Monthly Archives: November 2018
Novo livro de Jardel Dias Cavalcanti: “A Pintura Intempestiva de EGAS FRANCISCO”
Apresentação
Gerald Thomas
Nova York
Toda obra livre deve mostrar todo o constrangimento perante a civilização organizada. Para o artista a exigência de realismo é um porre. A grande arte sempre será uma “reinvent-arte”.
Para o artista interessa o desespero de intuir a arte, não afirmá-la. Quem não tem voz, portanto, deve fazer isto: “arte pura”. Quem tem voz deve errar, acertar, cochichar e berrar a que veio e tentar poluir ao máximo a falsidade perversa escondida atrás do terrível conceito de pureza. Existe uma coisa chamada hesitação. Criar isso é o trabalho do artista.
O processo criativo tem uma extraordinária beleza obscura. A arte vem daquele impulso misterioso e de gestos irreconhecíveis, canibalescos, devoradores e belissimamente intuitivos. Por isso, em arte, o conceito serve aos teóricos, aos jornalistas, e pouco tem a ver com os artistas, envoltos no desespero da vulnerabilidade, envoltos na nebulosidade do seu próprio significado. Arte é assim: não temos nem que saber do que se trata e embarcamos…
Ser artista é quase uma questão de maturidade, de tolerância. Não ser artista e ser careta é quase uma questão de seriedade, de compromisso com uma verdade. O artista já ouviu uma verdade, já a experimentou e já a multiplicou. O artista, portanto, não tem compromisso senão com a multiplicidade do seu ser e qualquer tentativa de encaixe de um ou outro aspecto desse ser nada mais é que um mero acaso. Esse acaso é caso de ódio por parte dos que são devotos de uma verdade, aqueles pobres coitados que creem na verdade da vida.
O artista é sempre um estrangeiro. É ridículo que tente ser outra coisa, pois pressupõe-se que o artista é, como de costume, um excluso, um outcast, alguém que se permite citações e ilustrações que vão muito mais longe que o olho nu permite.
Artistas talvez sejam homens de lugar nenhum, atormentados pela dor do mundo.
A arte deve existir sempre, longe desse momento atual, louco e ridículo, em que debilóides viram celebridades por não serem nada.
As artes? Os artistas? Somos poucos. E poucos os interessados. Estamos em plena época do gelo, literalmente. Enquanto o planeta Terra fica cada vez mais quente, as pessoas ficam cada vez mais frias. Nada prova nada e nada mais interessa a ninguém. A enorme empatia entre os textos cinza de Beckett e os dias de hoje não soa à toa!
Como artistas temos uma certa nostalgia dos tempos que separavam os “iluminados” dos “enganados”. Como artistas, temos de estar alertas para o cuidado da nossa arte não virar simplesmente um supermercado de demanda e entrega daquilo que a massa quer.
Arte no Brasil? O Brasil não se tornou um país pré-Medéia. Um país (de certa forma) Medéia estéril. Não consegue ter filhos e, quando consegue, não os mata exatamente, mas os coloca numa posição de limbo confuso…
O Brasil não consegue ver! Não consegue enxergar sua arte e seus artistas!
Gerald Thomas
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S.O.L.O. opened last night. Thank you Jørgen Teller. Thank you Lisa Giobbi and Peter Glatz.
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S.O.L.O. opens tonight in Copenhagen. Gerald Thomas and Lisa Giobbi (based on my autobiography Between Two Lines)
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Fernanda Montenegro + Gerald Thomas + Programa Persona (Atilio Bari) + Sérgio Mamberti + Celso Nunes
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Lançamento da exposição “Open Space 21” – não deixem de ir.
Atenção: a TODOS os BRASILEIROS que me seguem: Não deixem de comparecer a exposição “OPEN SPACE 21” que tem as MAGNIFICAS OBRAS de Guilherme Zelig, Fatima Fátima Vale e João Cunha. Realmente, não deixem de ir.
Info, abaixo, no convite.
https://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=2177313132302745&id=100000722395132
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