Monthly Archives: March 2012

Two shadows conspire between rehearsals.

two shadows conspire between rehearsals of Gargolios

two shadows conspire between rehearsals of Gargolios

Comments Off on Two shadows conspire between rehearsals.

Filed under Uncategorized

Chico Anysio dead (morto): NEW ARTICLE: link da Folha http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/1067338-dramaturgo-gerald-thomas-relembra-o-humorista-chico-anysio.shtml

Chico and I at his mansion in Rio exactly 10 years ago.

Chico and I at his mansion in Rio exactly 10 years ago.

if you want to see the full interview, please go to http://geraldthomas.net (talks – bate papos)

“A Escolinha do Tadeusz Francisco Kantor Anysio”

Todo mundo ria muito com o Chico. Era tudo riso, sorriso e gargalhada. Eu, inclusive. Mas comecei a traçar uns paralelos entre o Chico critico e o Professor Raymundo demagógico e apelativo e, graças a deus, cheguei a algumas conclusões.

“A Classe Morta” de Tadeusz Kantor, é um dos espetáculos que mais definiram o teatro pos moderno – quase sem texto, quase oposto a Pina Bausch – já que a movimentação dos atores nada tinha a ver com dança. Kantor criou espetáculos inesquecíveis.

E através da “Classe Morta” e “Wielepole Wielepole” comecei a notar a que Chico Anysio fazia criticas severas – acidas – sulfúricas, a imbecilidade da “cultura baixa” (tão reverenciada no Brasil) e lutava ferozmente, com humor, contra o analfabetismo.

Chico Anysio se auto-descrevia como um deprimido, hiper ansioso e era assumidamente um ser em constante estado de busca uma categoria que o encaixasse ou o deixasse confortável, “outsider” que era. Em suas próprias palavras, “nascer e crescer no Ceará e conquistar o universo cultural brasileiro é mais difícil que nascer austriaco e conquistar a America”. Chico se referia ao ex-governador da Califórnia, Arnold Schwartzenegger ou tantos estrangeiros (como Henry Kissinger, Margareth Albright) que exerceram tanto poder no pais mais poderoso do mundo.

E, tendo conquistado o Brasil, cometeu um erro do amor se unindo a Zélia Cardoso de Mello, a mulher mais odiada de sua época. Mudaram-se pros Estados Unidos onde ele estava disposto a começar tudo de novo, do zero, sem falar o inglês fluente, alias, inglês nenhum. Chico Anysio tinha regras, mas as quebrava o tempo todo. Assim é a vida de um angustiado. E essas angustias – como estamos acostumados a ver desde Chaplin, Valentin, Buster Keaton até Woody Allen, nascem do “desencaixe” e da profunda angustia de tentar e tentar achar uma maneira de sair dela.

Eu ainda tinha coluna bimensal na Folha quando resolvi defender o Chico e sua escolinha
revelando alguns segredos que o mortal telespectador não sabia, já que o chamado “patrulhismo ideológico” caiu de pau no trabalho dele.

Quando saiu minha coluna, la por 1997, juntei o Chico ao Tadeusz Kantor e muita coisa mudou. Ninguém acreditou , muito menos o próprio Chico Anysio. Mas a minha comparação era real, honesta e valida.

Chico e eu:

Eu estava quieto no meu apartamento em Brooklyn , NY, quando recebo um telefonema dele – também em NY (em Manhattan, na Park Avenue) ainda casado com a Zélia Cardoso de Mello.

“Oi Gerald. Aqui é o Francisco. Aqui quem fala é um deprimido que chamam por ai de Chico Anysio”. Combinei de pega-lo em sua casa e o levei pra um restaurante italiano (Bice, se não me engano) na rua 54, muito popular naquela época.

E ele veio munido. Munido de emoção por estarmos ali, jogados e confusos, aos prantos por um reconhecimento da chamada “vanguarda” mais que merecido.

E munido também de uns 15 scripts pra cinema, que escrevia as dúzias, as pencas, por kilo, por dia, algumas peças de teatro, livros a serem publicados e três mil idéias para a televisão.

“Veja bem Gerald: eu critico o sistema de “ser” do brasileiro no canal que ajudei a consolidar – a TV Globo – e fazia isso com o endosso do Boni. Agora que o Boni se foi, não sei mais se pertenço ou não ao jogo que se tem que fazer”.

Fiquei muito impactado com um dos roteiros: “The Friar”, que trazia fora da sacola, na mao.
“Gerald, por favor faça isso chegar nas mãos do Sean Connery”. “Sean Connery?” “Sim, precisa ser ele, escrevi pra ele”.
Fiz chegar as mãos do ex 007, mas Connery estava com um espetáculo na Broadway e com uma verdadeira agenda lotada até sei la quando. Connery gostou do que leuy e marcava e desmercava reuniões, ate que desisti.

“O que eu faço aqui, Gerald?” Senti a amargura
e sua dor. E não exagero. E tive uma idéia.

Sou muito amigo de Hugh Hudson (Carruagens de Fogo, Revolution com Al Pacino – tive um debate publico no fest de cinema do Leon Kacoff em 2008 com o Hugh em Sampa e outro em Londres). Ligamos pro Hugh em Londres e ele se entusiasmou com “The Friar”.

Pronto. Missão cumprida.

Eu e Chico nos encontrávamos com uma certa regularidade (não muita, mas alguma) e falávamos muito de projetos e mais projetos. O homem era compulsivo.

Corta. Estamos no Rio, anos depois. Eu estava – literalmente numa tremenda depressão quando recebo uma ligação dele pro meu quarto de hotel: “to mandando um carro te pegar ai, vem jantar aqui”. Era o Chico “paizão” querendo retribuir. Veio um Monza velho, caindo aos pedaços com um motorista. Pegamos um engarrafamento daqueles surreais e pensei na roubada.

Isso já foi em 2000 e ele já estava casado com outra e a mansão era no final do Recreio dos Bandeirantes . Mostrou-me a casa com orgulho, cada canto, onde pintava, onde escrevia, mas, infelizmente a comida estava…deixa pra la. Ninguém jantou mesmo, nem ele.

Como na época eu tinha um programa de bate papos no UOL, resolvi voltar no dia seguinte pra filmar uma conversa informal que acabou ficando seria (http://geraldthomas.net/T-Chico-Anisio.html)

E era um tal de receber emails dele “o armazém do Francisco”. “estou fechando o Armazém, volto mais tarde.” Eram, sem exagero, uns 20 desses por dia, com conteúdo grande.

Em 2003 quando (de novo no Rio), eu fui preso por mostrar a bunda pra platéia de estréia de Tristão e Isolda no Municipal, o Chico foi o primeiro a ir no meu hotel em Ipanema, se anunciar na recepção e subir pra me acalmar.

Eu , debaixo dos cobertores tremendo por ter feito o que fiz e sabendo do processo que ainda estava por vir, Chico sentou-se do meu lado, segurou a minha mão e disse: “O professor Raymundo aqui vai dar um jeito, não se preocupe” . E do quarto mesmo, começou a ligar pra advogados, desembagadores, ministros da justiça em Brasília, etc.

Percebi, sem querer, que estávamos numa cena do The Friar , de sua autoria: é quando um seminarista comete uma heresia e recebe a visita de um bispo que o reprime severamente mas, por trás das portas, faz tudo pra promove-lo.
Não posso deixar de registrar que Chico Anysio, assim como muitos outros comediantes brasileiros são seres fantásticos e universais. E mesmo que so se reconheça (num primeiro momento) a estética fajuta e os berros da era do radio, por trás dessa falsa fachada, existe um ser profundo, triste e comovente. Assim como a própria mascara do teatro que ri enquanto chora e vice versa.

Gerald Thomas
New York – 23 March 2012

Pra ler o que saiu na Folha Online, esse é o link
http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/1067338-dramaturgo-gerald-thomas-relembra-o-humorista-chico-anysio.shtml

Comments Off on Chico Anysio dead (morto): NEW ARTICLE: link da Folha http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/1067338-dramaturgo-gerald-thomas-relembra-o-humorista-chico-anysio.shtml

Filed under Uncategorized

Visual autobiography part 3

Terry

an early self portrait of a painter as an older man

an early self portrait of a painter as an older man

Bait Man (play) going to Lisbon

Bait Man (play) going to Lisbon

Bete Coelho and I - front page of the Arts and Leisure 1988

Bete Coelho and I - front page of the Arts and Leisure 1988

Guzik - MISS YOU

Guzik - MISS YOU

my poster for Waiting for Godot - Munich 1990 - Beckett through the peep hole.

my poster for Waiting for Godot - Munich 1990 - Beckett through the peep hole.

Comments Off on Visual autobiography part 3

Filed under Uncategorized

Visual autobiography part 2

tWith Paulo Coelho at the Brazilian Academy of letters of St Pepper's Hearts Club Band

Witth Paulo Coelho at the Brazilian Academy of letters of St Pepper's Hearts Club Band

With Hugh Hudson debating whether to keep on living or handing all to Orwell

With Hugh Hudson debating whether to keep on living or handing all to Orwell

With Fernanda Montenegro in my hotel room in 2003

With Fernanda Montenegro in my hotel room in 2003

Talking to Zack in the backyard

Talking to Zack in the backyard

With Lenny  in my living room after the worst espresso I ever made.

With Lenny in my living room after the worst espresso I ever made.

Philip and I comparing sizes of iPhones

Philip and I comparing sizes of iPhones

Squeezed between Stokes and Ana

Squeezed between Stokes and Ana

With Danilo Santos de Miranda who sponsors art in Brazil

With Danilo Santos de Miranda who sponsors art in Brazil

With Helen Cooper and John Paul Jones working on Ghost Sonata

With Helen Cooper and John Paul Jones working on Ghost Sonata

Comments Off on Visual autobiography part 2

Filed under Uncategorized

“Gargolios” at the Curitiba Theater Festival, April 1 and 2 – with the London Dry Opera Co.

Billboard in Curitiba of Gargolios

Billboard in Curitiba of Gargolios

Comments Off on “Gargolios” at the Curitiba Theater Festival, April 1 and 2 – with the London Dry Opera Co.

Filed under Uncategorized

A Kind of Celebration and Visual Autobiography – part 1 (in order of appearance)

Sons struggling to live up to fathers. Sons striving to outdo fathers. Sons scheming to avenge fathers. Sons burning to one-up fathers. Sons yearning to impress fathers who vanished early on, later on or vanished altogether. Sons leaning on fathers. Sons using fathers as reverse-play books.

There is no natural conclusion to life as much as there isn’t a natural conclusion to a story because, well, because! Because after the credit scroll reads the END and after the curtain closes on a play, SOMETHING continues. That’s how I see life. After all, no pun intended, after all, after the end there is applause or booing or indifference, there is something.
“You’re an amalgam”
“I’m an amalgam?”
“Yes, and that’s all you are”
I took that to be a compliment.

I looked at my biceps for the first time in years. They seemed pretty firm. My trousers were kind of loose, which obviously meant that I’d lost weight. I took a bus for the first time in decades.
An abnormal response to an abnormal situation is normal“, a voice said to me coming out of one of those kitchen vents. “An abnormal response to an abnormal situation is normal
Yes, exactly.
From “Lost Case of a Brief Case”
Gerald Thomas – London – 2012

Photos below, In order of appearance: Julian Beck, George Bartenieff and Fred Newman (Beckett Trilogy, NYC, 1985) – Judith Malina and I, NYC, 2007 – Heiner Mueller and I at his place West Berlin, 1985 – Philip Glass gently strangling me, Rio, 1989 – Me, age 16 – Ze Celso and I, Rio, 1997 – John Paul Jones in our many meetings re: opera Ghost Sonata – Philip Glass, age 75 and looking younger (2012) – Fernanda Montenegro in my “Flash and Crash Days” (Hamburg 1992) – Caetano Velloso and I, Rio, 2001 – GT squeezed between Haroldo and Augusto de Campos (concrete poets) and, finally, Samuel Beckett and I, Paris 1984 and Ellen Stewart (La MaMa) and I, circa 1987

Julian Beck, George Bartenieff and Fred Newman (Beckett Trilogy  1985)Judith Malina and I (NY)Moi and Heiner Muller, Berlin 1985Philip Glass trying to strangle me, Rio - 1989Me, age 16Ze Celso and I, Rio 1997John Paul Jones and I, discussing Ghost Sonata (opera)Philip Glass looking good at age 75Fernanda Montenegro, Flash and Crash Days (Hamburg 1992)Caetano Veloso and I, 2001 RioSqueezed between Haroldo de Campos and Augusto de Campos (SP - 1987)Beckett and I, Paris 1984Ellen Stewart and I, early days (NYC)

Comments Off on A Kind of Celebration and Visual Autobiography – part 1 (in order of appearance)

Filed under Uncategorized