Monthly Archives: April 2021
HAPPY BIRTHDAY SAMUEL BECKETT !
HAPPY BIRTHDAY SAM!!!! Two bodies stiff, dead stiff and motionless, laying in pools of blood. Godot kills everyone but you are still alive ! Godot even kills trees. He has the affinity with finitude. Had it not been for you, Sam… where would I be? Had it not been for your endorsement and your help, would I ever have had the guts to imagine “Imagination Dead Imagine”? It was 1984. A decade after sitting opposite Steinberg, I was sitting opposite Samuel Beckett, reputed for not seeing anyone. I had read, memorized all of his works and, luckily, just as in Lucky, the character in Godot, I had understood the nihilism and the humor in the nihilism and the tragedy of laughing one’s way into this nothingness, into the void – of this “lessness” and pointlessness. And…well, Beckett himself, while staring out his window and saying “I watch the world go by” described so well his utopia “of dying yet again for the last time on earth.” That was their utopia. Mine? My utopia Sam is to see yet another day, another play, another hour and a half, another line, another two, another few, a few more lines, between them two, say, between two lines. As you once put it to me: “No matter. No matter if sitting, kneeling, crawling, walking, standing in the dark and in the light. “Imagination Dead. Imagine ALL STRANGE AWAY.”I’m alive because I remember. I imagine! Just like Susan Sontag kept asking me about “how is it that Beckett walks? Sits? Writes?” HAPPY BIRTHDAY SAM! It has been an awesome journey so far!
Gerald Thomas – NYC, April 14, 2021




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“TERRA EM TRANSITO” – premier is tonight!



Por EDWARD PIMENTA
Neste sábado de confinamento, assistir ao remake de “Terra em trânsito”, espetáculo teatral que o diretor Gerald Thomas remontou para exibição on-line, é um bom programa tanto para os que viram a obra encenada pela primeira vez, há 15 anos, quanto para os que desconhecem o trabalho do dramaturgo. A apresentação, pré-gravada, é transmitida de graça a partir de hoje, até o fim de maio, por meio do YouTube.As ideias contidas na versão original, de 2006, foram adaptadas para comentar os tempos sombrios da pandemia, uma época marcada pelo terror de viver em um mundo distópico, e a indignação diante de discursos mentirosos de figuras como Donald Trump e assemelhados. Na primeira montagem, criticava-se, por exemplo, a invasão do governo de George W. Bush ao Iraque. E, se antes a protagonista se drogava com cocaína, agora é com pílulas de prescrição médica.’ Uma solista se encontra enclausurada dentro de um camarim. Ela conversa o tempo todo com um cisne judeu enquanto o alimenta, com a finalidade de fazer foie gras. Está aí o pontapé para o elogiado espetáculo com texto e direção de Gerald Thomas, e interpretado pela atriz Fabiana Gugli. Até 31 de maio, com transmissão gratuita via YouTube.Em “Terra em trânsito”, uma estrela do canto lírico está fechada no camarim junto com um cisne, para o qual desfia uma torrente de memórias durante uma delirante crise de ansiedade nos minutos que antecedem sua encenação da ária “Liebestod”, da ópera “Tristão e Isolda”, de Richard Wagner.Em 40 minutos, Fabiana Gugli — que foi indicada ao Prêmio Shell de melhor atriz na montagem original — entrega um texto repleto de referências culturais que traduz o melhor do humor e das obsessões de Thomas, ideias recorrentes sobre política internacional, teatro, sexo, drogas e contracultura.— O “Terra em trânsito” de 2021 dialoga com o momento que vivemos. Há 15 anos, estava no palco, com plateia, luz e cenário. Agora, tudo foi adaptado para o espaço íntimo da minha casa, com memorabilia e objetos de minha trajetória teatral. Estou exposta, sem truques ou artifícios, e o texto para mim nunca fez tanto sentido — diz Fabiana.A genialidade do texto está no fato de que funciona mesmo para quem não identifica todos os símbolos — da menção ao clássico filme de Glauber Rocha à rememoração proustiana, passando pela nota atonal da obra wagneriana que influenciou Schöenberg e os famosos silêncios das peças do dramaturgo americano Harold Pinter.— Quando a peça foi encenada em Nova York, ao final eu perguntava às pessoas que vinham falar comigo se elas sabiam quem foi o Pinter. Muita gente dizia que não e, no fim, isso não tinha a menor importância — comenta o autor. Com as restrições à encenação de espetáculos teatrais e o espantoso aumento do consumo de conteúdo via streaming, há quem enxergue o surgimento de uma nova linguagem artística, o teatro filmado. Gerald Thomas não compra a ideia.— Teatro é experimentação coletiva, requer contato humano, é um ritual em que os atores e a plateia desempenham papeis. O teatro não foi substituído pelo cinema. Não acredito que novas formas de expressão substituam as anteriores, pelo contrário, o teatro passou a usar o cinema como referência e vice-versa. A solução de filmar uma peça é provisória e não substitui a experiência completa do teatro — argumenta diretor.Não é de hoje, aliás,que seu teatro se vale dos recursos da linguagem cinematográfica. Na filmagem deste “Terra em trânsito”, o autor posiciona uma câmera estática atrás do espelho do camarim, o que contribui para a intensa sensação de claustrofobia e intimidade — a protagonista se vê refletida e, ao mesmo tempo, encara o espectador. O resultado é poderoso. Fica a impressão de que quando toda a tragédia se dissipar, a essência do teatro ressurgirá com muita força.Serviço: Sáb e dom, às 20h. Gratuito, com transmissão via YouTube. 40 minutos. 14 anos. Até 25 de abril. A partir de 1º de maio, uma gravação da peça ficará disponível por 24h por dia, todos os dias, até 31 de maio.
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“EARTH IN TRANCE” (*Terra em Transito) reopens as a film: April 10, 2021 (can also be viewed on YouTube)

TERRA EM TRANSITO (Earth in Trance) Estréia 10 de Abril





Na versão gravada da peça, que estreia no próximo dia 10, os delírios da personagem são vividos dentro da própria casa da artista, que virou o bastidor do teatro, e o texto do diretor espelha crises culturais, políticas e sanitárias de 2021.
“Quando eu fiz o texto originalmente era o George W. Bush no poder”, conta Gerald Thomas, que vive em Nova York. “Nessa última versão, estamos dentro do cérebro de Donald J. Trump.”
Nesse monólogo desenfreado, Gugli continua a falar com um cisne –boneco manipulado por Isabela Carvalho e com voz de Marcos Azevedo–, alimentado à força para virar foie gras. Já os diálogos que tinha na frente do espelho no teatro passam para a câmera. O espetador de 2021 de “Terra em Trânsito” é como o Grande Irmão nos bastidores.
Entre as mudanças da peça está, por exemplo, a substituição de uma gravação de Paulo Francis que abria o espetáculo por uma de Ney Latorraca. “Ele e a Fabi discutem que o fascimo não tem lugar, e eu começo a brincar um pouco com os ‘ismos’ —o socialismo, o tropicalismo. Mas o cerne [do texto] não mudou, ele continua basicamente ali”, diz.
A primeira experiência com uma versão virtual da peça foi ainda em julho de 2020, numa apresentação única na série de lives do Sesc. Ali, os ensaios já aconteceram remotamente e a apresentação já foi transmitida da casa da atriz, em São Paulo.
“Eu literalmente transformei minha casa num camarim com tudo que eu tinha, como o espelho da casa da minha mãe. Metade da minha carreira está em cena, estão todos os figurinos, os objetos que significam para mim”, conta Gugli, para quem o espetáculo foi escrito.
“O ensaio foi pelo Zoom, que falhava a cada 15 minutos, ia, voltava, congelava a tela, quadriculava como um quadro do Picasso, um Francis Bacon que deforma tudo. É aquela coisa toda ‘alô?’, ‘você não está ouvindo?’, ‘onde foi que a gente parou?’”, diz o diretor, sobre esse que foi seu primeiro trabalho online durante a pandemia.
O texto não sofreu grandes alterações, como a própria dupla explica, mas o que era uma ficção de uma atriz enclausurada ganhou uma camada de realidade com uma artista que está, de fato, trancada em sua própria casa e sendo vigiada por uma câmera.
“Essa realidade invadiu a ficção bem forte, e criou outros significados. É uma pessoa enlouquecendo dentro de casa, falando com as paredes, falando com o cisne”, diz Gugli.
“Aquilo que, no palco, tinha um significado meio operístico, do teatro, do palco e da encenação agora tem outra dimensão e cabe na tela.”
Um dos espetáculos que mais marcou a carreira do de Gerald Thomas, “Terra em Trânsito” passou três anos em temporada a partir de 2006, com apresentações em São Paulo, Rio de Janeiro, Nova York e uma versão em espanhol no Festival de Teatro de Córdoba, na Argentina.
“Eu me lembro dos primeiros ensaios do Gerald, há 15 anos, em que eu pegava o texto na mão e falava ‘eu não estou entendo nada’”, lembra, rindo, a atriz. “A dramaturgia do Gerald atravessa a nossa vida contemporânea. É uma mistura de referências com erudição, arte pop.”
Ela conta que se sentiu “órfã de trabalho” logo no começo da pandemia, quando as gravações de uma série que estava fazendo foram interrompidas com o começo da quarentena no Brasil.
“Quando me peguei aqui em casa, com todo mundo preso dentro de casa, me veio aquela sensação. Falei para minha filha ‘eu estou vivendo ‘Terra’ 15 anos depois’”, conta. “Esse foi um trabalho que marcou a minha carreira, e tem muita gente das gerações mais novas que não viu e vai ter, agora, a chance de ver”, afirma a atriz.
Feito com recursos da Lei Aldir Blanc, o espetáculo foi trabalhado durante quatro meses e feito em fevereiro, concentrado em dois dias de gravação.
O filme é todo sem cortes, com uma câmera estática —o que faz com que o monólogo online pareça uma cena que acontece ao vivo para esse espectador virtual.
“Fiz com que a Gabi fizesse o zoom, que ela chegasse perto da câmera e saísse. Dessa vez não tem o espelho, a câmera fica sendo o próprio espelho”, diz Gerald.
Em vez de ser viciada em cocaína, na versão atual a diva se empanturra de remédios, que aparecem como jujubas. A escolha é mais técnica do que dramatúrgica —com as regras de transmissão do YouTube, o diretor conta que ficou inviável manter o vício original da protagonista.
“A mídia é muito moralista, o teatro não. Você está fazendo a peça para 200, 300 pessoas e as que vão esperam ver nudez, ouvir palavrão”, critica o diretor. “Agora tem esse falso puritanismo de merda, que você tem que adequar o que é permitido.”
Gerald Thomas, que está com 66 anos, agora planeja revisitar as peças de Samuel Beckett, também com Fabiana Gugli. “Ninguém melhor que ele para falar dessa reclusão, da catástrofe da morte. Então, como eu comecei a minha carreira com Beckett, na década de 1980, eu vou voltar a ele.”
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