Monthly Archives: December 2006

acabou a temporada

ESPETACULO CANCELADO!

acabou o "trance" da "earth"

O Brasil também ficou mais triste ontem… perdemos Braguinha, o João de Barro, o autor da Chiquita Bacana, o inventor da Princesinha do Mar e do Carinhoso de Pixinguinha… Ele brincou de lobo mau, lobo mau… que pegava as criancinhas pra fazer mingau… Quase 100 anos de alegria ao Brasil… mais uma perda de 2006… Gerald, tenho acompanhado tudo e um pouco estupefato e entendo suas razões… acho que, mesmo que vc relute, é cada vez mais um encenador brasileiro… Como Oswald que gostava de ser Osvaldo eu te peço: volta, Geraldo, volta supreender os queixos caídos e caras de tacho aqui do Brasil! A gente te espera de braços abertos feito o cristo redentor… A propósito: happy chanuka atrasado (é tempo ainda???)Beijão e 2007 a mil!!! Bejos enormes pra Fabi!
Gerson Steves

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OTIMA critica

Earth in Trance

A smart play with a strikingly capable cast, Earth in Trance packs on cultural reference after cultural reference, eventually spinning out of its own plotline and into provocative, captivating chaos.

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There is a wall in Brooklyn that is covered in graffiti, splattered with the following phrase: "I asked for paté. I suffered. I asked for paté."

In many ways, this small patch of scrawl accurately sums up the action of Earth in Trance, written and directed by the Brazilian visionary Gerald Thomas and playing at La MaMa through December 30th.

The sixty-minute play, performed by Brazil's Dry Opera Theater Company, is set in a mercurial singer's dressing room as she waits to go onstage and perform the role of Isolde in Wagner's opera. To help pass the time and soothe her nerves, the Actress (played by a comely and lingerie-clad Fabiana Gugli) drinks, pops pills, and talks to her only confidante in this world, the Swan (brought to life by the engaging and duck-billed arm of puppeteer Juliano Antunes and voiced by the wonderfully apathetic Gen X intonations of Seth Powers).

Early on, a driving theme of the play is set forth – how crazy is 'crazy' in a world as upside-down as our own? As the Actress coddles and feeds her Swan with an ASPCA affection quickly undercut by the her admission that she intends to fatten him to make foie gras, we learn that crazy is just another word for nothing left to lose.

And just like that, the humor of the play is revealed – Earth in Trance is rooted solely in the absurdity of the modern world, calling on current events and 21st century hot topics ranging from goose liver controversy to Rumsfeld's departure to Foley's fast-typing fingers to the O-Zone layer, all to furnish jokes for characters so completely out of their minds that the Actress can only conclude, "We are inside the head of George W. Bush."

Gerald Thomas is no stranger to the absurd, having worked with Beckett and both directed and adapted many of the quintessentially existentialist playwright's works. Thomas repeatedly references both Beckett and his absurdist contemporaries throughout Earth in Trance, turning the play into a sort of inside joke for any theater buff or drama major. We're even told how Godot got his name, why Pinter so loves the sound of silence, and the many frustrations encountered when trying to simultaneously follow the Stanislavski method and flirt with fellow performers. This is a smart play, no doubt about it, and it quite obviously knows its genre well.

However, as smart as Earth in Trance is, it seems to get so mired in its cultural references that the play can't take a step towards defining, let alone resolving, its own action. Earth in Trance goes everywhere and nowhere at once, and while Gugli is quite something, tearing up monologue after monologue onstage (as she well should, considering Thomas wrote the play for her) and Antunes' and Powers' joint performance is altogether fascinating, Earth in Trance spins so quickly around so many issues that it throws itself entirely out of orbit.

Earth in Trance packs quite a punch, indeed, but at the end of the hour, one wonders a bit what all the blows were for. Still, the show is worth seeing for anyone interested in the future of Absurdist Theater in a post-post-modern, hyper-paradoxical world. After all, there are far worse things that being barraged with smart ideas, even if they don't come with a side of paté.

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La MaMa (74A East 4th Street)
Tickets (212-475-7710 or http://www.lamama.org): $15
Performances: December 14th through December 30th, Thursdays through Saturdays at 8:00pm and Sundays at 2:30pm and 8:00pm. There is no performance on Sunday, December 24th.

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PESSIMA critica no Backstage

Earth in Trance
December 15, 2006
By Jerry Portwood

Near the end of the performance ofEarth in Trance, Fabiana Gugli asks, "Isn't it fascinating how we do interpret everything?" It comes at a point when the symbolism and verbal hemorrhaging reach a crescendo, sounds of explosions are going off, lights are flickering, and the stage smoke has all but dissipated. The single line feels like a miniature revelation, in part because of the utter opaqueness of the preceding hourlong ramble; it's a moment of clarity that taunts us to stop trying to make sense of Gerald Thomas' psychoanalytical, abstract production.

Or maybe that's just my own desperate interpretation, grasping at a thread, something, anything from which to extract a coherent analysis. Making sense of the performance is no easy task, and one that, observing the yawns, peculiar looks, and constant fidgeting, seemed to baffle others in the audience. Thomas has prided himself for years on provoking this amount of consternation, earning him a reputation as the "eternal enfant terrible of Brazilian theatre."


Gugli plays an opera singer trapped in her dressing room. While popping pills, swilling champagne, and stuffing her pet swan with crackers, she unleashes a babble of stream-of-consciousness lines on topics ranging from global politics to her attempt at having Mick Jagger's baby. The swan, a puppet employed by Juliano Antunes, is to be fattened for foie gras, but before his demise, he discusses his Jewishness, opinions on Israel, and sings a little Monty Python ditty. That's before his phallic nature is exploited in a scene in which Gugli seems to be fisting his throat.

From reading Thomas' credits, one expects a little open provocation, something that lingers and disturbs. Instead, there is a series of bizarre moments but nothing that inspires revulsion or pleasure – just a bit of surreal boredom.

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semana de estréia – domingo

TERRA EM TRANSE


Como começar? Bem, estamos em cartaz com "Earth in Trance", no La MaMa, aqui em Nova York. Hoje é domingo, estou chegando em casa depois da quinta sessão. Sim, hoje, tivemos uma matiné às 2:30 da tarde e outra às 8 da noite. Foi nossa semana de estréia e….não, não é um bom começo.

A coisa em si, começa lá atrás. Quando a Fabiana Gugli e o Juliano Antunes (que faz o boneco manipulado – o cisne) ainda estavam no Brasil aguardando suas entrevistas para os vistos de trabalho (já previamente aprovado pelo serviço de imigração nos EUA), nos respectivos consulados do Rio e São Paulo. Eu, morrendo de nervoso e pressionado pelo divulgador e pela Ellen Stewart (a La MaMa herself) e basicamente todo o escritório desse teatro onde começei minha vida profissional (em termos) há duas décadas e pouco atrás, não sabia responder se o espetáculo iria de fato estrear ou não no dia 14 de dezembro.

Bem, os dois chegaram. Atrasados, mas chegaram. Fabiana ja estava estudando seu texto em inglês desde São Paulo e Juliano (bem, acabei pegando um ator da minha companhia, já que aumentei o texto do cisne aqui, e muito). Aliás, o espetáculo no Brasil tinha 43 minutos. Aqui está com 1 hora e 8 minutos.

Começamos de imediato a ensaiar nos estúdios da Great Jones Street (equivalente à rua 3, no East Village, um quarteirão atrás do teatro). David Lawson, meu fiel escudeiro do som há mais de 15 anos, com um "guetto blaster" combatia com a trilha sonora de Edson Secco o barulho ensurdecedor da turbina de calefação. Parecia mais um Boeing do que um lugar de ensaios. Mas é assim que fui criado. Faz parte do meu repertório auditivo.

Pouco a pouco eu ia notando um estranho movimento atrás de mim. O divulgador, sem me avisar, trazia "visitas". Ficavam 30 ou 40 minutos e, assim como entravam, saíam. Nem um "hello" na entrada, nem um "goodbye" na saída.

"Quem eram essas pessoas?" perguntava eu ao divulgador? "Críticos". "CRITICOS?", explodia eu no outro lado da linha. "Como assim, críticos num ensaio de bosta, tudo aos pedaços, sem clima, sem luz, com som saindo de um boom box?" "Se eles não virem agora, não vão dar nada, porque é época de Natal e hoje tem que se "reservar" um crítico com dois meses de antecedência. Eles estao loucos para ver o que você trouxe e sabem que isso é somente um ensaio".

Não se tem saídas. O público dessa primeira semana tem sido estranho. É bizarro notar que mesmo aqui, na capital das capitais, algumas das referências não são entendidas: poucos sabem quem é Harold Bloom. Ninguém sabe quem é Sarah Kane. "Liebestod", a ária final de Tristão e Isolda, passa em branco até para os críticos mais críticos.

Wagner leva risos, especialmente quando ligado a campos de concentração. Quando o cisne judeu diz que discorda da política israelense e diz que os bombardeios sobre Beirut foram desumanos e estúpidos, algumas pessoas da platéia se levantam e vão embora! Poucos reagem ao nome Harold Pinter. Mas Mick Jagger, assim como no Brasil, e Brigitte Bardot, Donald Rumsfeld e George W Bush levam uma boa gargalhada.


do www.diretodaredacao.com

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depois do espetaculo de sabado a noite

Hoje, sabado, o espetaculo (e o publico) nao foi bom. Deu aquela vontade de puxar o plug e apagar a luz do teatro…..

profundas duvidas…..

Gerald

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Estréia HOJE!

no La MaMa, NY

Com Fabi Gugli, Juliano Antunes (manipulação do boneco), e voz de Seth Powers.
Criação e direção: Gerald Thomas.

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Santo deus!

Earth in Trance estreia amanha. Ontem o ensaio tecnico nos levou a loucura. Hoje estao pintando o cenario. Chove desesperadamente aqui em NY.

Gerald

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dos ensaios da peca ate Tom Ze e o Plaza Hotel

New York – Devo estar mal da cabeca mesmo para estar escrevendo coluna tendo uma estréia ("Earth in Trance") daqui a quatro dias no La MaMa. Hoje foi o primeiro ensaio técnico, aos trancos e barrancos. Todos com as mãos na cabeça, pedindo aspirina, revólver, veveno de rato, alka selzer, tendo diarréia, justamente assim como deveria ser! Tudo certo. Há 25 anos é assim e ainda não me acostumei.

Então, como não agüento mais essa "atmosfera", resolvi sair do East Village onde até a Tower Records está fechando suas portas pra sempre "going out of business". (Quem diria, já morei lá, na frente dela, da Tower, na Broadway com a rua 4! Em questão de semanas essa "instituição" não existirá mais. Foi engolida pela Virgin em Union Square). Enfim, resolvi sair desse antro e dar um pulo uptown, andar um pouco no Central Park, já que está geladérrimo e eu queria saber se a gringada toda – mesmo com o gelo no ar – ainda assim, estaria em pleno frenesi da loucura das compras pré-natalinas. Nada consegue parar o capitalismo! Nem o mundo aos pedaços, a situação no Iraque, na África, nesse planeta em geral: o negócio é comprar! O trânsito de pedestres na esquina da 57 com Quinta Avenida estava pior que impossível. Só mesmo empurrando as pessoas com espetos. E me dizem que a economia esta péssima. Onde? Ouvi todas as linguas: todas as nacionalidades com 11 bracos segurando bolsas lotadas de sacos de compras.

Dois quarteirões acima, meu coração dá uma parada quando vejo que o Plaza Hotel também não existe mais. Caramba, o Plaza! Vai virar um prédio de suites compráveis a partir de U$1.5 milhão (no primeiro andar: o preço sobe de acordo com o andar). Gente! O Plaza faz parte da dramaturgia da cidade. Várias peças de Neil Simon se passam lá (filmes também, como "Plaza Suites", com Wather Mathau e Jack Lemmon), e eu mesmo ia encontrar meu tio rico, Peter Kent (um dono de loja de casaco de peles), que aos domingos ia comer o seu brunch lá, debaixo das palmeiras na mesa vizinha de uma tal "rainha da Romenia", cujo chapeu era maior do que o restaurante inteiro. Bah! Ele tinha vergonha de seu sobrinho pobre e "hippie" e fazia de tudo para que eu não aparecesse lá. Mas eu ia, nem que fosse pra ele marcar comigo no Mac Donalds no dia seguinte. Eu era um adolescente faminto em NY e não iria recusar nenhuma refeição. Esses snobs!

Depois de tanto stress, depois de tanta pressão, de passar e repassar a peça, as partes tecnicas, e sentir saudades da minha equipe brasileira, resolvi assistir o DVD do filme "Fabricando Tom Zé" que me levou aos prantos. O homem é um gigante. O maior de todos. Em todos os sentidos. Quem sou eu para ficar reclamando da vida quando observo a dele? Quem sou eu pra ficar reclamando da vida quando olho pro mundo e vejo tanta miséria e violência e tanta hipocrisia? Quem sou eu?

Mas quero falar de Tom Zé, o maior de todos porque ainda tem vida, fala e se expressa com vida! Seus olhos abrem de verdade e o que sai da sua boca não é blasé, não é hipócrita. Quando berra, berra. Quando ri, gargalha, apesar de ter penado por quase duas décadas de ostracismo. E nós? Temos o direito de ter autopiedade por não termos o refletor que queremos? Ora, que inferno!

Tom Zé é muito mais que músico ou poeta. É mais que uma ou duas ou três vidas. Esse Pablo Picasso da música, o Jackson Pollock do violao com sua musa Neusa, prova que aquilo que eu mesmo ainda não consegui aprender (apesar das várias influências importantes que tive): que estar dentro da "patota" sempre será mais confortável – por ora.
Mas a arte que a "patota" financia, para garantir a hegemonia dos grandes lords do pedaço, são produtos de extrema mediocridade. Parabéns Tom Zé por ter se perdido por aí. O mundo te achou e hoje você é divino.

Quanto aos Plazas e Towers, os dois outros monumentos, bem…alguém, algum dia, haverá de explicar esse fenômeno.

Gerald Thomas

texto parecido com o do www.diretodaredacao.com

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