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O BRASIL QUER SER CONHECIDO POR INCENTIVAR SEQUESTRADORES?

Por que Sean ainda não foi?

Por Barbara Gancia, Folha de São Paulo

Com interferências minhas, Gerald.

“É fundamental que Sean Goldman seja devolvido com a maior brevidade possível à guarda de seu pai, David”

Barbara – “QUANDO COMECEI A FALAR sobre o caso da guarda pelo me nino Sean Goldman, 9, imaginava que o padrão verde-amarelo de sempre iria prevalecer. Somos um país de torcedores que não entra no mérito da disputa. Para nós, se há um brasuca na parada, é do lado dele que sempre iremos nos alinhar. Já devo ter dedicado uns dez ou 12 posts no meu blog mais uma coluna neste caderno Cotidiano à luta para ver quem fica com Sean, se o pai, David Goldman, ou se o padrasto, João Paulo Lins e Silva, apoiado pela família da mãe. E, até agora, descontando os comentários daqueles que se identificaram como amigos da mãe ou parentes de amiguinhos da escola de Sean, creio que posso dizer com alguma segurança que apenas 20% dos meus leitores apóiam a permanência do menino no Brasil. A maioria das pessoas que me escreveu até aqui para falar do caso se mostrou estupefata pelo fato de o menino ainda não ter sido devolvido ao pai. Alguns chegam a usar a palavra “sequestro” para descrever o ato que o viu subtraído de David Goldman nos Estados Unidos.”

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Gerald- Quando eu comecei a comentar o caso (reproduzindo inclusive o próprio Blog http://www.bringseanhome.org aqui), a resposta também foi “overwhelming”. O maior problema, nesse caso, é a lentidão  da Justiça Brasileira. Um juiz dá a sentença. Vai um Ministro do STF e anula! (O Dateline NBC acompanha o David nessas jornadas). De repente, o STF inteiro vai e anula a “última anulada” e devolve ao meritíssimo juiz que fez o ÓTIMO relatório de 82 páginas. Se fosse por ele, Sean já estaria aqui, nos braços do pai, em New Jersey. Isso pode demorar uma eternidade.

O mais surreal disso tudo? O Padrasto, João Paulo, parece não estar dando conta de tudo isso: então o garoto está sendo criado pela avó!!! Isso sendo que ele TEM UM PAI BIOLÓGICO que já fez, pelos meus cálculos, 14 viagens pro Brasil. Sean vive um pesadelo de Garcia Márquez só que reduzido aos seus nove anos. NOVE ANOS de SOLIDÃO!

Sua mãe, Bruna, infelizmente morta, ano passado, JAMAIS deveria tê-lo “seqüestrado” para o Brasil. Sim, foi uma abdução na medida em que ela mentiu pro David. “Eram férias de 3 semanas. David iria encontrá-los no BR no final das férias. Mas ela já mantinha um namoro (que virou casamento) com um poderosíssimo advogado, de uma linhagem de poderosíssimos advogados, chamados Lins e Silva.

Será que o Brasil quer ser conhecido por abduzir menores? Não, acho que não. Vocês também acham que não.

Prossegue o artigo da Bárbara:

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Bárbara – “Acho no mínimo interessante constatar que o meu leitor, que demonstra estar seguindo o caso com grande interesse e proximidade, tenha deixado o ufanismo de lado e resolvido tomar as dores do pai norte-americano em detrimento dos familiares brasileiros. Parece claro que tanto o padrasto quanto a família da mãe levam em consideração os melhores interesses de Sean. Ele é muito bem tratado, conduz uma vida regrada, tem tudo do bom e do melhor e é assistido 24 horas por dia nos 365 dias do ano. Mas a minha tendência é a de concordar não só com a opinião dos leitores do jornal e do blog, como com a decisão do juiz da 16ª Vara Federal do Rio, Rafael de Souza Pereira Pinto, que expediu sentença de 82 páginas sobre o caso. A decisão ressalta: “É fundamental que (…) seja devolvido com a maior brevidade possível à guarda de seu pai, de maneira que a sua readaptação à família paterna possa também reiniciar-se de maneira imediata” e que “chega mesmo ao plano do surrealismo” que uma pessoa sem poder familiar sobre o garoto (no caso, o padrasto) se oponha à entrega da criança ao pai. “Admitir a possibilidade significa abrir perigosas brechas capazes de consagrar verdadeiros absurdos.” Ouso dizer que não existe motivo nenhum para que Sean Goldman continue a viver com um padrasto que enviuvou jovem e que pode e deve voltar a se casar e a constituir família, quando tem um pai que nunca o abandonou ou teve a intenção de abrir mão dele. Quanto à hipótese de que o menino é quem tem que decidir se fica ou não no Brasil, o próprio pai do padrasto, o advogado Paulo Lins e Silva, especialista em alienação parental, poderia responder que essa não é a mais sábia das decisões. Em palestra disponível no YouTube, ele discorre longamente sobre o poder da mãe em uma separação e como, por passar mais tempo com os filhos, ela pode manobrar para colocá-los contra o pai. No caso de Sean, que tem nove anos, quem passa mais tempo com ele é a família da mãe.”

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Gerald- É legal constatar que não se trata de uma campanha somente de “gringos” (como vocês gostam de chamar). São milhares de brasileiros torcendo pela volta de Sean pra cá.

Mas ele vive nesse limbo. Pela lentidão de um Tribunal, jogando a bola pro outro e assim por diante, essa “coisa” poderá demorar anos. Quem sofre? O menino. E ele, ao que parece, já não está bem. Por quê? Porque não tem a figura paterna nem materna por perto. SOFRE DE ALGUNS ANOS DE SOLIDÃO. Mas tenho a certeza de que o Brasil não quer virar Macondo. Macondo, aquele lugar ou estado surreal e perdido, de Gabriel Garcia Márquez.

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Museu do Holocausto, Washington DC

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Eu ia escrever sobre o Holocausto dentro do Museu do Holocausto, anteontem, em Washington DC e os Nazis, etc.. Mas esse assunto é ainda mais surreal. Em pleno 2009 um cara mata um guarda negro do museu, consegue fugir. Os arianos, essa coisa de raça pura, deus me livre! Sei, claro, não sou inocente: sempre teremos esses “losers” e malucos que se preenchem quando seguem alguma suástica ou algum liderzinho de merda. Impressionante.

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Enfim,  mais uma vez, nesse blog eu termino: Bring Sean Home. In the meantime, good luck kiddo and don’t let them drive you crazy. We’re all rooting for you.

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Obs: fiquei felicíssimo ao ler a Folha e me deparar com esse artigo da Gancia.

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Gerald Thomas, New York, 12/06/2009

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(O Vampiro de Curitiba na edição)

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Resposta da Advogada de David Goldman (aos acusadores brasileiros)

 

 

 

Resposta da Advogada de David a Carta de Lins e Silva

 


Memorando em Resposta a carta enviada ao Conanda e publicada pela Imprensa Brasileira

 

“É de meu conhecimento que correspondencia fora adiantada a Imprensa Brasileira, escrita por Joao Paulo Lins e Silva com o proposito de ser sua versao para acontecimentos ligados ao caso Goldman.

 

A vasta maioria do que foi representado contem depoimentos que nao sao apoiados pelos fatos, e sao apenas hearsay (conversas ocorridas), e portanto nao eh necessario responder a tais acusacoes, principalmente porque nao irrelevantes as determinacoes feitas de acordo com a Convencao de Haia.

 

A Convencao de Haia, nos Aspectos Civis de Sequestro de Criancas eh uma investigacao limitada: Se uma crianca fora ilicitamente removida ou retida longe do estado de sua habitual residencia e por um dos pais que tinha custodia, ou que obteria custodia, para remocao ou retencao? Se a resposta for sim, o retorno da crianca eh obrigatorio.

 

Entretanto, sera sem duvida util para a avaliacao de credibilidade, particularmente aos que tentam legitimamente a entender este caso, a avaliar os varios pontos objetivos, todos apoiados por provas e documentacao provenientes de ambas as partes nas cortes dos EStados Unidos, o que contradizem esta carta.

 

As tentativas do Sr. Lins e Silva de caracterizar este assunto como um problema de nacionalidade nao so eh errado como diminui a importancia do Governo e Judiciario Brasileiros que agora apoiam a aplicacao [de Haia] para o retorno da crianca aos Estados Unidos. Seus comentarios podem apenas ser considerados um ato de desespero, com o intuito de distrair [as pessoas] das obrigacoes do Tratado. Primeiramente, o Sr. Lins e Silva disponibiliza em sua correspondencia uma linha temporal que pela primeira vez contem admissoes que somente comprovam o papel do Sr. Lins e Silva nesta longa e sordida historia, e confirma a antiga suspeita de que Bruna Goldman planejou e premeditou o sequestro do filho de ambas as partes, como suspeitava o Sr. Goldman em entrar com o seu processo judicial em Agosto de 2004.

 

Processo Original de Custodia no Brasil

 

Sr. Lins e Silva descreve as alegacoes como lhe foram contadas por Bruna, e indica que Bruna “decidiu” nao retornar ao Brasil. Mais abaixo, na mesma carta, ele eh cauteloso ao dizer que ela fez esta decisao somente depois de chegar ao Brasil. Entretanto, nas aparicoes que ela fez a Vara de Familia Brasileira ela contou outra historia, que fora uma separacao planejada e que David Goldman permitiu que seu filho viajasse ao Brasil com este entendimento, a corte resumiu os testemunhos, nos quais baseou sua decisao, como o seguinte:

 

“Em junho, apos uso do poder de persuasao, a solicitante pode vir ao Rio de janeiro na companhia de seu filho…continuando com os acordos iniciados nos Estados Unidos relacionados com sua separacao”

 

A historia dela foi apenas descoberta quando a Sra. Goldman tentou usar documentos da Vara de Familia Brasileira no caso em New Jersey e anexou a traducao das decisoes da corte brasileira as suas peticoes nos Estados Unidos, varios meses depois. Obviamente, Sean estava no Brasil ha apenas 2 semanas em 9 de julho de 2004 quando a Sra. Goldman alega que apenas “continuou com o acordo que ela havia iniciado”. Tal linguagem tinha apenas o proposito de falsamente representara ao juiz no Brasil de que sua presenca era apenas o resultado de separacao conjugal planejada por ambas as partes.

 

O Sr. Lins e Silva agora confirma a estrategia que Bruna empregou em seus processos “durante o periodo de tempo em que Bruna foi autorizada pelo americano a ficar no Brasil com seu filho…apareceu perante a corte brasileira e pediu a custodia de Sean, que foi rapidamente dada”. Neste breve “periodo autorizado”, os arquivos do processo provam que Sean foi imediatamente matriculado na “Andrews Baby School, desde junho de 2004, comprovado por documentacao anexada e totalmente adaptado:. Sr. Lins e Silva alega que a Sra. Goldman apenas tomou a decisao apos chegar ao Brasil no dia 19 de junho de 2004, mas aos pedidos a corte refletem que ele fora “matriculado” na escola imediatamente, sem o conhecimento ou consentimento do pai. Em uma tentativa de construir seu caso, ela sujeitou a crianca a um dos muitos psicologos que ela utilizaria ao longo do processo, nunca com o conhecimento ou participacao do Sr. Goldman. Estes argumentos, como tantos feitos pelo Sr. Lins e Silva, foram feitos, e rejeitados perante as cortes de New Jersey.

 

Enquanto se diz que David Goldman estava ciente deste processo, o mesmo nao poderia ser verdade, o que foi estabelecido pelo advogado de Bruna, Peter A. McKay. O advogado da Sra. Goldman foi obrigado a admitir para a corte oficialmente, e tambem por escrito, que o Sr. Goldman apenas recebeu os documentos apoiando o processo movido por Bruna nas cortes brasileiras em 22 de dezembro de 2004, quase 6 meses depois da data qme que o processo fora iniciado. Porque precisamente o tipo de ambiguidade contido na referida correspondencia ja era esperado, o r. Goldman insistiu que nos autos do processo constasse a admissao do proprio advogado como prova (vide carta de Peter McKay datada 7 de janeiro de 2005; favor consultar ordem da corte de New Jersey confirmando que a reclamacoa de custodia nao havia sido servida ate 22 de dezembro de 2004). Ja fora alegado antes, e descoberto pela corte, que a Sra. Goldman propositalmente nao fornecera estes documentos ao Sr. Goldman porque era obvio que as alegacoes que ela havia feito as cortes brasileiras, como as acima, seriam questionadas imediatamente. 

 

Divórcio e Envolvimento de Lins e Silva

 
As outras alegações jurídicas que tenham sido feitas agora nos permite caracterizar a relação do Sr. Lins e Silva e esta criança, de uma forma que merece atenção. Uma leitura cuidadosa desta carta [carta de JPLS] indica que o Sr. Goldman foi notificado do divórcio através de um “funcionário judicial em Brasília”. Essa é uma maneira educada de dizer que ele foi informado de que o divórcio já havia sido realizado quando ele viajou ao Brasil para participar no processo sobre o assunto Haia. Não só o Sr. Goldman recebeu nenhum aviso de Bruna da apresentação do divórcio brasileiro, na verdade seus representantes legais nos Estados Unidos, continuaram a discutir a eventual acusação de uma queixa de divórcio nos Estados Unidos, e continuou a promessa de responder ao conselho de Mr. Goldman e confirmar a sua capacidade de representar os seus interesses nos Estados Unidos. Mr. Goldman mais tarde ficou sabendo que ela já tinha feito seu relatório 2006. 

 

 Mas uma leitura atenta da presente carta indica que o Sr. Lins e Silva diz que Sean Goldman estava “sob o seu cuidado” desde janeiro de 2005. Mais tarde ele admite que “em menos de seis meses a partir da reunião fomos viver juntos”. Não está claro a partir da história de várias reuniões que ele cita em sua carta, quando ele e Bruna se encontraram e sob quais circunstâncias. Mas claramente a sua admissão, estabelece o seu envolvimento com a Bruna de junho de 2004, quando a deslocação ilícita e retenção para o Brasil ocorreu. No momento em que Bruna ainda estava casada, embora este caso ainda estavisse pendente no tribunal de Nova Jersey, e ainda pendentes perante os tribunais brasileiros sobre a Petição Haia (que foi introduzido em Outubro de 2005), o fato de que Sean não estava vivendo exclusivamente com sua mãe e seus pais [os avós], como ela tinha afirmado em sua própria declaração ao tribunal, nunca foi divulgado, até estabelecido nesta carta. O facto que a Sra. Goldman tinha se mudado com seu amante, e que este homem foi incentivado a ser referido como “Papai”, de Sean, para diminuir o papel do Sr. Goldman o “americano” foi um segredo mantido estrategicamente perante juízes que ouviram as audiências tanto no Brasil como nos Estados Unidos, e demonstra falta de cuidado e preocupação com as necessidades do menor.

 

Em anexo está a minha correspondência datada de 18 de janeiro de 2005 dirigida a James Newman, Esquire, do escritório de advocacia Newman, Scarola e Associados, o advogado local que representa os Ribeiros, os avós maternos de Sean. Isto documenta que o Sr. Goldman, que tentou virtualmente dia a dia falar com seu filho, repentinamente “foi incapaz de localizá-lo”, isto coincide precisamente com a admissão do Sr. Lins de que ele tinha se mudado junto com Bruna Goldman e tinham tomado controle de Sean nesta data.Se a Sra. Goldman e sua família tivessen sido tão orgulhosos ou tão certos de suas ações como eles agora opinam, pergunta-se então porque eles continuaram a mentir nos tribunais de ambos os países. É claro que nenhum tribunal, em qualquer país aprovaria em razão um homem se mudar para dentro da casa, com uma criança pequena, enquanto os processos ainda estão em andamento, e um ano antes do divórcio ser requerido. Na verdade, até mesmo a secreta guarda provisória de custódia obtida rapidamente por Bruna, revelada ao Sr. Goldman, em dezembro de 2004 é omissa quanto às intenções da Sra. Goldman fazer outra coisa senão viver a custa de seus pais.

 

 Petição Haia 

 

A alegação de rapto parental internacional, como o Sr. Lins e Silva bem sabe, foi reportada imediatamente com o Departamento de Estado dos Estados Unidos e transmitido à Autoridade Central do Brasil em 3 de setembro de 2004, 46 dias após Sean ter sido abduzido, e somente após os bilhetes de avião para o regresso Sean e sua mãe não terem sido utilizados, e constante tentativas do Sr. Goldman para garantir Bruna seu regresso voluntário foram ignorados. Em anexo a este foi o pedido para Bruna regressar voluntariamente. Se os motivos alegados por Sr. Lins e Silva fossem seguros como foi descrito, ela não teria dificuldade alguma em obter autorização para relocar com Sean para o Brasil. Mrs. Goldman não quis submeter sua provas para que fossem examinadas, ou para que elas fossem submetidas a exame no local da prova, em Nova Jersey, onde as partes viviam, onde Sean ia para a escola e, e onde todas essas acusações seraim imediatamente desmentidas por testemunhas que viviam com esta família. O pedido da petição judicial de Haia foi adequadamente feito perante o Tribunal Federal do Brasil buscando o retorno de Sean, em 17 de novembro de 2004. Mr. Goldman não foi para um escritório de advocacia em São Paulo, tal como descrito [na carta de JPLS], (querendo dizer que ele negligenciou a visitar Sean). Na verdade, ele exercia a sua reparação, como exigido no Tratado (ou seja, Convenção de Haia sobre Aspectos Civis da Abdução Internacional de Crianças), através da assistência dos escritórios diplomáticos de ambos os países, e conselhos organizados no Brasil. O Sr. Lins e Silva sabe que as negociações foram conduzidas, e Mr. Goldman fez proposta após proposta através de advogado para o exercício de acesso nos Estados Unidos e no Brasil, incluindo a oferta para ver Sean em um terceiro país, se necessário, somente para poder ver seu filho. Durante as últimas propostas escritas, os advogados da Sra. Goldman comunicaram que Bruna se recusou a cumprir ou até mesmo ter uma conferência para discutir uma maior resolução. Apesar do Sr. David Lins e Silva descrever David como ter ” perdido repetidamente”, ele tem o cuidado de não compartilhar o calendário ou as questões jurídicas com seus leitores. Em outubro de 2005, o Tribunal Federal do Brasil publicou a sua conclusão de que Sean, tinha sua residência habitual efectivamente nos Estados Unidos da América, para os fins do presente Tratado, e, ainda, que, em conformidade com a lei da residência habitual, New Jersey, Estados Unidos da América, Sean tinha sido indevidamente retido no Brasil. Sr. Lins e Silva sabe que é a determinação da residência habitual, não o fato de Sean gozar dos benefícios da dupla cidadania que determina a responsabilidade de devolver Sean. No entanto, o Tribunal Federal recusou a devolver Sean, baseando-se erroneamente sobre o tempo que a Justiça Federal levou para deliberar e prestar uma decisão. Uma vez que essa posição não é suportada no Tratado Internacional ou encontrados na jurisprudência, o resultado foi imediatamente recorrido.

 

 O assunto permaneceu pendente ao mais alto tribunal de recursos quando Bruna morreu. No entanto o Sr. Lins e Silva, e aqueles que representam Bruna, não divulgaram a sua morte, nem para David Goldman ou para a Justiça Federal no Brasil, na esperança de obter uma primeira decisão favorável. Seu comentário de que “ele [referindo-se a David] foi feito para compreender que as regras do direito, no interesse do menor e, neste caso, que ele ficaria no Brasil com sua mãe” desmente o facto do Sr. Lins e Silva, e seu pai , que é internacionalmente considerado um especialista brasileiro na Convenção de Haia, são ambos bem conscientes de que os preceitos da presente Convenção nunca apoiou a continuação da retenção indevida de Sean. No requerimento agora pendente no Tribunal Federal, o governo do Brasil reconhece e pede o regresso de Sean, e eles continuam a insistir em que, porque a retenção indevida da remoção continou até agora, a residência habitual de Sean é no Brasil. A relação que o Sr. Silva Lins cultivou com Sean só foi possível porque ela foi conduzida em segredo por [eles] terem evitado qualquer tipo de contato significante entre David Goldman e seu filho. Documentos das cortes confirmam que o Sr. Goldman ganhou em juízo o direito de ter acesso ao seu filho e o Sr. Lins da Silva ignorou a ordem e saiu com a criança, causando Mr. Goldman, mais uma vez mais a sair [do país] sem sequer ver Sean. É claro, baseado na mais recente order do tribunal de visitação, que o medo que engendra a obstrução do poder paternal o acesso foi bem fundamentada, em que Sean imediatamente respondeu ao seu pai, com grande físico e emocional afeto e amor, na presença de testemunhas e do psicólogo contratado para observar suas interações. Sr. Lins da Silva está correcto em descrever que imediatamente após a morte de sua esposa ele decidiu “tomar uma iniciativa jurídica …”, na verdade, ele aplicou, novamente em segredo, para ter o nome de David Goldman retirado da Certidão de Nascimento brasileira de Sean, bem como os nomes dos avós paternos. 

 

Mr. Goldman então incluiu Sr. Lins e Silva em sua petição de Haia para afirmar a continuação da retenção indevida de Sean, somente quando se tornou claro que o Sr. Lins e Silva e a família Ribeiro não iria honrar com as ordens dos tribunais dos Estados Unidos seus direitos como o pai de Sean e retornar a custódia de Sean para seu pai. Mr. Goldman foi consistentemente aconselhado a confiar no processo judicial internacional na aplicação da Convenção de Haia sobre os Aspectos Civis de sequestro da criança por parte do governo e do judiciário no Brasil. Confiando no conselho das autoridades centrais de ambos os países, o Sr. Goldman não iniciou nenhuma das sanções penais disponíveis nos Estados Unidos, nem procurou contactar qualquer mídia em relação a este caso, enquanto o assunto permaneceu pendente nos tribunais brasileiros. Mr. Goldman nunca contratou um consultor de imprensa. Uma vez que Bruna morreu, e o segredo e os esforços inadequados contenciosos foram expostos, Mr. Goldman concordou relutantemente para iniciar o árduo processo diplomático, e para permitir a sua estória a ser contada em público, quando ele descobriu sobre a morte de Bruna e a retenção de Sean por Sr. Lins e Silva.

 

Não estando mais sobrecarregado pelas deturpações de Bruna Goldman e de sua família, ou da influência secreta do Sr. Lins e Silva, espera-se que o Tratado Internacional de Direito, nos quais ambos os países contam para com o bem-estar e proteção de todos os seus cidadãos não será mais utilizada erroneamente.”

 

Patricia E. Apy

 

Advogada de David Goldman

  

7 de Março de 2009 

 

 

 

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Obama e o Carnaval Brasileiro

 

Miami — Enquanto os brasileiros estão pulando seus últimos momentos de Carnaval e fazendo réplicas de Teatro Municipal na Marquês de Sapucaí (seria interessante, também, ver um contraponto: a Marquês de Sapucaí dentro do Municipal – e por sua vez, com uma réplica do próprio Municipal – criando um labirinto de Escher, infinito e ensurdecedor), os Estados Unidos da América estão no TRABALHO!

  
O Presidente Barack Obama falou ao membros do Congresso e Senado e Convidados especiais. Não era exatamente uma State of The Union Address apesar de ter a cara do State of the Union Address. Foi, certamente, o mais EMOCIONANTE discurso de qualquer presidente EVER que já vi ou já ouvi nesses 54 anos em que habito esse planeta.

 

Barack Obama fala normalmente. Não se trata de oratória. Não tem aquele canto, aquela projeção desnecessária que político adota uma vez que se percebe político (assim como ator que se percebe ator!).

 

Enquanto o País em crise permanente (o Brasil) festejava mais um longo e badalado feriado, Obama e os EUA foram à luta. O Brasil pré-Medeia, ou quase Hamlet, só fica na terra do “quase”. Aqui é o seguinte:

 

Desde que assumiu a liderança no dia 20 de janeiro, Obama vem lutando pra passar suas idéias. E não são poucas.

 

Hoje ele as delineou por 52 minutos na frente de seus inimigos republicanos e amigos democratas. E, ao contrário dos eternos panos quentes brasileiros onde NUNCA HÁ CRISE, aqui o Presidente é justamente o PRIMEIRO a dizer que estamos na PIOR recessão desde a Grande Depressão (1929). Mais ou menos como colocar a réplica do Teatro Municipal dentro do Teatro Municipal e assim por diante!

 

“Nós nos reconstruiremos, nos recuperaremos e os Estados Unidos irão emergir mais forte que antes”, dizia Obama, de pé, diante de Nancy Pelosi e seu vice Joe Biden. “Ninguém mexe com o Joe” (nobody messes with Joe!), citando uma frase de Mean Streets de Martin Scorcese. Temos um presidente culto, educado. Santo Deus, que diferença!

 

Até os republicanos apertaram sua mão quando fez sua entrada triunfal! E como foi triunfal! Pois é, que loucura!

 

Os jornais de amanhã trarão detalhes explícitos sobre o discurso. Não estou aqui para isso. Mas me impressiono, SIM, e me emociono, SIM, com alguém que tem a coragem e tem princípios de admitir os erros do passado sem (necessariamente) ter que perseguir aqueles que cometeram esses erros.

 

A América está caindo para trás da China e da Alemanha, do Japão e outras nações em termos de produção de energia limpa.

 

Será que ele esqueceu do Carnaval Brasileiro? Não se produz energia limpa no carnaval brasileiro? Afinal, são 6 dias sem se produzir porra nenhuma. E produzir porra nenhuma é… no mínimo, limpo. Não é?

 

Ah, claro. Tem esse bostinha do Bobby Jindal, de Louisiana, que os republicanos inventaram agora. Sarah Palin não deu certo, fez o partido de idiota total, então agora o GOP pegou uma pessoa de “pele escura”. Não são curiosos esses republicanos? Pois ele se pronunciou logo após o ovacionado Obama. Não tem importância. Já eram 11 da noite na Costa Leste. Ninguém ouviu, nem eu.

 

Claro, Obama tomou conhecimento do descontentamento do público sobre o bailout (salvamento) para os bancos, para indústria automobilística, etc.. Mas anunciou um FIM, num tom quase ditatorial que – com dinheiro PÚBLICO do contribuinte –  os CEO’s desses bancos estariam com suas fichas transparentes de agora em diante e SEM JATINHOS PARTICULARES. FIM. FIM DE UMA ERA.

 

FIM DE PARTIDA.

 

Ah, sim, e em falar em fim de partida (já que ele foi o único senador a votar CONTRA a invasão do Iraque), hoje, mais uma vez, ele colocou seu plano de SAÍDA das tropas de lá. Não disse quando. E isso me preocupa cada vez mais. Pois parece cada vez mais longe.

 

Ah, claro. Falou que NOS ESTADOS UNIDOS NÃO SE TORTURA MAIS! (ovacionado até pelos militares presentes – e não eram poucos!). Referia-se ao fechamento da base de Guantánamo!

Ou seja: admitiu hoje, como em outras vezes, que JÁ SE USOU O MÉTODO DE TORTURA!

 

“Foi em momentos de crise profunda que esse País se ergueu. Na Guerra Civil  nos colocamos nos trilhos. Na Depressão dos anos 30 construímos nossas autoestradas, foi numa crise que colocamos o homem na Lua! Não temos mais o DIRETO de ver a garotada cair fora das escolas porque cair fora das escolas significa cair fora dos Estados Unidos (Quitting América).”

 


Forte este último parágrafo para alguém que caiu fora da escola e aprendeu tudo sentado na vida ou numa biblioteca ou nos palcos de teatro… foi um pouco ditatorial, mas sei do que ele está falando. Ele fala (indiretamente) do nível baixíssimo do sistema educacional em que se chegou aqui. Fala (indiretamente) do outsourcing, da exportação da força de trabalho, do fato de que os USA inventaram a energia solar,  mas quem fabrica a pilha é a Coréia do Sul ou a China e isso é enfurecedor!!!!! E ele fala também, assim como nenhum líder brasileiro tem CULHÃO de falar, porque o povo brasileiro não tem CULTURA pra ouvir que a ERA FORJADA da GUERRA FRIA acabou: “Nao usamos mais armas da época da guerra fria. Então, fim! Fim disso”.

 

Ovação

 

Assim, dessa mesma maneira, ele foi ovacionado quando respirou, olhou um por um nos olhos e disse: “olha aqui… podemos divergir em vários pontos. Afinal, política é isso. Mas eu tenho a certeza absoluta de uma coisa: somos todos cidadãos americanos nessa sala. Todos amamos esse país. Todos queremos que a América seja um sucesso”.

 

Gerald Thomas

 

 

 ( O Vampiro de Curitiba na edição)

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Precisamos de Um Figurino para Usar Nessa Recessão!

O Figurino apropriado para a RECESSÃO

Qual seria? Tudo bem, já estamos ouvindo que as coisas vão de mal a pior. Péssimas, pra dizer a verdade.  Ninguém gasta mais um tostão em nada. Restaurantes vazios, lojas às moscas, os gigantes da automotive industry entregues às traças e… o mundo um grande cenário de teatro pós-moderno. O que seria isso? Bem, aqueles escombros pós-explosão nuclear que adorávamos colocar no palco: “ruínas que ainda estavam lá onde eu brincava quando menino”, lembranças de Hiroshima, Dresden, etc. Algo como um reator nuclear rachado ou uma hipótese pessimista da pior catástrofe dada errada (ou “Dada” errada: uma Roda de Bicicleta de Duchamp no meio dos escombros!). Uma mulher enterrada como se fosse num holocausto moderno berrando HELP ou HILFE ou SOCORRO mesmo e nem um único ouvido mais a escutá-la no bairro tradicional de Alfama, em Lisboa, ou na Lapa do Rio, onde um rato assado passa por churrasquinho e túnicas africanas lindas apontam que todo dia se comemora o último dia do fim do mundo.

Não, nesses lugares não existe recessão! Não existe a “nova” recessão, porque SEMPRE houve recessão. Então, qualquer novo anúncio passa batido ou vira piada, um gol contra ou mais uma dessas lorotas que se contam no “mundo estrangeiro ultramarino”. Interessante.

Homens iscas. Nada os mordem. Estão lá para serem mordidos, mas nada os mordem.

Diluem suas águas minerais com água da bica. Não se trata de recessão, Zé Mané? Não seria essa a ordem do dia? Então vamos às perguntas básicas: por que os presidentes das nações mentem tanto? Por que não aprendemos NUNCA com o desenrolar da história que a própria história não passa de uma ilusão, assim como uma mera encenação teatral? Ah, claro, e como encenação, o que sobra não chega a ser propriamente um registro físico, documental, mas o que se ESCREVE a respeito dela. E esses escritos são ficção PURA. Melhor ainda, IMPURA. Conclusão: não aprendemos! Somos imbecis? Reagimos a impulsos Pavlovianos? Não nos desenvolvemos? Como seres humanos continuamos a levantar a perna para cada poste que encontramos para mijar? Tão simples ou imbecil  quanto isso? Vamos sempre repetir os erros históricos e lorotas de ‘notas oficiais’ para sempre? SEMPRE? Na capa da Folha de sábado, a enorme manchete: 

“A crise econômica eliminou 533 mil postos de trabalho nos Estados Unidos em novembro, elevando a taxa de desemprego de 6,5% para 6,7%, segundo informou o Departamento do Trabalho. É o maior corte de vagas em um mês no país desde 1974. Há hoje 10,3 milhões de desempregados nos EUA. Os dados são de novembro, que registrou a 11ª queda mensal consecutiva.”

“Estamos todos PENETRADOS”

 

Melhor frase do “Quantum of Solace”, o último James Bond, onde pouca coisa se salva, exceto a cena na ópera de Bregenz. Linda. Cortes lindos. Esfaqueamentos encenados num palco e cenários deslumbrantes (de Aida, acho) e tiros rolando pelas coxias entre os “bonzinhos” e os maus!

 E a frase: “WE ARE EVERYWHERE, haven’t you noticed?”

-Estamos em todos os lugares, vocês não notaram?

A falência múltipla de órgãos, todos eles, desde o CRASH de todas as instituições financeiras até TODAS as mentiras corporativas que os governos tentam nos empurrar goela abaixo… desde os complôs históricos, a cujos documentos “top secret” nós não temos acesso até gente reescrevendo a história para que o FDA e iguais ou semelhantes agências lucrem com a nossa depressão, ou criem um pânico ou – pior – lucrem com o PÂNICO instalado, O PÂNICO CRIADO pela indústria do terror (ambos os lados!)… Ai, meu deus, Gerald, melhor medir suas palavras! Onde estou querendo chegar? Em Brecht? Num tratado de Heiner Mueller? Num daqueles monumentais e revisionísticos discursos que só fazem mesmo é PROVOCAR mais a ira das instituições como a(s) igrejas, as sociedades organizadas, os sindicatos?

Não, nada disso!

Gostaria somente de poder reduzir tudo isso a um caldo ou à uma essência. E qual? A essência da farsa ou do drama farsesco, ou clownesco, onde (num cenário detonado, como todos os meus são), um ator encontra um Bordeaux 1933 e se lembre do pior de todos os regimes de todos os tempos: o Terceiro Reich. E, logo em seguida, ele encontra um Barolo 1945, ano do fim de tudo isso. Numa mão, ele segura o Bordeaux, noutra o Barolo. Ascensão e Queda. Uma mão e outra, que contraste! E que vinhos!

Algo estranho? A primeira vista pode ser. Mas a meninada de hoje, imbecilizada como está, não notaria as datas, nada teria a comentar. A vida como ela está: Cada vez mais provinciana, reduzida ao TERROR do bairro, ao terror do confinamento das Hiroshimas de suas pequenas e medíocres cabeças!

Como sempre foi, como sempre foi…

Vivemos como sempre vivemos.

Sem causa para muito alarme.

A razão dessa coluna? Um desabafo ocasional contra a falta de cultura que me pega de vez em quando. Só de vez em quando. Quando me pego conversando com 60 jovens que não sabem os nomes BÁSICOS do porquê chegamos aqui, onde estamos hoje. E do hoje que veio da maneira que chegou aqui. Porque não sabem e não leram um único LIVRO que explicasse o porquê de tantas… Ah, não! Não posso ser derrotado por mais um grupo de deslumbrados sem sul, sem norte, sem leste ou oeste!

Ah sim… Tem muita gente lucrando anunciando CRISE, RECESSÃO, etc.

Cuidado: estamos aqui como sempre estivemos.

Gerald Thomas

(O Vampiro de Curitiba ba edição)

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ATAQUE O TIO SAM: ELE TEM A TUA CARA!

Um som estranho me acorda. Não, não é um som e sim um sonho. Sonho que meu pai está em pé em frente a um muro abrindo um papel e, de frente ao muro, aos berros: “PAREM COM A TORTURA ! ! !”

Acordo num estado lamentável e agitado. Meu pai berrando aquilo? Algo sobre a tortura? Logo ele?

Sim, ele não viveu para ver o Muro cair. Não viveu para ver aquele Muro que dividiu a sua Berlin ao meio, ou melhor, que cortava sua Berlin ao meio, como se fosse uma faca, cravando um sinal de um médico legista num corpo morto. Morto pôrra nenhuma! Uma cidade viva com milhões de habitantes divididos por….

Sim, divididos porque partidos políticos, digo, homens políticos, digo, seres da política, sentaram em volta da mesa e decidiram: “Vamos serrar Berlin ao meio: os Russos ficam com essa parte e os ingleses, franceses e americanos com essa aqui!”

Corte!

O Federal Bureau of Investigation (FBI), o NIS  e o Homeland Security divulgaram uma nota dizendo que o número de imigrantes ilegais nos Estados Unidos estava ultrapassando os 24 milhões. Isso agora, no mês de julho.

No passado muitos chegaram a Ellis Island porque não tiveram alternativa: seus países foram bombardeados, invadidos, currados pela limpeza étnica. Ou tiveram um levante “moral e cívico” ou político.

O que vem  a ser isso? O que vem a ser um partido político?

Para mim, a última pedra e/ou partido caiu junto com o MURO depois que a pessoa de número 150 MIL foi assassinada por tentar fugir da DDR (ex-Alemanha Oriental).

Pergunta: por que os regimes ditos “paraísos do proletariado” MATAM aqueles que querem escapar (Coréia do Norte, a ex-“cortina de ferro”, etc….) enquanto as chamadas democracias “neo-liberais” não se importam se alguém, por acaso, se muda pra putaquepariu?

Pra que o exercício da forca (com cedilha e sem) até hoje?

Ideologia é uma coisa tão linda, não é? Mas a sua prática mata. Simples!

O anti-americanismo é lindo, tudo bem. Deve-se ser o que quiser. O engraçado é que na primeira oportunidade possível estão TODOS aqui: o ORIENTE MÉDIO INTEIRO aqui; a AMÉRICA LATINA inteira aqui. Todos lambendo o chão de Tio Sam… E estão aqui falando asneiras:  “Eu?Jamais disse isso! A América é maravilhosa! Olha só como existe a liberrrrdade, meu! Porra!”

Partido político: um bando de gente seguindo UM. Ou dois. Segue-se um estatuto. Sai-se com uma “resolução” para uma “revolução”, mas raramente se faz alguma coisa. Prática? Dá muito trabalho! O negócio mesmo são as reuniões! Muito mais engraçado é ficar latindo jargões de esquerda, direita, as velhas, digo, VELHAS FÓRMULAS, que dividiram a cidade do meu pai em duas: e daí?

Olho o time olímpico americano,  dito americano.

Olhem só, prestem atenção em seus estranhos no ninho, como eu. Antes de observarem qualquer coisa, o que vocês enxergam?

Ah, perceberam, não é? Um deles tem um sobrenome eslavo, não é? Deve ser filho de imigrantes RUSSOS. O outro é filho de romenos e o terceiro é filho de paquistaneses. E para que a ficha caia por inteiro: o quarto AMERICANO é um CHINÊS (de volta à própria pátria de onde seus pais FUGIRAM). Que tamanha ironia! Filho de chineses que vieram para cá num porão de navio porque não agüentaram a pressão, a opressão, a repressão daquela menstruação! Mas quem nota isso?

Para aqueles que latem “TIO SAM está no fim (já está no fim há 50 anos), o IMPÉRIO AMERICANO está despencando”. Querem saber o que mais? De onde vem a sua atitude ou postura? De onde aprenderam ou apreenderam aquilo que berram? E o ódio que nutre o leite negro de Paul Celan e a frustração que projetam? Onde nasce tudo isso? No grande ABC paulista? E se as multinacionais NÃO estivessem lá pagando os MÍSEROS salários? Como seria   LINDO você,  Brasil! Estaria melhor, como a Albânia de Enver Hodjia?

Sem a Johnson and Johnson vocês certamente seriam mais felizes, não? Claro que sim!

Triste ver meu pai diante do Muro, pois ele jamais pôde supor que 5 anos após a sua morte aquilo tudo viria abaixo. É Papi, políticos são assim! Ninguém respeita ninguém! Nem Bush nem Stalin, nem Putin ou os filhos da Putin. Um dia é lei seca, outro dia liberam a bebida. E tudo porque aqueles que GOSTAM de ter PODER e usar o CHAPÉU não têm uma ideologia “per se”: o que está em jogo ali é poder mandar e DESMANDAR. E bota Krap – to –nita nisso!

Chama-se de “ECOssistema da degradação”!

Kim Lee, aqui da esquina, um verdureiro, escapou da Coréia do Norte. Tem uma venda que fica aberta 24 horas. Assim como eu, ele também sonha à noite e também tem pesadelos.

Como vai, Kim?”  

“Vou bem! Passei mais um dia na terra que fui orientado a odiar e… a cada dia a amo mais!”

Nessa confusão chamada “terra de imigrantes” uma coisa é certa: aqui rola a prática. Práxis. Como em sexo, imagine ficar somente na punheta a vida inteira imaginando. Que horror seria! Agora, imagina um grupo de pessoas que, a partir da prática da punheta, decretassem as leis restringindo TUDO para aqueles que ainda tivessem alguma chance de praticar o sexo!

E essa é uma das coisas que os teóricos retardados dos livros das ideologias falidas não possuem. Berrem! Berrem mesmo! Usem o gargalo, já que mais vocês não têm!

Mas pode parar de berrar, papai. O Muro de Berlin caiu. A tortura… continua! Ela é intrínsica à raça humana. Está embutida em nossa (in)consciência.

Gerald Thomas

(Vamp na edição)

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