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Confidências e Inconfidências na Vida de Um Blog (Atualizado)

New York – Gente, acontece o seguinte: chegamos a uma espécie de “deadlock”, ou impasse aqui no Blog. Vários são os motivos.

Um deles, certamente, está ligado ao contrato (que só fui ler ontem: “escrever sobre assuntos culturais e, eventualmente, política mundial…”). Mas o que está pegando mesmo é o stress! Stress não tem cura, não tem remédio, não tem solução!

Recebi um comunicado (ou orientação, como preferirem) da direção do IG, anteontem, pra que eu focasse o Blog em “assuntos culturais”. Era, na verdade, a idéia desde o início. Falo, sim, sobre Presidente Obama (e não “Barack Hussein”, como quer e insiste denegrir um amigo meu, blogueiro que amo, mas que não se conforma que meu presidente foi de fato eleito), mas procuro encaixar meu Presidente em assuntos relacionados a algum fato cultural. Sei lá como encontro conexões, mas encontro. Seja via Rembrandt (ultimamente), seja via junkies nas ruas de Amsterdam ou uma severa brincadeira com o “Esquadrão da Morte Suíço”, que, ora bolas, não existe (e muitos levaram a sério).

Houve um sério problema pessoal aqui. Vocês devem ter notado que o Vamp postou uma excelente matéria, “O RETRATO DO PODER”, que ficou em destaque por um tempo enorme e rendeu 14 mil acessos, etc .,e ficou um dia e meio no ar.

Bem, ocorre que havia morrido Merce Cunningham. Já no domingo eu sabia disso e fiquei me segurando por que não queria interromper a matéria do Vamp.

Mas quando chegamos na Terça, não pude mais segurar. A Folha estava com a matéria na capa, assim como todos os jornais do mundo (o NYTimes estava com a matéria online no mesmo dia, domingo mesmo), e eu “interrompi” o fluxo de quase 700 comentários (UFA) do artigo do Vamp, e postei a tal matéria sobre o maior gênio da coreografia, da dança teatro, que morreu menos de um mês após a Pina Bausch, também aqui registrado (escrevi pra Folha e re-publiquei aqui).

O que quero dizer com tudo isso?

Blog não pode ser precisosista! É como papel higiênico. Vocês todos conhecem outros blogs e sabem muito bem que uma matéria está em cima agora de manhã e, à noite ela já está lá embaixo ou até já  desapareceu! Aqui, por algum motivo, se convencionou “manter” (com unhas e dentes) uma matéria por dias e dias, talvez por eu não ser ‘blogueiro’, por eu não ter esse pique de escrever o dia inteiro. Justamente pelo fato de ter óperas, peças de teatro e um filme pra dirigir. E não está fácil!

Então, o impasse: como sugere o IG. Menos matérias. Talvez uma por semana. Se surgir algum fato INACREDITÁVEL, talvez duas.

A minha identidade está toda ali, exposta. Esse é realmente meu nome, etc. Minha cidadania mista não me permite, de fato, falar ou escrever sobre assuntos políticos internos brasileiros.

Como ficamos nos comentários? Não sei. Bela pergunta. Do jeito que está, não está . Ontem à noite cheguei em casa por volta das 9 da noite (horário daqui, uma hora a menos que no BR) e haviam 21 comentários na moderação. Às vezes acordo e tem uns 17 na moderação. Juro, juro e juro que não agüento fazer esse tipo de trabalho. Espero que entendam. O IG sugeriu “coluna” sem comentários e eu disse que não, que manteríamos os comentários. Esse é justamente o “charme” do blog. Mas como fazer?

O Vamp acabou de deixar um comentário no post de baixo que prefiro nao comentar. Se eu fosse comentar, meu sangue subiria e eu teria que vomitar uma série de coisas aqui. Não quero. Prefiro simplesmente dizer o seguinte:

Está tudo muito difícil. Muito difícil. Estou a um passo de “entregar” o blog. São 5 anos e meio, juntando com o do UOL.

O teatro está muito difícil. O “Ghost Writer” está muito difícil. As Óperas estão extremamente difíceis. O Blog, que deveria ser um prazer, por motivos que prefiro não expor, se torna um enorme peso.

Então, antes de fechá-lo, prefiro agir com calma e… simplesmente, como diz o “Bruno” (Sasha Baron Cohen), colocar um pé na frente do outro pra ver se consigo equilibrar o passo e o compasso. Nem sempre um artigo vem a ser poético. Nem sempre se termina com uma frase retumbante. Às vezes é o coração que bate forte,

Hoje, esse é o caso.

Gerald Thomas

Comentário do Vamp:

Fiquei revoltado. Mas a revolta, como já dizia o maior de todos, é um valor dos escravos.

Não sou contratado do IG, mas do Gerald Thomas. E isto responde à pergunta se voltarei a escrever ou não. Se o Gerald achar conveniente que eu escreva, eu escrevo, se achar que não, não escrevo. Simples assim. E aproveito para salientar que o Gerald sempre me deu total liberade para escrever sobre qualquer assunto ou pessoa, mesmo tendo, muitas vezes, opinião contrária à minha e mesmo já tendo enfrentado grandes problemas em consequência de um texto que escrevi sobre uma empresa do Governo.

O real motivo do atrito ocorrido entre eu e Gerald, acreditem,  foi uma falha de comunicação e um tremendo mal entendido, tudo potencializado pela vaidade, de minha parte e pelo stress, por parte do Gerald.

O meu comentário sobre a “facada nas costas” não tinha como alvo o Gerald. Achei que isso ficaria óbvio. Mas admito que, dentro do contexto dos comentários, acabou ofendendo-o, sim. E por isso venho publicamente pedir desculpas ao mestre Gerald Thomas, o que já fiz por telefone e celular.

Também gostaria de agradecer a todos que se manisfestaram em meu apoio e dizer que, independentemente do que vier acontecer com o blog daqui pra frente, espero sempre contar com a amizade tanto do mestre Gerald como de boa parte dos leitores deste blog.

Para aqueles que me odeiam, ainda não foi dessa vez.

O Vampiro de Curitiba

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Um Ano de Blog no IG

 .

 .          (Antes do Blog, em Paris)                                      (Depois do Blog)

 

New York – Miami: Cinco anos e meio de Blog corrente, de conta corrente que não se esgota, graças a vocês! Hoje, exatamente hoje, esse Blog comemora um ano aqui no IG.

E, no entanto, os espelhos!  Estejam lá onde estiverem (os espelhos), são somente humanos. Retratam nossa dor. Retratam nosso humor. Retratam nossa estima. Meu medo? Quem estaria ou estará atrás desses espelhos! Quem nos vê da maneira que ninguém mais nos vê. Ou seja: Quem enxerga MESMO, de verdade, nossa alma?

Alma, aquilo que poucos conseguiram até hoje retratar.

Esse ano passou como uma flecha! Foi um ano devotado, praticamente todo ele, á eleição de Barack Obama. Foi, de minha parte, uma tensão doida!

Tem um corpo morto no chão, aqui do meu lado, enquanto escrevo. Sou eu mesmo. Não me reconheço mais. Parte de mim se foi. E não estou tentando brincar com palavras, não estou tentando fazer joguinho com as parolas. Sim, morri de várias formas. Fui traído por vários amigos. Ainda não sei muito bem por quê. Talvez um dia saiba.

Blog traz dessas coisas: em teatro temos um mundo muito EXPLOSIVO. Ele se mostra na hora. O aplauso ou a vaia são ali mesmo, no final, quando cai o pano! Sabemos dos cochichos, sabemos do veneno, mas “sabemos”. Nossos inimigos, por assim dizer, se tornam nossos maiores amigos assim, da noite pro dia, como se nada jamais tivesse acontecido. E aceitamos isso.

A Decadência dos tempos de hoje, com tanto artista legal fazendo tanta bobagem, me choca! Deixa-me triste! Meu corpo morto aqui do lado ainda não foi achado pelo time de “Law & Order Special Victims Unit”. No momento em que encontrarem esse meu corpo em decomposição, constatarão que ele foi molestado, espancado, torturado por tanta, mas tanta burrice, tanta besteira e tanta pobreza cultural que ele leu nesse último ano. E o médico legista não terá um diagnóstico! Aliás, não há!

É de se questionar tudo mesmo: em que ponto de nossa cultura estamos? Como nos vemos? Quem nos vê? Como somos enxergados? Se Richard Wagner nos visse hoje (seu aniversário, by the way), como ele nos veria?

Obama tenta imprimir nessa linda terra nossa uma proposta de um NOVO SISTEMA LEGAL em que terroristas  poderiam ser presos ou detidos por um tempo prolongado DENTRO dos USA (sem julgamento em vista). Qual a diferença entre isso e Guantánamo? É que aqui dentro eles teriam acesso ao sistema judicial. “Ou se prova que são culpados, ou deixa-os andar”.

A Arábia Saudita está conduzindo um programa de reabilitação de ex-membros do Al Qaeda. Entre erros e acertos, a margem é de 80 por cento.

Meu corpo morto aqui do lado, infestado de Kafkas, de Becketts, de Orwells, de uma literatura praticamente obsoleta quando olho essas estantes (retornei pra casa ontem e ainda olho tudo numa ressaca terrível), vejo esses volumes de Joyce, de Gertrude Stein, de sei lá quem. Não nasci com um nome bom. Quem dera. Deram-me um nome vulgar.

Sim, agradeço muitíssimo aos meus mestres! E como! Eles têm nomes sonoros. Mas na autópsia desse corpo não sairão sons. Nunca sai som, a não ser o som do vento armazenado nas entranhas, nos intestinos, o som dos gases, o som gutural do tempo perdido de Proust, o som de certa amargura por não ter sido entendido por A, B ou C.

Escreve o leitor “José Augusto Barnabé”: 

“O Gerald, chegou a hora definitiva de a arte e a criação representar pelos seus meios, o futuro.Acho que Da Vinci foi o último, nos seus escritos e desenhos, que geram até hoje controvérsias e discussões.Não há mais espaço para Inquisições, que se mostrou uma fraude política.O Artista tem que achar forças para se desvincular do Sistema, ser um pouco Iluminatti, escancarando até essas próprias sociedades secretas, também fraudulentas, e criar.Na imaginação está o nosso gene, e o artista que tem o dom da sensibilidade, a aplica melhor.O Planeta está mudando rapidamente, e não é coisa para 500 anos como na época do Da Vinci. É coisa para já.Se os artistas não perceberem, vão deixar de existir e continuar sendo os BOBOS DA CÔRTE.Ficção? não sei. E o Sistema não o é?Você não tem nada para comentar, porém tem muita coisa a fazer, se não desocupa a moita, meu caro”.

Difícil, muitíssimo difícil responder qualquer coisa que coloque Leonardo Da Vinci no meio. Até Shakespeare, em sua última peça, “A Tempestade” (praticamente autobiográfica), se viu num espelho e enxergou um futuro não sangrento. Foi a única tragédia desse magnífico gênio não sangrenta: Prospero, o personagem principal, era um Leonardo. Mas era também um Duque deposto. Era um ILHADO, era alguém que tinha o poder da mágica reduzido aos confins do palco.

Tudo é sempre uma metáfora.

Há um ano, nesse blog, escrevo parte em metáforas, citando meus mestres, citando minhas angústias. Criei um enorme e lindo círculo de amigos. Vocês, os leitores.

Mas as metáforas estão fadadas a ter um limite, a esbarrar na moldura do espelho ou refletirem a luz que vem de fora e, portanto, ofuscarem a imagem real que o espelho deveria estar mostrando. Sim, escapismo.

Escreve o “Capitão Roberto Nascimento”:

Gerald Thomas meu querido cabeludo, que beleza esse texto rapaz! Não é um texto de moleque, de fanfarrão!!É UM TEXTO PARA QUEM USA FARDA PRETA E COLETE; MAS É PARA SE REFLETIR SOBRE O QUE ESTÁ ACONTECENDO.Eu penso: no BOPE, a gente não pode pensar muito NA HORA; mas devemos pensar antes, no treinamento, para que a ação seja EFICAZ COMO O SILÊNCIO DO FUNDO DO MAR.Nossa missão é subir o morro e deixar corpo de narcotraficante no chão. Pode parecer nazismo, mas, para mim, NAZISMO É DEIXAR OS NAROTRAFICANTES DOMINAREM O MORRO, OPRIMINDO CENTENAS DE MILHARES DE POBRES FAVELADOS.O teu silêncio, Gerald, chega como um abraço. O teu silêncio é o silêncio do preto da minha farda, do frio do meu fuzil, antes da ação.E nós agimos em silêncio Gerald. Quem faz festa é bandido. Quem solta rojão é traficante.A lei é fria e silenciosa. COMO O TSUNAMI QUE NASCE NO FUNDO DO MAR.”

Tudo é sempre uma metáfora. Nem tudo sempre é uma metáfora. Muitos de vocês, leitores, lidam com a vida REAL. E isso, muitas vezes, me assusta. Por quê? Não sei.

Ontem, ainda em Miami, a caminho daqui, um velho, obviamente cubano, enrolado na bandeira americana, trazia, trêmulo, a sua bandeja com um croissant, café, um ovo, etc. Sua cara marcada pelo tempo e sua elegância deixavam claro não tratar-se de um “daqueles” milhões de cubanos que povoam Miami (pra onde eu vou 3 vezes ao ano). Tive uma enorme vontade de cobrir-lhe de perguntas. Muitos milhares de perguntas. Ele me olhava. Eu o olhava. Estamos em pleno feriado de “Memorial Day”, dia dos caídos em combate, em guerras passadas. Os USA em guerra constante!

Mas pensei e pensei. Não, melhor não. De repente, assim como já foi com tantos outros seres interessantes, ele vai vir com uma dessas “verdades universais” ou com a “ordem do universo” e despejar tudo isso sobre a minha bandeja. Isso me aconteceu no Arizona com indígenas que “ouviam deus” ou na Chapada da Diamantina e mesmo na Cornualia.  São seres simples e que tremem, elegantes. Mas que quando perguntados, são verdadeiras “torneiras da verdade”. E eu não suporto mais a quantidade de verdades que existem por aí.

Tive medo de fazer perguntas a um simples ser que poderia ter me contado a sua história de vida. Mas tive medo. Arreguei.

Como pode ser isso? Medo de seres místicos? Eu? Medo de ouvir sobre Eric Von Denicken e os deuses que eram astronautas? Logo eu? Quem te viu e quem te vê, Gerald!

Já ouvi que a minha cara era o mapa de Hiroshima. Então, do que ter medo?

Exaustão chama-se isso. Falta de espaço aqui dentro. E isso me preocupa.

Sim, assim como no texto anterior: “Sinto-me como uma massa, como uma pasta, irregular, inexplicável, triste, vazia, ruidosa, sem nada a declarar e, no entanto, querendo dizer tanta, mas tanta coisa e… sem conseguir dizê-lo.”

Nem tudo sempre é uma metáfora. Às vezes esse corpo morto aqui do meu lado tentou atravessar o espelho vezes demais ou tentou atravessar espelhos espessos demais.

Faz parte da minha profissão: o risco. Como me sinto? Esgotado. Acabado. Esse (que ainda vive) olha praquele que está morto e pensa: será esse o meu futuro? Caramba!

Parece mesmo um conto de Poe! Ou um Borges mal escrito. Somos tantos e não somos porra nenhuma. No texto anterior, “NADA A DECLARAR”, fiz uma declaração de amor a tudo que sinto, de verdade, ao vazio, ao TUDO a Declarar, como o Pacheco detectou.

Mas e agora, José? Um ano e não sei quantos artigos. A partir de hoje estamos sem contrato. Como diria meu mestre Samuel Beckett: “Não Posso Continuar: Hei de Continuar!”

Em inglês soa melhor:

I Can’t Go On. I’ll Go ON!

Muito Obrigado por tudo!

Coberto de emoção e lágrimas vendo o mundo numa relativa paz e, no entanto, atravessando o maior período de mediocridade em décadas, se desmanchando num milk shake insosso e azedo, esperando um Moisés que ainda nem subiu o Monte Sinai, porque lá nada existe!

O deserto está realmente repleto de areia mesmo. E ela está em nossos sapatos.

 

LOVE

Gerald

 

Gerald Thomas, 23/Maio/2009

  

(O Vampiro de Curitiba na edição)

 

 

 

 

 

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Surtos De Individualismo

 

Não, não… não é o que vocês estão pensando. Não, não é isso. De certa forma… quero dizer, de alguma forma, é  o que vocês estão pensando, sim. Não posso negar. De alguma forma, o que vocês estão vendo agora, confirma exatamente isso (o que está no palco, vida, política, jornais, etc), e confirma também o que vocês estão pensando.

Engraçado. Triste. O desmoronamento. Várias obras de arte têm essa cara. Melhor, o PODER tem essa cara também.

O Poder e a Arte tem a cara da destruição!”

E por aí vai a narração inicial de “O CÃO QUE INSULTAVA MULHERES, Kepler, the dog” que estreou semana passada (apresentação única) em Sampa e pelo IG.

Muita coisa pessoal aconteceu na minha vida desde que comecei a ensaiar o espetáculo. Muita coisa aconteceu desde que ela foi ao ar.

 Às vezes devemos dar uma parada em tudo. Zerar. Lubrificar o corpo. Postar a alma diante do espelho como o mais angelical dos seres ou o mais diabólico deles e perguntar: “o que estamos fazendo aqui? Pra quem e pra quê? Quem são nossos amigos? Quem são os oportunistas? Quem são nossos inimigos?

 As respostas podem vir na hora. Outras podem demorar algum tempo. De uma forma ou de outra, quem vive uma ‘vida pública’  assim como eu,  já deve dormir com um olho aberto. Quem se aproxima… hummm, deve se aproximar porque deve querer alguma coisa.

INÍCIOS DE TUDO

Vejo uma geração (aliás, duas) inteira de pessoas fingindo que estão acontecendo coisas. Uma, a mais velha, FINGE que há um NOVO INÍCIO de TUDO, como se os tempos de hoje fossem a nova Gênese. Bosta. Não tem nada de novo acontecendo além do fingimento oportunista desses alguns que querem estar desesperadamente correndo em busca de um tempo perdido.

E tem de fato a geração de hoje, a nova, que não sabe porra nenhuma mesmo e que olha qualquer negócio com aquele olhar bestial de novidade. Dá preguiça? Não sei. Dá pena. Mas sempre foi assim. Schoenberg já escrevia sobre isso. Outras dezenas também. E sei lá quem escrevia que o “tempo contemporâneo traz memórias pra serem preenchidas”. Ah, tem cara de ser Wittgenstein, mas posso estar chutando.

“Hedonismo perverso”

Mesmo assim, exausto da estréia do Cão que insultava e insulta, fui ver o espetáculo que Jô Soares montou no “Teatro Vivo” com o Wilker e cia. E o quê? Me surpreendi como  o Wilker está ÓTIMO, como o Jô deixou o texto de Albee de pé, sem pretensões de querer cultuar um manifesto em torno de si mesmo. Ah sim, nem tudo é perfeito, mas… quem sou eu para estar escrevendo sobre perfeição ou cultos sobre o diretor, etc.?

Encontrei no camarim um Jô Soares tão doce, tão simpático e tão aberto a tudo que, complementar ao texto do Albee e a interpretação inesperada de Wilker, deixa em aberto se não devemos nos olhar mais no espelho todos os dias um pouco menos. Vou repetir. Olhar MAIS no espelho um pouco MENOS (essa frase é melhor em alemão). Olhar menos no espelho e testar nossas idioTsincrasias e daqueles que consideramos amigos, inimigos ou da tchurma ou da antiTchurma ou de pessoas que consideramos hostis ou da nova FASHION Actor ou Fashion ACTRESS ou do Pink is the new Black. E por quantos anos olharemos para fora ao invés de para dentro para constatar uma coisa, uma única e só coisa?

Sylvia, a cabra, é uma paixão impossível porque ela não existe.

A questão mais profunda e mais dolorosa entre nós da humanidade seria: temos realmente alma suficiente para amar ou entregar, para colocar nosso coração à disposição de alguma outra pessoa em qualquer momento de nossas vidas? Ou o MOTTO do “Kepler the dog” está mesmo certo: ”Não, nao é o que vocês estão pensando. Sim, é o que vocês estão pensando, sim. O que está colocado na frente de vocês e na minha frente agora é isso! E se está colocado na sua frente, tem que ser comido, atacado, digerido, possuído e depois… CAGADO FORA!

XEQUE-MATE!

Gerald Thomas,

Depois de uma longa conversa sobre “amizades da oportunidade” com João Carlos do Espírito Santo.

 

(O Vampiro de Curitiba na Edição)

 

PS: “O CÃO QUE INSULTAVA MULHERES, KEPLER, THE DOG”, AO QUAL O TEXTO SE REFERE, PODE SER VISTO AQUI:


 

 

 

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AGORA VOCÊS VÃO PODER ASSISTIR, SIM!

GERALD THOMAS APRESENTA:

A PRIMEIRA BLOGNOVELA DA HISTÓRIA

“O CÃO QUE INSULTAVA MULHERES, KEPLER, THE DOG”

 

 

 

Conceito, escrito e dirigido por Gerald Thomas
Com:
Fabiana Gugli
Pancho Capelletti
Duda Mamberti
Anna Americo
Luciana Froes
Simone Martins
Caca Manica

Luz: Caetano Vilela
Som: Claudia Dorei

Produção: Plato Produções (Dora Leão)

Assistência: Ivan Andrade.

Realização SESC unidade Av Paulista
gravação TV IG

 

 

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"LIVE"- AO VIVO – Ontem foi ao ar…. Mais Fotos e o Link para assistir à Blognovela

 

OBS: ABAIXO DAS FOTOS TEM O LINK PARA A BLOGNOVELA

 

PS: PATRICK GRANT NOS ENVIA NOVO LINK PARA A BLOGNOVELA:

 

http://www.strangemusic.com/GTBlogNovela.html

     

 

Do Blog do Caetano Vilela:

14/11/2008

 

‘Nonada’ com Gerald Thomas (*ou: Não demorou muito para eu descobrir o que as pessoas querem dizer com a minha destruição)

 

Nonada!
Como diria Guimarães Rosa no início do livro-painel “Grande Sertão: Veredas” ficamos literalmente “no nada” após o último ‘enter’ da
BlogNovela apresentada por Gerald Thomas/Cia. de Ópera Seca no Sesc Paulista com transmissão simultânea pelo portal Ig.

No post anterior alguns amigos me ‘apertaram o piercing’ dizendo que nada disso era inédito, que até filme baseado em Blog já havia estreado assim como outras produções também foram transmitidas pela internet. Sei disso, inclusive participei de dezenas! Dirigi com Marcelo Tas – o ‘rei da multimídia’ – uma ópera e uma peça que foram transmitidas ao vivo pela rede, sei de projetos de amigos que se conectaram entre três países e simultâneamente apresentaram um espetáculo com links ao vivo em fuso horários diferentes, também assisti na Europa experiência semelhante com Robert Lepage, etc, etc…, o que conta aqui é a DRAMATURGIA que Gerald propõe.

Quem acompanha o seu Blog sabe que a participação dos leitores é uma ferramenta à parte no diálogo que Gerald propõe com os seus leitores. Às vezes pode até parecer que são um bando de ‘xiitas culturais’ perigosissímos (por vezes são sim, até eu já tive comentário ‘clonado’ por lá), mas não conheço outro espaço na internet que provoque tantas ‘teses dramatúrgicas’ como lá.
E nisso a experiência beckettiana de Gerald é indispensável para tornar esse material ‘adaptável’ para os palcos.

Mais uma vez Fabiana Gugli comanda o caos tendo, dentre outros companheiros, os excelentes Duda Mamberti (às vezes um Vladimir e por outras um Estragon do clássico beckettiano) e Pancho Cappeletti (o reverso do travestismo, concentrando todo o universo masculino sempre presente na obra de Gerald, principalmente depois da ópera Mattogrosso, parceria com Philip Glass).
O que vemos e ouvimos é o cotidiano disfarçado em acasos, a interação cyber refletida nos conflitos mundiais e uma universalidade que pode parecer simplista quando se lê os comentários para os posts escritos por Gerald. É simples sim, mas poucos são capazes de interpretar esses simples sinais.

O regionalismo universal de Guimarães Rosa, o ‘newspeak’ de Orwel e a ‘dramaturgia online’ de Gerald sempre serão difíceis para os menos atentos. ARTE é difícil, TEATRO é difícil, LITERATURA é difícil de se fazer, assistir ou produzir! Claro que não estou falando isso ‘para’ o Brasil que tem um ministério da Cultura ‘aculturado’ em que se exige “contrapartida social” do artista.
Contrapartida Social? E qual é a contrapartida cultural que os brasileiros recebem? O tombamento da receita do acarajé, da capoeira, dos quilombolas (de repente viramos uma nação de quilombolas!); é sobre tudo isso e muito mais que os leitores do Blog do Gerald falam, discutem, brigam, e não só pelo prazer de discordar mas de unir, propor, combater…

 

Mais uma vez Gerald usa Led Zeppelin como ‘leitmotiv’ de um espetáculo, compreensível, afinal o que mais podemos dizer depois dos versos de Black Dog:

“(…) watch your honey drip, can’t keep away (…)
Didn’t take too long before I found out, what people mean my down and out…”

 Alguns clics que fiz do último ensaio que fizemos para a equipe do Ig, para ajustarem as imagens com os ‘camera-men’, antes de abrir para o público, enjoy!

  

 

  

 

  

   

   

 

 

Em breve colocaremos a janela para a Blognovela, por enquanto, cliquem no link abaixo:

 

http://www.strangemusic.com/GThomas/blog_novela.mov 

(Nossos agredecimentos a Patrick Grant que fez a gravação e disponibilizou o Link)

   

No Blog do Alberto Guzik:

 

O impacto de “Kepler, the dog”

 

É muito poderoso o novo trabalho de gerald thomas, “o cão que insultava as mulheres, kepler, the dog”. vi ontem e ainda está girando na minha cabeça. as imagens, a força das idéias. tudo muito simples, muito despojado, e extremamente requintado. não parece o gerald capaz de inventar máquinas cênicas complicadíssimas. este gerald está interessado em explorar o palco nu, a caixa cênica desventrada, sem nenhuma moldura que a enfeite. o resultado é magnífico porque sofre o impacto da visão de mundo lúcida e arguta do encenador. fabiana gugli está esplêndida, cada vez mais precisa e senhora do palco. e também brilham duda mamberti e pancho capeletti, dominam a cena com extrema segurança. mas é das idéias do espetáculo que se precisa falar. não posso fazer isso agora. tenho um dia longo pela frente. reunião do projeto dos sonhos, depois santo andré, onde estrearemos “liz”, logo mais, no sesc de lá, às 21h. ontem ensaiamos até alta madrugada. e hoje tive de pular da cama bem cedo. então depois vou contar mais e melhor do que vi ontem, e narrar como foi que vi, porque não deixou de haver uma peripécia para que eu assistisse ao pontiagudo “kepler, the dog”, com que jerry está abrindo frentes e vertentes, criando uma dramaturgia a partir de textos do blog, fazendo um espetáculo que, segundo cálculos, seria visto por no mínimo 150 mil navegadores. porque “kepler” foi transmitido pelo portal ig, no igpapo. deixo para vocês uma foto de fabiana gugli e  duda mamberti, enquanto eram acompanhados pelas câmaras do ig, clicada pelo talentosíssimo caetano vilela, que colaborou com gerald na criação de uma luz de tirar o fôlego.

       

           Foto: Caetano Vilela

 

DO ÚLTIMO SEGUNDO:

SÃO PAULO – A nova obra do diretor e dramaturgo Gerald Thomas, “O Cão que Insultava Mulheres – Kepler, the Dog”, estréia nesta quinta-feira (13), às 21h30, no teatro do Sesc Paulista. Quem não puder comparecer terá a opção de ver pela internet, ao vivo, no IG Papo.

A peça é, na verdade, o primeiro capítulo de uma blognovela criada por Thomas em seu site. A segunda parte, ainda sem data de estréia definida, se chamará “O Cão Astrônomo que Estragava Planetas e Estrelas”.

O texto da peça é resultado de discussões e comentários de 11 capítulos anteriores da blognovela, todos criados no blog de Gerald Thomas. A montagem terá atores profissionais e amadores, recrutados a partir de vídeos enviados pela rede ao diretor.

Segundo Thomas, a obra é uma crítica ao universo masculino. “Os homens se consideram o máximo, mas são uns grandes imbecis sempre engajados em guerras, matanças, estupros, emboscadas”, explicou em seu blog.

A crítica, vale ressaltar, não é nada leve. Tanto que a peça tem cenas bastante fortes e, por isso, não é aconselhada para menores de 18 anos.

“O Cão que Ofende Mulheres” será apresentada no Sesc Paulista (Avenida Paulista, 119, Paraíso), a partir das 21h30. A entrada é gratuita. Para assistir, basta retirar senhas que serão distribuídas uma hora antes do espetáculo.

A transmissão pela internet será feita através do iG Papo, também a partir das 21h30. Será possível assistir à peça ao vivo e também comentá-la com outros internautas pela sala de chat. Saiba mais sobre o espetáculo no blog de Gerald Thomas.

 

Serviço
Data: 13 de novembro de 2008, quinta-feira, 21h30
Local: SESC Paulista
Endereço: Avenida Paulista, 119 – Paraíso
Entrada franca; os ingressos devem ser retirados na bilheteria a partir das 20h30.

 

Ficha técnica
O Cão que Insultava Mulheres – Kepler, the dog
Projeto: Cia. Ópera Seca
Criação e direção: Gerald Thomas
Elenco: Anna Américo, Caca Manica, Duda Mamberti, Fabiana Gugli, Luciana Fróes, Pancho Cappeletti, Simone Martins.

Produção executiva: Dora Leão – PLATÔproduções
Assistência de produção: Hedra Rockenbach
Som: Claudia Dorei
Luz: Caetano Vilela

  

DA ILUSTRADA (FOLHA DE SÃO PAULO):

Gerald Thomas leva ao palco 1º capítulo de sua “blognovela”

Cão que Insultava Mulheres” se inspira em comentários de internautas 

 

 DA REPORTAGEM LOCAL

 

“Não é o que vocês estão pensando. De alguma forma, é o que vocês estão pensando. De alguma forma, o que vocês estão vendo é isto. O que vocês estão vendo confirma o que vocês estão pensando.” Na voz de Gerald Thomas, a gravação parcialmente transcrita acima abre “O Cão que Insultava Mulheres, Kepler, the Dog”, encenação do primeiro capítulo da “blognovela” do diretor, que tem ensaio aberto hoje à noite. No início da tarde de ontem, a produção informou que o espetáculo será transmitido em tempo real pelo portal iG. Boa parte da dramaturgia, que desafia descrições, foi construída a partir de comentários deixados por internautas no blog de Thomas (www. colunistas.ig.com.br/geraldthomas). Da internet também foi “importada” uma atriz- Thomas pediu que interessados enviassem vídeos inspirados nos textos postados por ele na internet. Em cena, Thomas e sua Cia. de Ópera Seca (em que se destaca Fabiana Guglielmetti) inicialmente sondam os elos entre arte e poder, mas logo se debruçam sobre as relações de gênero e a permanência de certa mentalidade sexista. As intelectuais americanas Camille Paglia e Susan Sontag (1933-2004) comparecem. Segundo o diretor, “Cão” fecha uma trilogia aberta por “Terra em Trânsito” (2006) e “Rainha Mentira” (2007). (LUCAS NEVES) 

 

O CÃO QUE INSULTAVA MULHERES, KEPLER, THE DOG 
Quando: hoje, às 21h30 
Onde: Sesc Avenida Paulista (av. Paulista, 119, 11º andar, tel. 0/xx/11/ 3179-3700; grátis) 
Classificação: não indicado a menores de 16 anos

 

 

 

 

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VEM AÍ:"O CÃO QUE INSULTAVA MULHERES, KEPLER, THE DOG!"

        

Transmitido pelo IG

Apresentacão ÚNICA

ESTAMOS NO ENSAIO

PARTE I

 O CÃO QUE INSULTAVA AS MULHERES, Kepler, the dog

PARTE II

(Num futuro próximo) 

O CÃO ASTRÔNOMO QUE ESTRAGAVA PLANETAS E  ESTRELAS

A PRIMEIRA BLOGNOVELA CRIADA E TRANSMITIDA PELA INTERNET

QUINTA-FEIRA, 9:30 DA NOITE

PARTE I

AQUI PELO IG

Fotos: Lenise Pinheiro

Mais detalhes nos próximos dias! Haja fôlego.

SIM, é o que vocês estão pensando, SIM!

Os homens se consideram o Máximo, mas são uns grandes imbecis sempre engajados em guerras, matanças, estupros, emboscadas…. insultando e humilhando as mulheres…. cometendo o genocídio através de todos os tempos e do TEMPO da nossa HISTÓRIA…

Ah, sim, e quanto aquele coco, enxerguem ele como se fosse um ovo, como aquele de Colombo.

 

Sim, aquele desde os descobrimentos ou dos CRIADORES, muitos OVOS foram colocados de pé, mas a melhor pergunta ainda seria…Quantas milhões de dúzias não foram estraçalhadas????

 

Gerald Thomas

 

 

 

 

 DO GLOBO ON LINE:

DRAMATURGIA INTERATIVA

Gerald Thomas cria blog novela e transmite pela web episódio feminista ‘O cão que ofende mulheres’

 

SÃO PAULO – No que depender do irriquieto encenador Gerald Thomas, nada será como antes. Cansado da mesmice, o diretor quis criar uma nova linguagem e inventou o blog novela. Um dos episódios, “O cão que ofende mulheres”, vai ser encenado no Sesc Avenida Paulista nesta quinta-feira, gravado e transmitido em seu blog. Trata-se de uma “dramaturgia interativa”, como define Gerald.

 

– Teatro é chato pra burro. Blog tá meio chato. Jornal é chato. A internet tem essas possibilidades. Resolvi então criar um híbrido. Fui postando capítulos de uma novela. Aproveitei os comentários de meus internautas mais fiéis e criei uma dramaturgia interativa para fazer o texto de “O cão que ofende mulheres” – explicou.

 

O sugestivo título não tem nada a ver com o episódio que recentemente movimentou o noticiário de celebridades: o rompimento do noivado entre Luana Piovani e Dado Dolabella, após uma briga na qual ele teria dado um tapa na ex-noiva e empurrado a camareira Esmê em uma boate carioca.

 

Gerald conta que nunca ouviu falar em Dado, mas conheceu Luana na época em que morava em Nova York, quando a atriz passou uma temporada de estudos por lá:

 

Minha história mostra que o homem é um imbecil. É ele quem se engaja em guerras, enquanto a mulher é aquela em busca de paz

– Minha história é bem mais alegórica que isto, mas mostra que o homem é um imbecil. É ele quem se engaja em guerras, enquanto a mulher é aquela em busca de paz. Espero que este sujeito (Dado) esteja preso. Toda a minha simpatia à Luana.

 

O cenário é uma caixa preta e a encenação começa com três mulheres presas de ponta cabeça por um dos pés encontadas na parede do fundo do teatro. Uma narrativa em off fala de desmoramento e compara arte e poder enquanto convida o público a duvidar. Um executivo entra em cena tentando se equilibrar em sandálias de salto alto. Enquanto filosofa sobre Aristóteles, um cachorro faz cocô. Acompanhando a trilha sonora, Gerald Thomas diverte-se tocando guitarra. O texto faz referências críticas sobre as feministas Camille Paglia e Susan Sontag, além do artista Marcel Duchamp.

 

Para conferir o episódio e ler outros capítulos da blog novela, basta acessar o site do dramaturgo .

 

A gravação de “O cão que ofende mulheres” será aberta ao público e acontece na quinta-feira, às 21h30, no Sesc Avenida Paulista com entrada franca. (Avenida Paulista, nº119, 11° andar. Tel: 11 3179-3700).

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Deprê parte 2: o que fazer? Ou: "O Dia em que fui processado por Tom Cruise"

 

Este post deve ser lido com o de ontem, o da “depressão”, etc., aqui embaixo. O que eu tenho feito nesses anos todos? Qual tem sido meu trabalho direto e indireto nos palcos do mundo desde que trabalhei na Amnesty International em Londres? Fácil de responder? Difícil?

Não. Acho que não. Os que me chamam de hermético, polêmico, controverso, etc., devem ter lá suas razões. Mas já passei por todas as provas. Oitenta e tantos espetáculos e óperas depois, por sei lá quantos paises, o substrato vem a ser esse: fácil atacar!!! Eu mesmo ataco em blogs. Ataco em entrevistas! E, para quê?

Pra nada. Pra absolutamente nada.

Meu trabalho nos palcos de teatro do mundo nada mais tem sido senão uma tentativa de integração de culturas. E por quê? Porque venho de uma cultura fragmentada. Venho dessa coisa chata chamada Iconoclastia e Desconstrutivismo. E um povo que se afastou ou foi afastado: Yin e Yang. Na balança final, um atrai o outro.

Acabou. Há anos venho tentando somar os cacos do que sobraram para formar um novo mosaico: mas sobrou alguma coisa?

Vejo como se torna simples ATACAR pessoas, ferir pessoas. Eu mesmo sou um mestre nisso. Mas, para quê?

Quando, em 1999, escrevi uma resenha sobre o filme não tão genial do Kubrick “EYES WIDE SHUT”, que assumia que um casal não trepava mais, para fazer a metalinguagem numa estória de Schnitzler (sobre um casal que não conseguia mais manter relações sexuais) , fui violentamente contra-atacado pelos agentes de Tom Cruise e Nicole Kidman.

Quando ameacei que iria adiante e revelaria o que eu sabia sobre suas vidas pessoais, pararam imediatamente com o processo.

Mas isso tudo é tão imbecil visto em retrospecto. O que me interessava era o jogo que eles (o casal) haviam topado fazer com um Kubrick já em estado terminal.

Hoje, em Kabul, capital do Afeganistão,  uma corte suprema sentenciou o jovem jornalista Sayed Parwiz Kambakhsh a 20 anos de prisão. Um jornalista!!!!! Por pouco ele não leva a pena de morte. Isso deveria REPERCUTIR em todos os veículos do mundo, assim como a cabeça degolada de Daniel Pearl (até filme virou!). A jornada de Seymour Hirsch pelo Cambodja virou filme também!!!

Afinal, quando digo que São Paulo virou uma província, eu errei.

Nós viramos uma província desgraçada.

Aqui dentro de nossas cabeças! Enquanto não nos libertarmos desse MONSTRO que ATACA um ao outro sem parar, como se fosse uma farpa desprendida de qualquer EMOÇÃO, uma coisa desprendida de qualquer alma, nunca conseguiremos ser algo, um ser íntegro. E isso nada tem a ver com qual país, qual cidade.

Sim, atacar sempre será muito fácil.

Mas, manter-se “antenado”, antenado no MUNDO, nu, despido e antenado, prestando atenção, sim, isso sim quer dizer algo. E o quê? Quer dizer que nossas almas serão mais generosas e mais abertas e nosso JUÍZO será um pouco mais HUMILDE porque, afinal de contas, somos somente humanos. Não somos e não podemos brincar de ser… deus.

Gerald Thomas

Parabenizando a todos por 5 meses de BLOG aqui no IG

(O Vampiro de Curitiba na edição)

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"Apocalipstick" – Quinta-feira: Conversa em Washington Falha: "TEATRO POLÍTICO", diz Chefe do Senado!

Blog: quatro meses. Leia o UPDATE de QUINTA á Noite lá embaixo, nessa mesma coluna, *em ingles” do NYTimes, estou tentando dar um tempo… tentando relaxar… em Miami (obviamente não consigo). GT

Não, não é bem um blog e sim mistura de BlogHosting com BlogNovela. Não sou blogueiro ou bloguista ou blognauta. Sou autor e diretor teatral, uma arte em momento fundamental de se repensar, de se reapresentar e de se re-encenar. Assim como no magnífico prefácio de Alberto Guzik pro “Encenador de Si Mesmo” (uma coletânea que Haroldo de Campos, Jacó Guinsburg e Silvia Fernandes fizeram sobre o meu trabalho), a arte da encenação não pode bater na primeira e única tecla e não pode ficar na era do primeiro e último retorno. Ou seja, morremos todos os dias. No fechar do pano, no teatro, acabamos com as nossas vidas, as vidas de nossos personagens. Se o teatro pega fogo e o espetáculo não volta mais, acabou. Bem, mas até Hamlet já dizia isso. 

 

Anteontem, conversando com  a última beatnick do teatro livre, a Judith Malina, trêmulo de emoção por todos os motivos do mundo (a morte de seu companheiro Hanon há seis meses e a de Julian Beck há 23 anos) eu senti que estamos, nós do teatro, entrando num clima estranho. Mesmo o seu Living Theater – com esse nome – vive dias estranhos. Sinto que DEVERÍAMOS SER CAPAZES DE TROCAR DE NOME E DE IDENTIDADE pelo menos uma, duas, três vezes na vida. Vocês acham justo que “atacham” um nome e um número na gente e… that’s it?

 

Estranho!  Termo estranho esse termo… estranho. Pois! Mais e mais gente no mundo quer entrar para o teatro, mas… Entrar para quê? Entrar para dizer o quê? Naquela mini-entrevista no YouTube, em inglês, http://www.youtube.com/watch?v=kfZaz3s5VV0, eu falo sobre essa crise.

 

Essa gente tem o que dizer? São pensadores? São, em primeiro lugar, ARTISTAS? Não, não são. Esse Blog comemorou ontem 4 meses aqui no IG e foi além dos 178 mil hits e cada post vira um ‘hub’, um fórum de debates  com seus pra mais de 400 comentários e isso me deixa extremamente orgulhoso.

 

Mas e qual o pararelo entre Blog e Teatro? O Berro. A BlogNovela. O BlogHosting. A intensa interatividade que existe num tempo quase real de performance art que acontece aqui.

 

No próximo capítulo da BlogNovela estaremos remando de volta paro o CRASH novayorkino de onde eu  nunca saí. Encenador de si mesmo? Não, nada disso. Encenador do que está em minha volta. Um imenso barulho que Maureen Dowd chama de “apocalipstick” , se referindo ao batom no porco e ao apocalíptico mundo de mentiras editorias em que vivemos.

 

O que vem a ser um artista? O que dá a alguém o direito de ocupar o palco e estar na luz? Pois é, justamente! Tudo está turvo, tem gente demais querendo dizer coisas demais nesses reality shows. Gente que não tem passado, que não colocou um pé na lama e outro na merda, como diz um mestre do teatro. Mesmo assim, o ego do anonimato está crescendo dia a dia de uma forma apocalíptica. Os 15 minutos de fama de Warhol parecem ter se tornado uma eternidade e ninguém, digo, os do palco, consegue lidar com a crítica. Talvez porque a crítica não consiga mais lidar com eles.

 

Há um rombo imenso no diálogo na arte mundial. É disso que ria o Damien Hirst outro dia quando comprou sua própria obra…

 

Pena que nós não consigamos lotar os teatros com nossos próprios egos ou transformar os blogs em leitura casual. Para mim isso virou um caso visceral e eu queria agradecer a vocês todos por me darem essa chance.

 

LOVE

 

Gerald

 

 

 

(O Vampiro de Curitiba na edição)

 

Desta quinta, do New York Times:

 

It does no good, Mr. Dodd said, “to be distracted for two or three hours by political theater.”

The senator was apparently alluding to a growing revolt by conservative House Republicans against the proposed $700 billion rescue, and the fact that Senator McCain has not yet endorsed the plan, whose concept runs contrary to the policy positions he has taken for years.

Mr. McCain and his Democratic opponent, Senator Barack Obama, left the White House by a side entrance without commenting. The initial silence of the presidential candidates reinforced the impression that thorny issues still need to be addressed before an accord is achieved.

Shortly afterward, Mr. Obama said in an interview on CNN that he was confident that a deal would be reached “eventually,” but he said, “I think there’s still some work that needs to be done.”

 

 

WASHINGTON — With their first presidential debate awash in uncertainty, Senator Barack Obama interrupted his preparations in Florida and arrived here Thursday afternoon to join Senator John McCain for an extraordinary White House meeting intended to spark an agreement on the $700 billion government plan to bail out the nation’s financial institutions.

 

 

 

 

 

PS. do Vamp: Como vocês devem ter percebido, tivemos uns probleminhas no WordPress. Enquanto o Gerald está lá em Miami, se estressando com aquela paisagem maravilhosa, eu “estarei resolvendo” (gerúndio é foda, né?) o problema. Enquanto isso, mandem ver nos comentários.

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Domingo, dia de vídeos!

Bem, sem stress!

Eu queria agradecer aos leitores pelos 460 comentários do post anterior, o da BlogNovela. Muitos comentários são meus e do Vamp, claro. Mas essa é justamente a função de um Blog: Interação! Não fosse isso, seria um jornal online. Mais um desse sites que não respondem, não criam fóruns. O que mais gosto desse aqui, é justamente dos debates (às vezes agressivos e passionais demais) e das divergências políticas, emocionais, de tudo. A tal “aldeia global” esta representada aqui, numa elite, óbvio.

 

Mas, o nosso SITEMETER (presumo que o de todos) está em “reformas”. Sitemeter é aquele numerozinho que diz qual leitor está online e de onde (qual cidade, pais, que horas entrou, saiu) que aparece logo abaixo do “RSS”.

 

Espero que volte logo. O pessoal do IG está trabalhando. Espero que a contagem volte ao que estava: 164 000 desde 23 de maio. 23 de maio? Aquela que nos leva de Congonhas ao Ibirapuera e ao Centro???? Um constante congestionamento???? Hummmm….

 

Bem, aos vídeos:

Gerald Thomas – Almost Complete Works

http://www.youtube.com/watch?v=hx475RMBF_w

Gerald Thomas-The Flash and Crash Days– Com Fernada Montenegro e Fernanda Torres: 

 http://www.youtube.com/watch?v=V0ot_RDoPg4

 

 

 Gerald Thomas- Terra em Trânsito – Fabiana Gugli:

http://www.youtube.com/watch?v=8PReuVhtfLE&feature=related

 Gerald Thomas- Earth in Trance (Parte 1) – Fabiana Gugli:

http://www.youtube.com/watch?v=sWJS3V3MPg8

 

 

Gerald Thomas –Circo de Rins e Fígado (no original, o “Fígado” era Plural)

http://br.youtube.com/watch?v=WjVE8FniCV8&NR=1 

Gerald Thomas – Circo de Rins e Figados-(Aqui com Nanini atuando):  

 http://www.youtube.com/watch?v=uDSXQu0pMIg

 

 

Gerald Thomas Ventriloquist

  http://br.youtube.com/watch?v=TRiU5KJIlLg&feature=user

 

 

Gerald Thomas- Luar Trovado– Fabiana Gugli

http://br.youtube.com/watch?v=aiQzmg2A6LE&feature=related

 

 

Aliás, no YouTube tem muita coisa! É só clicar “Gerald Thomas”, deus me livre!

 Vou pro Central Park escapar, digo, remar!

LOVE

Gerald

 

PS. do Vamp  Acrescentei “Circo de Rins e Fígados”, outro, maior que o anterior. Acrescentei também”Terra em Trânsito”, “Luar Trovado” e “The Flash and Crash Days”

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TOLERÂNCIA ZERO

TOLERÂNCIA ZERO – possivelmente um último artigo TEXTO REVISADO (elogiando os dois comentarios escolhidos para ilustrar o texto: o do Carlos e o do Anonimyous)

“’Terra de maluco’, você quer dizer, o Blog”?- indago a uma amiga que me escreve indignada.

 Mas, caramba, qual é o nível de tolerância que se quer ou se exige de uma legião de pessoas que interagem e discordam sobre temas? “Você quer um “designer blog”, feito só para você? “Sim, muitos blogs são pura “self promotion”, muitos são somente sobre UM assunto e muitos são sobre aquele assunto específico.

 Ontem mesmo, o IG quis me classificar como “aquele que escreve sobre teatro”. Reclamei dizendo que posso até ver o mundo e suas (idiot)sincrasias a partir de referências teatrais. Afinal, as grandes obras de grandes dramaturgos olhavam para o palco do mundo e faziam dele uma maquete para o seu pequeno microcosmo.

Mas não escrevo sobre teatro e sim eu “fervo” sobre eventos do mundo atual. Atual? Não, que atual nada. Eu trago para a atualidade “coisas” como no texto de ontem, tipo o Muro de Berlin, ou levo para a perspectiva histórica a lenta e gradual morte de Amy Winehouse. Ou ainda falo de Cartola como se ele estivesse onipresente. Meto o pau na imprensa toda por ser um monólito – monobloco, monocordio,  incapaz de enxergar o homem LIVRE nesse labirinto de seres humanos em busca de uma identidade digna num mundo de regimes xenofóbicos e fundamentalistas. Ah, sim… Muitos estão para renunciar e muitos oportunizam a situação. Muitos, como o Sarkozy, são presidentes que são mera “photo opportunity”, mas como nada tenho a ver com a “Vive la France”, não serei eu a meter o pau nele. Dona Carla fará isso!

Não, não escrevo sobre teatro. Escrevo sobre a teatralização ou a bestialização do absurdo que as coisas tomam em sua dimensão quando nicknames e pseudônimos começam a travar uma guerra entre sí e o tema da matéria fica completamente esquecida: dedos em riste, os blogueiros me chamam de qualquer nome, me advertem com o indicador no meu nariz e dizem tudo aquilo que eu já sei e já vivi (mas que eles não têm noção de que eu já vivi), entende, dona Maria? Porque naquele momento o brio e brilho são somente DELES, ou melhor, de vocês. E ameaçam: “Nunca mais entrarei nesse blog!”

Eu ameaço de volta: “estou fechando o blog”. Criando, assim, uma típica e dupla e tripla  e volúptica relação passional ‘dramática e teatral” sim, só que não descrita por mim, mas pairando no ar. Alguns voltam, eu volto. Alguns jamais voltarão, pro bem de ambos. Nervos estressados, unhas roídas, mas todos com as portas entreabertas, ou semi-fechadas, ou olhos bem fechados e ouvidos bem abertos! Os egos estão feridos!

Vocês só querem ler aquilo que  acomode as banalidades  que lhes facilitam a vida? Mesmo? Tem tanto blog de auto-ajuda por aí… Tem tanto teatro que tem a fórmula do choro por aí, colocando gente pelo ladrão! E Tem-Tanto-Político-Enchendo-os-Bolsos-com-o-Teu-Dinheiro (TTPEBTD) fazendo isso descaradamente e impunemente… Eu, Mané? Tô fora!

Olhem só esses dois comentários do post abaixo, sobre Tio Sam: Isso sim da alegria de ler:

Carlos, EX-BLOGUEIRO:

“Como eu dizia mais acima: a facilidade de se opinar não significa que não temos que ter responsabilidade sobre o que é escrito!

A questão dos EUA, dos brasileiros, dos imigrantes, enfim, é muito, muito mais complexa do que dizer que um é melhor do que o outro, ou de atacar um país e defender o outro. Pela própria história dos EUA, desde seu princípio, a questão da liberdade e da ideologia americana é extremamente complexa!! Não dá pra analisar só o que é bom ou só o que é ruim!!
Vamos com calma nessas discussões.

Eu lia na Economist sobre aquele monumento em Mount Rushmore, aquele com as figuras de George Washington, Lincoln, etc, encravadas nas pedras no alto da montanha. Pois bem, para os índios que ainda vivem naquela região, o monumento é o próprio símbolo do total desrespeito e descaso contra eles. Isso porque era uma região que pertencia (e teoricamente ainda pertence) aos índios Sioux e que foi violentada (assim como ocorreu no Brasil…etc). E porque me refiro a isso??? Justamente pra mostrar a complexidade dessas questões!! De um lado, o ideal Republicano, a independência dos EUA, a essência de uma nova Nação, a liberdade do cidadão americano contra a exploração dos Ingleses, do outro os seres humanos que já estavam ali e que foram massacrados pelo homem branco em sua NECESSIDADE de criar um Mundo Novo. O fato de milhões de latinos terem “invadido” Los Angeles (olhem o nome da cidade, é inglês?) tem diversas causas que vão lá pro século XVIII!!! Em dez segundos, olhem o que achei nessa nossa internet: “In 1781, 44 settlers of mixed Spanish, Indian, and African descent staked out turf for the pueblo that would become Los Angeles”.
E depois disso teve a guerra entre México e EUA, onde o Estado do Texas foi anexado aos EUA…ou seja, CLARO que existem milhões e milhões de mexicanos nos EUA. FORA ISSO, a corrupção, a pobreza no México é ENDÊMICA. Assim como no Brasil. Oras…pra onde ir??? Claro que o caminho é os Estados Unidos!!! Daí origina os ilegais os muros, a polícia…etc,etc….VAMOS PESQUISAR sobre os assuntos ANTES de colocar frases feitas, antes de tomar posições maniqueístas sobre as coisas! Esse é o grau de complexidade de um pequeno sub-tópico: Estados Unidos e imigração!! A coisa vai longe!!
O blog pode ser uma grande ferramenta pra educar a todos.
Precisa calma…de todos os lados…”(fim).

E tem mais esse:

Enviado por: Aninomyous

“Ser anti ou não ser é social demais para mim, intelectual demais para um insignificante ser humano como eu, so que dentro da minha lucidez quero falar um pouco de Deus, apenas na parte que me toca….na verdade, todos são responsáveis por seus atos, diferentemente de religião ou política que são SEMPRE eventos SOCIAIS, eu busco sim a Deus, só que isoladamente, confesso que também não sou totalmente AMOR como deveria ser ao me chamar de Cristão, ou se puder escolher eu encarar Deus na forma Humana, face a face, saber que ele sentiu na ‘pele’ o que é ser Homem e que talvez até ele tenha sofrido mais que eu, até pelos ‘meus’ pecados…sem ataques pessoais, nem qualquer tipo de agressões…afirmo que pude apreciar sempre e encontrar o centro de minha ignorância, não nego ter ela e que ela é tão infinita quanto o vazio que cerca minha existência! não me envergonho pois uso esse vazio para preencher com um pouco do que se manifesta em meus atos, meus objetivos e minha personalidade, consciente ou inconsciente…mais tolo seria eu querer me dizer responsável por mim, querer me ‘chamar’ de EU…Eu isso…Eu aquilo…se simplesmente não sou nada! 
Eu poderia ‘guardar’ comigo todos os elogios ou críticas, me encher de vaidade ou cair na maior deprê…só que…não sou nada! não vou reter mais do que as escolhas que eu mesmo fiz em meu caminho, e trato da mesma forma aos elogios e críticas…prefiro não tê-los, ser anônimo embora reconhecidamente individual…mas não é de mim que eu quero falar aos incredulos, mas de Deus! no pouco de experiência que eu tenho nesta busca, pelo que eu saiba, nenhum gênio da Humanidade se fez sozinho, sequer algum deles ou sua tão bajulada Ciência fez algo do nada, e de vazio eu entendo, porque nossas mães não tem o conhecimento para nos gerar, e mesmo assim o fazem (inicialmente no mó prazer, depois na mó paciência, pra finalmente nos conceber geralmente com grande dor) tudo bem, me chamem de FDP pois sou mesmo! mas minha mãezinha éra uma santa….eu sou, não ela! ok?
Pelo contrário, quanto mais ignorantes mais filhos elas ‘fazem’…tudo isso desde a mais remota era…independente de falar da teoria o sujeitinho x ou y, eu queria dizer que para ‘mim’ pessoalmente, mesmo eu sendo um FDP, tendo gente que eu simplesmente ‘esmagaria’ feito uma ‘barata’, ainda sim acho tudo isso sagrado…’amo muito tudo isso’ apenas pelo verdadeiro Rei, estes corpos são templos onde habitam nossos espíritos (de porco ou não) sagrados porém, embora quase sempre habitados por espiritos sem fé…já chego lá…calma…toda essa experiência para a infelicidade dos egoistas e materialistas não é voltada ao sujeito deles, mas sim para Deus e sua Obra…pobres tolos não sabem que estão na História Dele e não são nada, porque se ou quando Deus lhes retirar isso, nem isso eles poderão ter mais…porém outra revelação é que faz com que me toque a parte Cristã, e somente por Ele é que perco meu Sagrado tempo de vida em responder assim…é que aqueles que escolhem ser ‘pecado’ assim serão, serão um com o pecado, e os que escolhem ser ‘espírito’ assim serão, um com o Espírito…porém Deus é espírito, e aqui temos o Holy Gost (assim escreve?) Espírito Santo de Deus…o que retorna à questão, se vc não é nada e tem a oportunidade de ser, escolhe não ser? esse é o direito da livre escolha, e em seu livre arbítrio não dirás nunca ter sido avisado das consequências, pois antes este corpo não é teu, mas grava tudo que faz, pensa ou vê, é testemunha dos outros, mas mais ainda é mais testemunha de ti…pode ser ele a te julgar no teu fim! com tua imagem serás condenado pois teu corpo grava tudo o que vc pensa ser em suas atitudes esnobes.
Obrigado a quem ler isso…eu não quero converter ninguém e nem dizer essa ou aquela religião, só deixar um pouco da minha insignificância no ar se assim for permitido.” (fim).

Não sei muito explicar porque selecionei esses dois comentários (ou melhor: sei sim, Sao GENIAIS!!!), para explicar  o seguinte: Sinceramente não sei se vale a pena, para mim, dramaturgo e diretor (que não pára quieto,  pulando de país em país), reportando suas viagens, ponto e vírgula… e essas reportagens poderiam ser “ducacete”, mas não! PARECEM SER OFENSAS PESSOAIS a maioria de VOCÊS leitores e isso eu não entendo, pôrra! Plagiando Tom Jobim nesses 50 anos de bossa nova: “No Brasil, o sucesso alheio é OFENSA PESSOAL.”

Sim, o Brasil tem uma questão SERíSSIMA com a questão do “outro”. “Inveja” seria dizer pouco.

 Se sou feliz? Isso não é da conta de vocês. Meu erro foi contar muito da minha vida pessoal. O que vocês  acham é sempre PREconceituso. Se sou feliz? Vocês acham que estou por aí “TURISTANDO”?

Não preciso me justificar para vocês!

Mas uma coisa é séria: não acredito mais nessa forma de ser julgado. Aceito que o texto seja lido e, pra quem tiver tido alguma experiência relativa ao texto, ótimo: se manifeste. Mas não: “EU ODEIO os EUA!” (de gente que nunca pisou aqui e equaciona governo e política com vida: isso seria equacionar o período da DITADURA MILITAR BRASILEIRA COM A POPULAÇÃO DA ÉPOCA. FAZ SENTIDO?)

NÂO MESMO! Mas o clichê mais forte do PREconceito é o de criar uma máscara pronta e vestir o inimigo com a cara de um fantasma qualquer que odiamos!

Muito menos acredito nessa forma de ainda persistir em escrever pessoalmente para alguns amigos e amigas, para saber o que aconteceu, e levar uma esnobada! No way! Tem me acontecido isso nesse ano de 2008. Devem ser os planetas. Deve ser o Clarke Kent. Sei que sei muito as coisas que não sei ainda, mas nunca cansarei de ir atrás porque a internet não é e nunca foi a minha prioridade, e sim, o palco, a literatura.

Vou ficando por aqui. Confesso que não está sendo fácil ser racional, formular algo sóbrio num estado sóbrio. Não deve ter sido fácil se despedir em vida de alguém que ainda não morreu. Mas estou em luto ou de luto e num estado difícil de descrever.

Talvez a melhor maneira será mesmo a de não escrever. Dessa forma ficarei mais focado em meu trabalho teatral e o IG poderá, com orgulho, me classificar como um “escritor teatral”.  No meio tempo, esse “meantime”, que é “mean” enquanto também é “time”, malvado como ele, só esse tempo, me dará a chance de viver a Convenção dos Democratas em Denver, desenvolver os trabalhos de ópera e teatro que estão mais que devidos e parar de responder como um RÉU DIÁRIO as mais ridículas acusações.

Desejo a vocês tudo de bom. E, do fundo do meu coração, eu agradeço. Mesmo! E, me autoplagiando (da peça “Ventriloquist”): “Vou sentir saudades. Vou mesmo!”

LOVE

Gerald Thomas

New York 15 de agosto de 2008

(Vamp, na última edição)

tres comentarios (2 a favor, 1 contra)

 

  1. Enviado por: Sergio FonsecaPrezado Gerald Thomas,
    Gostaria de fazer um apelo a voce para que continue articulando o seu blog. Voce é especial e seus textos são diferentes, contém algo de vivo, na verdade, vital para o nosso espírito pós-moderno de insatisfação total com tudo e todos. Não é só o “seu” teatro e a sua biografia, os seus pensamentos são um emaranhado de sentimentos fortes, contraditórios e vivos. Exatamente como é a vida pós-moderna. Não sei se voce vê algo na pós-modernidade ou se vê mesmo a pós-modernidade, de qualquer forma o seu itinerário intelectual e biográfico lhe põe no centro da pós-modernidade. Para nós é uma oportunidade magnífica de ver o grande autor teatral lidando com as questões atuais, mostrando nas entre-linhas como que é gestado no coração e na mente de um dramartugo as idéias e percepções das criações artisticas. Não vá Thomas, não nos deixe sós!
  2. 15/08/2008 – 11:03Enviado por: Jose Pacheco FilhoPessoal atenção.
    Vamos nos unir e solicitar ao maquinista que não deixe o nosso trem sem condutor. Já deu para notar que forçando a barra nós podemos conseguir uma reconsideração.Quem sabe poderemos ter mais lá na frente um:-diga aos blogueiros que fico.O maquinista toma seu lugar.O trem retorna seu caminho e damos o assunto por encerrado.E eu ficarei feliz continuando esta viagem que eu mal comecei a tomar gosto e de repente vi a ameaça de ter que ficar no meio do caminho.Vampiro você que é mais chegado em relacionamento faça um apelo de caráter pessoal.Ou outros ai que estão viajando a mais tempo do que eu.Apelem,apelem e apelem.Mais valem as lagrimas de não ter vencido do que a vergonha de não ter lutado(esta frase eu copiei em um bar de Santa Catarina e nem sei porque me recordei agora.Mas parece que ficou bacana e assim vou encerrando.Obrigado.
    Pacheco.
  3. 15/08/2008 – 11:14Enviado por: Rogério SimõesNa era do marketing tudo vira produto e se é um produto tem que ter um rótulo com as informações bem explicadas, quer dizer mastigadas.
    Não tem problema não, pessoas como você são extremamente necessárias, esse blog fecha aqui, mas já já estará aberto em outro lugar.
mais um (bem legal)
15/08/2008 – 12:41Enviado por: StefanoDa minha parte posso apenas dizer: debate! Acho que o que pegou mesmo foi que o texto de Gerald, seu texto sobre Tio Sam, acabou colocando você na defensiva no DEBATE. Eu, que não tenho contato nem relações aqui – só entrei umas 3 vezes, acabei citando Guantánamo e aí a coisa pegou fogo. Você se sentiu forçado a explicar o óbvio, como disse, é contra qualquer tipo de tortura . Cansativo manter um blog polêmico, com certeza há que se por na balança, prejuXbenefício. Não foi nada de bobeira, tipo você é isso, você é aquilo, foi a hiperexposição, como se você, Gerald, tivesse que justificar suas posições e firmá-las, mas e se você não tem a convicção da certeza das idéias? Obrigar-se a uma coerência cansa também. Espero que o blog continue, mesmo que eu apenas seja um leitor casual, há muita coisa mesmo para se fazer na vida. Abração GealdThomas e aos demais participantes.   

 

O CORVO (daqui a pouco te publico aqui, mas o espaco esta diminuindo)

marden bretas, cade tu?

 

 

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