Monthly Archives: May 2006

A Varig VIVE e vive como nunca!

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hoje, domigo, as 18h

São Paulo, domingo, 28 de maio de 2006

TEATRO

PEÇAS DE GERALD DESTINAM RENDA AO SOU DA PAZ
Parte da renda da bilheteria arrecadada hoje pelos espetáculos "Brasas no Congelador" (com Serginho Groisman) e "Terra em Trânsito" (com Fabiana Gugli) será revertida para o Instituto Sou da Paz. As peças pertencem à quadrilogia "Asfaltaram a Terra", de Gerald Thomas (que também inclui "Asfaltaram o Beijo" e "Um Bloco de Gelo"). A sessão acontece às 18h, no Sesc Vila Mariana (r. Pelotas, 141, tel. 0/xx/11/ 5080-3000). O ingresso custa R$ 30 e dá direito às duas peças.

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os pucks e punks de hoje

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ESCLARECIMENTO

Escareco para os produtores e patrocinadores (e o publico) que estarei de volta em cartaz com Asfaltaram o Beijo nas duas ultimas semanas no SESC Vila Mariana. Ou seja, no total so terei deixado de fazer 3 apresentacoes por estar ausente do pais.

Gerald

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eu vou, eles ficam

estou voltando pra NY com um gosto amargo de derrota. Nao sei exatamente porque: dos 4 trabalhos, deixo 3 em repertorio com um elenco maravilhoso (que orgulho gente!). Mas saio meio derrotado com tanta confusao de horario, com tanta gente ainda achando que sao 4 pecas todos os dias…ou sei la o que. Ainda mais essa: tem um grupo ai que conseguiu um mega subsidio roubando um titulo (e ideia) meu….um projeto antigo, ja aprovado em outras instituicoes, um absurdo. Isso tudo me afasta do Brasil. Vou dar um tempo. Viva o Brasil e viva todo mundo. O publico tem sido barbaro, o SESC tem sido barbaro…..

vou sentir muitas saudades.

vou mesmo

Gerald

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DUAS PECAS POR DIA!

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Contardo, sempre brilhante e muito obrigado

CONTARDO CALLIGARIS

Palavras vazias

Aos 12 anos, fiquei um mês de cama. Não me lembro se foi por uma gripe ou algo mais sério, mas sei que passava meu tempo lendo. Alguém me oferecera um tratado sobre o Diabo: era uma longa compilação, desde a queda de Lúcifer até os cultos satânicos modernos. O livro terminava com um apêndice que explicava as diferentes maneiras de convocar o demônio.
Era crucial evitar que Satanás, uma vez convocado, se apoderasse de minha alma sem oferecer uma contrapartida valiosa -tipo: "Dano-me para a eternidade, mas você fará meus deveres de casa até o fim de meus estudos". Ora, o livro propunha rituais minuciosos (pentagramas, círculos de sangue etc.) que eram impossíveis de realizar no meu quarto. Salvo um: uma fórmula de duas páginas, cuja simples leitura em voz alta garantiria que o capeta se apresentasse manso e bem-disposto. Problema: a fórmula só funcionaria se ela fosse lida sem erros; uma letra fora do lugar bastaria para que o diabo aparecesse na minha frente indignado e poderosíssimo. Detalhe: o texto era composto por uma série de nomes diabólicos com uma concentração de consonantes de dar inveja a uma lista telefônica polonesa, e o risco de errar na pronúncia era considerável. Na solidão de meu quarto, comecei a ler em voz alta. Dezenas de vezes, amarelei antes do fim. Mas, logo, recomeçava. Por quê?
Não acho que estivesse a fim de encontrar o capeta, tampouco tinha um pacto importante para lhe propor, mas não resistia à sedução de palavras que, segundo o livro que estava na minha mão, teriam o poder de evocar o próprio espírito do mal.
Pois bem, o best-seller mundial do último ano é "O Código Da Vinci", de Dan Brown. No seu rasto, vêm "O Enigma do Quatro", de Caldwell e Thomason, e "O Clube Dante", de Matthew Pearl. Isso, sem contar "O Historiador", de Elizabeth Kostova, ou "O Terceiro Segredo", de Steve Berry.
Na minha (prazerosa) leitura, são romances que pertencem ao filão de "O Nome da Rosa", de Umberto Eco (1980).
Fora o sucesso de público, o que a história de Maria Madalena tem a ver com os vampiros ou com o terceiro segredo de Fátima? Por que juntar esses romances num mesmo "filão"?
Certamente, eles satisfazem ao gosto "new age" pelas coisas arcanas e "espirituais", ou seja, encorajam-nos a acreditar que a vida seja mais misteriosa do que ela é. Desse ponto de vista, eles não são diferentes das façanhas de Harry Potter e da magia de Paulo Coelho.
Mas não é só isso: todos os romances que mencionei contam histórias em que as palavras têm um valor muito especial. Morre-se por um livro inédito de Aristóteles, mata-se por um evangelho apócrifo; uma frase pronunciada em voz alta comanda a aparição do vampiro; quase sempre, o segredo está em alguns textos que é preciso encontrar, ler, meditar e interpretar perfeitamente -textos em que cada letra conta.
É bem possível que o motivo do sucesso atual desses best-sellers seja, então, o esvaziamento dos discursos que enchem o dia-a-dia de nossos ouvidos: a nostalgia por uma palavra magicamente plena e eficiente bate forte num momento (ou numa época) em que as palavras que nos interpelam parecem curiosamente fúteis.
Em sua maioria, as falas públicas (das quais somos os destinatários) não apostam na nossa capacidade de entender, memorizar, pensar e julgar; sobretudo, elas supõem de antemão sua própria irrelevância: desprezam sua capacidade expressiva, seu texto e sua mensagem. O que é despejado em nossos ouvidos cultiva apenas aquela função da linguagem que Jakobson chamava "função apelativa", ou seja, a função pela qual quem fala quer nos induzir a agir segundo seus desejos.
Criminosos convictos nos falam de ética pública e pedem cumplicidade, políticos desqualificados nos prometem futuros radiosos e pedem votos, publicitários mentirosos nos garantem a felicidade a preço de banana e pedem compras. O texto não tem importância nenhuma, só importa que ele nos convoque.
Nos primórdios da psicologia comportamental, Pavlov condicionou um cachorro para que salivasse a cada vez que ele escutava uma campainha. Pois bem, espera-se que sejamos como o cachorro de Pavlov no meio de um concerto de campainhas, salivando sem parar e sem pensar.
Em suma, estamos na posição do capeta de minha infância, mas recebendo fórmulas incoerentes. O capeta, em princípio, ficaria furioso. E nós?
Bom, aparentemente, em compensação, somos seduzidos por histórias em que as palavras contam, pois escondem (e, eventualmente, revelam) um sentido, histórias em que a ação é fruto de uma atenta meditação do que foi dito e está escrito.
Aparte: estreou na semana passada, no Sesc Vila Mariana, em São Paulo, a nova peça de Gerald Thomas, em homenagem a Samuel Beckett, "Asfaltaram a Terra". Na verdade, são quatro peças breves (apresentadas duas de cada vez, em dias alternados), com Serginho Groisman, Luiz Damasceno, Fabiana Gugli e o próprio Thomas como protagonistas. Ninguém melhor que Gerald Thomas consegue transformar em espetáculo a extraordinária cacofonia que assombra os ouvidos modernos.

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critica da Folha

CRÍTICA/TEATRO

Sesc Vila Mariana abriga quatro textos do autor; "Terra em Trânsito" e "Brasas no Congelador" se destacam

Peças trazem o melhor e o pior de Gerald Thomas

SERGIO SALVIA COELHO
CRÍTICO DA FOLHA

Gerald Thomas tem a mesma importância para o teatro brasileiro que Ziembinski ou Victor Garcia. Desde que surgiu, em 1985, cumpre a função do outsider, daquele que vem polemizar e polinizar com outras sementes, no caso a técnica e a sintaxe "off-Broadway" que aprendeu a exercer no La MaMa.
Suas peças em forma de happenings em permanente desconstrução, se nem sempre seguem a prudência dramatúrgica, cumprem o princípio decodificado por Haroldo de Campos: Gerald escreve com os atores em cena.
Para os que o rejeitam enquanto demiurgo que reduz atores a objetos cênicos, basta uma lista dos que já compartilharam com ele essa aventura caótica. Encenador de si mesmo, em busca da obra de arte do acaso total, Gerald retoma sempre a mesma obra.
Partindo de oxímoros e trocadilhos, as quatro peças que Gerald Thomas estréia agora se apresentam antes de tudo como um desafio à catastrófica falta de condições de produzir teatro no Brasil. É uma aposta que, desse novelo caótico e inesgotável que é a visão de mundo do diretor, quatro fios podem ser puxados simultaneamente ao custo de um.
O resultado é irregular, mas elucida muito os vícios e virtudes de seu processo de criação. A narrativa em fluxo de consciência, remetendo quase à escrita automática surrealista, e que se apresenta em construção a ser completada ao longo da temporada, pode tanto fascinar pelo contraste de tons e profundidades quanto desandar de vez e resultar em nada.
A sintaxe vertiginosa da encenação é sempre amparada em um meticuloso projeto de luz e onipresente trilha sonora e, neste espetáculo, assumem cada vez mais a competente iluminação de Aline Santini e as composições de Edson Secco nas trilhas do universo do encenador-demiurgo.
O maior peso, no entanto, está nas costas do ator. Cada uma das peças tem um protagonista encarregado de segurar o fio da meada em meio ao labirinto.
Em "Brasas no Congelador", portanto, era grande a expectativa em cima da estréia nos palcos de Sergio Groisman. E ele foi muito além da expectativa.
Valendo-se de sua máscara de apresentador somente em alguns momentos, em piadas quase internas sobre o horário tardio de seu programa, ele soube tirar partido de sua vulnerabilidade corajosa, ora desarmando o público com um humor que remete a Stan Laurel, ora aflorando uma angústia sincera ao evocar Auschwitz.
Contribuem muito com ele Fábio Pinheiro, que faz um pai amargo, e a terna e hilariante mãe Luciana Romanzini. A trama, ainda inacabada, aponta para um complô que satiriza os duelos entre as emissoras de TV, que agem como se traficassem urânio quando tudo não passa de perfumaria.
Bem mais redondo está "Terra em Trânsito", que traz Fabiana Guglielmetti como uma cantora de ópera em pânico antes do terceiro sinal, em seu camarim, em meio a cocaína e figurinos, fazendo confidências a um ganso.
Em um cenário muito bem-acabado, a atriz rodopia como uma dançarina de caixa de música, comovente e incansável, em um papel que a consagra.
Para dar vida ao ganso, atuando só com o braço direito, mas confirmando assim o talento visto em seus pequenos personagens nas outras peças, Juliano Antunes se afirma enquanto esperança da nova geração.
O filão, no entanto, vai se esgotando nas peças seguintes. "Um Bloco de Gelo em Chamas" conta com o carisma de Luiz Damasceno, que se deleita fazendo uma diva decadente, mas seja por falta de um antagonista à altura, seja por uma trama que perde pé por excesso de reviravoltas, o inacabado dá lugar ao interminável.
Quanto a "Asfaltaram o Beijo", o estrago é ainda maior. O mote da homenagem a Samuel Beckett em seu centenário, pedra angular de todo o projeto, era precioso, sabendo-se a cumplicidade que houve entre ele e Gerald.
No entanto, o diretor cometeu uma imprudência ao escolher o ator protagonista. Gerald Thomas no papel de Gerald Thomas só se justifica pelo tipo físico. O ator iniciante esquece marcas, pula textos, apela por nervosismo à complacência da platéia e acaba desautorizando um depoimento importante.
Em suma, em "Asfaltaram a Terra" há o melhor e o pior de Gerald Thomas, para o prazer dos amigos e inimigos. Seja qual for o resultado no entanto, e sabendo-se que estará em mudança constante, o espetáculo homenageia Beckett de um modo corajoso: vulnerável a todas as falhas.


Um Bloco de Gelo em Chamas e Asfaltaram o Beijo

PS: porque a Folha somente da estrelas pra duas das QUATRO pecas em cartaz? E no Acontece, onde a critica saiu, os horarios estao ERRADOS. O mesmo ja havia acontecido no domingo passado, quando a Folha havia anunciado o espetaculo pras 20h (ao inves do certo: aos domingos eh as 18h.

HORARIOS: de quinta a sabados eh as 21H e aos domingos eh as 18H.

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