Monthly Archives: September 2007

Uma breve interrupção existencial

Dois criadores, dois enfoques e dois momentos : Sergei Eisenstein e Jackson Pollock
Córdoba, Argentina – Talvez eu não esteja aqui à toa: os argentinos sempre foram uma platéia incrível e nos deram Cortázar, Borges, Cazares, Piazolla, Victor Garcia (o grande gênio que montou o Balcão de Genet pra Ruth Escobar nos anos 60/70 e foi o que me fez optar por teatro….. Talvez eu esteja aqui pra me despedir.

Olho em volta e nao sei mais de onde eu sou e ao que pertenco: Se é o Rio de Janeiro que tanto amo (quando eu falo com uma menina de 6 anos, a mileny, neta da minha mãe, eu choro me comovo até nao sei ate onde…..Quando estou na minha casa em Manhattan é de lá que sou, é lá que minha vida de teatro começou, é lá que estou, de fato em casa, andando pelas ruas…
Mas e Londres, aquela da minha adolescência e de tempos recentes? Onde conheco cada beco de cada rua, seja de Herne Hill em SE 24 ou de Hampstead em NW3… ou em Berlim, Munique, ou em, sei lá, São Paulo.

Coloquei uma obra teatral e autoral nos palcos do mundo. Escreveram a meu respeito em jornais e em livros. Nada a reclamar. Mas, sinceramente, olho em volta e vejo uma leva de "nada" recebendo mundos e fundos pra reproduzirem o "nada" (obs: não autorarem, mas somente reproduzirem!) e esses alguém só conseguem essas fábulas de dinheiro porque estão politicamente entrosadas com as pessoas certas. Suas obras são fracassos fenomenais. Medíocres, elas chutam diletantemente pra todos os lados, mas nada. Nao farão parte de obra alguma em país algum. Enquanto isso, enchem seus bolsos.

Já deu. Judeu.
Uma crise de identidade na minha idade não faz sentido ou, se fizer, será a derradeira, prometo. Um leitor – inconformado – do diretaredacao.com mandou com que eu me calasse. Talvez ele tenha razão. "Cale-se Thomas".

Existe uma lei pra proteger a justiça, mas isso não faz muito sentido, se tanto a lei quanto a justiça sao corrompíveis.

Quero agradecer todos aqueles que me apoiaram até aqui, nesses 30 anos até aqui. E escrevo isso de coração. Se tem uma coisa que me emociona hoje em dia é esse blog aqui, com as pessoas trocando ideias,num forum totalmente DEMOCRÁTICO, onde nem muito metido o bedelho, ou os dedos… Sim, Peter Punk, os dedos, my Stcky Fingers, sticky from the brown sugar as you make me feel so good, ja que as pedras rolam. Mas longe de serem as pedras filosofais ou fundamentais

1- Fico pasmo com os desencontros

2- Fico pasmo com a roubalheira e com os conchavos nesse meu mundinho da arte.

3- Mas, ao mesmo tempo, é um SINAL DE ALERTA: não servimos pra NADA: somos o entretenimento da BURGUESIA, mesmo. E pronto. Leiam em "The Age of Turbulence", de Alan Greenspan, e vejam como o mundo de "verdade" funciona. Nos, do teatrinho, estamos somente divertindo a pequena e a alta burguesia, Que nojo!

Ainda não há um termo pro que eu quero fazer. Mas certamente será (se eu conseguir) tão inovador quanto ja foi quando EU me inventei. EU SOU UM AUTOR de todas essas misturadas nacionalidades aí ditas acima. EU sou um autor Brasileiro. Acredito que, contando a minha historia, estórias, conto a turbulência do meu tempo.

Não acredito em montar clássicos ou adaptar e importar textos de outro: o diretor de teatro, em principio, é um imbecil. Poderia estar em plena Avenida Paulista dirigindo o trânsito. O "pensador de teatro", ah, esse, desses temos poucos.

Fiz o que pude, não reclamo de nada. O reconhecimento foi e ainda é fantástico.

Agradeco especialmete ao SESC SP (Danilo Santos de Miranda) por tudo e por tudo mais nessas décadas de apoio impressionante. E ninguém poderá reescrever essa HISTÓRIA.

Agradeco a Samuel Beckett e Ruth Escobar, e Ellen Stewart, a minha Mama….e tantos outros que não caberiam nessa enorme lista.

Mas é que o mundo da "oportunidade" se instalou de tal forma que parece um corrimento vaginal sem cura! Das poucas coisas com as quais não sei lidar. E ainda tenho que ouvir através de terceiros "é, mas o Gerald Thomas não tem propriamente uma dramaturgia!"

Que merda de frase é essa, meu lider? E que ouvidos voce dá a essas merdas que dizem isso? Leia sobre o quanto a minha dramaturgia está sendo estudada. É só consultar o http://www.geralthomas.com. Eu autoro. Não adapto. Não monto textos de outros, portanto tenho uma ESTÉTICA sim , e fortíssima e uma dramaturgia que, temo em dizê-lo, foi motives de elogios até de (não nao vou dizê-lo), me seguro no meu conhecimento do passado e saio convicto de que os criadores viveram uma vida feroz, triste, infeliz e sempre em busca de algo mais em seus trabalhos e nao o glamour das estréias e das fotos pousadas pras colunas sociais.

Pra cada um desses merdinhas que diz que não tenho uma dramaturgia, meu lider, pergunte-os o que fazem e o que fizeram e pergunte aos maiores atores do mundo o prazer que tiveram em dividir o palco comigo (descontando o Fagundes em 1985) e porque mantenho parcerias tão longas e odeio dogmas.

Sim, estou fragilizado, estigmatizado, arranhado por um beco onde me meti ou fui metido, um estereótipo ao qual realmente não pertenco: sou muito mais que isso porque….porque. Porque me emociono profundamente com aqueles que QUEBRARAM seu espelho e/ou cujo espelho foi quebrado por eles à revelia. Me emociono com o Tom Zé, com o Tom Jobim, caio de chorar com o Hendrix ou com o Cartola e com uma noitada com o Ivo Meirelles (amigo de tantos anos), ou uma música do Chico, e outra de Caetano: é tanta coisa….

Estou engasgado e não sei se consigo ir até o fim: as letras de Vinicius e de João Cabral, e de Haroldo de Campos ou de Derrida sobre Haroldo de Campos….(e ainda afirmam que não sou brasileiro!) ou os filmes de Glauber e Cacá.

Fiz o que pude, coloquei assim como minha alma mandou, os mandamentos da minha alma no palco e nas colunas e nos jornais essas décadas todas. Mas isso nao é o suficiente. O mundo verdadeiro está na política e nos pactos dos politicos/econômicos e nós ficamos aqui entretendo a burguesia, achando que estamos revolucionando????? Não estamos revolucionando nem os estacionadores dos caros automóveis de nossas platéias.

Muitíssimo obrigado mais uma vez mas Hay Mediocridade, Soy Contra!

E, pra terminar, faço um copy and paste dum comentário do brilhante Carlos (nauseamail)

Contrera: em várias das suas mensagens você desculpa-se a si mesmo por estar discutindo o tema. Fique tranquilo, a Arte, seja qual for, seja como for, vai continuar vivendo e morrendo independentemente de qualquer coisa que escrevamos aqui ou em qualquer outro lugar. Mas usar do RIGOR para definir se um evento é Arte ou não parece-me produto da academia. Assim, como é produto da academia definir se Aleijadinho é barroco mineiro ou não. Aleijadinho era um artista supremo que criou obras que tem UMA CARA: a cara de Aleijadinho. Talvez não sejam rebuscadas suficientemente para adentrar no 'reino' barroco nos moldes europeus. E isso POUCO importa porque constituem uma obra única, ou seja, quiçá Aleijadinho não se enquadre no barroco. É o barroco que tem que se enquadrar em Aleijadinho ou então que se crie um novo nome. O RIGOR, nesse caso, existe para ser esfacelado ou pelo menos pervertido. E ponha perversão no que a Marta fez.
Carlos

e assino em baixo
Gerald Thomas
"Despair", de Edvard Munch
Linha de Montagem
De Ruy Filho : E fico diariamente pasmo que sua dramaturgia ainda não seja enxergada. perceba, nem digo mais entendida, disso desisti. Mas enquanto alguns insistem em te transformar em guardas de trânsito, abstraindo de sua arte os valores reais de sua criação, eu vou continuar insistindo aqui e alí. É curioso ver uma platéia, como foi na ufscar, ano passado, descobrir que na estética da tua cena cabe a descoberta da palavra que a conduz à realidade. Mas é triste saber que ainda entre os próprios artistas, tão pouco é compreendido.Fui te descobrindo no convívio. Fui te encontrando na rotina. Mas basta o primeiro encontro, o primeiro cruzar de olhares para certificar-se de seu valor. É, Gerald, enquanto muito se discute e filosofa sobre abstrações, pouco, na verdade, se enxerga do que está a palmo de distância. Sigo na luta por teu reconhecimento (ainda que isso pareça prá lá de estranho!). Mas sem isso, então nada mais me parece possível. Beijos e escute apenas o que vale à pena! RUY FILHO.
Ana Peluso :G., dá pra sentir o abismo que vc enfrenta daqui. Sei lá, mas acho que, e justamente por saber dessa politicagem que "finge sobre o fingir" sem o menor constrangimento, é que uma arte – AUTORAL – como a SUA, NÃO PODE DEIXAR DE EXISTIR. Além de autoral, vc é o encenador que mais trinca, estilhaça, e por isso dilacera, toda a realidade ao redor de sua criação. Ninguém sai da mesma forma que entrou numa peça sua, e podem dizer o que disserem; podem até, por talvez morrerem de medo do que sentem, fingirem que não entendem nada, criarem polêmicas em torno da sua nacionalidade, como se só quem vivesse no Brasil soubesse do real (é um trocadilho, sim). Mas eu, particularmente, acho que é isso que faz do seu teatro, o real espetáculo da desumanidade absoluta. Se existe quem finge que não vê a realidade, e prefere um texto adaptado para poder colocar todos os pontos nevrálgicos num patamar de ilusão, problema dessas pessoas. Vc disse algo muito bonito no seu PS do post abaixo. Vc disse que "as coisas se encontram e enxergam" depois da vida. E é bem isso. Se as pessoas ainda não entenderam que toda a "miscigenação" de situações que vc cria não deixa de ser proposital, é uma pena. Elas ainda vão ao teatro esperando algo menos radical. Algo mais distante de suas realidades (já) confusas. No fundo, a gente sabe que essa merda (a vida, o sentido, o próprio mundo) se esfacelou, e por isso se faz presente um teatro de reconstrução (um horror de termo, eu sei), de remembers, de remontagens.Ver você, seus atores, ouvir seu texto, sua voz, se manter fiel às batidas do coração diante da geometria humana, desumana, e humana, que vc apresenta é um ato de coragem. Não existiu uma vez em que eu voltei para minha casa depois de assistir à uma peça sua, sem estar totalmente de posse dos meus pensamentos. Sem me sentir totalmente VIVA com tudo o que isso implica de "agradável" e "desagradável". Perceber como vc une no palco quase todos os fragmentos mais importantes do século XX e início de XXI, em detalhes dignos de fazer brotar uma sensibilidade embotada diante do TANTO, é atestar que isso não é pra qualquer UM. Você é o ÚNICO que consegue isso. Você é esse UM. Não deixe isso ficar só na história antes da hora… Existirá o momento certo de parar, e acho que ARTE é tudo o que disseram, mas é basicamente RESISTÊNCIA.É através dela que dizemos NÃ-ÃO. Não queremos. Não vamos acreditar. Não acreditamos. Não nos enrolem. E alguém pode dizer "pra quê?", afinal nada muda. O papel da arte não é transformar o tecido social. Até pq. o tecido social não absorve/ apreende a arte. Ou a consome, e espalha na mesa de centro para provar o consumo, ou não é arte; é o tal entretenimento. O tecido social só vai sentir o PESO da arte verdadeira, quando ela traçar um paralelo histórico, então, meu caro, vc tem chão. E desistir agora significaria um olhar para aquelas torres gêmeas, sem um esboço de reação. Seria a morte em vida. O momento pede vida na morte. A morte está banalizada. Concebe-se a vida muito facilmente.Parar diante disso? Soltar o braço, quando se sabe que o salão inteiro pode nem estar prestando atenção, mas é você quem vence a queda de braço? Seria como assinar uma petição pela canastrice completa. Vc, sendo quem é, deve ir até o fim, deitar o braço do oponente, quebrar a mesa. Aí, o salão pára. Na marra, até, pela barulheira, mas pára. (mais uma vez: desculpe por usar tantos blocos, mas resumir algo ligado a você não dá certo; vc já cria síntese suficiente, pra gente funcionar bem como espelho em reflexo, e tudo isso é um tesão, é vida, é arte, é pensamento, é pul-sa-ção!)

27 Comments

Filed under Sem categoria

A ARTE SIM – é só o que tenho a AFIRMAR

24 Comments

Filed under Sem categoria

Que viagem doida

Um bebe chorando a noite inteira
Os executivos japoneses enlouquecendo….
Me fez pensar o seguinte

Mas nao sei se devo dize-lo.
Vou continuar a ler o que o Alan Greenspan tem a dizer sobre o Pedro Malan.
Hummmmmm…..
E a materia de ontem no Globo sobre o Satyros….
Hummmmm
Gerald

MAGICAL MYSTERY TOUR DE GERALD THOMAS :

Peter Punk :

Uau ! viagem intrigante , tentarei seguir estas pistas.Eu dormi vendo na Tv imagens de Mianmar(nome lindo parece de indio) com seus monges budistas junto com jovens sendo assassinados porque exigem democracia de um governo ditatorial , censor e violento etc,etc,etc….(pros monges liderarem a revolucao da pra imaginar a barra) E onde esta a ONU ? A Onu nao aprovou uma censura contundente . Todos tem medo de China girl!Se la pelo menos tivesse petroleo o pessoal do Bush poderia se interessar!! Esse papo de mundo livre, democracia pra todos eh uma cascata, ne?!Democracia eh um produto vendido quando interessa a quem interessa.Ah o Itamaratiiii esta observando com atencao!!!>>> Agora pela manha vejo que 11% dos brasileiros confiam nos politicos e a maioria confia nas forcas armadas !! O loco meu!!

Carlos :

Interrompo meu silêncio e volto ao blog para falar de ARTE: e refiro-me ao último gol da jogadora Marta da seleção brasileira de futebol feminino contra os EUA. Gol que me fez chorar pela beleza plástica inigualável, pelo talento supremo, pela própria negação da Física e pela técnica fantástica que só mesmo comparando a uma obra de Arte. Acho um exagero descomunal a quantidade de futebol em um país como o Brasil, mas um gol desses dá significado a palavra DIVINO. No mais, está provado: aposentem todos os homens do mundo. Não há mais dúvidas: é a hora das mulheres.

Mau :

E eu que ando cogitando virar monge budista, pra ter paz, vejo os monges indo pro pau.

Contrera :

tenho minhas restrições a qualificar de arte tudo o que aparece como excepcional. mas tudo bem. carinhos Contrera

Carlos de novo :

Contrera: não entendi sua simplificação. Não se trata de algo excepcional apenas. Por isso fiz questão de ressaltar os atributos técnicos, a organização do feito, a obra criativa do ato. E mais: existem OBRAS que contém dois segundos de Arte, seja em sons, em cores, em formas, em linhas, em movimentos. Dois segundos que valem uma eternidade. Mas se isso não é o suficiente…então…como você disse, tudo bem. tudo ótimo.

Ana :

G., vc vai estar no projeto DRAMAMIX? Aquele lance de 78 horas de dramaturgia? Eu achei o máximo! Sobre o bebê chorão e os japoneses, diga o que pensou! Deixou-nos curiosos! Love,

Sérgio Penteado :

Bebê chorando ? Executivos japoneses ? O que será que vai passando nessa cabecinha ? Achei legal que o pessoal aqui já "desbastou" um pouquinho mais. O Peter Punk viajou pra Mianmar, o Carlos já foi pro golaço da Marta (golaço mesmo, hein Carlão??? A(s) marcadora(s) dela ainda tão procurando a bola… E o Mau acaba de privar o mundo de um shaolin promissor, pelo que notei. O Contrera eu não sei se respondeu pro Carlos ou pro Gerald, o Carlos entendeu que foi pra ele (Carlos) e a Ana tá tão no ar como eu…

Contrera rebate Carlos :

antes: não estou ranzinza, ok. Carlos> não estou simplificando. o gerente de marketing fala sobre uma puta campanha. diz: é uma obra de arte. um edmundo (blagh) da vida faz um puta gol. "é uma obra de arte". um edifício faz uso de um material de engenharia sobejamente calculado. lá vem o arquiteto ou dono do escritório de engenharia dizendo: não é uma construção, é uma obra de arte. ora. o raciocínio que uso é: se tudo isso é uma obra de arte, o que é uma obra de arte? tudo isso. de duas, uma> se isso é verdade, então a arte, como âmbito particular, acabou. ou, se isso é mentira, é preciso achar um lugar para obras de arte. que lugar é esse? no meu caso, não sei (tento descobrir, mas). mas, ao menos digo>: não, tudo isso não são necessariamente obras de arte. são excepcionais, sim. mas não obras de arte. obra de arte transcende. um gol, por melhor que seja, não transcende nada. é uma marca excepcional de uma atividade de extremo valor (no limite).

E Gilda defende Carlos :

CONCORDO COM O CARLOS, não só o gol da Marta, mas tb suas jogadas,o drible de calcanhar,foi realmente coisa de artista.Fica dificil definir ARTE,os improvisos q ela faz com a bolas não se aprende na escola,é um dom,q unido a técnica produz uma jogada, um momento realmente lindo, inesperado,inédito,superando as leis da fisica,da lógica.Marta é uma tremenda artista,faz com a bola o q quer e com beleza, com arte,um show!Quanto a nós mulheres estarmos superando vcs,isto não há o q contestar, já superamos..rs Mas lembrem-se ainda gostamos q puxem a cadeira,q se estiver muito frio no cinema e estivermos de roupa de alcinha, que nos emprestem o casaco e nos abrace p/ ficarmos ainda mais quentinhas, etc. Voltando a ARTE tb não acho q tudo q seja excepcional seja ARTE,e vou além,as vezes vou a exposições e vejo um bando de gente entrando em transe na frente de um quadro q fico pensando se não estão ali tentando decorar a assinatura do pintor,porque não vejo nada de arte,por mais q tente!

(…continua acima…)

14 Comments

Filed under Sem categoria

Donald Trump elogia Hugo Chavez

E mete o pau em Bush e Condy Rice
e diz que Chavez fez a coisa certa ao "doar" gasolina aos fazendeiros texanos (o populismo desse cara eh mais cara de jacaranda que ….). Olha so! Donald trump. Olha ao nivel que chegamos! Na opiniao de Trump, que agora aparece na TV dita "seria" como the Situation Room, "julgando as pessoas" e dando opinioes como, por exemplo, sobre Alan Greenspan, disse que o mundo eh dividido entre winners e losers (ganhadores e perdedores) e Chavez eh um vencedor!
Que loucura!
Gerald

Comentários (de nossos SEMPRE apaixonados leitores) :

Gilda do Rio :É este MANIQUEISMO que emperra tudo e os mediocres, burros ou oportunistas não exergam. Ninguem e nada neste mundo é 100% Fodão ou 100% Bundão. E Lula deitando falação sobre poluição do ar, enquanto aqui os cataliozadores instalados nos automóveis, q deveriam filtrar 90% dos poluentes q saem, não filtram NADA pois a maioria é oca, sem qquer filtro. Kd esses fabricantes? Deviam estra na cadeia.KD os q compram e instalam em seus carros? Deviam estar presos. E o nosso ar continua irrespiravel. Enquano isso está tramitando um projeto de lei q proibe o cigarro em qquer lugar, extinguindo até mesmo os fumódromos. Fumar?SOMENTE NA RUA. Não estou fazendo apologia do cigarro, apenas me revoltando com esta hipocrisia barata e covarde. Vencedores ou perdedores, homofóbicos ou gays, negros e brancos, excluidos ou elite… Não sabem nem somar e estão querendo dividir… Tô de saco cheio, e nós aki protestando confortavelmente em nossos micros…Desculpem o desabafo!

Marina, tabém do Rio :como era o nome mesmo?, só podia mesmo dividir o mundo assim. winners or losers. como ele fez muita grana então as pessoas devem achar que ele tem algo importante a dizer… loucura total!

O Internacional Zeca Palaghano, do Canadá :E esse outdoor gigante em Milano com a foto da moça anoréxica? Por que tanto diz-que-me-diz? É sabido que a anorexia é uma doença, mas fazer campanha para alavancar e chamar a atençao para o Fashion Week de Milao… E ver a mídia fazendo onda sobre a "polêmica" foto é um porre. A mídia faz onda com a anorexia e com a fome na Etiópia (pra eles nao ha diferença… a onda é a mesma!) E as fotos dos anoréxicos que assim sao por nao terem o que comer?

E direto de Santiago do Chile, o revolucionário Contrera :para o trump, interessam só os que intere$$am. então, ele não me intereSSa. mas tudo bem. Contrera

celia, com um humanismo muitíssimo bem colocado :a humanidade sempre julga ou por interesse econômico ou por dogma…querem sempre o PODER da palavra na sentença…do que é bom ou mal, o que é ganhador ou perdedor, o que branco e o que é preto, o que é certo e o que é errado, mas quando se colocararem na situação dos famintos humanos, tornando-se vítima ao invés de juízes talvez as coisas mudem.O mundo abstraem a realidade, por puro egoísmo econômico, racial……Afinal onde foi parar o principio do liberalismo ou neo liberalismo?

E o irascível paulistano Sergio Penteado :Quero apenas dizer uma coisa a vocês, queridos colegas do blog : VTNC Donald Trump, quem é você pra ensinar qualquer coisa sobre coisa qualquer a nós, brasileiros, povo morto de fome e sem perspectivas ? Se eu fosse levar a sério o que você diz, sintonizaria minha TV naquele programa do não menos imbecil Roberto Justus, que tem a sua licença pra retransmitir as suas suas barbaridades pra nós. Pergunto : "Que catso tem a ver esse idiota de topete loiro da Trump Tower (Bin Laden errou o alvo) com o ditador Chávez ? Acaso os bilhões de dólares que ele embolsa às custas dos tolos globalizados reverte em alguma coisa que não seja a multiplicação do SENSACIONALISMO ? Hey amigos, repitam comigo : VTNC Donald Trump e o multiplicador de Dólares Hugo Chávez, aquele do qual o Lula tem medo e diz que não quer ser líder de porra nenhuma, apenas por um medo ideológico e mal-disfarçado por sua insegurança em querer liderar o bloco político de um país da importância como o Brasil no Cone Sul ! VTNC !!



Ruy Filho dá a dica : Em breve será rodado um longa com direção de Oliver Stone e produção de Sean Penn, sobre a independência venezuelana através das ações de Simón Bolivar, em meados de 1810, pela Junta de Caracas. Juntou-se a eles, esta semana, o ator Kevin Space, numa cruzada prá lá de deturpada de mostrar através da exaltação de Hugo Chaves e seu psicopático-socialismo, que a política de Busch, o neo-liberalismo, o capitalismo coorporativo da globalização são ideologicamente absurdos a ser combatido. 100 mi, serão gastos, o equivalente a um ano de produção nacional. Chaves, o herói neo-bolivariano… É de se pensar sobre o uso do cinema e sua capacidade de construir imaginários e correlações fictícias à História. Basta lembramos dois momentos: Leni Riefenstahl, cineasta nazista, e a complexa elaboração pós-segunda guerra de instrumentais legislativos defensivos criados pelo governo francês contra a invasão propagandista dos ideais norte-americanos. Não é surpresa a aproximação com os Trumps…

7 Comments

Filed under Sem categoria

um dos melhores blogs que existem!

20 Comments

Filed under Sem categoria

Ahmadinejad na Columbia University

Algumas coisas estranhas emergem de vez em quando: Jack Cafferty, um dos mais inteligentes comentaristas da televisao (CNN) (anti tudo, odeia politicos em geral) descobriu que essa "guerra" no Iraque (melhor chama-la de invasao descarada) . Em todo caso: Cafferty descobriu um grupo de estudos que revelou que essa invasao custa, all in all, a quantia de 720 milhoes de dolares POR DIA ao governo governo americano, ou seja, ao contribuinte!!!!!!

2- Ahmadinejad, o homem la do Iran, esteve em Columbia University e disse uma coisa fenomenal: Disse que no Iran nao existem homosexuais: "La no meu pais nao temos esse fenomeno! " Recebeu gargalhadas da plateia estudantil.

Gerald

do Mau Fonseca
Usarei dois espaços pra nao misturar as coisas. Queria mesmo falar desse blog, o quanto interessante ele está. Gerald não perde a funçao. Como bom diretor, voce dirige esse blog, feito peça teatral. E quando sente que as coisas ficaram mornas, ou frias, você chama (nos) atençao, como se o elenco de repente nao estivesse desempenhando direito os papeis. É uma peça que nao estreou ou talvez ja estreou, tá acontecendo, mas os atores e atrizes nem perceberam. E os textos vao sendo passados, quase ao vivo, é meio teatro de fantoches as vezes, meio teatro de rua, mas é VIVO. Falo isso porque fazer blog virou moda. E ficou uma merda. Muito jornalista da midia impressa migrou pra net. Mas o que fazem – despejam informaçoes, fotos, e sequer costumar ler o que os leitores escrevem. Há aqueles, que tem Ass. Imprensa pra ler e responder os milhares de recados. E não há troca, nem vida. O que tem por aí é um bando de blog e babacas. E por aqui a coisa é VIVA. E Gerald usa esse espaço revolucionando
Mau

PS do Gerald
Mau querido: Obrigado querido. De coracao. Ando meio cabisbaixo, meio, sei la….Agradeco a todos voces e agradeco mesmo. Voce eh sensacioMAU!

Ainda Mau Fonseca

…Atacando quando preciso, respondendo, lamentando, explicando, feito diretor mesmo. É Gerald, sem querer, voce criou uma cria teatral. Tem Ofelia, tem Punk, tem taxista videomaker, tem Sergio, tem Contrera, tem até um Mau. Isso daria peça, daria filme, daria BLOG MESMO. Abraços a todos.

Gilda Aché Taveira (Namastê !)

MAU vc BRILHOU ao perceber q isto aqui não é um simples blog,e detesto blogs… É o blog do Gerald, ele dirige mesmo, comenta, coloca na sequencia e muda a cor da fonte, sub titulos "Sergio fala","Mau questiona", "Contrera" complementa, e por ai vai, como um roteiro (escrito DEPOIS da cena..rsrs)como um Diretor q quer o melhor de todos e dá o melhor de si, até o melhor esporro porque postamos muito sobre um assunto e pouco sobre outro… Garantidamente isto aqui não é um blog, é Palco do Gerald e o NOSSO Palco. obrigada Gerald! beijos pra todos!!

a leitora Isadora, de Vitória

Ah, Thomas. Gosto tanto disso tudo aqui. Deve ser porque de fato não é uma blog, mas pulsações. Estamos tentanto não fazer um blog. Quatro capixabas tentando pulsar, e dançando pra esta terrinha que esqueceu que saímos do colonialismo. Dá uma olhada: www.tangoprocovil.blogspot.com

Peter Punk, the Vicious boy

Ei Mau , muito bom!!Eh isso o que penso daqui mesmo . Nunca tive saco pra blogs , esse aqui eh muito bom >>> Nesses ultimos tempos o nosso inconciente foi muito coletivo .. pelo menos o que eu estava pensando Gerald e todos voces deram forma sobre diversos angulos … gosto da urgencia que se estabelece aqui quase sempre . Sem muita acentuacao e pontuacao mas com furia . O gerald dirige mesmo isso aqui .. eh um outro tipo de direcao muito imediata , surpreendente , e muito bacana ver como ele vai orquestrando as coisas e dando caminhos .. e tem o querido sergio que eh o nosso dramaturg que com muita generosidade vai nos observando , comentando e dando a unidade possivel nesse coletivo instantaneo louco .. e tem os grandes performers Carlos jorge contrera gilda ana e um canastra punk!!Eh isso ai Mano MAU!!

Fragmentos escritos por leitores (em cores do arco-íris) – obs. Esse título está em cor-de-rosa

Gerald Thomas (cor violeta)

"Recebeu gargalhadas da plateia estudantil."

Contrera (cor anil)

"…essa é mais que hilária, é trilária! ahaha…"

Sérgio Penteado (cor azul)

"Engraçado, toda vez que vejo esse cara do Irã, o Ahmadin….sei lá, eu me lembro daquela cena do "Dr. Strangelove", do Stanley Kubrick, em que o Peter Sellers está montado num míssil nuclear girando, com a tomada de câmera por cima, como se estivesse domando um cavalo num rodeio !…"

Ana Peluso (cor verde)

"Sobre (a falta d)os homossexuais no Irã: é questão de contemporização, aclimatização ocidental, e os caras soltam a franga. Cogitar isso por lá, com a realidade bélica deles, desde sempre, não deve ser muito fácil…"

Narciso Tosti (cor amarela)

"Fuck Iran…"

Mau Fonseca (cor laranja)

"Não vou falar desse iraniano, fanfarrão "chaviano". Não é a toa que sao amigos Chavez e Ahmadinejad."

Pergunta (cor vermelha) :

"O que ocorreria com o mundo se ele fosse o Irã de Ahmadinejad ? A homofobia seria a nova moda ?

Dia do Orgulho Gay – Avenida Paulista, São Paulo, 2006

22 Comments

Filed under Sem categoria

Os diversos pontos de vista do texto abaixo, segundo os leitores :

Ilustração de Saul Steinberg (1914-1999)

Por absoluta falta de espaço, não foi possível colocar na área do post abaixo a reprodução dos mesmos.

Estão copiados abaixo:

ana peluso

Sei lá, posso estar errada em meu comentário, mas esses 000,1 % que detém o poder econômico (e com isso se torna inimigo do mundo, porque coloca milhões de pessoas na mais completa miséria e falta de oportunidade), é quem, no final, dá as cartas, verdadeiramente. A diferença entre aí e aqui é basicamente o valor da corrupção. Não dá pra ter uma polícia decente, se ela ganha pouco. Aliás, aproveito: assista(m) o filme "Tropa de Elite", e chorem, pq. é o que resta fazer. Levantar bandeira nesse país, é pregar num deserto de desajustados. Os motivos dos desajustes não vêm ao caso, até pq. não são só oriundos daqui. Essa terra nem tem idade, nem tradição para gerar problemas próprios. Ficou mais fácil importar os modelos europeus. Mas que concordo contigo que falar mal é coisa de português, concordo. E olha só, Portugal tá na Europa. É o ranço de uma belle époque tupiniquinzada…Aportuguezada. Não poderia dar certo mesmo…
ana

Peter Punk

Gerald , que porrada !! Tanta coisa dita… Vc tocou um ponto que pra mim eh tao fundamental!!Eu luto , por aqui e onde posso para acabar com esse emburrecimento do pensamento brasileiro que usa os slogans mais mofados da esquerda .E tem como ponto zero a raiva e a revolta com os EUA , como se nossa incompetencia encontrasse ai a desculpa que entorpece e une todo o pensamento mediocre e atrasado num ressentimento . Eles sao os culpados !! Como essa inveja de primo pobre eh burra e nos revela . Aqui eu me coloco no hemisferio sul sem o distanciamento sem o seu norte. Nossa cidadania so se expressa no futebol , esporte e em poucos momentos politicos.. a idea de nacao nao foi construida , nao temos herois fundadores . Os fundadores foram fundamentais pra cidadania americana .Aqui nenhuma figura historica mereceu a confianca necessaria.(…)A aprovacao silenciosa ao 11 09 por parte de muitos foi nojenta como se os oprimidos tomassem o poder.Essa mediocridade hoje,como voce ve, eh maior.Ate um cara como o Mano Brown tem discurso assim, como se cantando rap e com esse nome fosse possivel!!Nao tem movimento pro ou contra qualquer coisa sem cidadania e nao tem cidadania em cima de tanta mentira e ressentimento. Temos urgentemente que encontrar novos discursos e novas formas de dar corpo a ele !!Teu texto disse muito.Que bom !! . Precisamos nos libertar do pensamento tacanho . Let the sunshine in!!
Peter Punk

Paulo Faria

Não adianta, para mudar tudo tem que haver mobilização nacional, manipulação de massas: os estudantes os bancários os metalúrgicos, os sem terra os sem teto, os sem emprego, os sem porra nenhuma e à frente de cada um destes movimentos tem uma liderança política, que não levanta um dedo se não tiver uma promessa. Daí, assim que tirarmos essa corja do poder, imediatamente, estaremos inserindo outra, idêntica, podre. Gente é igual em qualquer lugar do mundo, o que muda é a cultura, são os costumes, no fundo, as necessidades básicas e os sentimentos são os mesmos, em todos. Temos que ter coragem e assumir o que está errado: eu e você. Não é difícil enxergar isto, a Ana já mencionou: "Não dá pra ter uma polícia decente, se ela ganha pouco" (não estou dizendo que ela concorda ou não com o meu raciocínio). É isso mesmo e de forma análoga: não se pode ter políticos honestos e descentes se eles ganham salário incompatível com a importância do cargo que exercem e governando no Brasil continental. Não dirigem o país por puro e simples patriotismo patético. As pessoas têm sentimentos, nos todos somos iguais nesse ponto, queremos reconhecimento social e destacar-se diante de nosso irmão. Que coisa mais hipócrita. Sabemos que nossos políticos não ganham para terem o patrimônio que têm, pois as grandes corporações, através de seus lobistas, encontram nossos políticos vulneráveis à grana fácil. Daí tudo se explica. Remunerando de forma equivalente á importância social do cargo público, qualquer que seja ele, talvez não se estanque a corrupção existente, contudo, é provável que a reduzimos para patamares menos escandalosos. Isso é coisa para se colocar na balança e ver o que é melhor. Defeitos de caráter todos temos, os meus e os seus estão sob controle, porém, devido às circunstâncias, os dos políticos corruptos não estão, temos que dar motivos a eles para que se contenham. Se não vai ser sempre assim: vamos ficar trocando seis por meia dúzia.
Paulo Faria

Gilda

Ana, sei breve, mas acho que a corrupção não está DIRETAMENTE aos baixos salários.Um exemplo: nossos politicos, o judiciário, etc,q ganham bem, MUITO BEM, e são CORRUPTOS(sem generalizar) podem ganhar fortunas,ainda assim são corrompidos. Um exemplo do inverso:alguém tem noção de quantos profs universitários já foram procurados por "pastores" de Universal, Renascer, etc.. "em nome de JESUS" p/ aprovarem alunos q foram reprovados na mesma disciplina pela 3 vez? Um vez ocorreu isso comigo, o valor oferecido relativo a aproximadamente 4 nos de trabalho… Ao perceber tudo e deixar o pasto alar tudo, pois no inicio não saquei, peguei o telefone e chamei a segurança da universi//.Ao perceber, o pastor deu um pulo da mesa, agil como um capoeirista, e sumiu provavelmente pala escada de incendio.Fui à delegacia dar parte,mas não sabia o nome do cara,a q igreja pertencia e nem o nome da aluna ele se referia a"obreira".O fato está registado mas sem provas não há o q fazer.Como esse,tem vários. PETER,acho q mais do q discursos,precisamos de VALORES,de líderes.No resto concordo com vc: somos o irmão pobre e invejoso. PAULO, politico ganha bem sim, sem falar nos salários indiretos e toda a mordomia e infra q possuem.E nosso judiciário idem. Vc fala em movimentar a massa, ela está feliz com suas cestas básiacas e vale-brindes daos pelo governo com nosso dinheiro.Quero deixar aqui um depoimento: estava orientando uma tese e me infiltrei no MST na caminhada até Brasilia. Saímos do Rio e a primeira parada foi em Itaiava: R$300,00 p/kda um p/irmos ao shopping, claro s/o uniforme amarelo do MST.INACREDITÁVEL,REVOLTANTE, se 0,001% dali fosse sem terra era muito. Passamos a noite acampadas e depois da segunda parada em MG, o mesmo ESQUEMA. Dormi acampada em MG pela nmanhã peguei um fomos a universi//dele relatar o fato:"Se defender esta tese vcs serão mortos,mude o tema".Eu me neguei a omitir aquilo e ele de fazer doutorado!
Gilda

Tales

De fato, se formos ver existe uma grande diferença nas experiências políticas americana e brasileira. Grosseiramente falando, o Brasil ganhou seu Estado antes da nação. Como o brasileiro pode sair às ruas pra tirar Renan & cia se ele não se identifica com o seu Estado? E por aí vai… Mas há mudanças, sim, Gerald. Nesse ponto, eu sou mais otimista. Acho que não é a mesma coisa, o que era no ano de 1600, o de 1800 e o de hoje. Apesar de nossa grande apatia, existe um movimento de formiguinha que muda a nossa cultura no subterrâneo.
Tales

Sergio Penteado

O Tales abordou algo muito importante : Brasil e EUA: Países diferentes, formação histórica diferente. Max Weber, em sua obra "A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo" menciona a forte relação entro o conteúdo doutrinal do protestantismo e as economias capitalistas do Ocidente, que se caracterizam por uma racionalidade específica, que forma suas bases éticas e do trabalho como vocação e espírito de acumulação, preceito fundamental do calvinismo, que veio com os primeiros imigrantes a formarem o país, e a herança dos valores iluministas e republicanos. Já o Brasil, como colocou Gerald, foi um país cujos primeiros europeus luso-ibéricos entravam com a mentalidade de pilhagem (daí a pertinência da ilustração com as capitanias hereditárias e o uso da colônia para seu sugamento de recursos direcionados à coroa portuguesa. A sociedade colonial e escravista do nosso país e a formação jesuítica e impositiva que exterminou os índios explicam para mim muito dessa diferença secular.No decurso de nossa formação histórica o estabelecimento de um governo sempre passou pela lógica do Estado como um fim em si mesmo. Os portugueses colonizadores não tinham o espírito empreendedor e de conquistar seu espaço como os pioneiros ianques, eram antes representantes do Rei que em seu nome pilhavam o Brasil, levavam o cristianismo através das missões jesuíticas na base de "ou adere ou morre" e estabeleciam sistemas de administração fechados e heterogêneos (vocês conhecem por exemplo outro país com negócio tão lucrativo como os malditos tabeliães como aqui?) e apregoavam o espírito da submissão e da acomodação como forma de sobrevivência. Os americanos, sociedade armada até os dentes, sempre levaram os conflitos para a porrada e para a conquista do espaço. O melting pot dos imigrantes sempre foi uma panela de pressão, mas lá sinto que as coisas evoluem. Nós aqui, com nossa mentalidade de extermínio das bandeiras e com a indulgência jesuítica, ainda estamos parados no tempo.de acomodação e de idolatração de pessoas ao invés de instituições, como foi no caso de, mesmo após a conquista da independência e a instauração da República, o predomínio primeiro dos militares (Deodoro, Floriano) que sufocavam rebeliões como Canudos, Palmares, e, posteriormente, na fase do ciclo do café o domínio das oligarquias paulista e mineira. Na fase do industrialismo tardio, que aliás começou com Getúlio Vargas e seu alinhamento aos Estados Unidos contra o eixo na 2a. Guerra em troca da construção da Usina de Volta Redonda, tivemos, uma vez mais uma mudança promovida pelo Estado e grupos econômicos minoritários, e não da iniciativa pulverizada de imigrantes, isso falando sobre o poder político. Os direitos trabalhistas aqui derivam também de Vargas, "o pai dos pobres", com base na "Carta del Lavoro" do fascimo de Mussolini, e ainda hoje perdura. A economia é sufocada e a política vista como benção de Messias (Lula).Mas tudo isso ainda está no plano da "explicação", na tentativa do entendimento do passado. Hoje temos uma sociedade mais aberta e globalizada, o que facilita muito a troca de informações entre as pessoas e a rapidez à reação a todos os eventos do país e do mundo em velocidade praticamente instantânea. É por isso que acho extremamente pueril afirmar-se, por exemplo, que a crise imobiliária que se originou nos EUA é meramente um "problema deles lá, e que resulta da sanha e da ambição de quem quer ganhar dinheiro, e eles que resolvam", como disse um certo presidente que vocês conhecem. Fenômenos como esse, assim como as guerras ao redor do planeta, são eventos encadeados aos quais estamos ligados, não são um ato de vontade de um governo de um país simplesmente. Mas eu concordo totalmente com o Gerald : falar, falar e não fazer pode ajudar a quem tem saco e tempo de escutar a tomar pé dos fatos, mas a inação é danosa e nociva, pois nos coloca como não-atores (e portanto cúmplices)…
Sérgio

Rodrigo Contrera

nenhum de nossos "deuses" da filosofia ou sociologia sequer prestou atenção na gente. só para lembrar. não fazemos parte de qq explicação – quem sabe nem de nossos problemas.

24 Comments

Filed under Sem categoria

Falar mal: herança ou ranço Português?


New York – De malas prontas pra embarcar pro Festival de Córdoba, Argentina, estou, como sempre estou nesses momentos de inda e vinda, em total confusão. Explico: passei minha vida inteira comparando países, justiças e injustiças, sejam elas de todas as naturezas e oriundas dos mais horrendos preconceitos. Inevitável, portanto, que, através desses anos todos, eu tenha ouvido atrocidades sobre lugares, umas falando mal das outras, nacionalidades falando mal das outras, etnias falando mal das outras, raças falando mal das outras, países vizinhos se hostilizando, um pega pra capar constante, uma provocação entre religiões, entre gordos e magros, brancos e negros, hispânicos e árabes, judeus e sei lá quem, ingleses e irlandeses, francofones contra flamingos e assim por diante. Ufa! Que seres somos nós?

Tudo isso vem de ideias pré-conccebidas vindas de propaganda política, racismo, patriotismo xenofóbico/nazista/fascista/stalisnista/ista -ista, tanto faz. No fundo é tudo igual, sejam os gurus marajis com seus Rolls Royces na India miserável ou sejam monges tibetanos, tudo igual: dogma. Esse é o nosso problema!

Quando adolescente já joguei pedras nos nazi-fascistas do National Front ou no Enoch Powell falando do "enemy from within", em plena Londres que efervescia com seus punks rebeldes e roxos e azuis e "pierced" e autoflagelados porque nao aguentavam mais o "establishment". Já lutei contra as ditaduras militares radicais latino americanas ou de Pol Pot matando 2 milhões de seus próprios cidadãos militando na Amnesty International, no secretariado internacional, também em Londres. Mas e daí ?

Sim, parte a minha família foi exterminada em campos de concentração mas não sou a favor da indústria do holocausto . Não sou a favor da indústria da Guerra. Não sou a favor de xenofobias como essa na qual, a passos não tão lentos, vejo o Brasil se transformando, usando velhos e mais que mortos clichês importados de revoluções passadas e mais que enterradas porque provaram que NÃO DERAM CERTO.

Santo deus. O totalitarismo só dá em desgraça!

Ouvi absurdos sobre o Brasil vindo de Americanos. Mas ouvi absurdos maiores vindos de Brasileiros sobre Americanos: sim, um velho e incurável ranço respeitável relacionado ao imperialismo e as "águas negras do imperialismo", lembram?. Parece, às vezes, que o tempo estagnou, mesmo com com tanta interferência, mesmo com os semiólogos, mesmo com a multimídia ao nosso alcance. Quando um brasileiro está enfermo ele consome produtos farmacêuticos pesquisados onde mesmo? Ah! E quando se senta na cadeira de um dentista, ela foi inventada onde? Ah! Tão fácil generalizar e falar mal. Tão fácil pegar o Brasil inteiro e descrevê-lo como um Yemen, por exemplo: um bom teórico em ciencias sociais o faria em 10 minutos. Mas pra quê ?

A demonstração comovente e de porte nacional que vimos essa semana aqui nos EUA por causa de seis adolescentes negros presos na cidade de Jena, Louisiana foi uma das coisas mais belas que já vi. Nessa cidade mínima, pousaram pessoas vindas de tudo que é parte dos EUA. Negros, brancos, amarelos, vermelhos, azuis e tudo que é cor, ecoados por manifestações iguais em todas as cidades grandes, isso deve ter somado algo em torno de um milhão e meio.

Estou falando de PROTESTO. Estou falando de SOLIDARIEDADE.

Quando se vê isso no Brasil? Vocês, que tanto gostam de reclamar, mas são incapazes de sair de suas praias? Sim, aqui a luta de defesa pelas liberdades civis continua, ate que a ultima gota de sangue esteja coagulada.

Mas e Bush? Todos equacionam os americanos com Bush, o que é a maior burrice ja ouvi, porque esquecem que Kerry recebeu o maior número de votos que QUALQUER candidato democrata havia recebido ate então na história. Fora o Ralph Nader, que ainda roubou milhões de votos que pertenceriam a Kerry.
Falar mal dos EUA. Falar mal. Herança dos portugueses. Falar mal. Tudo da boca pra fora. Problemas edipianos mal resolvidos com a Espanha. Resta saber, qual das quatro espanhas. Todos querem vir pra cá e, na primeira oportunidade, estão no primeiro avião , no primeiro navio.

Mas quem me entenderá, ne? Quem entende o que digo? Quem não sente inveja do que eu vivo ou do que escrevo? As demonstrações em Jena mostram que existe civilidade aqui. É disso que vocês falam mal quando se referem aos EUA? Da civilidade que ainda resta "dentro" dos EUA e da resistência contra a invasao do Iraque e das freqüentes e crescentes demonstrações em todas as cidades a respeito disso?

Quanto à presente administração americana, eu não poderia concordar mais: estamos num circo de horrores. Invasão, matanças, inocentes morrendo em nome de nada, ou melhor, do lucro. Mas, aqui dentro, existe um enorme orgulho em se erguer a bandeira, porque ela não representa essa administração. ESCUTEM de uma vez por todas: essa é uma terra de imigrantes: uma terra que fez todas e com todas as liberdades civis da contra-cultura (das quais voces desfrutam) acontecerem (a ainda acontecem). Ser um "marine" pra um garoto de 17 anos é o maior orgulho que se pode ter. Feliz ou infelizmente, ao contrário do Brasil, essa nação é uma nação que ama suas Forças Armadas, sua polícia, seus detetives, desde os reais ate aqueles que vocês importam na televisao e imitam.

E se, por acaso a "proposta" de esquerda do governo brasileiro for a de demolir esse 0000,1 por cento que detêm o poder econômico, estou com eles e nao abro. Mas acho que nao é bem isso que querem, daí as alianças, daí os conchavos, daí a corrupção e o enorme DESLUMBRE com o poder.

Tenham orgulho de sua bandeira antes de criticar qualquer outra nação. E conheçam de fato seus "founding fathers" porque um dos "mandamentos" principais é que "cada Americano tem o direito a ter a sua casa". A Constituição, seus princípios, sua Suprema Corte, sao coisas belíssimas a respeito desse pais, e se refletem na bandeira. E digo isso sem demagogias. Escrevo isso para um publico que perdeu seu senso de civilidade porque – depois de tanta "merdalha" em sucessivos governos, nao poderia mesmo ser diferente. Entao, estao dissatisfeitos? Criem movimentos que mudem o comportamento do mundo, mas parem com esse "falar mal" essa terrível herança portuguesa, essa nacionalidade de baixa auto-estima, ou entao calem esses focinhos!

Gerald Thomas

Are there any differences between the meanings of these national flags?
Há diferenças entre os significados dessas bandeiras nacionais ?
Comentário de Rodrigo Contrera (que foi "esquecido" na relação das opiniões dos leitores acima) :
Gerald, querido: eu sei que é uma PUTA arrogância pensar – ainda mais nesta era – em ter uma solução, uma resposta, mas creio que essa mania de falar mal é resultado de uma VONTADE de expressão mal-sintonizada com um DESEJO de mudança que no Brasil (pela sua própria história) sempre assumiu a forma de HISTRIONISMO (vide policarpo quaresma) ou busca de CULPADOS (pela própria matriz judaico-cristã). afinal, democracia aqui sempre foi uma ficção, como de fato continua sendo (meras formalidades a realidade sempre despreza). só isso. é, realmente, é muita arrogância pensar em ter uma solução para qualquer coisa, hoje.
Contrera

18 Comments

Filed under Sem categoria

Decepção e tristeza

Como sempre, acabo me decepcionando profundamente. O post abaixo – me dado de presente por Sergio Penteado a partir de uma resposta ao leitor Tales (ou a um email mandado pro próprio Sergio) rendeu muito menos comentarios do que eu esperava. Mas isso ja era, de certa forma, esperado. Por que? Porque o artista brasileiro é COVARDE. Na hora de se posicionar, tem medo. Medo de perder sua "boquinha". Nao é assim na Argentina, nao é assim aqui nos USA, nao é assim em tantos outros paises do mundo onde "you put your money where your mouth is".
O problema é que nessa minha última temporada em São Paulo, ouvi esse ponto de vista – exposto no Blog – de INÚMEROS artistas (teatro, musica, literatura, etc). Mas na hora de colocar o nome…..aí fudeu ne? Que loucura! Que tristeza.
Posts muito menos importantes ideologicamente recebem 30, 60 e ate 111 comentários, como foi o caso do texto "NEGROS". Mas quando se entra no território ideologico e as pessoas percebem que "their own ass maybe on the line" ou seja, o cu delas pode estar na reta, ai EPA! Ninguem fala nada. Asssim como a minha avó nada falou quando os Nazis ja marchavam diante de sua casa em Regentenstrasse em Berlin apontando o dedo pra ela…..(em total "denial" ela achava que o antisemitismo era com os OUTROS e que iria "passar". Então, queridos e corajosos artistas: quando voces se virem censurados, castrados e projetos engavetados ou até agredidos pela patrulhas ATIVAMENTE ideológicas por esses loucos retrógrados e xenofóbicos, lembrem que vocês foram COVARDES no dia 21 e 22 de setembro de 2007.
O Brasil nao muda pela sua insistente PASSIVIDADE, apatia. Mas como vocês gostam de reclamar né? To be or not to be, THAT is the THE question.
Whether to take arms (or even verbal arms) against a sea of troubles and by opposing…..END THEM,
ENDGAME
Fail.Fail again. Fail Better.
Parabens pra voces
Gerald

Julian Beck, (1925-1985), ator e diretor teatral norte-americano e fundador da off-off Broadway Living Theater em 1947 com sua mulher, Judith Malina, e grande influência na vida de Gerald Thomas.

"A culpa é minha e Sua

New York – Quando eu ensaiava Julian Beck ja nos finalmentes da sua vida (num texto de Beckett que refletia isso) eu lhe perguntava "o que te anima a acordar todos os dias e continuar?". Julian dizia, assim como disse durante toda a existencia do seu Living Theater "Nasci pra mudar o mundo". Eu, Gerald, escrevo pra teatro, enceno pecas, escrevo colunas, berro pra la e pra ca pra tentar mudar alguma coisa. Essa coisa eh, em outras palavras, o mundo.
O leitor, o eleitor, o ser humano, eu e você, o Hamlet em todos nós simplesmente não agüentamos mais abrir os jornais todos os dias e concluir que "nada prova nada" (frase da peça Circo de Rins e Fígados). Escândalo após escândalo e essa corruptália deve estar rindo às nossas custas enquanto a gente fica aqui (ainda) impotente, sem as palavras, palavras, palavras hamletianas que tiraram a ação do nosso herói recém chegado ao castelo das intrigas, vindo da universidade de Wittenberg.
Mas a culpa é minha e é sua. Ficamos em casa surtando. Parece que temos um certo prazer em desenvolver um discurso omni-pleonástico sobre aqueles que conseguem se transfigurar em algo monstruoso como esses políticos de merda e seus cúmplices ou parentes. Não falo somente do Brasil. Falo da indústria da corrupção, obviamente. O Iraque não foi destruído a toa. Não sei se vocês lembram que 21 paises se reuniram na Espanha (há 2 anos, será?) para entrar no pool da "reconstrução" do Iraque. Ora!
Votar e ler as ótimas colunas do Jabor, do Zuenir, do Gabeira ou do Gaspari não são suficientes, caramba! Movam-se. A palavra "militância" sumiu do vocabulário brasileiro. É fácil fazer uma passeatazinha na Av. Paulista quando se quer um salário melhor, ou quando o Bush está no Brasil e se portam cartazes pra nada "BUSH GO HOME". Pra que? Para ele voltar para cá, pro Salão Oval e fazer o quê?
Vocês votam, lêem colunas e vão a praia ou, dependendo da cidade, se encontram num restaurante e comentam que realmente a situação chegou no limite. Aqui é igual. Em NY as pessoas pensam em "desancorar" Manhattan" e deixá-la flutuar em direção a Groenlândia…..O pavor que Washington representa hoje em dia é simplesmente incrível, mesmo com a promessa de um Barak Obama no futuro, sei lá.
Mas e a militância? Perguntem a um Arthur Geraldo Bonfim de Paula, ex-preso político da Bahia com o qual eu me correspondia de Londres na década de setenta? Onde está a coragem dessa juventude dopaminada/alienada sem propósitos e unicamente com fins consumistas olhando pros seus próprios umbigos (sem a mínima noção da história), olhando para as vitrines dos shoppings, que vergonha!
Vão pra rua, caramba. Se organizem. É assim que o Sr. Inácio subiu ao poder, e ali estacionou e ali recuou. Pérolas aos porcos. Hamlet morre no final e O Fortinbras (jogo de palavras com contraregra) entra e diz que o resto é silêncio:
Não. Não é silêncio porra nenhuma. Os argentinos berram! Os venezuelanos, divididos, vão pras ruas. Mesmo os brasileiros da era Collor, se juntaram e asfaltaram a terra.
Quantos escândalos vocês ainda terão que agüentar até que vossos endocrinologistas/psiquiatras lhes coloquem no paredão: Chega de resmungar: vamos a ação!
Querem morfina na veia ou vamos acordar e tomar uma atitude, justamente aquela que Hamlet não tomou ao não vingar a morte do pai?"
(Gerald Thomas em honra aos 22 anos de morte de Julian Beck)
Escrito por Gerald Thomas neste blog em 24/06/07"
Comentário do leitor Jorge Queiroz
É triste, desanimador perceber-se que aqueles que entregam sua vida a um ideal são incapazes de fazê-lo com as questões reais do nosso país e atuam na mesma linha venal que você condena corretamente. Temos muito o que aprender como povo.
…e do Contrera
Gerald, querido não creio que muitos do que entram aqui fiquem receosos de perder algo por se posicionarem a respeito do que vc e o ruy dizem. creio, sim, que alguns não se posicionam para não se comprometerem com algo que possa colocá-los contra "vacas sagradas" (e aí eles poderiam perder alguma coisa). no caso dos que entram no blog, vc deve saber quem é quem. se o que sempre esteve em discussão aqui foi o patrocínio de projetos culturais, não posso (ainda) polemizar com meu sangue. pois não tive até agora um projeto desse tipo disputando com os maiorais/minorais das panelinhas do setor. mas vejo, sim, sempre uma penca de "amiguinhos" aprovando sem parar projetos muitas vezes irrelevantes, artisticamente falando. é por isso que eu reluto muito em assistir espetáculos por aí. pois em geral são Cias e não Companhias, me entende.
Carlos também comenta
Gerald, eu pergunto: vocês que trabalham com teatro tem contatos com um mundo de pessoas, sejam criadores, atores, autores, técnicos, etc. Há um grupo de umas 10 pessoas que tem escrito continuamente aqui. TODAS as mensagens que leio desse pequeno grupo são no mínimo bastante sinceras e altamente relevantes. Agora, cadê o resto do pessoal? Fora um ou outro ator, não se lê nada dessa patota e de mais ninguém. Jovens? Onde? E mais, aposto que de 500 projetos enviados ao MinC, 480 são sim sobre esse Brasil "eminentemente rural, agreste, rebolante" que a Marina Solomon bem escreveu. Não é só de cima pra baixo. A realidade é que pensar Cultura e Educação, pra variar, não dá em nada. Os blogs apenas refletem o que já acontece lá fora. E nesse seu blog em particular, essas mensagens são, infelizmente, apenas murmúrios em meio a cacofonia de um enorme rebanho que corre pateticamente de um lado pro outro sem se dar conta que já virou bife há muito tempo.
Sergio Penteado responde…
Gerald,
Eu acho profundamente sintomático de nossos tempos de "medo enganado pela esperança" que em épocas de fervor pré-eleitoral consigamos encontrar trocentos artistas engajados em campanhas (normalmente as ligadas aos partidos com maior representatividade e recursos), e, em um momento como este que estamos vivendo hoje, a tônica, (exceto por alguns guerrilheiros culturais como você, que não depende de recursos ou verbas oficiais e rala pra poder montar seus espetáculos com dignidade), digo a TÔNICA é a de enfiar a cabeça num buraco feito avestruz e agir com aquele comportamento de "eu não tenho nada a ver com isso".
E gostei que você mencionasse o exemplo de sua avó.
Somos mesmo muito imaturos ainda como país – sei que vai ter gente contra a minha opinião,como sempre – mas esse ponto de vista pra mim é mais e mais reforçado pela nossa omissão e inação, até mesmo pra berrar ou escrever.
Não criamos ainda uma tradição, uma história de afirmação de valores democráticos, uma cultura efetivamente ética e contra corrupção.Hoje os antigos dinossauros moralistas se lambuzam no poder, culpam a imprensa e querem que calemos a boca, sob a pecha de "golpistas". E artista que se preza tem de ser de esquerda, mesmo que essa definição pra valer tenha virado pó ! E a massa que não se levanta ?
A massa em geral vê o "Estado" como um ente divino e milagreiro, não um repassador dos impostos que pagamos, e que não tem o dever de servir quem o banca, e sim ser servido e bancado pelo povo, numa total inversão de valores republicanos. Enquanto ficamos deitados em berço esplêndido esperando a grama crescer, aguardamos que o "milagre" ser produza por geração espontânea, ou por um "networking" típico do cabide de empregos das grandes corporações (as públicas). Mas pra isso tem que ficar quietinho e manter o "brown nose", já que os fins justificam os meios. É o antigo pragmatismo do Paulo Maluf que hoje pode ser Paulo Betti, o de meter a mão na m…(e toma-lá-dá-cá)
Mau Fonseca se manifesta…
Gerald, todos que debatem aqui diariamente entendem o que vc diz e ressalta indignado. O problema é que a "classe artística" do Brasil é composta desses: atores, cantores, produtores, populares, que entendem a ARTE como meio de ganhar dinheiro. PRA ESSES Arte é um trabalho remunerador, que deve ser lucrativo, seja qual forma for, seja por dinheiro estatal ou sei la como. Outra coisa, nossa classe artistisca de um modo geral é composta por gente do teatro, TV, música, enfim, que nao se preocupa com conteudo, mas sempre com AUDIENCIA E PUBLICO. São esses artistas que fazem lobby pra TV, RADIO, PUBLICIDADE, se prostituem cobrando cache de 10 a 100 mil pra participarem de festas (festa do peao, festa de político, festa de socialite) e ainda reclamam (cantores) da pirataria que esta levando a grana toda que eles deveriam embossar. Muitos sao "artistas" que saíram das classes pobres e se dislumbram com a riqueza e a midia (compram mansoes e carroes) e ostentam em revistas de celebridades.
de Peter Punk
Ei , Gerald , ainda bem que vc deu continuidade a essa reflexao sobre a cultura e o estado. Mais do que a falta de coragem de botar a cara pra fora, a nao resposta a isso mostra a falta de importancia dada a esse tema . Nem todos que andam por aqui como lembrou o Carlos tem ligacao com isso. E eh isso !!. Como alguem que anda justo por aqui pode nao perceber a relevancia do tema?! Cultura eh o que nos resta , uma esperanca de que isso aqui venha a ser o que a sua melhor producao artistica prometeu e promete!! E quando vemos , como disse Ruy a entrega do dinheiro publico na mao de diretores de marketing das super empresas para decidir o que vai ser patrocinado!! Ou diretores fantasticos , fazendo justamente esse jogo e criando espetaculos que seguem a cartilha do governo.. como nao gritar contra isso?! O lixo que todos engolem na suposicao de que eh isso que a massa gosta e precisa ja eh foda.Agora quem julgava independente fazer o jogo.. enfim.. vamos acordar!!
Peter Punk
…da Sonia Lopes Soares
Há muito tempo a distribuição de verbas é equivocada. De um lado a iniciativa privada conduzida por marqueteiros que absolutamente não se importam com arte e cultura, que usam e usufruem das leis de incentivo, produzindo espetáculos sem qualidade e carérrrimos, e os órgãos públicos com seus editais estaduais e municipais que exigem inúmeras contrapartidas sociais, como se a criação em si não fosse suficiente, que te obrigam a enumerar e colocar em etapas o seu processo criativo argumentando, justificando, e quando finalmente parece que tudo terminou mais um item aparece, mais uma assinatura é exigida, enfim isso tudo passa a ser a grande criação, tentar se encaixar e convencer o julgamento de quem mesmo? Ou será que a intenção é desistir no meio do caminho? Vejo claramente o nível baixíssimo das produções, a pressa da criação dos artistas para que possam participar do próximo edital, da distribuição da próxima migalha. Será que é por isso o silêncio dos artistas?
Sonia Lopes Soares
Obs. : Infelizmente, por falta de espaço físico ficou impossível publicar todos os ótimos comentários posteriores (Ruy Filho, Luiz Lago, Tales, Célia, etc.), mas não deixem de lê-los porque são altamente estimulantes!

33 Comments

Filed under Sem categoria

em estado de paranóia de como crescem (lentamente) as ditaduras e os regimes TOTALITÁRIOS

19 Comments

Filed under Sem categoria

especulacoes existenciais depois das explosoes

"Não saímos ainda do paradoxo inicial: de um lado, um 'eu não aguento mais' (tudo aquilo de que devo me defender, daquilo que meu corpo sofre e me faz sofrer), do outro, um 'Eu sinto' (no sentido em que nos abrimos a tudo aquilo que advém sob o regime do sutil). Se fechar para se abrir é o paradoxo da prudência, enunciado por Nietzsche e Deleuze. É o próprio daqueles a quem Nietzsche chama de homens superiores: "Os homens superiores são os que mais sofrem com a existência – mas possuem também as maiores forças de resistência.' O 'eu não aguento mais' não é, portanto, o signo de uma fraqueza da potência, mas exprime, ao contrário, a potência de resistir do corpo. Cair, ficar deitado, bambolear, rastejar são atos de resistência. É a razão pela qual toda doença do corpo é, ao mesmo tempo, a doença de ser agido, a doença de ter uma alma-sujeito, que age nosso corpo e o submete às suas formas."

David Lapoujade

Lindas palavras do Carlos
Carlos] [Brasil]
Texto brilhante, precisava ler algo assim pra continuar rastejando e pra me abastecer de ilusão, que acho fundamental. Mas hoje é um dia importante no cenário político brasileiro. Talvez o dia mais importante desde 1993 quando ele assumiu a presidência. Não, não falo de ex-torneiros mecânicos amigos de Bush ou diplomados da Sorbonne. Falo do Alberto. Presidente Alberto Dualib, agora ex-todo poderoso da Nação chamada Sport Clube Corinthians Paulista, parte fundamental da máfia Russa que Lula endossou e enalteceu. Achei interessante o Contrera mencionar Kfouri e Kajuru. Falar de Brasil sem entrar em futebol é passar pela tangente. Eu mesmo, caso o Palmeiras vença o Corinthians no final de semana, esquecerei o imbecilzinho que me ferrou porque era Ramadan. Esquecerei do meu rastejamento rotineiro também. Erguerei os punhos ao ar como se fosse o auge da minha existência e tomarei fôlego suficiente para encarar mais um ano inteiro. Se meu time perder, xingo o Renan. Eu, brasileiro.

3 Comments

Filed under Sem categoria

a discussao entre Luiz Lago e a Gilda

Ali Kamel nao eh o dono da Globo. Eh um dos jornalistas, talvez um dos "chefes" de jornalismo da Rede Globo. Nao estou aqui pra defender ou atacar ninguem. Mas, o jornal O GLOBO tem uma circulacao enorme. Se o Kamel AINDA nao fez circular seu ponto de vista atraves da rede de tv, quem disse que nao o fara???????? Quem eh que sabe, de verdade, qual eh o jogo politico, mesmo la dentro, que se usa, tem que ser usado, pra fazer uso daquele poder todo??????? Ninguem. A resposta esta com eles e somente com eles. Qto a "lavagem cerebral" nao acredito em nada disso: existe uma enorme diference entre um aluno PRESO dentro de uma sala de aula e um controle remoto em SUA mao, onde voce, eu, qualquer pessoa faz assim, olha so…..ZAP, e tudo aquilo ali SOME! Alias, devemos PARABENIZAR O SR KAMEL por ter se PRONUNCIADO seja la qual o veiculo, ao inves de ficar CALADO como tantos, tantos MUITOS: PARABENS ALI KAMEL !
Gerald

PS Luiz, eu nao disse que foi vc quem disse sobre "lavagem cerebral" da TV Aberta: foi o meu grande amigo Contrera em um dos comentarios. LOVE Gerald

Por Sergio Penteado
Luiz Lago, o que eu tenho visto é que esse artigo do Ali Kamel está alcançando uma ENORME repercussão no país inteiro, não é só no Rio não. Na condição de rato fuçador de jornais e internet, percebi que aqui em São Paulo, por exemplo, o Estadão reproduziu o artigo e o comentou em Editorial. A Folha também pôs em destaque em seu Editorial.
Convenhamos que o Globo não é um jornaleco de esquina, e sim um dos principais do Brasil, com milhões de leitores fora do Rio.
Como escreveu a Gilda, é risível ignorar ou ser contra um grande veículo de imprensa (não me refiro a você) por princípio ou por ressentimento. Isso é coisa de Paulo Henrique Amorim.
De qualquer modo, acho menos importante do que dar nome aos bois do que ler com bastante atenção o que o Ali Kamel escreveu, e ele, elegantemente nos deixa à vontade para avaliarmos as informações do texto, que são irrefutáveis, evitando viciar subjetivamente a discussão do assunto.
Sobre a lavagem cerebral da grande mídia, o Contrera havia tocado no assunto, e eu respondi no tópico do Kamel.
Depois disso ele voltou e esclareceu com bastante propriedade a observação. Dê uma olhada lá !
Abraço,

Sérgio Penteado

da Gilda
Gerald,não houve discussão com o Lago apenas coloquei meu ponto de vista e procurei ser justa.E tb não falei q foi o Lago quem falou sobre a "lavagem cerebral da TV aberta",por não me lembrar quem tinha sido, deixei claro "alguém falou sobre a lavagem cerebral.." Agora vejo q foi seu amigo Contrera,e assumo q me irritou,por isso pedi p/citar os programas,pois nao sei se é o caso dele,mas a "Globofobia" me tira do serio,assim como o fedelho te tirou.Imagine todo dia um cara te perguntando por que vc nao ser Geraldo,e vc percebendo q nao eh por curiosidade, mas sim por xenofobismo nua e crua.Todo dia em qquer lugar q se entre (blog,sites,etc)arranjam um jeito de pixar a Globo,mesmo q o assunto seja"MANUAL DO SINDICO",não importa,sempre metem a Globo no meio e pixam: seja como omissa, manipuladora,e o escambau.Não tenho a cultura q vcs tem,minha area de atuacao eh outra,mas nao me sinto tolhida em opinar aki.Se falar besteira, me corrijam, aceito e agradeço numa boa. MESMO! beijos
Gilda

Contrera contra-argumenta
todo e qualquer meio que desestimula a comunicação entre os homens é corolário de uma mentalidade afeita a lavagens cerebrais. as emissoras fm são, mutatis mutandis, tudo, menos propiciadoras de conhecimento ou das manifestações artísticas nacionais. as emissoras am são, de igual forma, tudo, menos propiciadoras da real diversidade político-social brasileira urbana – ou mesmo rural (sabiam que Mauá, na grande SP, tem apenas UMA estação de rádio?). as emissoras de televisão são, de igual forma, tudo, menos aglutinadoras dos interesses sociais relevantes. são, isso sim, ao que me parece (refiro-me apenas aos noticiários e novelas, que são produzidos aqui) meios utilizados para repercussão de agendas sociais 1) aprovadas ou toleradas pelos proprietários, 2) incentivadas por políticos ou instituições de caráter político apoiadas pelos proprietários, 3) que aglutinam valores sociais em última instância pacíficos e passageiros. (cont)
Contrera

e no fim de tudo (espero!)
Contrera, não encare isso como uma treplica (não hoje, não agora) mas Vc começou dizendo: "E a LAVAGEM CEREBRAL DOS CANAIS DE TV ABERTA? e a lavagem cerebral dos jornais chapa branca? e a lavagem cerebral das revistas de acomodação (só servem para serem folheadas em consultórios)? e a lavagem cerebral de nossos livros? Isto soa como o DONO DA VERDADE, já rotulando alguns jornais como chapas brancas (seria o Globo?), revistas de acomodação (pode citar uma? Apesar e já imaginar qual seja…). Vc escreve como quem tem as CERTEZAS ABSOLUTAS, postura bem característica de adolescentes, q não parece ser seu caso. Já em seu contra argumento, vc deu um aliviada e disse: REFIRO-ME APENAS aos NOTICIÁRIOS e NOVELAS, que são produzidos aqui…
Gilda |

30 Comments

Filed under Sem categoria

Realpolitik-show da ILUSTRADA – Folha de Sao Paulo

MARCOS AUGUSTO GONÇALVES


Uma vez no poder, o PT se tornou uma máquina eleitoral conservadora; mas a culpa só pode ser da mídia

O ENREDO é péssimo e rocambolesco: um político provinciano de uma república sul-americana, ligado a um presidente neoliberal de direita que foi afastado do cargo por corrupção, ressurge como esteio parlamentar do governo de um ex-oponente, um sindicalista que criou um partido supostamente de esquerda e chegou ao poder prometendo ética e mudanças.

O partido e o governo do ex-sindicalista têm vários de seus membros julgados por corrupção na corte suprema da referida república, graças a denúncias de um ex-aliado da direita, que também fora íntimo daquele presidente afastado por corrupção. Para tornar essa sinopse um pouco mais vulgar, surge na mídia a história de que o político provinciano do início do enredo, que ocupa a presidência do Senado, teve uma filha fora do casamento e enviava dinheiro à ex-amante por meio de um lobista de uma grande empreiteira.

Em meio a todo esse lixo, que alimenta o reality show, ou o realpolitik-show da vida pública brasileira, insinua-se entre alguns políticos e intelectuais "de esquerda" a tese de que tudo, no final das contas, é culpa da "mídia", que não se conformaria com a eleição do ex-operário. Diga-se que os acusadores (e também o presidente) foram (e alguns ainda são) colunistas dessa mesma mídia -e a municiaram durante anos com denúncias contra políticos dos quais são hoje aliados.

Houve um tempo em que o PT fazia questão de se apresentar como paladino dos bons costumes republicanos e de se diferenciar daquilo que seus militantes chamavam de "política tradicional". Hoje, recebo e-mails de representantes da burritzia petista (já que a intelligentzia acabou) reclamando que a "mídia" não deixa claro que políticos de todos os partidos incorrem em falcatruas, não apenas os governistas.

Mas quem não sabe disso? E não é exatamente essa a questão? Que, uma vez no poder, o PT se tornou uma máquina eleitoral conservadora, passando a se comportar como as siglas que antes condenava? Que seu iluminado líder, tão estufado ao se referir ao presidente George W. Bush como "amigo", trata suas antigas crenças como bravatas?

Nossos narcisos lulo-petistas não gostam de ver nas páginas dos jornais escândalos semelhantes àqueles que aconteceram em governos anteriores. A grande competição, na realidade, é com a gestão de Fernando Henrique Cardoso, cuja superação os lulistas têm como ponto de honra. Mas, nessa competição de mediocridades, ambos, petistas e tucanos, mais parecem ser faces de uma mesma moeda -a da hegemonia política paulista no Brasil pós-ditadura militar.
Se FHC engatou o Brasil tardiamente no processo de estabilização das economias periféricas, Lula o vai engatando, também tardiamente, no ciclo de crescimento global. Tudo em ritmo lento. Filme de arte.

Alguém dirá que o governo do príncipe da moeda foi mais "republicano". Mas ao lembrarmos que FHC criou uma reeleição para si próprio, recorrendo ao jogo pesado, como divulgou a mídia (golpista?), essa suposta vantagem revela-se apenas mais uma quimera.

4 Comments

Filed under Sem categoria

do Ali Kamel, do Globo

Revolução Cultural na China

O que ensinam às nossas crianças

Não vou importunar o leitor com teorias sobre Gramsci, hegemonia, nada disso. Ao fim da leitura, tenho certeza de que todos vão entender o que se está fazendo com as nossas crianças e com que objetivo. O psicanalista Francisco Daudt me fez chegar às mãos o livro didático "Nova História Crítica, 8ª série" distribuído gratuitamente pelo MEC a 750 mil alunos da rede pública. O que ele leu ali é de dar medo. Apenas uma tentativa de fazer nossas crianças acreditarem que o capitalismo é mau e que a solução de todos os problemas é o socialismo, que só fracassou até aqui por culpa de burocratas autoritários. Impossível contar tudo o que há no livro. Por isso, cito apenas alguns trechos.

Sobre o que é hoje o capitalismo: "Terras, minas e empresas são propriedade privada. As decisões econômicas são tomadas pela burguesia, que busca o lucro pessoal. Para ampliar as vendas no mercado consumidor, há um esforço em fazer produtos modernos. Grandes diferenças sociais: a burguesia recebe muito mais do que o proletariado. O capitalismo funciona tanto com liberdades como em regimes autoritários."

Sobre o ideal marxista: "Terras, minas e empresas pertencem à coletividade. As decisões econômicas são tomadas democraticamente pelo povo trabalhador, visando o (sic) bem-estar social. Os produtores são os próprios consumidores, por isso tudo é feito com honestidade para agradar à (sic) toda a população. Não há mais ricos, e as diferenças sociais são pequenas. Amplas liberdades democráticas para os trabalhadores." Sobre Mao Tse-tung: "Foi um grande estadista e comandante militar. Escreveu livros sobre política, filosofia e economia. Praticou esportes até a velhice. Amou inúmeras mulheres e por elas foi correspondido. Para muitos chineses, Mao é ainda um grande herói. Mas para os chineses anticomunistas, não passou de um ditador."

Sobre a Revolução Cultural Chinesa: "Foi uma experiência socialista muito original. As novas propostas eram discutidas animadamente. Grandes cartazes murais, os dazibaos, abriam espaço para o povo manifestar seus pensamentos e suas críticas. Velhos administradores foram substituídos por rapazes cheios de idéias novas. Em todos os cantos, se falava da luta contra os quatro velhos: velhos hábitos, velhas culturas, velhas idéias, velhos costumes. (…) No início, o presidente Mao Tse-tung foi o grande incentivador da mobilização da juventude a favor da Revolução Cultural. (…) Milhões de jovens formavam a Guarda Vermelha, militantes totalmente dedicados à luta pelas mudanças. (…) Seus militantes invadiam fábricas, prefeituras e sedes do PC para prender dirigentes "politicamente esclerosados". (…) A Guarda Vermelha obrigou os burocratas a desfilar pelas ruas das cidades com cartazes pregados nas costas com dizeres do tipo: "Fui um burocrata mais preocupado com o meu cargo do que com o bem-estar do povo." As pessoas riam, jogavam objetos e até cuspiam. A Revolução Cultural entusiasmava e assustava ao mesmo tempo."

Sobre a Revolução Cubana e o paredão: "A reforma agrária, o confisco dos bens de empresas norte-americanas e o fuzilamento de torturadores do exército de Fulgêncio Batista tiveram inegável apoio popular." Sobre as primeiras medidas de Fidel: "O governo decretou que os aluguéis deveriam ser reduzidos em 50%, os livros escolares e os remédios, em 25%." Essas medidas eram justificadas assim: "Ninguém possui o direito de enriquecer com as necessidades vitais do povo de ter moradia, educação e saúde."

Sobre o futuro de Cuba, após as dificuldades enfrentadas, segundo o livro, pela oposição implacável dos EUA e o fim da ajuda da URSS: "Uma parte significativa da população cubana guarda a esperança de que se Fidel Castro sair do governo e o país voltar a ser capitalista, haverá muitos investimentos dos EUA. (…) Mas existe (sic) também as possibilidades de Cuba voltar a ter favelas e crianças abandonadas, como no tempo de Fulgêncio Batista. Quem pode saber?"

Sobre os motivos da derrocada da URSS: "É claro que a população soviética não estava passando fome. O desenvolvimento econômico e a boa distribuição de renda garantiam o lar e o jantar para cada cidadão. Não existia inflação nem desemprego. Todo ensino era gratuito e muitos filhos de operários e camponeses conseguiam cursar as melhores faculdades. (…) Medicina gratuita, aluguel que custava o preço de três maços de cigarro, grandes cidades sem crianças abandonadas nem favelas… Para nós, do Terceiro Mundo, quase um sonho não é verdade? Acontecia que o povo da segunda potência mundial não queria só melhores bens de consumo. Principalmente a intelligentsia (os profissionais com curso superior) tinham (sic) inveja da classe média dos países desenvolvidos (…) Queriam ter dois ou três carros importados na garagem de um casarão, freqüentar bons restaurantes, comprar aparelhagens eletrônicas sofisticadas, roupas de marcas famosas, jóias. (…) Karl Marx não pensava que o socialismo pudesse se desenvolver num único país, menos ainda numa nação atrasada e pobre como a Rússia tzarista. (…) Fica então uma velha pergunta: e se a revolução tivesse estourado num país desenvolvido como os EUA e a Alemanha? Teria fracassado também?"

Esses são apenas alguns poucos exemplos. Há muito mais. De que forma nossas crianças poderão saber que Mao foi um assassino frio de multidões? Que a Revolução Cultural foi uma das maiores insanidades que o mundo presenciou, levando à morte de milhões? Que Cuba é responsável pelos seus fracassos e que o paredão levou à morte, em julgamentos sumários, não torturadores, mas milhares de oponentes do novo regime? E que a URSS não desabou por sentimentos de inveja, mas porque o socialismo real, uma ditadura que esmaga o indivíduo, provou-se não um sonho, mas apenas um pesadelo?

Nossas crianças estão sendo enganadas, a cabeça delas vem sendo trabalhada, e o efeito disso será sentido em poucos anos. É isso o que deseja o MEC? Se não for, algo precisa ser feito, pelo ministério, pelo congresso, por alguém.

Esquerdopatia nas escolas, a nota do MEC, a educação no pântano

A questão em que toca Ali Kamel (ver abaixo) é séria, é grave. Ele diz que não vai importunar o leitor com Gramsci ou temas como "hegemonia". Entendi o que escreveu mais ou menos assim: "Não vou importuná-los com teorias; prefiro, no caso, demonstrar com as coisas funcionam na prática". E fez muito bem. O tal livro, que chegou a ser aprovado pelo MEC (ver adiante), não deixa a menor dúvida.Trata-se da mais rasteira doutrinação ideológica.

Qual é a tragédia no caso do ensino de história e de geografia? Kamel citou um caso. E, eu lhes asseguro que são centenas, talvez milhares. Por incrível que pareça, o comunismo é um sucesso entre nossos acadêmicos. E da pior forma possível. Olhem aqui: falo do que li. Karl Marx é leitura difícil, pedregosa. Boa parte dos nossos "inteliquituais" de esquerda ignora o que ele escreveu. Começo pelo óbvio: ele nunca teve do capitalismo o ódio que esses bocós demonstram. Ao contrário: entendia-o como um desdobramento positivo, virtuoso, da marcha da humanidade (aí vem o delírio) rumo ao socialismo. A sua posição em relação ao capitalismo não era judiciosa ou moralista nem quando se comportava apenas como militante comunista. Cínico, sim; tonto, não.

Mas o que sabem a respeito esses coitados que escrevem esses livrinhos? Nada! Formados com leitura de segunda mão para eles, basta que o aluno seja induzido – se possível, abduzido – a odiar "o capitalismo". Faz parte da guerra de valores. Se essa gente não leu Marx, também não leu Gramsci. Não a canalha festiva ao menos. Mas alguns leram. Nos Cadernos do Cárcere, há anotações sobre educação, de que já tratei aqui e num artigo da VEJA. Na visão gramsciana, fazia parte da construção da "hegemonia" a destruição, é claro!, dos valores burgueses. E assim como se faz nesses livros: desmoralizando o inimigo.

comentario de Rubens Leitão:

quanto ao livro didático comentado por Ali Kamel,engrosso a lista dos se rebelam contra este tipo de comportamento que é anestesiador, comunista em sua pior vertente que é a da mentira oficial. A única que eu vejo positivo não, mas de patético é que esses imbecis estão fazendo isso com quem é incapaz de compreender o que está escrito. Mas eles fazem parte do aparelhamento do estado brasileiro que vai custar a ser desmontado. aprendi contigo que não existe uma verdade que tudo tem que ser analisado, e deglutido e que cada um é único e que não tem que aceitar nada como verdade absoluta, que eu sou um resultado de uma série de informações analisadas e filtradas por mim mesmo, não importa de quem venha essa informação, não existem dogmas.
rubens

e do Sergio Penteado:

Inacreditável ! E ainda hoje eu escrevia nesse blog sobre educação das crianças. Mas agradeço a Ali Kamel por nos alertar e nos conscientizar para a crítica desse lixo ideológico. Absurdamente, esse texto "didático" utiliza critérios democráticos para defender historicamente os regimes opressivos que justamente invibializaram e destruiram a democracia na história e massacraram milhões de seres humanos. Quando me referia à autodeterminação e á iniciativa que devemos ter (os pobres, inclusive, seu pedro morares, eu tinha exatamente em mente o risco da tal "tutela" que o Estado ou quaisquer interesses de editoras ou de políticos no poder exerce sobre quem não tem absolutamente qualquer parâmetro crítico. Melhor sebo do que isso, sem dúvida. Nessas horas, penso na similaridade, por exemplo, com o governo de Chávez na Venezuela, que impõe um novo currículo escolar omitindo e excluindo períodos históricos,bem como "revendo conceitos", como a supressão dos mestiços. Nós ainda chegamos lá!

22 Comments

Filed under Sem categoria

AND, THE WINNER IS !

Acting award do Blog do Gerald de Setembro/07
CONCORRENTES
Renan Calheiros, por sua interpretação em "Temente a Deus e Recompensa na Terra mesmo"
Gerald Thomas e Sérgio Penteado, por sua interpretação de "Lampeão e Corisco"
Jorge Schweitzer em "Táxi Driver sem rumo mas sempre "ixpérto"
– "Felipe Hirsch, em "Doublé de Vampiro"
Fabi e Gansão Swan Panchito em "Earth in Trance, o Retorno"
Luiz Hilário em "Algo de podre no Reino da Dinamarca"
AND, THE WINNER IS :
O LEITOR, POR FINGIR QUE NADA ESTÁ ACONTECENDO !!!!!!!!!!!!!!!
Comentário do leitor Tales
Ahahaah! Ótimas piadas! Mas Gerald vamos ajudar a engrossar as fileiras dos manifestantes aqui no Brasil. A gente tem que organizar alguma coisa!
…e do Peter Punk
Bumba , bumba !!Gerald ,muito interessante essa reflexao sobre o repertorio ja que ele eh "incentivado" em varios editais de estatais e que tais(ai, ai ,ais)e tem essa folclorica sim! vamos mostrar um matuto aqui , uma mula sem cabeça ali , quem sabe um mamulengo…Fantastico esse premio .. todos muito bem em seus papeis.. agora minha simpatia eh sua , de sergio e jorge . Renan e lula sao ums bufoes ne ? .. tem que levar umas tortas na cara..
responde Jorge Schweitzer
Os concorrentes são fortíssimos… E eu deveria estar devidamente excluído deste ranking por absurda inaptidão de fazer frente a estas pessoas tão competentes em suas performances… Quanto ao Renan, é primordial deixar esclarecido que ele é um homem inocente… Inocente e corno… Não é possível que ele acredite que nem uma rotunda Mônica Lewinsky (quanto mais uma Veloso toda-toda) 'havéra' de se deslumbrar por um sujeito desproviso de fina estampa e com linguajar paraíba retroflexo que necessita de tradudor para entender o quê o desgraçado balbucia igual um trouxa babaca… Outrossim, outronão, fundamental acentuar-se que Lula é um ser ininputável (importante: nada a ver com sujeito frequentador de puteiros as margens do Paranoá atendido por meninas da Jeanne Mary Córner) não responsável por seus atos já que alienado da vida civilizada e vive em constante estado de torpor alcóolico que lhe proporciona delírius tremulus e visão turna de uma Alice… PUERRA GERALD, ACABOU O PAPEL
…e o Sergio Penteado
Acho que vamos ter que fazer uma recontagem de votos nessa apuração; o LEITOR tem sido nota dez !

14 Comments

Filed under Sem categoria

Por Sergio Penteado

Queima de livros pela "Hitlerjügend", Alemanha, década de 30
Carlos, Gerald, Peter, etc.: Deixar de exercer um talento-escrever-é fazer o jogo desses caras, caramba! É alguma coisa como ver esses caras que circunstancialmente nos governam massacrar a mídia, como o foi na década de 30 na Alemanha nazista, em que a hitlerjügend fazia aquelas enormes fogueiras queimando os livros "subversivos" e "antialemães", enquanto pegavam e linchavam os judeus! NÃO PAREM, PORRA! Eu me recordo de uma história ilustrativa. Um cidadão do Reich solitário e acuado em sua casa dizia :"Há um ano, pegaram o cara da rua em frente, nada fiz porque não é problema meu; mês passado pegaram o a família do meu lado, o que eu tenho com isso? Semana passada, pegaram meus vizinhos, mas azar deles; e agora eles estão aqui para me levar, e não existe mais ninguém que possa protestar. Se todos os que vi sendo levados aos campos de concentração ainda estiverem lá quando eu chegar, vamos todos estar reunidos, impotentes, esperando a nossa hora de sermos exterminados".Pensem bem !
Sérgio

Carlos responde (gracas a…)
Gerald, Sérgio:primeiro obrigado ao Gerald pelo PS. Venho aqui como tantos outros porque encontramos um canal pra expor nossas frustrações com o que está aí fora. Mas tem hora que fica complicado até ter energia pra discutir. No meu caso, foi uma coisa totalmente imprevista o que houve. Não faz sentido eu dar detalhes porque é algo privado, envolvendo coisas banais do dia a dia. Mas quando senti a intolerância da pessoa, justificando uma atitude totalmente surreal porque era o Ramadan, sem dar o mínimo de atenção o quanto aquilo estaria me prejudicando, confesso que a perplexidade e a desesperança bateram forte. Achei, sinceramente, que tínhamos superado essas porcarias, ao menos entre pessoas consideradas mais cultas. Mas não. A contaminação é generalizada.Ficou ainda mais claro, hoje, mesmo sendo um exemplo pequeno no meio de tanto sangue e ódio, o porque vivemos nesse mundo tão lamentavelmente distorcido pelas religiões e suas leviandades. Estou perplexo, ou melhor, ainda mais.
Carlos

Resposta de Sergio Penteado a Pedro Moraes
pedro moraes,

Em primeiro lugar, já que nós (acho que você não se inclui no grupo, já que não sente culpa e está acima de opiniões "burguesas"), exceto a parte da população "consciente", que, como você e a Marina Salomon, estamos a distribuir brioches para a população, creio que cabe (mais uma vez) um esclarecimento.

Não sei exatamente o que você propõe, que ao invés de só assistir futebol e programas de auditório, os teus tutelados passem a consumir as verdades oficiais em órgãos de imprensa do estilo "Granma", que divulgue as "verdades oficiais" divulgadas por políticos que você talvez admire e que na calada da noite nos sacaneiem, como aconteceu agora.

A vantagem da "grande mídia" é que eu acho que ela ainda oferece opções para se comprar ou não o que ela veicula, a menos que talvez você defenda o controle da imprensa, como de resto esse governo já tentou fazer, quiçá apenas alguns Paulo Henrique Amorins da vida pegarem um carguinho no Ministério e criar um "Novo Diário Oficial".
Sergio

final de dia: Carlos responde
Carlos] [Brasil]
Pois é Sérgio: foi um dia de porradas e mais porradas. Cara, estou escrevendo porque tenho esperança que com muito diálogo a coisa que passei hoje ainda possa reverter. Mas talvez eu esteja sendo apenas ingênuo demais. Costumo achar que, mesmo dentro do meu pessimismo, as coisas podem melhorar quando há algum tipo de racionalidade. Mas quando levo uma bomba de caráter religioso como hoje, em pleno 1007, abre-se o chão e só enxergo o abismo. Não dá pra ter forças contra séculos e séculos de nonsense. E mudando para o assunto dos sebos: saiu ontem que numa pesquisa sobre investimento em educação envolvendo 34 países; o Brasil ostentou o último lugar. E anteontem Lula, da Espanha, diz que vai repor e atualizar todo o material bélico do país. Prioridades? Aí está a resposta. Marina Solomon: há uma discussão rolando nesse blog que vem de meses, senão anos. O que o Sérgio falou vinha de um contexto bem mais amplo que nos remete a dezenas de mensagens já escritas por ele e tantos outros.
Carlos

de Pedro Moraes
O Sr realmente não entendeu nada do que escrevi. não defendo exclusão alguma, e não chamei ou chamaria alguém de artistazinho. Minha revolta foi justamente direcionada a essa estereotipação ridícula do brasileiro. A idéia de que o povo não tem a "desculpa" da desinformação por existirem os maravilhosos sebos é que é notavelmente absurda. Eu compro e comprei em sebos a vida inteira, isso não tem nada a ver com a história. Agora deixo disto, que discutir em blog alheio sobre brioches e sebos é fim de carreira. Passe bem.
pedro moraes

Marina Salomon tambem responde
O que eu me pergunto é como permutar livros se não nos é ensinado a ler. O sistema de ensino está ultrapassado e não estimula a nenhum tipo de reflexão ou questionamento. Seria bom perguntar quantos livros crianças e adolescentes lêem por ano numa escola – pública ou particular – brasileira. Como trocar livros, ir a uma biblioteca, comprar livro em sebo (sim Dani, eu sei o que é um sebo, mas vc parece não saber o que é ironia) quando é urgente começar a trabalhar aos onze, doze anos de idade? Como parar para ler quando se tem filhos aos treze anos? e esse índice aumenta a cada ano. Volto a dizer que, obviamente, exceções existem e este interesse muitas vezes se desenvolve sem nenhum estímulo externo. A informação está, de certa forma, disponível sim para quem a buscar. Mas quem quer buscar? Como estimular o interesse dessa procura? Aonde isso nasce. A quem interessa ou não estimular isso?
Marina Salomon

de Mau Fonseca
Nem se a educação fosse melhor estruturada as pessoas leriam. Nem se as diferenças sociais fossem menores no Brasil ou num microcosmo – "baixada fluminense ou Diadema" as pessoas estariam interessadas em ler. A massa escolhe sempre a mediocridade. FALEI, PRONTO

28 Comments

Filed under Sem categoria

Por Marina Salomon: The difference between Brasil and U. S.

As pessoas não saem das suas casas para ir a lugar nenhum. O protesto tem que ir até elas!!!!!!!! Na praia?
Como assim? Protesto? De quem? Quem está interessado em protestar?
Fiquei um pouco indignada com os comentários no seu Blog.
Neguinho ta falando de pobre comprar livro em sebo!!!!????
As pessoas não sabem ler. As pessoas não sabem falar. A classe média não foi à aula de Reading and Comprehension. Estatisticamente pouquíssimas pessoas entendem de fato o que lêem, quando lêem.
Eu luto diariamente para que a babá que me ajuda com os meus filhos gêmeos fale o plural corretamente para q eu não fique desdizendo ela na frente deles.
E neguinho fala em SEBO!!!!!!
Sebo é aquela merda que as pessoas colocam na comida na falta de azeite grego extra-virgem e do óleo de canola.
Que loucura! Enquanto a própria classe média INSISTE em não conhecer Haroldo e Augusto de Campos, Helio Oiticica, Ligia Clark para citar os mais óbvios, neguinho falando de SEBO!!!!!!!!
Como se de fato fosse uma opção, entre a cerveja e o sebo. Não, não é uma opção. As pessoas NÃO TEM opção. Não há informação. Não há escola. Não há porra de cultura que chegue nas pessoas nesse país. Exceções, sempre existem e sempre tem um ou dois que conseguem furar o muro blindado. É só.
E ainda estão tentando resolver a fome. Fome só se resolve com opção. Vc só se nutre se comer vegetais de cores diferentes, proteínas e carboidratos. Se comer sempre a mesma coisa não há nutrição.
Portanto o que a gente vive é a mais cruel desnutrição: física, psíquica, intelectual e artística. Não se resolve um país com a fome do estômago.
Nosso Ministro da Cultura é que está nos matando a todos, independente se ricos ou pobres, medíocres artistas e intelectuais, gênios da raça.
Enquanto pensam em Renan Calheiros, Gilberto Gil enche a pança fazendo shows por aí e lotando seu trio elétrico. E ninguém fala nada.
Não sei que texto é esse do Gabeira. Também quero ler, mas não sei nem onde procurar.

Um beijo pra vc,
Marina Salomon


resposta de Sergio Penteado
Tuas fotos dizem tudo, MARINA SALOMON, mas com teus dizeres eu é que fiquei puto!!! Eita, lá vamos nós ! Não sei se a Marta Salomon vai ler o que estou escrevendo. O "neguinho" que diz que pobre deve compra livro em sebo por acaso sou eu. Sei lá o que acontece, parece que tá todo mundo nervoso. Caramba, vão ficar nervosos com a situação e não com o que eu digo sobre a necessidade das pessoas TEREM ATITUDE! Não é preciso fazer proselitismo assistencialista. Tudo bem, não precisa comprar livro em sebo se não tiver dinheiro, mas podem ir à uma biblioteca, tá bom assim ? Você, Marta Salomon, fala tanto da passividade das pessoas aqui no Brasil e acaba por justificá-la com sua colocação ! Ao invés de comprar livro em sebo, pode permutar livros velhos, trocar idéias, buscar informação, será que isso é tão difícil de entender ? Essa tutelagem dos pobres é que de fato me deixa puto, parece que nós (eu inclusive) temos que ficar dizendo o que devem ou não devem fazer. ACORDEM PORRA !
Sérgio
do Carlos
Peter Punk, pois é, o blog mexeu rapidamente nesses dois últimos dias. Cara, baixei a guarda e meio que entreguei os pontos. Acho que existe limites na vida de cada um para o quanto você consegue tolerar. Obviamente sou um cético, mas um cético querendo estar errado a todo momento. Quando o ceticismo é justificado incondicionalmente, aí bate a perplexidade e sente-se fraco demais. Não mudei, vou continuar no caminho. Torço para que o fanatismo e a intolerância boçal e estúpida que senti na pele ontem tenha sido um caso isolado. Torço para que o indivíduo em questão e que sua estupidez não sejam sintomáticos de toda uma geração que está prestes a tomar o lugar dos mais velhos e renovar um câncer cada vez mais perigoso.
Carlos

22 Comments

Filed under Sem categoria

Se entrega, Corisco!

Do blog do Reinaldo Azevedo (http://veja.abril.com.br/blogs/reinaldo/)

Gabeira e a campanha "Se entrega, Corisco"

O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) disse hoje que começa esta semana uma campanha em prol da saída do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), absolvido na quarta-feira passada em sessão secreta do Senado Federal no processo de perda de mandato por quebra de decoro parlamentar. "O clima político está péssimo no Brasil porque o Senado decidiu secretamente, escondido, ir contra a vontade popular. Por isso, nos compete iniciar uma campanha na sociedade para derrubar o Renan Calheiros", destacou Gabeira, que participou, hoje, na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), de audiência pública sobre as mudanças climáticas.

Durante o evento, Gabeira fez duras críticas à absolvição de Calheiros. "O Congresso está sufocado e o Senado está dirigido por uma quadrilha. A corrupção tem um peso grande e um alto custo", destacou, reiterando que os interesses do País só serão conduzidos de maneira efetiva "se for reduzido o poder da quadrilha que domina o Congresso Nacional". O parlamentar lamentou, ainda, que 85% da pauta do Congresso é dominada por medidas provisórias do governo.

Ao falar da campanha para saída de Renan Calheiros, Gabeira citou a reunião da frente parlamentar em prol da luta pelo voto aberto, que ocorrerá amanhã. Gabeira acredita que há condições de se obter na Justiça a decisão favorável para que a próxima sessão de julgamento de Renan Calheiros (outros processos pendentes) seja aberta. "Também estou desenvolvendo uma campanha popular na internet denominada 'Se Entrega Corisco' para mostrar que Renan deve sair", emendou o deputado.

Gabeira falou ainda que é contrário à prorrogação da CPMF. "Eu vou votar contra", adiantou e voltou a criticar a absolvição de Calheiros: "Não se deve negociar a cabeça de Renan Calheiros pela CPMF. Deve-se votar contra o Renan e contra a CPMF", frisou.

Glauber Rocha no Senado: "Se entrega, Corisco"

Othon Bastos no papel de Corisco

O lema de Gabeira para "pegar" Renan Calheiros, lembrou bem a jornalista Lúcia Boldrini, é o mote da música "Perseguição", de Sérgio Ricardo e Glauber Rocha, trilha do filme Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber, feito em 1963 e exibido em 1964. É assim:

Se entrega Corisco!
Eu não me entrego não
Eu não sou passarinho Pra viver lá na prisão

Se entrega Corisco eu não me entrego não
Não me entrego ao tenente
Não me entrego ao capitão

Eu me entrego só na morte de parabelo na mão
Se entrega Corisco
Eu não me entrego não! Eu não me entrego não
Eu não me entrego não.

A brincadeira é boa, mas pode ser um pouco condescendente com o jagunço de terno. Por que digo isso? Segue a síntese do filme, para quem não viu, que está no site Tempo Glauber:

O argumento de Deus e o Diabo na Terra do Sol é uma síntese de fatos e personagens históricos concretos (o cangaço e o mandonismo local dos coronéis no Nordeste, o beatismo ou misticismo de base milenarista, a literatura de Cordel, Lampião e Corisco, Euclides da Cunha e Guimarães Rosa, Antônio Conselheiro e Antônio Pernambucano (jagunço ou assassino de encomenda de Vitória da Conquista). O vaqueiro Manuel se revolta contra a exploração de que é vítima por parte do coronel Morais e mata-o durante uma briga. Foge com a esposa Rosa da perseguição dos jagunços e acaba se integrando aos seguidores do beato Sebastião, no lugar sagrado de Monte Santo, que promete a prosperidade e o fim dos sofrimentos através do retorno a um catolicismo místico e ritual. Ao presenciar o sacrifício de uma criança, Rosa mata o beato. Ao mesmo tempo, o matador de aluguel Antônio das Mortes, a serviço dos coronéis latifundiários e da Igreja Católica, extermina os seguidores do beato. Em nova fuga, Manoel e Rosa se juntam a Corisco, o diabo loiro, companheiro de Lampião que sobreviveu ao massacre do bando. Antônio das Mortes persegue de forma implacável e termina por matar e degolar Corisco, seguindo-se nova fuga de Manoel e Rosa, desta vez em direção ao mar.

Num artigo de16 de agosto de 1964 no semanário L'Expresso, o escritor italiano Alberto Moravia (1907-1990) escreveu o seguinte a respeito do filme:

"Assim, o Santo Sebastião e Corisco representam Deus e o diabo, ambos deformados e transtornados pela solidão do sertão. De maneira característica, a solução do problema social representado por figuras como o Santo Sebastião e Corisco é confiada à carabina infalível de Antônio das Mortes, matador profissional, figura sinistra, melancólica e lógica de assassino visionário, o qual imagina que, uma vez eliminados o diabo (Corisco) e Deus (o Santo Sebastião), haverá então a guerra de libertação, ou melhor, a revolução, que redimirá o sertão. É assim que Antônio das Mortes fulmina o profeta e o bandido. Manuel, símbolo do povo brasileiro, escapa, testemunha viva da verdade das teses do filme."

O Corisco de Glauber não deixava de ser produto de um conjunto de circunstâncias que não dependiam de sua escolha, como um mandacaru. O Corisco do Senado já é o resultado de uma visão bem mais cínica, planejada. E não será eliminado por Antônio das Mortes. Tem de ser banido pela lei.

Se entrega, Corisco!

desabafo do Carlos
Senhores, senhoras: parei. Pelo menos por um tempo. Acabo de ter uma experiência inacreditavelmente patética com um indivíduo por causa do tal Ramadan. Estou fora. Paro de escrever nesse blog e em qualquer outro. Estamos andando pra trás e as novas gerações crescem já como um grande fiasco. A resistência é pequena demais…workshops aqui ou ali…desculpe, mas são afogados num mar de canalhice e estupidez. Nunca pensei que o fanatismo religioso fosse estar tão perto de mim, agora acabou me afetando mais do que diretamente. Coisa do dia a dia, mas suficiente pra me deixar perplexo e totalmente sem esperança. Achava que minha geração seria diferente. E realmente o é: só que pra PIOR. Desculpem o desabafo fora de hora. Muçulmanos, judeus, cristãos, religiões de todo tipo: parabéns por destruírem nosso mundo. Parabéns por levarem a estupidez a nível tão pateticamente alto. Até breve a todos.
Carlos

PS do Gerald
Carlos, nao pare> ou melhor, faca como achar melhor/ eu tambem penso o mesmo umas 10 vezes ao dia. Acabo de receber um email de um professor ACCABANDO comigo, porque eu havia "criticado o "seu pais" ou seja, o Brasil (eu, Gerald, tambem sou Brasileiro!). Mas as divisoes etnicas, culturais, religiosas, naionbalistas, xenofobicas estao, de fato, ANDANDO pra TRAS mesmo! O Ministerio da Cultura Gil, por exemplo, so aprovou projetos Bumba meu Boi pro exterior! Ta bom! Vamos ver ate onde e quando o "exterior" vai aguentar essa goela de ganso e ser forcado a essa falsa primitividade! Ate quando? LOVE Gerald

14 Comments

Filed under Sem categoria

O Brasil sagrado dos nossos sonhos

New York – Eu ja nao sei com que cara eu encaro um artigo dirigido a um publico brasileiro. Estou, como dizer, "entre mundos". Esse artigo aqui, escrito e reescrito varias vezes (ate quase deletado foi) ja teve varias caras, varios formatos. Me sinto numa urgencia – e ao mesmo tempo redundancia – de comentar os recentes eventos politicos no Brasil. Mas pra que?
Em que era vivemos? "Estamos num time loop"? ja que sempre ouvi, desde crianca, que o Brasil seria o pais do futuro, "gigante adormecido", etc. Mas ate quando se acreditou nessa lorota? Ate que um dia De Gaulle chegou e disse que o Brasil nao era um pais serio. E as massas tambem repetiram essa maxima. Tudo eh sempre uma maxima, mesmo que minima, mesmo que minimize a auto-estima do brasileiro: numa breve troca de emails com um amigo sobre a diferenca entre epoca e paises (aqui e ai) dizia-se que os USA matam fora de seu pais, mas a favor de seus habitantes. O Brasil nao esta nem ai pra seus compatriotas.
Nao, nao vou entrar nessa de comparar epocas. Quem sou eu ne?

Tem tanta gente mais qualificada fazendo isso. Tanta gente mais informada escrevendo sobre isso, digo sobre essa SUJEIRA politica nos paises que amamos: tanto aqui quanto ai. Os "experts".

Enquanto escrevo, milhares de pessoas PROTESTAM nas ruas de Washington DC contra o Governo BUSH e sua politica de Guerra. Entre os palestrantes, Ralph Nader. Milhares deitam nas ruas, emulando os mortos nas ruas do Iraque. Esse eh o sistema de PROTESTO, assim como a musica de protesto, assim como a literature de protesto, assim como o teatro de protesto. Sobre a arte de protesto, ou sobre o autismo (uma forma de protesto contra o ato de viver) ah, sobre isso eu sei escrever, falar.

Mas sei que nao sou bom pra falar de politica interna Brasileira, mas afirmo categoricamente que politica, seja ela Britanica, Brasileira, Ucraniana, Russa ou sei la o que me da engulhos! Uranio processado, metamorfoseado (por Kafka ou nao), Weapons of Mass Destruction existentes ou nao, qualquer motivo eh motivo pra que governos entrem, matem e facam LUCRO. Las Corporaciones.

Renan? Demorou uma enormidade pra que eu entendesse quem ele era, de fato. Ate hoje estou um pouco confuso! Mas ouvir falar que Gabeira foi esmurrado e que nao deixaram ele entrar no seu proprio Congresso ao qual foi eleito, ah isso me tira do serio. Ainda procuro a coluna dele, e ainda me prometem ela, mas nada chega ate a mim.

Eu sou bom pra falar de coisas genericas, minhas "caminhancas" pelo mundo. Mas noto que quando a materia nao eh diretamente ligada a assuntos que nao falam diretamente sobre and about Brasil, eles NAO tem repercussao: esse era o tema principal dos workshops tanto no Rio quanto SP. O Brasil olha pra dentro. So olha pro seu proprio umbigo e o "mundo" esta Escondido na pagina 19 dos jornais.

Sobre Renan nada sei e nada posso falar: sobre John McCain e Barak Obama posso escrever um papel higienico inteiro se quizerem. Mas aos brasileiros isso nao interessa. O Brasil olha pra dentro. Se "suficia". Na verdade, o Brasil eh um pais imaginario. E quem o imagina – ate a semana passada – ainda vivia uma utopia. Acho que agora, de vez, essa utopia esta enterrada e, quem sabe ate cremada. Ashes to ashes.

Mais importante eh berrar e saber berrar. Pensem bastante naquele Brasil que ja foi. Fechem os olhos e reflitam. Pensem bem na fome e no enorme desemprego e no crime em todas as esquinas e no medo! Quando falam pra voces que o Brasil eh como os outros lugares, MENTITRA! Pensem no MEDO que se sente no Brasil o tempo todo. E todos o sentem, desde o pobre ate o rico, desde a policia ate o trafica, ate aquele que pratica o MEDO! Pensem no MEDO em se fazer qualquer coisa. No medo da policia. Na precariedade de tudo. Na precariedade da educacao, do sistema medico, da analfabetizacao, na miseria mesmo. Pensem no coronelismo, nos marajas, nos ricos, nos super-ricos e nos milionarios ostentando suas enormes riquezas. Pensem naqueles miseraveis posando com seus 10 filhos raquiticos do lado de uma caveira de vaca no interior dos interiores. E pensem que o Brasil esta no imaginario de voces, assim como o artista Arthur Bispo do Rosario imaginava estar embarcando num manto de Jesus para o "sempre eterno".

Entre tantas promessas de "nascer", o Brasil nunca nasceu. Ele esta dentro de nos, Escondido em algum lugar sagrado ,sera? E os recentes escandalos, como as CPIs que nao deram em nada, os Dirceus que o povo ira esquecer em breve, assim como os Collors e os Malufs que foram re-eleitos, os Renans, etc, esses sao somente escandalos recentes numa triste historia frustrada, abortada, cortada e queimada como um filme pelo meio. Fechem os olhos e se lembrem do melhor do Brasil ja houve e guardem ele dentro de vossos sonhos. Esse que voces estao se lembrando agora, esta indo ao encontro dos ceus, no manto sagrado de Arthur Bispo do Rosario.

Gerald Thomas



comment-clip de Sergio Penteado

toda essa condição de pobreza não absolve os mais diretamente interessados em sair dela, isto é, os próprios pobres, de ficarem num domingo à tarde como esse de assistir idiotices televisivas de auditório…"ah"…mas vão dizer os que sempre falam em nome do povo…"as condições de miséria não permitem que as pessoas carentes tenham outra opção…" STOP ! Parafraseando Pancho, o cisne de linda plumagem…ERRADO ! Elas têm, sim..um bom livro no sebo custa baratíssimo, é só se dar ao trabalho de ir atrás de informação e estudo, cerveja é mais caro. Mas, se puder fazer uma crítica na boa pra você, Gerald, sua distância em relação ao que podemos definir como Brasil é grande. O Brasil não é o quadrilátero do Sesc Consolação ou do Cal, e para aqueles que não o compreendem (e não de forma intencional, diga-se), tanto faz se você aí mora no Soho ou no Upper West Side, é tudo a mesma coisa, eu sou da elite branca e você um americano arrogante e metido! Injusto ? Eu acho! Eles acham
Sérgio

e do Carlos

Será que alguém poderia explicar isso: "Nos anos 70, tínhamos usinas modernas que fabricavam blindados. Mas elas foram destruídas. O Brasil deve voltar a ter tudo o que tinha e recomeçar a construir suas usinas de material de guerra", declarou Lula – notícia que acabo de ler nesse 16 de Setembro de 1007 (hum mil e sete). Seria isso parte do FOME ZERO? Chumbo na chapa no café da manhã e pólvora ao gás mostarda no almoço. Pro jantar, granadas empanadas e carabinas ao molho blindado. Socorro…

do Peter


Pro lixo com todos esses slogans do tipo " país do futuro"!! Isso eh como " o brasileiro não desiste nunca" que justaposto ao "brasileiro não tem memória" dá : o brasileiro insiste sem saber no que insiste e nem por que . E como brasileiro insisto : não há nenhuma novidade em nada disso , em nada disso!!Nada disso caiu como um ET no nosso destino . Isso eh a politica brasileira só que sem nenhuma sofisticação intelectual de outras epocas . O senado já assegurou a unidade do país e por isso sempre foi o lugar dos mais estranhos acordos.Hoje temos uma imprensa alerta e sabemos mais.A reflexão necessária sobre o que realmente significa este momento em que estamos, sobre o simbolo Lula e seu governo , os miseraveis terem o que comer etc.. tem que ser feita tendo em vista a nossa história . Sem pensarmos que somos outros .Um pouco do passado na porra do país do futuro.
peter punk

23 Comments

Filed under Sem categoria

alguem me arranja o texto do Gabeira

e do Jabor, por favor!
LOVE
Gerald

10 Comments

Filed under Sem categoria

esse Blog e seus comentaristas

Blog

Eh o seguinte:

O Blog ja teve varias caras, varios formatos. Assim como eu ja tive varios espetaculos em cartaz desde 1 de fev de 2004, quando ele surgiu.

E surgiram uma enormidade de blogs. Foi quando surgiu essa enormidade de TUDO, inclusive dessa SUJEIRA politica nos paises que amamos: aqui e ai.

Mas sei que nao sou bom pra falar de politica interna Brasileira. Nao entendo tanto (ou nada, ou quase nada) quanto tantos genios que leio pela internet. Renan? Demorou uma enormidade pra que eu entendesse quem ele era, de fato.

Eu sou bom pra falar de coisas genericas, minhas "caminhancas" pelo mundo. Vcs notaram que o artigo "Made in China" teve chamada na capa do UOL o dia inteiro e nao linkaram com o blog? . O pessoal do UOL poderia ter blogado o artigo cedo de manha……(eu nao sabia que iria ser publicado na terca)……

Mesmo assim, o que nao fala diretamente sobre and about Brasil NAO tem repercussao: esse era o tema principal dos workshops tanto no Rio quanto SP. O Brasil olha pra dentro. So olha pra dentro.

Sobre Renan nada sei e nada posso falar: sobre John McCain e Barak Obama posso escrever um papel higienico inteiro se quizerem. Mas aos brasileiros isso nao interessa. O Brasil olha pra dentro. Se "suficia". Eu estou decepcionadissimo com o Blog, ou melhor, com a inatividade ou passividade dos comentarios. Recebi, como vcs tambem, um longo email que parece ter sido assinado pelo Jabor maravilhoso. Nao sei se eh dele. Ela ja mandou, diversas vezes, um disclaimer, dizendo que esses que circulam pela internet, nao sao dele. Nao sei.

Sobre Paulo H Amorim eu conheco esse imbecil desde que era correspondente da Globo aqui em NY e tentava imitar o Francis. Era patetico. Fez materia comigo quando eu e as Fernandas estreavamos no Lincoln Center. Dei de cara com ele varias vezes no UOL. Pra que dar tanta atencao pra imbecis????

Mais importante eh berrar e saber berrar.
Em casos de politica brasileira, te confesso que nao sei: nada sei. So entendo das merdas do MinC e ja basta. Nao acho que Renan seja caso unico, existem as CPIs que nao deram em nada, os Dirceus que o povo ira esqueer em breve e os Collors e os Malufs que foram re-eleitos. O Brasil tem que se dar conta de que se elege sem o menor escrupulo. Isso esta na veia brasileira, talvez, portuguesa, talvez italiana, talbvez com DF la afatstada de tudo….isso tenha se agravado.

Eu estudo, particularmente a politica em paises de 1 mundo. Pra que perder tempo com coisas efemeras??? Por favor, se oloquem nessa minha cadeira aqui em Manhattan. Olhem o Brasil como se fossem um investment banker ou alguem do Pentagon: so dando gargalhadas pra isso que o Ivan Lessa chama de bananao!!!! Eh de morrer ou de morrer de rir mesmo porque em toda republiqueta de banana deve ser igual. Nos eh que nao tomamos conhecimento dos conchavos do que acontece em Belize ou na Nicaragua, Mas deve ser igual.

Por mais MERDA que seja o Bush (e ontem ele falou duas horas pra nacao – mas aqui ainda ha uma nacao!), houveram debates, ridicularizacoes e depois eu vi um programa emocionante sobre como e onde comecou a tragetoria de Bob Dylan. Emocionante. Eu, por exemplo, nao sabia, que Dylan havia cantado lado a lado com Dr Martin Luther King naquele episodio em DC….
Eh linda, triste, tragica, violenta a historia dos EUA. Vietnam foi horrivel e Dylan com Baez cantavam contra isso: Matanca de criancas pelos GIs etc….
e os reporteres como Ed Bradley, Rather e Cronkite nada podendo fazer….ali … passivos assim como hoje as tvs e internet exploram, em outro nivel o Iraque, passiveis.

Mas falar ainda de Lula? Ele venceu!!!! Seja la atravez de qual falcatruas, ele venceu! . Renan VENCEU tambem. Atraves de conchavos nojentos etc….diferentes do Senador Craig, expulso faz duas semanas (Republicano) por estar "pegando" rapazes num banheiro em Washington DC. Aqui, a expulsao eh por muito menos.
OU SE FAZ A REVOLUCAO ou se fica quieto, Ou se escreve pra liberar a consciencia. Estou cansado . Muitissimo cansado.

Gerald Thomas

PS: peguei um detalhe dos comentarios do Sergio Penteado e postei aqui embaixo: o resto esta nos comentarios (maravilhosos!!!)

"Vergonha de ser brasileiro, cara…vergonha de ter me atrevido a pensar que o Shana Tova de ontem abriria algum recomeço de esperança, de uma nova configuração representativa, em uma República minimamente decente…número emblemático esse, de 40 ladrôes venerando um Ali Babá arrogante, voto dele incluso, deliciando-se com a retirada dos microfones do Senado, com macacos espancando deputados, usando armas de choque, Gabeira despenteado, impotente… Com uma esquerda dessas, quem precisa de direita ? É de chorar ver Ideli Salvatti e Aloísio Mercadante, a cortesã e o alcoviteiro, cabalarem votos para o coronel Canalheiros, aquele que posa com a gorda esposa da Liga das Senhoras Católicas defendendo "valores" como a família, depois de se enfronhar com a amásia Mônica Veloso, com o nosso patrocínio. E ainda vai à missa com cara de santo, dizendo que a democracia triunfou e não guarda rancores. Desatamos o verbo, vomitamos linhas e linhas de pensamentos inúteis "(continua)…
Sérgio Penteado

e do Mau Fonseca
Tudo começa pelo 7 de setembro. Da mentirada contada em livros e reconstituições jornalisticas e televisas, por redes de TV do farsesco episodio do "diga ao povo que fico" do Pedroca, que na verdade foi uma grande negociata envolvendo Portugal, Brasil e Inglaterra, o q fez o Brasil contrair toda divida externa de Portugal, em troca, dando a suposta independencia. O brasil assim, tornaria liberto, mas com uma bela divida externa portuguesa herdada ainda dos tempos napoleonicos. Nao houve sangue, nem a ferro ou fogo, feito Oto Bismark na Alemanha que se unificaria posteriormente. È essa herança portuga que vc disse aí nossa raiz. Depois ainda tem o pão e circo brasileiro, futebol, butecos e novelas pra desviar a atençao. E a mídia avassaladora em velocidade de banda larga, jogando noticias em cima de outras noticias, o novo fica descartavel rapidamente, escandalos cobrem escandalos, Renan´s cobrem Dirceus, que encobrem Maluf´s, etc. No final, nao sabemos de nada profundamente (cont)
Mau

tem comentarios OTIMOS do Carlos, do Contrera e do Pancho mas o UOL nao esta me dando espaco pra bloga-los!

um blog-clip do Rodrigo Contrera
[Contrera] [Sampa]
claro, as décadas de 60 e 70 não foram também um monte de babacas querendo enganar o mundo. a rosa parks fez a sua história, idem o martin luther king, etc. mas, me digam, em que é que todo mundo aqui no brasil se beneficiou de tudo isso? acaso a situação mudou, por aqui, ou era entendida de forma similar? nada. aqui o pessoal em geral deixou passar tudo batido, porque afinal não era com eles que todo mundo falava. não me digam que a classe média se deixou afetar. a classe média aqui é relativamente atrasada. pode ser que, na média (digo, da classe média), até que exista bastante gente pensante e que faz, mas o grande povo não se mexeu nisso em nada. porque o povo, ora, o povo nunca existiu. e agora a gente não consegue entender por que ninguém se mexe. porque nunca se mexeu, porra! minha mãe chegou a apenas o final do curso básico, já meu pai completou o segundo grau. disso, como poderíamos imaginar que tais lutas nos afetassem? difícil, né, meu.

31 Comments

Filed under Sem categoria

Tendencias e Debates, 11 de setembro 07

São Paulo, terça-feira, 11 de setembro de 2007

Os EUA são "made in China"

GERALD THOMAS


Não sei se Mao Tse-tung está revoltado, rebolando ou sorrindo no túmulo. Sua China virou uma indústria de imitações de plástico


NÃO SEI se Mao Tse-tung está revoltado, rebolando ou simplesmente sorrindo no túmulo. Sua Revolução Cultural acabou dando numa enorme fábrica poluente e de produtos de quinta categoria. A sua China virou uma indústria de imitações de plástico ou uma enorme versão das Chinatowns de Nova York e de Los Angeles. E os trabalhadores? Ah, sim, 3 dólares por dia, claro!

Mas esses produtos estão acabando com os EUA e com outros países do Ocidente, literalmente. Para cada máquina de café "made in China" ou edredom fabricado lá, para cada tênis Nike ou o que você imaginar, o trabalhador americano está no olho da rua. O nome disso aqui é "outsourcing", e seus maiores oponentes na mídia são Michael Moore e Lou Dobbs.

O problema da China é bem mais grave que o "outsourcing" da força trabalhadora que foi para o México, para a Índia ou para as Filipinas. Lá tem a exploração, mas não benefícios, como seguro de saúde, aposentadoria.

Depois do surto epidêmico do E.coli do espinafre colhido na Califórnia, que mandou cinco para o cemitério e 190 para o hospital, parcialmente por causa da "higiene (ou falta dela) dos mexicanos ilegais que fazem a colheita" -o que está entre aspas é citação do Center for Desease Control-, o mais recente escândalo assombrando a Food and Drug Administration são os produtos de origem na China: peixes cultivados em rios poluídos, camarões cultivados em tanques, pasta de dentes e outros que já chegam contaminados com uma substância tão tóxica que o próprio Departamento de Saúde da China a baniu faz cinco anos (o FDA a baniu faz 25 anos). Esse produto é algo parecido com o "antifreeze" que se coloca nos radiadores dos carros no inverno. Uma substância marciana gosmenta e verde que não permite que a água congele.

E parece que esse anticongelante em pequenas proporções permite que os peixes continuem vivos em rios, riachos ou tanques altamente poluídos. Idem para os crustáceos. E como a base da pasta de dentes é igual para todas, o governo americano se viu obrigado a alertar o público: cuidado ao comprar a sua pasta de dentes. Mas, cuidado como, meu Deus?

A situação é tão grave que o equivalente ao secretário de Saúde da China foi sentenciado à morte. A China reconhece a gravidade da situação.

Existe uma proposta de lei em uma gaveta do Congresso em Washington DC que obrigaria o fabricante a colocar não somente o país de origem do produto mas também detalhes como "esse produto contém ingredientes originários da China". Mas, porque o lobby é forte e a China é a número um na "trader's list" (os EUA vendem partes de automóveis, partes de software, partes de tudo, inclusive armamentos bélicos -pasmem-, que são devolvidos para cá a troco de centavos), essa proposta de lei não sai da gaveta. Então, como tomar cuidado?

Entrei nesses dias na loja Bed, Bath & Beyond e tudo ou quase tudo é fabricado na China. Sendo muitíssimo honesto comigo, o gerente da seção de máquinas de café falou sobre a da Krup, originalmente fabricada na Alemanha (e sobre o liquidificador Hamilton Beach): "Não prestam. Não compre: em três semanas entrarão em curto ou a tampa voará ou a água sairá por baixo". E, em voz baixa: "Vejo, pela tua aparência, que posso confiar em você. Também participei das passeatas contra a Guerra do Vietnã". Me senti um velho. Quase, ao sair da loja, passei na seção de bengalas. Mas me lembrei que bengala deve vir de Bengal, na Índia e… Bem, lá se vai mais uma história.

Dia desses, tentei comprar uma camisa branca simples, dessas com botão, por que a que eu tenho rasgou depois de cinco anos de uso (ainda feita nos EUA). Já havia notado que a minha Levi's nova era "made in China", o tecido está fino demais, feita para durar, no máximo um ano (e olhe lá!) e continuei a caminhar. A loja Gap inteira é "made in China"! Fui para a Banana Republic (dos mesmos donos). Igual: quase tudo vem da China.

Meu Deus, o coração começou a pulsar como se eu fosse um personagem num filme de Stanley Kubrick, pronto a ser detido por ter visto algo que não deveria, de olhos bem abertos ou bem fechados -ou algo entre um e outro, sei lá.

Como estava fazendo quase 40 graus à sombra, fui buscar abrigo numa loja de porcelana (em inglês, porcelana chama-se "china"). Fui olhar o rótulo de um dos produtos de "china" (com o "c" minúsculo) e o vaso era feito na Turquia. Alívio temporário.

Ainda hei de achar aqui neste país algo, além de Bush e Cheney, que são fabricados nos EUA. Juro que vou. Nesse meio tempo, passei na loja Kinkos (hum, que nome suspeito), que se especializou em fotocópia e internet e são parceiros da Fedex, e encomendei um carimbo temporário para estampar nas testas dos transeuntes: "Nós, feitos na Terra (em caracteres chineses), "are made in China'". Quem sabe dessa forma não seremos mais, digamos, entendidos como commodities e menos como seres humanos, já que essa raça está mesmo em extinção!


GERALD THOMAS é autor e diretor de teatro.

22 Comments

Filed under Sem categoria

Amazonia por Carlos

Sugiro um vídeo que achei no blog do Josias de Souza. É sobre a Amazônia. Não sei o que vai acontecer com essa parte do Brasil, mas temo que a corrida pelo etanol vai tornar legítimo a já adiantada eliminação dos povos indígenas e da própria floresta. Fora isso, mostra um grupo de brasileiros que levam a noção de ganância, ignorância e maldade pra níveis raramente vistos. Esse é nosso Brasil, isso está acontecendo agora. http://youtube.com/watch?v=q9esNX7bzHY
Carlos |

resposta de Sergio Penteado
Carlão, Assisti ao vídeo e, pelo que entendi, trata-se de área em litígio, próxima ao que foi demarcado pela Funai para a tribo Enawene Nawe de 510 pessoas, pendente de definição para preservação de seu direito. A jurisdição para questão é do Governo Federal, provisoriamente, até que a questão seja resolvida. Essa ação miliciana dos fazendeiros (na verdade, posseiros) da região, que lá fazem o que bem entendem em terra que não é deles, é um constrangimento ilegal absurdo! Exigiria, paralelamente às providências do Ministério Público, imediata intervenção por parte do Estado através da Polícia Federal. Se formos pensar bem, não acho que difere muito do constrangimento sofrido pelo Gerald. Infelizmente o Brasil padece da violência ao funcionamento correto das instituições e da Constituição. É a terra onde grupelhos organizados sobrepôem-se sobre a coletividade através da coerção, intimidação e linhas de conduta medievais. Temos que acordar,temos que acordar rápido,ou tudo vira pó!
Sérgio

35 Comments

Filed under Sem categoria

Somos todos fascistas!

NADA PROVA NADA
.
New York – Não sei muito bem porque mas desta vez a volta pra casa foi diferente. Digo, "deixar" o Brasil foi diferente. Não estou conseguindo me explicar. Nem sei se preciso. Não consegui, como sempre, almoçar ou jantar com os amigos. Furei, como sempre, porque a carga de trabalho desta vez (auto imposta, sem dúvida) foi excessiva.

Arnaldo Jabor, com quem tanto queria ter um tempinho pra colocar uma década em dia, não consegui. Me lembro dos tempos, no Rio, em que saíamos com freqüência e eu lia seus ensaios brilhantes sobre Beckett. Contardo, mesma coisa. Guzik, Jacó Guinsburg, Fabio Mendes mas tambem não consegui. Problemas entre estar no Rio e em Sampa ao mesmo tempo e marcar coisas nas duas cidades, especiamente com esse pessoal que me deixou em estado de emoção permanente: os participantes dos workshops das duas cidades, os do SESC em Sampa e os da CAL no Rio.

Mas ao mesmo tempo "perdi" de vez alguns "ditos" amigos ou amigas da "oportunidade". Pronto. Esses estão no lixo. Chega. Nunca mais.

Cruzo com o Alexandre Herchcovich no vôo da JAL. Isso na fila do banheiro. De início nem o reconheci. Está mais magro. Pena. As pessoas se perdem no tempo mesmo. Perdem contato. Ja fomos bem próximos. Algo deve ter acontecido. Mas nao é a 35 mil pés que vou perguntar a ele oque foi. No mundo "artístico" ou "autístico" as amizades vem e vão como se fossem uma bola de golf que se perdeu no pântano e ninguém sabe explicar qual jacaré a engoliu.

Só sei que nada sei. Só sei que nada sabemos uns sobre os outros. Eu clamo o tempo todo para que o ator de hoje não seja mais ator e sim "artista" e como tal tenha que saber da "carga" do mundo: tudo. Tudo? Sim, tudo, desde como começaram as grandes e pequenas guerras até como é ler Sófocles ou Ovídio e Kafka e "ler" um filme, digo, seu roteiro, seja ele de Bunuel ou de Glauber. O Artista com A Capital é aquele que aceita estar a margem da sociedade e – assim estando em estado de revolta e revolução – consegue dizer algo de volta pra ela, algo, no mínimo, estranho, algo que a sociedade minhocada, nao tenha notado, em seu espelho pequeno, mesquinho e turvo. Não, não somos heróis, longe disso.

Mas quem sou eu? Percebo que não sei nada sobre meus vizinhos. Digo meus países vizinhos, sejam o Canadá ou o México, sejam a Argentina que tanto adoro (e onde me apresento sempre) ou os outros da América Latina. Nada sei sobre a política do Chile, por exemplo. E acho que isso vale pra muita gente. Nosso olho está focado em nossos interesses. E nossos interesses refletem algo muito egoísta. E nosso egoísmo recorta algo que, em plano largo, digo, plano exacerbadamente largo, poderíamos chamar de "xenofobia interna".

E isso é o que me tocou tanto quando fui abordado por aquele fedelho imbecilóide no evento que visava celebrar Glauber Rocha no Cine Odeon, dia 27 do mês passado: não era nenhuma celebração e sim um grito xenofóbico, um retrocesso, um patrulhamento ideológico, uma cobrança etimológica e patológica que tranformaria o Brasil numa ilha maior ainda do que ela (ele) ja é. Meu santo deus! Quando eu perguntava genericamente "quem é o presidente do Paquistão? Ou o do Egito?" Ninguém conseguia me responder. Agora, alguns muitos já conseguem olhar pra fora, colocar seus umbigos em outros lugares.

Mas e esse Brasil que eu deixei para trás? A última imagem que me vem à cabeça é um sorriso de Jorge Schweitzer ou de Sergio Penteado dizendo "não se preocupe não", ou de um L C Barreto fazendo o seu discurso do momento (ele se adapta ao governo que estiver de pé lá no DF), ou ao Dirceu segurando a Folha de S. Paulo na mão numa foto reproduzida pela própria Folha.

Aprendi com Julian Beck a acordar todos os dias e pensar que iria mudar o mundo. Hoje acordei aos prantos pensando no Brasil. Pensando na podre administração de Bush aqui em Washington e na merda que está causando no Oriente Médio e aqui dentro mesmo. E chorei quando me peguei realmente não sabendo quem são os colunistas dos países vizinhos, sejam eles vizinhos da Franca, sejam eles vizinhos em Ruanda, sejam eles vizinhos na Somália, sejam eles vizinhos escandinavos, nórdicos, assim como Knud Hamsung. Que horror! Não sabemos mais o que virou o mundo com toda essa internet a nosso favor. Nao sabemos mais o real poder das coisas. "Nada prova nada", como eu dizia através da boca do Nanini em Circo de Rins e Figados. "Nada prova Nada".

Estamos olhando pra dentro xenofobicamente e cobrando dos outros uma atitude que não estamos conseguindo ter, pois estamos imobilizados assim como Gregor Samsa na primeira página da Metamorfose de Kafka: já nasceu um inseto. Como seria de fato o nome desse nosso constante manifesto de hoje se tivéssemos a coragem de sermos totalmente honestos??? Vamos lá! Sejamos realistas. Somos todos, de uma forma ou de outra, fascistas!

Gerald Thomas
do diretodaredacao.com

por Sergio Penteado
Parte 1 Gerald free translation, Um esclarecimento : o que eu lhe disse foi "deixa o bobalhão pra lá, aliás não deixa não…", "não se preocupa não" tem mais efeito de Valium, e eu tô mais pra "lisergic awareness", tal com existe distinção entre cansaço de "Cansei" e, ao ler teu texto, defini-lo, em uma palavra, EXTENUANTE. Extenuante até o limite da compreensão do alcance de tuas palavras, da indiossicrasia de relutar contra a afirmação absoluta do fascismo de nossas atitudes ou omissão contrariando Julian Beck, de ouvir o choro noturno e solitário de uma criança na noite e procurar dormir sabendo que você mesmo é ela e que querer abafar seu eco é querer calar milhões de vozes gemendo em covas rasas, tão incontáveis como nossos genes deformados como oriundas de uma experiência malsucedida de Mengele em Auschwitz.Extenuante a cada dia que nasce e nos obriga a achar um lugar ao sol, na opressão dos escritórios e de seu sentido de urgência do nada, ou mesmo da massacrante opção pela solidão individualista. Extenuante como o ego de Thomas, o meu e o de todos nós, que segrega a constatação de uma verdade díspar que ele renega, como ao choque da descoberta de identificar o pior deles, dos fascistas, dentro da gente. Extenuante no sentido de querer unificar um arremedo de nação sem que isso resulte num "Anchluss" de 64 % de aprovação que se alastra em metástase como um câncer extenuante.
Sérgio |

Atencao pessoal do UOL: leiam com atencao todos os comentarios do Sergio Penteado ou os do Carlos e me digam se nao vale a pena abrir um BLOG especial pra esses GENIAIS escritores. PS "Anschluss" em alemao quer dizer anexacao, foi quando Hitler anexou a cidade de Graz na Austria a Alemanha Nazista, mesmo sendo ele, Hitler, um austriaco


do Mau Fonseca
Mau] [SP]
Certa domingo lhe escrevi no email que me sentia como a peça que Julian Beck no leito de morte estreou em NY sob sua direção…não lembro nome "That Days", algo assim, enfim, ouvindo vozes do passado, ressonando tormentos e frustrações vividas ou não. "É assim que estou, sentado numa poltrona, com as pernas apoiadas no braço do sofa, olhando pras paredes, escutando minha voz em ressonancias repetidas, como aquelas velhas transmissoes radiofonicas de AM e aqueles chiados, microfonias, q insanidade. É a voz, de pessoas que perdi, pra morte, ou pra vida, ou minha voz, me dizendo ou acusando de todas as vezes que fui um tanto stalinista comigo e com outros, outras, enfim. Grandes amores, que se tornam grandes somente depois de se perdê-los, é ironia da porra da vida. O presente, a gente sempre estraga pelas pequenices que a gente se espelha. Só depois, com céu sob a cabeça q posso e podemos entender". Vc falou em facismo, nada prova nada, e na minha solidão descobri meu o proprio. Abs Mau

do Carlos
Agradeço ao Gerald pelas palavras mais do que generosas.Todas as mensagens que tenho lido aqui não só tocam o essencial como mergulham nele. Quero comentar as últimas do Sergio e do Mau Fonseca, mas fica difícil usar palavras em cima de linhas tão bem escritas. Então agradeço aos dois e aos demais pelo que vem escrevendo. Os chiados da rádio AM que o Mau citou transportaram-me para muito longe no tempo e no espaço. Tão longe quanto os pensamentos que eu tinha ao escutar tais sons. Quando em meio ao chiado vinha uma voz pronunciando palavras jamais ouvidas, pensava: quem é você, o que faz, de onde vem? Pensava que vinham de outro mundo, no entanto. Era como olhar pro céu. Sempre se está olhando pra alguém. Hoje não escuto mais tais chiados, mas ainda procuro alguém no espaço como fazia antigamente. E outro dia finalmente achei. Só que devia ser um ridículo turistinha espacial.
Carlos

14 Comments

Filed under Sem categoria

por Nelson de Sa sobre Rainha Mentira

Café-da-manhã

"Rainha Mentira" fechou sua curta temporada paulistana ontem. Não vi "Terra em Trânsito", saio tarde do jornal. Mas era "Rainha Mentira", a segunda peça do programa, que eu queria ver mesmo. É talvez a mais imperfeita que já presenciei de Gerald Thomas.

Há muito perdi a ilusão ou a esperança de encontrar ordem nos delírios apolíneos do diretor/autor. Ele é um grande artista assim, na confusão, no caos por vezes indulgente, mas em outras cortante, genial. "Rainha Mentira" é um caso à parte.
São pedaços de discursos e imagens em referência indireta à mãe. É tudo talvez próximo demais, presente além do controle da expressão. E a peça então não se resolve ou nem tenta se revolver com golpes de teatro, como tantos anteriores _e marcantes.
As cenas se amontoam quase sem liga, ao menos eu senti assim. Distantes na apresentação, o bombeiro que tudo apaga com a mangueira d'água, comicamente, e a tristeza sem fim de Fabiana Gugli diante das duas torres de livros. "Slapstick" e melodrama.
É Nova York, quem sabe, de onde o diretor não conseguiu sair para o enterro da mãe e para onde volta, sempre.

Antes tem o vídeo, com a imagem cotidiana de uma bandeja de café-da-manhã de hotel, opulenta, que é levada pelo que aparenta ser o vento, mas depois é a água da mangueira, mas por fim me pareceu, na verdade, a memória que se apaga.

Lá perto do fim tem os atores nus, entre patéticos e oprimidos, novamente, em seus banheiros cotidianos tornados solitárias.

E bem antes tem os nazistas diante da mãe, da avó. Aquela, sobre quem dez mil exemplares mentem até hoje, por aí, ter sido "alemã, amiga de Hitler e Goebbels" e coisa pior. Em verdade, era judia, perdeu a família em campo de concentração.

(É sempre assim, o monstro espreita e ataca, como agora, mais uma vez, aqui na Vila Madalena.)

Em "Rainha Mentira", é Gerald Thomas quem dubla seus atores, não mais intervindo, mas falando, falando, todas as palavras. Um papel desta vez de criança, filho, em que pese a máscara da arrogância, que nesta peça não fascina nem engana.

Escrito por Nelson de Sá às 22h24

PS O Nelson se refere ao livro do Ruy Castro "Ela Eh Carioca" eh que o autor insinuava que minha avo era amiga dos nazistas: foi esse episodio, na verdade, que comecou com o "declinio" fisico e psicologico da minha mae. A primeira edicao foi retirada das livrarias, mas segundo o proprio Schwartz, ja havia vendido 15 mil exemplares e Castro nunca se pronunciou publicamente sobre o caso. So me disse que o Ziraldo era um "filho da puta" pois disse que foi dele a informacao. Ora!

Gerald

3 Comments

Filed under Sem categoria

por Jorge Schweitzer

Escrevi, algum tempo atrás, uma crônica sobre um desencontro com Gerald Thomas…
Fiz uma grande gozação sobre o incidente…

Estava para apanhá-lo na porta do Museu do Telefone, após ele fazer sinal, quando tomei uma 'fechada' criminosa de outro taxista imbecil que frustrou a oportunidade de nos apresentarmos…

Alguém achou o texto na Rede avisou-o e recebi e-mail que ele gostaria me conhecer…

Pensei que me chamaria para porrada depois que narrei suas nádegas alvas na cara do pueril vice regente rotundo campista and da primeira governadora rosada no Municipal; casamentos múltiplos e sua pose de intelectual arrogante…

Que nada…

Disse que eu era um 'Estranho no Ninho' na selva carioca…

Chegou ao Rio de Janeiro e me ligou…

Nas semanas passadas Gerald Thomas esteve dentro do meu táxi em diversas ocasiões para cima e para baixo…

Posso garantir ter conhecido uma pessoa surpreendente…

Sem afetações, estrelismo babaca ou se 'achando' maior do que seu tamanho imenso…

Característica de pessoas que possuem grau de conhecimento e percepção acima do que estamos acostumados…

Trocamos grandes gargalhadas e confissões impublicáveis, mas se ele permitir reproduzo…

Daí conclui que possuímos grande preconceito por intelectuais na acepção da palavra…

E como defesa rotulamos como alguém esnobe…

Certamente ele não tem condições de dar toda atenção que gostaria à todos que tentam se aproximar, mas é uma pessoa tão gentil que deixa o interlocutor desconcertado pela elegância…

Estou escrevendo isto porque fiquei indignado por ele ter ido embora do Rio depois de ser abordado de forma inconveniente no Cinema Odeon…

Infelizmente ocorreu um desencontro e não pude estar no evento…

Se estivesse no local, certamente o final não teria sido o mesmo…

Chamaria o sujeito de lado e tentaria marcar outro encontro para ele expor seus questionamentos cara-a-cara dando oportunidade para explicações…

Sinceramente, é impossível alguém ser inimigo gratuito de pessoa de bons princípios…

Espero que o Gerald me passe o nome desta pessoa e duvido, a menos que seja um desviado mental, que este mal entendido não seja esclarecido…

Pretendo filmar este diálogo e descreio que este meu futuro camarada amigo anônimo não seja gente boa…

Também…

Se for um babaca trato de conseguir uma ponta bandida do 'Tropa de Elite 2' versão real, já que ele já andou perturbando noutra favela chamada Oficina…

Mas se ele for um ator iniciante procurando abrir seu espaço, vou indicá-lo para ter o espaço aberto na produtora Brasileirinhas…

Vai contracenar trocando ósculos ardentes linguais com o Alexandre Frota, ser sodomizado pelo Kid Bengala e felaciar revirando os olhinhos o marido da Bruna Surfistinha…

Vou alçá-lo ao estrelato, empalado…

Jorge Schweitzer

5 Comments

Filed under Sem categoria