada” sobre a retrospectiva de Duchamp. Talvez eu publique aqui no Blog. Mas é que a crítica era, de certa forma, uma remontagem de um artigo que eu já havia publicado aqui nesse espaço.

    ESTÃO MATANDO A AMY WINEHOUSE

    E não irão desistir antes que consigam! A imprensa precisa de cadáveres. Principalmente essa imprensa daqui, a britânica, que se nutre de corpos mortos: coisas de madness of King George ou Henry V ou Richard III ou Mary Stuart, Queen of Scotts.

    Se na América a imprensa persegue a Jolie e o Pitt e querem saber dos filhos e tal, aqui é sex, drugs e rock and roll. E nunca foi diferente: não falo somente dos tablóides: estou emigrando para o Telegraph, para o Guardian e para debates no Old Vic e seminários que querem, absolutamente QUEREM, que AMY WINEHOUSE morra para que seja idolatrada como mártir de uma geração perdida. Mais uma causa perdida. Mas perdida por que e para quem?

    Eis uma bela questão, não é mesmo, Hamlet?

    Se Janis Joplin, Hendrix e Jim Morrison morreram todos lá, em torno dos seus 27 anos, eles certamente não eram uns “Rebels Without a Cause”. Suas rebeldias vinham junto com a contracultura dos anos em que se lutava com o tal “paz e amor” e flores na cabeça (e injeções enfiadas no braço), berrando slogans contra o Vietnam, seguindo os dizeres de Abbey Hoffman ou Jerry Rubin – todos mortos, um por atropelamento, outro por câncer, tudo peixe morto: MEET THE NEW BOSS. Same as the old BOSS!!

    Enquanto Pete Townsend, do “The Who”, já pegava o cabo de sua guitarra e metia o pau em Hoffman por ter chamado os integrantes desse grupo… Chega, não vou voltar no túnel do tempo!

    Não tenho tempo: Amy Winehouse e a causa dos tempos perdidos, e os rebeldes sem causa, e a fragilidade dessa menina judia com um yiddish PAPA que a salva, e sua auto-estima, e… Onde quero  chegar:

    Todos amam uma decadência: todos AMAM ver a Judy Garland caindo aos pedaços ou a Ângela Ro Ro fazendo escândalos,  a Vera Fisher enfiando a faca na empregada ou a Maysa se embriagando ou o João Gilberto enfiado no quarto do Gramercy Park Hotel por meses a fio ou o Miles Davis.

    Fato é que, olhando uma celebridade consumindo drogas, a sociedade (principalmente essa daqui, a britânica, pra onde Rosencrantz e Guildernsteen trouxeram o Príncipe da Dinamarca porque aqui era, OFICIALMENTE, a terra dos loucos  (e, ao que se conta, a Rainha Elizabeth I, ao ver e ouvir isso na platéia do Globe, morreu de rir), se sente livre pra deitar e rolar.

    Pausa pra um intervalo autobiográfico: eu era motorista de ambulância aqui, no Royal Free Hospital: foi uma curta, mas válida experiência. Como não deu muito certo, acabei tendo que “recolher junkies” em Piccadilly Circus Station (lá em baixo, na estação de metrô), onde existiam verdadeiras famílias que esperavam “score” uns trocados: eram carne e osso, dentes pra fora, os braços todos fudidos, roxos de picadas – porque a Boot’s, farmácia 24 hs. (daquela época, inicio dos 70), lhes davam, em última instância, uma injetada de metadona.

    Nossa função: recolher esses esqueletos e levá-los para Crystal Palace Recovery Center. E para quê? Só para vê-los lá. Na noite seguinte, os mesmo junkies, as exatas mesmas pessoas! Escapavam da clínica durante o dia e conseguiam voltar para o Central London, para o Inferno.

    Enfim: Amy, a heroína, sem metáforas!

    Cito Jenny McCartney do Sunday Telegraph: “No momento em que a política de guerra é declarada – seja ela qual for- já está fadada a falhar”. E assim é com a guerra contra as drogas. Está mais ou menos estimado que, entre 1996 e 2005, a polícia inglesa apreendeu somente 12 por cento da heroína e 9 por cento da cocaína que foram importadas para dentro dessa ilha.

    E mais eu não posso dizer. Por quê? Porque senão acabo boiando no rio mais literalmente limpo do mundo, o Thames – que, modesta parte, meu tio Joachin Sievers ajudou a limpar. Ou no Tietê, um rio extraordinariamente LIMPÍSSIMO! Tão limpo que você consegue ver a espuma do sabão e do shampoo boiando nele!

    Amy Winehouse está morrendo a cada dia através da imprensa! A cada dia, parece um sopro de sobrevida!  Mas quanto a essa sociedade movida a “gentlemen’s clubs” e que ainda divide meninos de meninas em muitas boarding schools e…

    Pára, Gerald! Senão…

    Afinal você retorna ao lar, não é? Seja grato e bata palmas duas vezes no Café Rouge, uma vez no Café Blanche e……

    FIQUE QUIETO!!!! Aqui na Inglaterra, a sociedade não te condena! Ao contrário do Príncipe da Dinamarca, ela sai, SIM, das palavras e vai para a ação! Só que atrás de portas e janelas muito bem lacradas!

    Gerald Thomas

    (Vamp na edição)

    PS 1 do Gerald: eu PRECISO publicar no corpo desse Blog o seguinte comentario. Nao sei muito bem porque, mas justamente hoje ele me pareceu ser um “tratado” a tudo que o Brasil tem de Sergio Porto. Vamos a ele:

    04/08/2008 – 14:41 Enviado por: Cláudio de OliveiraÉ isso ai, até quem fim um tema para o Sr. comentar sem parecer ou ser arrogância pura. Gostei do Sr. falando de suas experiências profissionais, o sr. que se acha assim tão acima de todas as coisas, porém tive uma certeza, vc é realmente um grande bunda-mole um Datena intelectualoide. Estudou na escola do Ratinho, àqueles que berram e berram o óbvio, chamam o prefeito, o governador, o cantor o trabalhador de merda, de burro e vive disso. Por isso acha-se muito esperto, apesar das nove óperas todas de autores clássicos e neo clássicos. ui?
    Somos um paizinho mesmo, onde já se viu alguém preferir Luiz Gonzaga a Wagner? Sua Suna a Beckt?
    Seu problema é que não sabe chegar e sair dos lugares, jamais vai saber o que é alimentar-se de boa comida, banhar-se de sol, dar uma boa gargalhada, não sabe por que não pode, tem de ficar ai alimentando o fetiche de branquelos infelizes que sentem-se insultados com o suor dos corpos dos trópicos.
    A grande dificuldade do sr. é entender por que deseja tanto ser possuido por esse povo, por que apesar de tanta superioridade o sr. perde tão nobre tempo espizinhando o povo brasileiro.
    Olha branquelo, nascesse antes, seria o Diretor ideal para os espetáculo da alemanha de Hitler e foda-se se vc for judeu…

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    Parte 9 da BlogNovela – a primeira novela pela internet

    Parte 9 da BlogNovela – a primeira novela da internet

    “Angústias, paradeiros Germânicos, Britânicos e uma britadeira na mão (a Brit, half a pint), sem buraco algum para ser aberto. “Um ser em aberto”

    Refeito do desmaio, Gerald está, de fato, no palco do Bayerisches Staatschauspiel. No mesmo Cuvilies Theater onde, em 89, montou seu “Sturmspiel”, e em 90 – um mês e meio após a morte de Beckett – sua versão de “Warten auf Godot”. Pega um celular da T-Mobile da produção e liga para amigos em todas as partes do mundo. Liga tambem pra Dra. Paloma, agradece profundamente, e ouve o que não queria ouvir.

    “Como assim Paloma a traveca era o…..? O Dylan? Mas…como assim?”

    Paloma – “Fique tranquilo. Meu fone está sendo…grampeado. Estou usando um código porque você ainda não está bem. Não é exatamente o Dylan, “O” Bob per se, entende? Mas trata-se de um Zimmerman”… depois a gente fala com mais calma. A sala de espera aqui tá com mais de 180 pessoas me esperando por causa do tempo que eu perco com você, Gerald, agora que voce esta de pé, se vire!!!”

    Abruptamente a ligação é interrompida. Com seus botões, zípperes e o pouco que sobra de sua mente, o autor perambula pelo palco daquele teatro barroco, rococó, e fica murmurando “Zimmerman (homem do quarto, homem do quarto) Zimmer Man” como se fosse um mantra, algo hipnótico.

    Um parágrafo do episódio passado, antes do desmaio ainda martelava, BRITadeirava a sua cabeça:

    “Ainda sentado na cama, sabendo que a autópsia da Paloma havia sido concluída, o autor estava aflito pra saber qual era, de fato, o instrumento da morte fake, se era no mais remoto estilo Orson Welles ou algo como nos filmes de John Waters. Afinal, era ou não um bafômetro, e se era, quem o colocou lá ou que tipo de fetiche era esse? Quem era o criminoso?” E aquela coisa toda com a Amy Winehouse? E aquele bilhete: “you are strapped, you are gagged, hooded and bounded to fail (e continuando em português) um garoto cego te entrega uma flor, e sai correndo e você sai correndo atrás dele. De repente os dois param.”. Wow. Que animador. Nada tem conclusão.

    O seu production stage manager, um francês , querendo ser simpático (isso em si uma anomalia, um paradoxo, um oxímoro, um cunudrum) vem tentar tirar o autor do transe, e tenta comentar a última partida de Wimbledon entre Federer e…. o autor explode:

    “Genet c’est pas!” (oops!). Genet? J’adore Genet mais je déteste le tennis! Je deteste le sport e me ‘sivuplaixodeon’ me deixe em paix!” Sim, o autor confessa sua ignorância em francês desde o dia em que pegou um táxi em Paris (na década de 80) e o taxista (e seu cachorro) lhe perguntaram se ele era “un Juif de lá provence” (um judeu da provincia)! Ora! Essa corrida (aí no Corida, o império dos sentidos), foi ótima, os três, autor, motorista e cachorro vieram do aeroporto Charles De Gaulle até a Rue du Buci parlando le paroles sem parar sobre a política Argelina e Senegalesa (num sotaque de judeu da província). Ai, ai TGV de George Marchais. Ai, ai o “Liberation” de Jean Paul Sarte. Ai, ai, ai os idealistas de 68, enquanto em Londres (dentro da cabeça do autor) era a contracultura, o Cream tocando, os Yardbirds, etc, Hendrix no UFO club. Era o Sid Barret ainda no início de carreira com o Pink Floyd. Tudo tão punk, tudo tão “cult”.

    Ainda perambulando pelo palco, anotando algumas frases (já que não havia se preparado pra esse momento) (o elenco está nos camarins e na cantina), como:

    – “Se voce estivesse vivo durante a Guerra, a Segunda Grande Guerra, ou na guerra do Vietnam, na guerra da Coréia, ou durante as atrocidades de Sarajevo e Kosovo, ou entre Sérvia e Croácia, e os Tchechenios e Russos e Ruanda e Darfour, ou o 11 de setembro ou, e se conseguisse se desvencilhar das memórias reais daquelas que vão se acumulando depois, se ‘depositando como um lixo pós-traumático’, talvez se perceba que não são esses exatamente os eventos que marcam realmente a tua vida. Como?

    Texto – “Sim, as pedras que acumulei na vida, uma no Muro de Berlin e outra no 13 de setembro, porque em 11 de setembro o que restava do WTC ainda estava muito quente para ser tocado, e agora são lembranças que podemos contar, recontar, rememorar, tocar, nos mais mínimos detalhes e sem cairmos aos pedaços. Afinal, passamos por elas, não ficamos deformados. Existem exceções. Os sobreviventes de Hiroshima e Nagasaki e Dresden, e dos campos de concentração e dos gulags.”

    O autor percebe que parte do elenco já está de volta ao palco, e que esse texto acima não é nada operístico e muito menos teatral. MERDA! Mas ele não quer montar uma ópera agora, e o Cuvilies não é palco de ópera e sim de teatro! Esse teatro fica a poucos metros da Hofoper de Wagner, esquina de Maximillianstrasse. “Ah a revolução Russa, olha no que deu”. Ontem, Gordon Brown sentava com o novo filho da Putin numa posição de desconforto total lá em Hokaido, na conferência do G8.”. Não, essas anotações não servem pra nada!

    Um placar da cidade mostrava mais uma peça “Warum Warum” (porque, porque), dirigida por Peter Brook, anunciada no Schauschpielhaus na mesma semana passada em que ele estava se apresentando em Sampa. Brook virou uma franchise? Só porque alguém está baseado na França, vira uma “franchise”?

    O canal “arte” mostra um lindo documentário sobre Villa Lobos: um tanto quanto naïve: “brasileiros não precisam fazer nada, sigam sua arte, ela é suficiente”: Bem isso antes de morrer em 59 e no auge de sua carreira, ao se apresentar no Carnegie Hall e gravar com a orquestra da Rádio Francesa…. Ah Lobos, um idealista, viveu e morreu pra sua Sinfonia Amazônica e as Bachianas Brasileiras, lindas, emocionantes: de chorar!

    Segurando suas lágrimas e de volta ao país onde sempre acaba voltando (a origem de seu pai, sua avó) faz mais uma anotação enquanto percebe movimentação na coxia: ‘uma casa é uma casa, uma bomba é uma bomba, uma for, uma flor. Esse talvez seja o meu fim por escolha própria. Se eu morrer aqui estarei – em parte – feliz. Não, não estarei. Talvez em Weimar estivesse. Ou no Rio de Janeiro, ou em Londres ou em NY. Ser um nômade a minha vida inteira foi lindo e, ao mesmo tempo, terrível.

    “Não consegui ser um Ghandi. Aliás, nem tentei. Não consegui escapar do meu próprio umbigo, mas pelo menos contei um pouco da história da minha era. Não sou diretor. Nunca mais irei dirigir nada que não seja da minha autoria”

    O autor se vira pro elenco, olha um a um e, um pouco estarrecido da um passo prá trás.

    Chama o production stage manager, e pede a lista de nomes do elenco e, com a vista um pouco turva vai lendo os nomes, um a um:

    1 – Vampiro de Curitiba
    2 – Sandra
    3 – Carlos
    4 – Gustavo
    5 – Mau
    6 – Valeria
    7 – Ana Carolina
    8 – Ana Peluso
    9 – Contrera
    10 – Lucio Jr, Rio MaynArt, Helen, Andrea N.

    E assim por diante! “Não! NÃÃÃÃÃÃÃOOOO!!!!” O autor sai correndo em direção a Marienplatz. Ninguém o ouve. É mais uma vez o berro silencioso de Munch.
    Correndo em círculos ele cruza o pequeno riacho Isa, e entra pelo Deutsches Museum. Bate com a cabeça numa quina de hélice de helicóptero. Acorda.

    O autor está numa cama em Zurich.
    E assim, como em “Company”, de Beckett, ele ouve vozes “Voce está de costas no escuro. Voce está de costas no escuro quando uma voz vem, e te diz: você está deitado de costas no escuro. VOCÊ ESTÁ DEITADO DE COSTAS NO ESCURO QUANDO UMA VOZ VEM E TE DIZ….”

    O autor, que já não entende mesmo mais nada, ouve movimentação do lado de fora. Está com náusea, mas com fome ao mesmo tempo. Entra alguém no quarto.

    !!!!!!!!!!!!

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