AUTORTURADO
New York – David Mamet publicou, há algumas semanas, um artigo num jornal sem nenhuma importância. Refiro-me ao Village Voice. E digo isso com pesar. Hoje, falido, cheio de anúncios, ele é dado de graça nas banquetinhas de plástico nas esquinas e as pessoas não se dão mais ao trabalho de pegá-lo. Virou um jornal de "personal ads". Nas delis mais remotas do Queens ou em Riverdale, o Voice ainda é "vendido". Deve custar 1 dólar, se tanto.
Comento essa coluna porque ela repercutiu no Brasil, deformada como "el gusto" exige, em conjunto com uma má traduçãozinha e um toque de bom oportunismo de quem não conhece bem as bandas daqui. Mas antes de começar a escrever esta coluna, fiz questao de me informar: perguntei a meus amigos da "crasse" artística daqui e "sete" fontes na imprensa, entre elas algumas no New York Times, onde trabalhei como ilustrador na decada de 80. Pasmem. A OpEd page (página de opinião) do Times recusou o artigo da mesma forma que Spike Lee recusou o "tratamento" que Mamet havia feito para um filme sobre Malcolm X.
Verdade. Mamet gostaria de ser britânico, assim como a primeira pessoa que ele cita no tal artigo, o revolucionário economista James Maynard Keynes. O artigo de Mamet "I am no longer a brain-dead liberal" me chamou mais atenção porque menciona Samuel Beckett. Mamet deve sentir uma enorme frustração por não ter podido sentar face a face com o mestre. Tem muita citação beckettiana nesse artigo, mas só os iniciados entenderiam.
Mas não quero desmerecer Mamet. De forma alguma. Quando se está numa "crise criativa", qualquer artista apela. Isso é comum. Atenção, porque falo de artista e não de jornalista. Mamet é artista, mas está longe de ser o "maior" ou "melhor" autor americano. Essas categorias são fajutas, pré-fabricadas, não colam. "Melhor e maior" é o oportunista que tem o melhor agente em Los Angeles. Faz uns dois anos, mais ou menos, morri de rir quando se fez um "fuss" sobre o melhor ator de todos os tempos: era o Russsell Crowe. Surge um "melhor" a cada dia. Deve-se rir.
"Living the moment baby, living the moment", dizia Andy Warhol debaixo daquela peruca platinada, sem mover uma ruga, num cinismo único! Maravilhoso!
O grande da vez…..deixa me ver..não, não vou abrir essa gaveta. Sairão muitos defuntos defumados. A fauna da fama é uma indústria calhorda e quem quer lucrar com ela é ainda mais calhorda ou um tremendo frustrado.
Mamet está em crise! E nessa crise, sei lá, tenta chamar atenção pra si mesmo, seja lá como for. E em plena campanha eleitoral ferrenha em que estamos, Mamet encontrou o Voice, veículo com pouca repercussão, a não ser por ..ah sei lá. Tem gente que busca tanto uma razão que até o Cairo News (se é que existe) seria um bom veículo.
Então, vamos lá: ele cita Norman Mailer, recém-morto. E eu disse logo após a morte dele "ainda bem que morreu" por ter apoiado um criminoso, Jack Abbott (um duplo assassino que, por acaso escrevia "In the Belly of the Beast"). Esse autor e psicopata, assim que saiu da prisao (por pressao de Mailer), matou um ator e garçom do La Mama, aqui no Binny Bun, na Segunda Avenida.
Bem, ao Mamet então. Ele cita Mailer quando esse se colocou na posição de crítico de drama durante a premiére de Esperando Godot, do nosso mestre Beckett. Sem sequer ir a estréia, Mailer – assim como uma espécie de Ivan Lessa – chamou a peça de "uma porcaria". Diferente do critico Walter Kerr, do N Y Times, que odiou a peça na época mas se retratou 25 anos depois, reconhecendo a genialidade do autor. Kerr escreveu sua carta de demissão dizendo que, "nao tendo reconhecido o talento de Beckett naquela década, quantos outros talentos não teria arruinado?" Gosto de jornalistas humildes, capazes de reconhecer erros históricos e histriônicos.
Mamet também reconhece que Godot é a melhor e maior peça do seculo XX. Mailer mais tarde, ao ver a peça (e quando conversei com o próprio numa convenção num dos hotéis na rua 59, na beira sul do Central Park, em 85, acompanhado de Heiner Mueller), reconheceu que – de fato – Esperando Godot era um masterpiece. Teve que comprar uma página no Voice pra dizer isso. Naquela época o Voice ainda tinha enorme importância. Mamet comenta isso.
Mas olhem quem era Mailer. Olhem quem era Beckett. Olhem quem é esse pobre coitado que teve que colocar a Madona em Speed the Plough para conseguir audiência: falo de Mamet. Seus filmes Wag the Dog e Glengarry Glen Ross são, de fato, geniais. Geniais!!! E o que ele denuncia ali? Manipulação e corrupção de imagens, de vendas, da exploração corporativa, da guerra como indústria, etc. Mudou de idéia? Tudo bem. Todos mudamos de idéia. Todos temos esse direito.
Mamet liga demais para a crítica. Parece ter medo dela, talvez por não ter tido sucessos recentes (no Old Vic em Londres tem poltrona vazia pacas!) Mamet escreve num inglês de gente que conhece latim ou está latindo. Latindo alto, pedindo socorro pra alguem. Aos 61 anos de idade, o cara está um pouco a ver Oleanas, digo, navios. Suas peças políticas são tão desinteressantes quanto as de David Rabe, ou Hare, seja o animalzinho de estima ou o prato do dia.
O coitado do Mamet, a essa altura de sua vida, sem ser consultado, escreve um artigo e explica porque o escreveu. E explica, explica, se justifica….êta! Descreve sua motivação e seus "leitmotifs", parece um mea culpa culpado. Algo ali me soa mais atonal do que a dodecafonia de Schoenberg e é aí que os oportunistas abroad (hey broad) o fisgam como "o exemplo da esquerda que defectou pra direita". Quanto barulho por nada! Ah não, isso é outro dramaturgo! Me desculpem.
"A disputation between reason and faith"…Wow…Hmm , sei, que novidade, Mr. Mamet. Não é a toa que não emplacas! Considerando Howard Brenton (com sua nova peça em Londres, no National – outro fracasso -, sobre o ex-primeiro ministro britânico Harold Macmillan) ou Alan Bennett, Joe Osborne, Tom Stoppard (esse sim! Stoppard é o maximo!) ou David Hare ou David Rabe ou mesmo Edward Bond (not James, sorry), com seu brilhante King Lear, ou mesmo Steven Berkoff ou Pinter e seus silêncios insuportáveis do "unsaid" da aristocracia de Hampstead ou Belgravia, Mamet não está pegando o 'olho do furacão'. Se é pra falar de politica numa peça, é melhor que esteja anos luz na frente e tenha algo Brechtiano a dizer ou então, fique no "não dito" de Beckett, nas palavras omissas e cortadas do mestre Sam e tente o caminho da … sei lá! Quieto Gerald!
Free market economy, Mamet? Mas alguma vez foi diferente? O que te pôs no mundo, se não a free market economy? Você nunca recebeu subvenção estatal, já que os Estados Unidos não têm um Ministério da Cultura. "Como cria dos anos 60, eu aceitei como um ato de fé que governo é algo corrupto, que o mundo dos negócios é explorador e que as pessoas têm, geralmente, um bom coração", diz Mamet.
Mas Mamet e sua mulher sentiram um enrijecimento de músculos (estranho isso, não?) ao ficarem ouvindo a National Public Radio (geralmente contra a admistração Bush aqui e mantida com doações e impostos do contribuinte, olha só a democracia funcionando!) e perceberam, depois de calar a "porra da boca" por muito tempo, que National Public Radio poderia também ser chamada de National Palestinian Radio. Hummm… Mamet, Mamet….. Acho que vou procurar você!
Mamet esta passando por uma pura crise. Não sou eu a julgá-lo. Muito menos eu a oportunizá-lo. Acho nojento, simplesmente nojento, gente que tem sua agenda agulhada e não acha argumentos próprios pra fazê-lo. Precisa se calcar num nome "dito" internacional, exageram sua importância e daí chamam atenção para a sua (assim chamada) "dissidência", como se vivêssemos na ex-União Soviética na época de Soljenitzin. Nojento.
Dizer que Bush mentiiu sobre o serviço militar numa equação, não tem o mesmo peso da mentira numa nacão militarizada como somos… dizer que JFK mentiu ao aceitar o premio Pulitzer por um livro escrito por Ted Sorenson… Esse argumento diminui sua tese, assim como dizer que Bush dormia com os Saudis e Kennedy com a Máfia. Olha só que erro de proporção na escala de segurança nacional!!!!!
Como disse, Mamet é mais inteligente que isso, seja lá o que esteja passando, ele cita novamente JFK e as merdas que fez, cita várias outras administrações e as merdas que fizeram. Mas se JFK fosse de esquerda, como alguns querem ridiculamente fazer crer, por que impôs o embargo a Cuba e provocou uma das maiores tensões da guerra fria, a crise dos mísseis? Por que não ficou amigo de Castro? Essa gente tem cada idéia…
Mamet montou "Catastrophe" de Beckett, e, bem, foi uma catástrofe. Usou Pinter como ator e Guilgud, o maior de todos, mas mesmo assim não deu certo. Beckett escreveu essa peça como um curto fragmento em homenagem a Vlacav Havel, ex-presidente da República Tcheca, ex- preso político e parte do Chapter 77, torturado autor teatral ele próprio. Percebi que trechos inteiros do texto de Mamet, que li em português, sobre a figura do "diretor teatral", estavam completa e erroneamente traduzidos ou propositalmente traduzidos para se encaixar na agenda de alguém. Afinal, Mamet é ele próprio diretor e jamais poderia julgar erradamente a categoria de diretor. Já eu, GT, acho que o diretor é realmente desnecessário, autor que sou das minhas próprias peças, e vejo um trânsito de luzes e fogueiras de vaidades por ai que me doem a vista, ego puro! E eu sou simpático à causa de Mamet, mesmo sem parecer a olho nu (sua interpretação da Constituição é brilhante e dos militares também, o que dizer?)
Só escrevi isso tudo porque sinto Mamet, ele proprio, torturado, assim como Havel, e "compro" sua dor nesse momento político delicado. Escreve Mamet: "Falo como um membro da classe privilegiada? Se querem – mas as classes nos Estados Unidos são móveis, não estáticas, como na versão marxista. Emigrantes vem e continuam a vir aqui sem um tostão e conseguem ficar ricos: o nerd faz trilhões de dólares, a mãe solteira, sem um puto e ignorante na língua inglesa, consegue mandar seus dois filhos para a universidade" (Mamet fala de sua avó).Trechos desse depoimento são, de fato, emocionantes.
Outras passagens, como diria Mailer mesmo sem tê-lo lido, são trash. Sem tê-lo lido, friso. O que vem a ser típico de jornalistas e colunistas. Vivemos momentos tensos e sujos, como em todas as prévias. Se o artigo sobre ser um "brain-dead liberal" foi aproveitado por alguns "brain-dead conservatives", acho uma pena. Não conseguiram enxergar a honestidade no depoimento de um artista em crise, a dor de uma orelha cortada. Mas, mais sujo ainda, é tentar se aproveitar dessa fragilidade artística e fazer disso uma plataforma política para poder manifestar frustrações ou lançar uma faísca numa direção que deixaria o próprio Mamet horrorizado: a faísca do oportunismo político. Seria como dizer que Godot chegou e chegou com o uniforme de papai Noel, cheio de presentinhos, dentro dessa maior crise econômica em que vivemos.
Caricatura mal feita, igual a que Mamet tanto reclama. "Brain-dead liberal" ainda é melhor do que "Active Savage Opportunist Columnists".
Gerald Thomas
EXCEPTIONALMENTE POR CAUSA DOS INSISTENTES ERROS TECNICOS publico aqui um coment que veio por email do Vampiro
Sandra, é justamente por isso que o Gerald está fora da disputa. Senão, toda semana seria escolhida uma frase dele… Pessoal, só deixa eu explicar um coisa: Eu vou escolher a frase entre os comentários, certo? Portanto, não venham forçar a barra. Tem de ser uma frase espontânea, dentro do contexto discutido. Como sou bonzinho, aceito sugestões tipo: "Vamp, acho que aquela frase de fulano mereceria vencer, tal, …" Mas não me venham com "democracia", com "direitos iguais", etc… Isso é coisa de povão. Se rebelar é coisa de quem tem moral de escravo. A virtude da moral nobre é a obediência. Vou escolher tendo como critérios a originalidade, oportunidade e inteligência. Pode, por exemplo, não ser nada tão genial, mas, dentro de um determinado contexto, ser uma ótima sacada. Não vou mais escolher "pérolas", no sentido vulgar mesmo. Até porque, se assim fosse, só o Fábio venceria. Vamos lá? Não me poupem!
Vampiro de Curitiba
ENORME comentario do Contrera!
conheço apenas um filme baseado em algo do mamet que vale a pena: tem o dustin hoffman como protagonista e é bem lá pra baixo, à la bukowski, hoje diversão de presepantes. os outros, ora. tem até um, com um urso, de quem o meu sogro viu erro de continuação! ahahah aqui qualquer um que ande pelas quintas, sextas, quinquagésimas avenidas daí parece, a muitos, saído do palácio de versailles (escrevi correto? ahaha). cá entre nós, a avenida que segue o nome de hollywood perde feio até para a são joão, para o minhocão. mas deixa. tão interessante saber que o mamet diz-se isso ou aquilo é perceber que o mailer jamais deixou de ser animal de circo da mídia e que passou mais a ser lembrado pelas bobagens que disse ou fez do que pelo que escreveu. péssimo destino, esse. mas sei lá, cada um escolhe a vida que quer. mas tudo bem. hoje, em que qualquer um com pistolão à altura consegue escrever garatujas que convencem o idiota que comprou o jornal de que tentar pensar com reserva é piada. cont.
mas para não fugir da raia: o mamet, bem ou mal, vende-se dia a dia ao sistema que tanto critica, e não por isso pode colocar-se acima dele. diferente é ser como um bukovski, sempre ao relento – e quando não, cagando e andando para os que se valem da fama fácil. alguém imagina o feioso comedor de belas e feias dispondo-se a defender o que seja? ou wagner, sim o desafeto do coitado do nietzsche, disposto a meter-se em peleja alheia sem ganhar com isso algo para sua arte? o artista é um mercenário, bem ou mal, como qualquer outro. disposto a tudo em seu nome, ou em nome de sua arte. não me venham com que haja algo mais nobre a ser defendido nessas idas e vindas de opiniões, doxas, que mal influenciam quem quer que seja? busca-se espaço em jornal, revistas, tv (ah, que maravilha), rádio (será?), internet, etc. claro que sempre há algo que possa ser melhor ou pior discutido. claro que sempre haverá os que se metem em enrascadas, fingindo ser o que suas mulheres não engolem mais (ops). ingênuos.
o wahrol era mais esperto. sabia que o que contava era o jogo dos bastidores. saber o que acontecia, para ver o pau comer. e curtir com isso. o wahrol não encanava com discussões fúteis para enganar a patuléia (olhem, eu leio o elio gáspari ahahah). simplesmente via o mundo por detrás de suas lentes de garrafa, curtindo o joguinho pesado de quem sabe-se predador. somos predadores, ou o quê? ou alguém quer ir lá à áfrica defender os que morrem sem parar, sei lá por que tantos motivos? alguém quer meter-se a ser da onu, para ser explodido por israelenses ou palestinos? existem esses. mas não estão aqui, meus queridos. escrevo para gente muito bem disposta atrás de seus micros de última geração, com empregos ou ocupações de gente grande. claro que a gente tem formação e precisamos debater, sem dúvida. e por isso debatemos. por que fazemos parte da sociedade, não é? alguém quer algo mais? responsabilidades? ora, esses têm mais o que fazer (realmente).
o mamet, em suma, apenas tenta um espacinho. o village voice? nunca vi. só conhecia o village people. ahahah e eu acho que prefiro o segundo. ahahah alguém tem aí um cd do village people, macho man? pago bem. ahahah bom, mas enquanto eu aqui passo o tempo, sem ter passado minhas roupas para amanhã, hoje, afinal entrevistarei um fudido paquistanês, chefe sei lá de quem, penso então se é para isto tudo que me formei – ou se para isso e algo mais fui realmente deformado. admito. embarquei nessa leva de mamets e mailers muito a contragosto. nunca achei muito deles. prefiro ler suetônio, que aliás mal consigo entender. ahaha e por quê isso, afinal? talvez porque nunca me senti realmente imiscuído pelas questões desses sujeitos – raras exceções. algo errado? nada. simplesmente não me afetam ou não deixo que me afetam. podem me chamar de alienado. ok. até concordo.
só pergunto: algo poderia esse tipo de discussão ter contribuído para me formar melhor nas posições de que este país em que vivo necessita? não creio. assim como não creio que melhor entender a semana de 22, de 23, de 24, de 25 (viu, gerald, fiz o dever de casa) possa realmente ajudar a entender melhor a inserção desta patuléia em qualquer questão mundial. reparem (se quiserem) no que digo: sou filho de geração que não completou educação superior. minha mãe chegou ao começo do secundário, no chile. meu pai só terminou o ensino médio. e assim, do jeito como eles foram, e do jeito que conseguiram o que conseguiram – e ai se foi bastante -, entendiam o mundo de outra forma – alienada, dirão vocês, nada. simplesmente do jeito que vivenciaram. algo do mundo de um mamet? nada. este iria classificá-los ou entendê-los apenas como classe média baixa empobrecida. e fazer suas peças, seus filmezinhos. é nossa função assistir a esse jogo pelo lado de fora?
ou na verdade devemos, nós que podemos, tentar entender essa nossa inserção? quiçá por isso me meta hoje a refletir e gastar esforços sem conta para recuperar tantas vivências desperdiçadas por ideais alheios que não contribuem a fazer com que consiga entender a mim mesmo e aos dilemas dos meus queridos, e dos que me afetam. claro que essa é a função da arte. conhece-te a ti mesmo. não, meus caros, as peças gregas não serviam para divertir, não. eram apenas a forma pela qual a sociedade entendia a si mesma, sem a intromissão do oráculo. e nós, por que insistimos em esquecer e desprezar essa nossa posição privilegiada? porque não embarcamos em nossa maioridade? ou porque preferimos esquecer, desprezar-nos para evitar interferir, afinal podemos com isso realmente nos machucar? sim, podemos nos machucar. sim, meus caros, os artistas somos – ou podemos ser – todos nós. mas se embarcarmos numas desse mamet ou de outros – tantos – tão coitadinhos, estaremos perdidos. com amor, contrera