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Gerald Thomas fala ao GLOBO

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VERSÃO IMPRESSA

jornal o globo

(O Vampiro de Curitiba na edição)

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Ah, Nós Artistas, os Putos e Veados!

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New York – Mas os políticos e banqueiros, todos vestidinhos com seus terninhos, ah… Que bonitinhos… Tão limpinhos! Volta e meia, tombam.  Para cada um que aparece ou é “pego em flagrante”, como o ex-governador de NY, o Eliott Spitzer (num ring de prostituição e drogas), ou o ex-governador de New Jersey (pego em flagra na cama com outro homem), imaginem aqueles tantos que não são pegos.

 

Quero dizer, eu não imagino. No meu círculo eu ouço mesmo! Sim, pessoas são nomeadas. É cada coisa! Pelo menos nós, artistas veados, putos e vagabundos nada temos a esconder. Drogados e sanguessugas que somos, sempre colocamos tudo  no topo da mesa, nós mesmos, sem meias palavras: desde Puck (no “Sonho de uma Noite de Verão”), até o Bobo (em “Rei Lear”), ambas de Shakespeare, os dois mentem dizendo a verdade. Ambos deitam e rolam em mentiras (que vem a ser a essência da verdade). Ambos falam asneiras (que vem a ser a mais pura razão).

 

E mesmo quatrocentos e tantos anos depois de Shakespeare a politicalha ainda não aprendeu que é melhor “escancarar”, ou seja, que é melhor ter a nossa cara do que se fingir de certinho! Incrível. Incrível mesmo, porque… mais cedo ou mais  tarde (assim como aconteceu com o ex-prefeito de Washington DC), vão pegar o cara fumando crack, ou vão pegar alguém dando o cu, ou vão pegar alguém trocando de papeis e falando frases que não são deles ou delas. Teatro! Esse é o nosso papel. Estamos sendo roubados todos os dias! Os políticos não assaltam somente os cofres públicos: assaltam a NOSSA PROFISSÃO!

 

É justamente isso que fazemos todos os dias, nós, os putos, os veados, os vagabundos!  E nos aplaudem em pé! Quando não nos vaiam, claro. Mas mesmo quando nos vaiam, estão demonstrando uma forma de repugnância não propriamente a nós, mas à nossa forma de representar vocês, eles, a sociedade como um todo. Daí talvez o choque.

 

Ah, e quanto ao aplauso: ele dói aos ouvidos. Por quê? Porque não existe nada mais hipócrita. Melhor mesmo seria enfiar o sorvete de casquinha no meio da testa! Aí, sim, tudo estaria nos conformes.

 

Ah, os artistas e os políticos e a sociedade…

 

Nós não temos jeito mesmo! E agora, para mais um ato! O Ato final? Como seria? Mais ou menos como esse do AIG que temos presenciado. Um diz uma coisa. Outro dia outro diz outra. No terceiro dia aparece outro que diz “eu preveni a todos que seria assim, já faz anos”. Daí aparece o antagonista dos antagonistas: Bernie Madoff.

 

A comédia do terror não tem fim.

 

Ou melhor, tem sim. Com muita maquilagem e muito cristal japonês, o verdadeiro teatro nunca esteve no palco. Que M.E.R.D.A.!

 

 

 

Gerald Thomas, 20 de Março de 2009.

 

 

 

 

(O Vampiro de Curitiba na edição)

 

 

 

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Obama e o Carnaval Brasileiro

 

Miami — Enquanto os brasileiros estão pulando seus últimos momentos de Carnaval e fazendo réplicas de Teatro Municipal na Marquês de Sapucaí (seria interessante, também, ver um contraponto: a Marquês de Sapucaí dentro do Municipal – e por sua vez, com uma réplica do próprio Municipal – criando um labirinto de Escher, infinito e ensurdecedor), os Estados Unidos da América estão no TRABALHO!

  
O Presidente Barack Obama falou ao membros do Congresso e Senado e Convidados especiais. Não era exatamente uma State of The Union Address apesar de ter a cara do State of the Union Address. Foi, certamente, o mais EMOCIONANTE discurso de qualquer presidente EVER que já vi ou já ouvi nesses 54 anos em que habito esse planeta.

 

Barack Obama fala normalmente. Não se trata de oratória. Não tem aquele canto, aquela projeção desnecessária que político adota uma vez que se percebe político (assim como ator que se percebe ator!).

 

Enquanto o País em crise permanente (o Brasil) festejava mais um longo e badalado feriado, Obama e os EUA foram à luta. O Brasil pré-Medeia, ou quase Hamlet, só fica na terra do “quase”. Aqui é o seguinte:

 

Desde que assumiu a liderança no dia 20 de janeiro, Obama vem lutando pra passar suas idéias. E não são poucas.

 

Hoje ele as delineou por 52 minutos na frente de seus inimigos republicanos e amigos democratas. E, ao contrário dos eternos panos quentes brasileiros onde NUNCA HÁ CRISE, aqui o Presidente é justamente o PRIMEIRO a dizer que estamos na PIOR recessão desde a Grande Depressão (1929). Mais ou menos como colocar a réplica do Teatro Municipal dentro do Teatro Municipal e assim por diante!

 

“Nós nos reconstruiremos, nos recuperaremos e os Estados Unidos irão emergir mais forte que antes”, dizia Obama, de pé, diante de Nancy Pelosi e seu vice Joe Biden. “Ninguém mexe com o Joe” (nobody messes with Joe!), citando uma frase de Mean Streets de Martin Scorcese. Temos um presidente culto, educado. Santo Deus, que diferença!

 

Até os republicanos apertaram sua mão quando fez sua entrada triunfal! E como foi triunfal! Pois é, que loucura!

 

Os jornais de amanhã trarão detalhes explícitos sobre o discurso. Não estou aqui para isso. Mas me impressiono, SIM, e me emociono, SIM, com alguém que tem a coragem e tem princípios de admitir os erros do passado sem (necessariamente) ter que perseguir aqueles que cometeram esses erros.

 

A América está caindo para trás da China e da Alemanha, do Japão e outras nações em termos de produção de energia limpa.

 

Será que ele esqueceu do Carnaval Brasileiro? Não se produz energia limpa no carnaval brasileiro? Afinal, são 6 dias sem se produzir porra nenhuma. E produzir porra nenhuma é… no mínimo, limpo. Não é?

 

Ah, claro. Tem esse bostinha do Bobby Jindal, de Louisiana, que os republicanos inventaram agora. Sarah Palin não deu certo, fez o partido de idiota total, então agora o GOP pegou uma pessoa de “pele escura”. Não são curiosos esses republicanos? Pois ele se pronunciou logo após o ovacionado Obama. Não tem importância. Já eram 11 da noite na Costa Leste. Ninguém ouviu, nem eu.

 

Claro, Obama tomou conhecimento do descontentamento do público sobre o bailout (salvamento) para os bancos, para indústria automobilística, etc.. Mas anunciou um FIM, num tom quase ditatorial que – com dinheiro PÚBLICO do contribuinte –  os CEO’s desses bancos estariam com suas fichas transparentes de agora em diante e SEM JATINHOS PARTICULARES. FIM. FIM DE UMA ERA.

 

FIM DE PARTIDA.

 

Ah, sim, e em falar em fim de partida (já que ele foi o único senador a votar CONTRA a invasão do Iraque), hoje, mais uma vez, ele colocou seu plano de SAÍDA das tropas de lá. Não disse quando. E isso me preocupa cada vez mais. Pois parece cada vez mais longe.

 

Ah, claro. Falou que NOS ESTADOS UNIDOS NÃO SE TORTURA MAIS! (ovacionado até pelos militares presentes – e não eram poucos!). Referia-se ao fechamento da base de Guantánamo!

Ou seja: admitiu hoje, como em outras vezes, que JÁ SE USOU O MÉTODO DE TORTURA!

 

“Foi em momentos de crise profunda que esse País se ergueu. Na Guerra Civil  nos colocamos nos trilhos. Na Depressão dos anos 30 construímos nossas autoestradas, foi numa crise que colocamos o homem na Lua! Não temos mais o DIRETO de ver a garotada cair fora das escolas porque cair fora das escolas significa cair fora dos Estados Unidos (Quitting América).”

 


Forte este último parágrafo para alguém que caiu fora da escola e aprendeu tudo sentado na vida ou numa biblioteca ou nos palcos de teatro… foi um pouco ditatorial, mas sei do que ele está falando. Ele fala (indiretamente) do nível baixíssimo do sistema educacional em que se chegou aqui. Fala (indiretamente) do outsourcing, da exportação da força de trabalho, do fato de que os USA inventaram a energia solar,  mas quem fabrica a pilha é a Coréia do Sul ou a China e isso é enfurecedor!!!!! E ele fala também, assim como nenhum líder brasileiro tem CULHÃO de falar, porque o povo brasileiro não tem CULTURA pra ouvir que a ERA FORJADA da GUERRA FRIA acabou: “Nao usamos mais armas da época da guerra fria. Então, fim! Fim disso”.

 

Ovação

 

Assim, dessa mesma maneira, ele foi ovacionado quando respirou, olhou um por um nos olhos e disse: “olha aqui… podemos divergir em vários pontos. Afinal, política é isso. Mas eu tenho a certeza absoluta de uma coisa: somos todos cidadãos americanos nessa sala. Todos amamos esse país. Todos queremos que a América seja um sucesso”.

 

Gerald Thomas

 

 

 ( O Vampiro de Curitiba na edição)

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O Que Eu Sou e o Que não Sou

LondresPois é! Esta cidade amanheceu soterrada por quase 30 cm de neve. Já ontem a noite o carro patinava pelas ruas como se fosse uma nave desgovernada. Para quem está em plena crise existencial, isso é a própria metáfora perfeita. 

Olha, vou tentar explicar: o blog me reduz. Por favor, não me leiam mal. Mas, sim, ele me reduz. Ao mesmo tempo, eu vivo dizendo aqui que “estou me despedindo do blog, que estou acabando com isso aqui”. 

A razão é simples. Talvez nem tanto. 

Seguinte: Eu sou um ser político. 

Não sou um ser político. 

Bem, não é bem isso. 

Este blog comemorou ontem CINCO anos de existência, contando com o do UOL.  Mas, numa recente entrevista que o Philip Glass deu a meu respeito (linda, deslumbrante, e que o Vamp irá disponibilizar aqui para vocês nos próximos dias), ele me situa dentro do mundo TEATRAL, assim como a Ellen Stewart, a minha MaMa, do La MaMa, também havia feito, a cerca de umas semanas em sua cama de hospital em Nova York. 

O BLOG 

Isto aqui  acabou virando uma tela de Pollock. Mas não lúdica. Não estamos no campo da cultura, como eu havia me proposto. Acabo me vendo no campo das “mundanices” respondendo e atacando coisas e pessoas que são, em última instância, a MENOR das minhas preocupações. 

Me vejo pequeno! 

Sim, me vejo pequeno. Não nasci blogueiro. Sou autor e diretor teatral e , desde que essa entrevista do Philip foi editada, eu tenho pensado o que fazer da vida, qualitativamente. O que fazer? 

Claro que durante esse último ano o assunto era Obama. Eu não poderia deixar de comentar com PAIXÃO aquilo que mais me movia e comovia no campo da política, cultura e comportamento mundial e Barack Obama compreendia tudo isso.  

Mas Obama agora é presidente. Pronto. Já aconteceu. Agora o Presidente Obama completa praticamente 2 semanas desde o seu ‘comando’ na Casa Branca. 

Lula, lulismo, Castro e castrismo, Brown e brownismo, Merkel e merkelismo e ficar reclamando disso e daquilo não é o meu barato.  Tem gente muito mais qualificada para fazer isso.  Entenderam? 

Estou escrevendo “HARD SHOULDER” (Acostamento), um novo espetáculo. E… não posso e não irei mais ficar blogando a favor ou contra aspectos “menores” de governos locais. Sim, é isso. Daqui de Londres eu poderia estar comentando o que o mais recente PLOT da MI5 contra os paquistaneses extremistas-islâmicos tem… Mas não vou. Poderia falar do ETERNO debate local sobre a ETERNA luta contra o a UNIÃO EUROPEIA em que Edward Heath jogou o Reino Unido… e que hoje traz para cá uma quantia desproporcional de romenos, de croatas, de búlgaros, enfim, do Leste Europeu e que ‘não estavam no contrato’ quando Heath (Primeiro Ministro nos anos 70) queria ligar a ilha ao ‘continente’ (significando França, Alemanha, Itália e olhe lá!!!!).  MAS, mais uma vez, não vou falar disso. UFA! 

Então, este artigo é um artigo de alguém em plena crise. Quando o Vamp quiser escrever sobre problemas políticos locais, tá ótimo. Vocês comentam, pulem em cima, se rebelem, mas, por favor, prestem atenção na assinatura do artigo: ele é ele e eu sou eu. 

Nem de Obama eu falo mais.  

Nem sei exatamente sobre o que escreverei até maio próximo. Sei que de política estou de saco repleto. E porquê? O motivo é simplérrimo: é só voltar para Londres para se ter uma sensação de que o tempo parou. 

Encapsulou-se o tempo. Deu-se um pulo para trás. São as mesmas reclamações conservadoras ou trabalhistas de sempre e sempre… 

Mas eu não sou um sujeito do “sempre e sempre”. 

Prefiro ser do NUNCA e nunca. Ou na linha do Risco, sem rede embaixo. Afinal é teatro, ou não? Estou mais para Lewis Carroll ou Borges do que para esses Saramagos que resmungam e resmungam. 

Tenho um dia enorme pela frente. Estou de bem com a vida: acreditem. Londres me faz bem, me “aterra” apesar de ser o lugar da Madness of King George e do avô de Mick Jagger! E no mais, obrigado a todos vocês por terem me aturado por esse tempo todo! 

Vou tentar me mover nessa cidade nevada e, debaixo do braço, alguns livros ‘basicos’: “Náusea”, “1984” (acreditem se quiser) e outros menos conhecidos como “O que fazer?”

 

Gerald Thomas

2 Fevereiro 2009, Londres

 

PS do Vamp: Sempre que entrarem no Blog teclem “F5” para atualizar a página, pois a mesma não está atualizando automaticamente.

 

 

(O Vampiro de Curitiba na edição)

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Gabeira

Gabeira

Se eu tivesse que comparar o Gabeira a qualquer “ser” ou personagem teatral da História dramatúrgica, sinceramente? Não conseguiria. Não existem paralelos.

Esse homem é um ser iluminado, em todos os sentidos. Já foi tachado disso e daquilo pela direita, pela esquerda, por cima, por baixo, já foi chamado de viado, de cachorro, de tudo: no entanto está de pé, assim como a cultura cigana.

“Bury me Standing” de Isabel Fonseca, escritora Americana, (acho que ainda) casada com o autor inglês Martin Amis… enfim, “Bury me standing” vem de me enterrem de pé!, um velho comando, ou dizer, ou expressão usada pelos nômades que, de tempos em tempos, sofrem um holocaustozinho em diversos paises.

Pela lógica, Fernando Gabeira jamais poderia estar onde está agora, ou seja, vencendo e glorioso. Já o odiaram por ter voltado do exílio usando uma sunga mínima (um insulto pra esquerda), já o insultaram por querer se “intrometer” a defender causas que não lhe diziam respeito, como os negros e os homosexuais. Talvez, seguindo essa mesma lógica, talvez o Gabeira seja a única e REAL ponte que cubra esse “canyon” ridículo que ainda insiste em dividir  pessoas entre direita e esquerda. Gabeira parece aquele que já atravessou o Checkpoint Charlie da (ex) Alemanha Oriental para a Ocidental com um sorriso na cara como se quizesse dizer: GENTE IMBECIL! Criando MUROS! Criando MURALHAS! Criando barreiras!  O Gabeira que eu conheço pessoalmente há… há (ufa! 30 e poucos anos) sempre foi um LIBERTADOR!.

Mas vejam só que engraçado: certa vez, como correspondente da Folha em Berlim, ainda casado com a Yame, Gabeira vem para cobrir uma ópera que eu estava dirigindo em Stuttgart (Perseo e Andrômeda – John Neshling fez a crítica para o mesmo jornal – 1990).  Pegou o trem, era inverno, tudo atrasou, chegou afobado… pediu uma tomada para plugar o computador. Naquela época não era internet ainda. Mandava-se matéria para uma central, sei lá como…

Mandou a coluna. Jantamos. Pegou o trem de volta para Berlim.

Anos antes disso: nos encontrávamos com muitíssima freqüência num restaurante macrobiótico no Leblon. Mastigávamos e mastigávamos e mastigávamos… Ruminávamos e ficávamos nos perguntando por que diabos um restaurante macro (um sobrado) ficava justamente em cima de um açougue!!!!!

Anos antes disso: Gabeira no exílio e eu sentado em Londres na sede da Amnesty International. Ele já não querendo muito contato com o “Que é Isso, Companheiro?”

E assim que o filme foi lançado, nos cruzávamos e, ambos de bico calado. A Nanda fez o filme, acompanhei de perto a tragédia filmada de um livro tão legal.

Fui em sua casa certa vez na Lagoa. Depois se mudou pro Bairro Peixoto, gravei uma entrevista.  E tivemos um ÓTIMO debate sobre terrorismo, logo assim que voltei de NY após os ataques de 11 de setembro.

O Rio não pode AFFORD NOT TO, não pode se dar ao LUXO DE NÃO TER o Gabeira, sendo o Rio o que ele é.

E por quê? Porque um é  a cara do outro! Se você tenta pegar o Gabeira com ecologia ele te devolve algo sobre supercondutores. Se você quer falar sobre política ele te responderá alguma coisa na linha da cultura eclética dos pós-semiólogos egípcios. Se você colocá-lo na mira em relação a qualquer assunto ele te devolve dez sobre os quais você simplesmente nada sabe ou sabe pouco.

E essa é justamente a natureza do carioca: a do samba, a do segundo surdo que entrecorta o samba e cria aquele falso desequilíbrio que faz com que a avenida inteira se sinta na ponta do pé e dance a noite inteira e rebole sem saber como está rebolando.

Ah… você está pensando… Farra? Não senhor! Essa é justamente a ARTE do equilíbrio de um EXIMIO político com vivência INTERNACIONAL pronto para enfrentar uma cidade aos pedaços, mas, nem por isso, menos cosmopolita.

E se você pedir um simples abraço ao Fernando, ele vai abraçar a Lagoa inteira!!!!

Gabeira, LOVE as always, Gerald!

 

 

 (Vamp, fã do Gabeira, na edição)

 

Matéria do Fernando Rodrigues (Folha) de Sábado:

FERNANDO RODRIGUES

O pânico derivado NOVA YORK – A boataria dominou os mercados ontem. Ford e GM tiveram de negar que estivessem falindo ou pedindo concordata. A Casa Branca precisou declarar desinteresse pelo plano de decretar feriado nos mercados financeiros. O presidente norte-americano praticamente pediu clemência às Bolsas de Valores num depoimento infeliz e ineficaz na TV. Nada adiantou. Ontem a Bolsa de Valores de Nova York fechou sua pior semana nos seus 112 anos de vida. Os papéis despencam há oito pregões consecutivos. A semana acumulou uma desvalorização de 18%. Já se pode usar, sem medo de errar, a expressão “crash” (quebra) dos mercados. É importante registrar esse momento, pois as quedas recentes eram ainda sempre menores em algum sentido do que as registradas em anos passados. A diferença agora parece ser o total descontrole dos agentes reguladores nos Estados Unidos, a incompetência e a tibieza política de George W. Bush e a globalização completa do mercado de ações. Em nenhum dos outros “crashes” o mundo estava tão integrado. Mesmo no início da década, quando explodiu a bolha das empresas “pontocom”, tratava-se de um setor específico. Havia ramificações, mas nada comparável à explosão dos chamados derivativos. Há na praça US$ 531,2 trilhões de contratos de derivativos. Grosso modo, uns 500 “Brasis”. Em 2002, o total era de US$ 106 trilhões. Não se sabe exatamente o quanto, mas uma parcela gigantesca desses papéis não vale nada. Esse é o DNA do atual colapso financeiro. Se as reuniões do G7 e do G20 não chegarem a um consenso neste fim de semana sobre como tornar esse tipo de mercado mais regulado, nada adiantará injetar dinheiro nos bancos. Será como enxugar gelo. Não há US$ 531 trilhões disponíveis para que todos os derivativos sejam honrados no mundo. 

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O DEBATE – Obama e McCain e vejam essa entrevista…


Primeira parte da entrevista com a Judith Malina

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David Blaine, o mágico, Obama e McCain

New York- Olha, vou te dizer: não é à toa que o mágico-trickster agora resolveu ficar de cabeça para baixo por um número X de horas. Não é ele que está de cabeça para baixo. É o mundo que está. Blaine, de cabeça pra baixo, deve estar vendo o mundo da forma certa!

A que me refiro? Ah, sim, ao debate Obama e McCain em Nashville, mediado por Tom Brokaw, que me “deu” as notícias por mais de 20 anos pela NBC News até que se aposentou.

McCain, um chato sem galochas: “my friends, isso, my friends, I know how to do it!” Quem apela para “meus amigos, meus amigos, eu sei como fazê-lo!”, é porque não tem amigos e, certamente, não tem IDEIA de como fazer porra nenhuma.

McCain se refere a Osama Bin Laden. Essa frase vinda do Senador do Arizona chega a ser CRIMINOSA porque se ele REALMENTE soubesse onde está o terrorista saudita, então está escondendo algo de ordem de segurança nacional. Sim ou não? Pensem comigo!

Esse anãozinho chato pacas (inacreditavelmente ruim e… pros brasileiros que não entendem inglês, parace um Lula, que não fala o idioma bem, não articula bem, é monocórdio… ai que saco: “yes, my friends, I can do it….and we fellow Americans….”

NAO PEGA MAIS!!!!

Não comento mais sobre debates. Voto e espero o resultado das eleições. Não agüento mais especulações! Tem muita gente LUCRANDO de quatro em quatro anos especulando e espectorando e peitando – como se fosse totto lotto – com quem ganha mais!

Só que o mundo está nas mãos desses dois!

Já ouviram falar da Bauhaus? Suas diversas fases? O impacto que ela teve na arquitetura mundial? O impacto que ela teve na política mundial? Sim? Não?  Estudem. Enfiem o nariz nos livros ou no Google ou se alienem de vez já que, segundo alguns, estamos entrando numa tremenda depressão financeira. A maior de todas desde… Desde quando mesmo? Desde a última. Sim, desde a última. Estou com a maior diarréia desde… bem, desde a última.

Já eu prefiro outra explicação: O Capitalismo é uma enorme bolha flexível. Enormemente flexível. Ela quaaaaaase estoura pra um lado… quaaaaase estoura pro outro, mas não estoura. Estourar, ela não estoura nunca.  Essa bolha está feita para agüentar todo o tipo de pressão e todo tipo de jogo porque essa é justamente a natureza do capitalismo: o risco.

Teatro também é feito de risco. A VIDA também é feita de risco. Saindo da porta ninguém mais sabe se veremos aqueles que amamos. Tudo pode acontecer. É do que somos feitos, não é? Ah, a corrida do ouro… Ah, a Guerra Fria… Ah… McCain nos chama de “peacemakers” do mundo. Mais de meio mundo nos enxerga como INIMIGOS.

Obama estava certo em relação ao Iraque: seríamos vistos como “liberadores” no início e, logo depois, essa loucura sem fim, e sem planos de ter um fim, está nos custando Rins e Fígados e os Olhos da Cara! E uma divida que não podemos pagar. A divida humana.

Pior ainda seria a estagnação: Onde nada acontece. Uma vida sem risco. O que vocês achariam disso? Bom? Duvido.

“We can work together as Americans”, diz o anãozinho republicano. O que ele quer dizer com isso? Nada. Retórica política. Ou será que, se eleito, ele vai convidar 300 milhões de pessoas para o Oval Office? É tanta imbecilidade que não dá pra agüentar!

Os massacres da humanidade, os holocaustos, as emboscadas culturais foram onde a humanidade fez a curva de forma errada. Deu errado. O carro bateu no meio-fio. No entanto, esses somos ‘nós’ em nossos piores momentos. Ruanda somos nós, Kosovo somos nós, Darfur somos nós, Auschwitz somos nós, os de dentro e os de fora. Todos somos nós, os que viraram cinzas e os que faziam o Hitler salut. Somos podres. E somos podres por causa do fator RISCO. E a Bauhaus era boa disso. E David Blaine também!

É impressionante como sabemos pouco sobre a nossa história. É impressionante como escolhemos esconder that the biggest Fear is Fear Itself e outras frases-chaves que atravessam nossas cabeças porque, obviamente, fica sendo muito mais conveniente olhar o olho do outro como se fosse a História do Olho, de George Bataille. Esse sim, um conto pra lá de erótico, beirando a pornográfico, mas se formos olhar fundo no fundo do fundo, ele não passa de um retrato de um escritor quando jovem olhando a crueldade sensual de um mundo religiosamente organizado e enfileirado para as suas grosssas grosseirias e pronto para vê-las de cabeça pra cima, ao contrário do mágico David Blaine, que está sempre de cabeça pra baixo!

Gerald Thomas

Logo após o debate em Nashville, Oct 2008

 

(Vamp, na edição)

 

 

 

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ENTREVISTA DE REINALDO AZEVEDO NA GLOBO NEWS

O jornalista e blogueiro Reinaldo Azevedo concedeu uma entrevista a Edney Silvestre, do programa “Espaço Aberto”, da Globo News.

  

Reinaldo Azevedo fala sobre o seu mais recente livro “O País dos Petralhas” que, mesmo tendo sido lançado há poucos dias, já é sucesso de vendas.  

 

Entre outros assuntos, Reinaldo expõe sua visão sobre Cultura, Política, Poesia, Literatura, “primitivismo metafísico”, Goethe, a luta entre o “Bem e o Mal”, o Essencial sem o sotaque Tropicalista, Etc…

   

A entrevista foi ao ar nesta quarta-feira, primeiro de Outubro.

  

 

 

O Vampiro de Curitiba

 

 

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Paul Newman, morto aos 83, de câncer

 

The actor Paul Newman has died at 83 of cancer, his spokeswoman told The associated Press. Mr. Newman, whose career spanned five decades, was also a prominent social activist, a major proponent of actors’ creative rights and a noted philanthropist. He was nominated for Academy Awards 10 times, and won a best actor Oscar in 1987 for “The Color of Money.”

Daqui a pouco comento. Nesse instante estou meio…. nada!

2008 está engolindo todo mundo. O Tsunami .

 

SOBRE O DEBATE de ontem:

DEBATE NãO SE GANHA!  ELEIÇÃO SE GANHA!  DEBATE, HAVERÁ MUITOS. VOCÊS SÃO MUITO INOCENTES. EM DEBATE SE DISCORDA SOBRE VÁRIOS PONTOS, SOBRE ESTRATÉGIAS, TÁTICAS, ETC .VOCÊS ACHAM QUE DEBATE É PRA SER “GANHO” COMO SE FOSSE CORRIDA DE CAVALOS. NUNCA VI IMBECILIDADE MAIOR. DESCULPA MAS ISSO É POUCA EDUCAÇÃO POR PARTE DE VOCÊS NO SISTEMA ELEITORAL NORTE AMERICANO!!!!

LOVE GERALD

 

Estou triste com a morte de Paul Newman e estudando o que os comentaristas de todos os jornais e televisões estão escrevendo e dizendo “around the world” sobre ontem à noite.

 Não se trata de QUEM GANHOU, CARAMBA! SE TRATA DE QUEM FOI MAIS FORTE, QUE ATENDEU AS PERGUNTAS, QUE EVITOU AS PERGUNTAS, QUE DESVIOU DOS ASSUNTOS, QUEM INVERTEU OS ASSUNTOS, POR FAVOR, ENTENDAM QUEM É JIM LEHRER DA PBS, DO LEHRER REPORT!!!!!


GT

 

 

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Hoje o Blog comemora seu terceiro mês e…

Antes de mais  nada, eu queria agradecer aos leitores FIXOS (que transformaram esse BLOG num verdadeiro fórum de debates) e aos FLUTUANTES (aqueles que entram de tempos em tempos: no tempo Proustiano). Seja como for, está o máximo! Os comentários estão BOMBANDO!!!! Interessantíssimo: temos uma das maiores médias de Blogs (postagem diária) em comentários: ultimamente temos chegado à uma média de 250 por post: isso é uma maravilha! E isso com “moderador”.

Então, só tenho mesmo que agradecer a presença e o interesse de vocês: em 3 meses chegamos a quase 133 mil hits ou acessos, o que acho ótimo!!!!!

E parabéns ao pesoal do IG! (fui visitá-los ontem: os projetos futuros são ambiciosos e modernos. É o que se deseja. Sair da mesmice!)

Obrigado a todos!

E daqui a pouco, ainda hoje, espero: um novo artigo sobre o “BRASIL visto de cima”

LOVE

Gerald

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QUERIDOS,

ESTOU PODRE DE SONO: MEUS OLHOS FECHAM ENQUANTO TENTO DIGITAR A PARTE PROMETIDA ACIMA. JÁ PASSA DAS 2 DA MANHÃ DE DOMINGO E… NÃO DÁ, 
SE AS MAQUININHAS PIFAM, OS HOMENS NÃO PRESTAM. DIGO, PIFAM TAMBÉM.
SÃO PAULO ME CONSOME (não confundir com a sopa de caldo de carne) como nenhuma outra cidade, e explico:

   Se em NY ou Londres e até em Trieste as malditas contas podem ser simplesmente pagas sem precisar ir aos Correios, mas deixando um cheque num envelope para, digamos, “ConEdison”, a “HIP” (meu seguro de saúde), “TIME WARNER CABLE” ou “BBC TV License”, etc. (ISSO PORQUE NÃO GOSTO DE PAGAR ONLINE: NÃO GOSTO DE DEIXAR MINHAS INFOS PESSOAIS NOS STES DE NINGUÉM).

   AINDA COLO UM SELINHO DE 42 CENTS NUM ENVELOPE E O DEIXO AQUI, dentro do prédio, numa caixa enorrme do “US POSTAL SERVICES MAIL BOX” ou da “ROYAL MAIL” ou da “DEUTSCHE (Bundes) POST” e, no dia seguinte, a conta está paga.

Mas em Sampa… onde o trânsito FLUI maravilhosamente bem e onde não existe stress de trânsito ALGUM. Onde um mero documentozinho de papel tem que passar por  tantos e tantos CARIMBOS e ASSINATURAS de JOSÉS e Marias que SEQUER O LÊEM, sequer  notam o seu CONTEÚDO!!!

Enfim, de volta ao capeamento das ruas e avenidas (PODRES e POBRES!) que são levemente asfaltadas num declive que vai caindo para o meio fio, ou guia, como vocês dizem, para que os motoristas de ônibus treinem para as próximas OLIMPÍADAS. Ou então metem essas carroças que vocês chamam de ônibus pra cima dos postes. Como é que os prefeitos BrassleROX deixam que circulem essa COISAS que até nas estradas perto e dentro de Tanger  e Casablanca já estâo UP TO CODE, digo, modernos (e Vamp: por favor não me venha com aquela de que o BR não vendia ÔNiBus pra NY, nâo! A tua Curitiba e o Jayme Lerner EMPRESTARAM algumas daquelas paradas de ônibus ovais e transparentes, junto com alguns ônibus. Não deu certo. Pequenos demais para o tamanho da populacão de NY e para reconstuir aquele alien numa cidade onde basicamente se anda a pé ).

Tempo que  me consome:

1- Tabelião (soa suspeitamente como o órgão que controla o Taleban) para RECONHECIMENTO DE FIRMA: ninguém olha nada mesmo, mas sai-se de lá, horas depois, orgulhoso e VITORIOSO  com aqueles selinhos e carimbos que Saul Steinberg imortalizou e fez com que Millôr Fernandes ficasse para sempre paralizado  de ódio e inveja (do Saul, claro),  porque, como já dizia Paul Celan, “Até existe  a inveja saudável, mas talvez entre os peixes”.

2-  Nos EUA (eu-a), o país mais personalizado do MUNDO, afinal é um país feito para o coletivo em inglês, US–A (nós–ou da gente), esquecem que existe algum parentesco com United something e, em português, fica ainda mais super-hyper-dper individualista: EU-A.

Lá (aqui, juro que não sei de onde escrevo, minha cabeça foi engolida por Moby Dick, uma baleia que vi na rua), nada de fila de correios e nada de FILA em bancos onde TUDO apita (falo dos bancos no BR): que meda! E que merda viver num clima de terror o tempo todo: não se pode parar nos faróis à noite, aquele CLIMA quando um molequinho de 9 anos quer limpar o vidro do carro.

 

Acordem brasileiros: esse país é extremanente RACISTA, cruz credo! Se um moleque branco vem, VOCÊ FICA. E se for um NEGRO, você dá um jeito de atravessar a Rebouças, vindo ali da Henrique Schauman.

 

Traum: sonho, em alemão

TRAUMA, oposto do sonho!

Já fiquei trancado naquela porta de banco giratória e nada acontecia: se tivesse sido com o ex-críitico teatral do New York Times de décadas anteriores, ele teria descrito uma ida aos bancos no BR à “Esperando Godot” que, segundo a infeliz crítica de Kerr, foi assim: “Nada acontece, em dois atos”

 

Kerr, décadas depois, pediu demissão do cargo de crítico por reconhecer em Beckett um gênio: “Nao tendo reconhecido Beckett logo, quanto talento maravilhoso eu terei ‘overlooked’?”

Pergunta: Quando é que esses MALANDROS QUE USAM O DINHEIRO PÚBLICO DO CONTRIBUINTE (esses verdadeiros impostores de renda!!)  seguirão o exemplo de kerr e… Como eu sou inocente, não? Tentando mesclar política com dignidade e dignidade com cultura…

 Nossa senhora! E as ruas aqui em sampa (olha que não falo das valetas que quebram TODOS os carros que cruzam a JAÚ, ITÚ, FRANCA, LORENA pelas  Joaquim E. de Lima, Peixoto Gomide, Casa Branca, Ministro, Padre, Augusta e a Haddock e a Bela Cintra e a rua da Consolation!) Não, o pior quebra-focinho-de-carro é a esquina da BRIGADEIRO (pra quem nem é daqui, até que dou banho em Rogério Fasano, que sentava ao lado do Fausto Silva na Rodeio e estranhava a decoração. Isso era uma prática diária, até que Marilia Gabi Gabriela, hoje a scholar mais respeitada no que diz respeito a Benazir Bhutto e a criação de sociedade dos seus ex-amigos…), enfim, o CAOS e o INFERNO dessa cidade me encantam (Frase de Marion Strecker).

Afinal, mostre-me uma grande cidade  cosmopolita que ainda tenha “BUJÃO DE GÁS” sendo vendido por charretes motorizadas: Essa é a grande KAPUTal? Sou mais o Rio! NÃO, NÃO E NÃO!!! NÃO ESTOU AQUI NESSE PLANETA PARA INSTIGAR AINDA MAIS VAIDADE ONDE NÃO DEVERIA HAVER NENHUMA…

O Roberto Marinho ordenou que a fiação fosse enterrada e que os os postes fossem alcoólatras em tratamento. E MANDOU que o Case e a ESPOSA doassem o seu dildo (como é em  português? É “consolo fálico”) no Bar Vinte, a alguns passos de onde o Islamismo extremista (ou algo assim) já faz muito tempo CONSEGUIU  dividir o LEBLON de Ipanema.

 É o Jardim de Alah… junto ao canal que desemboca na Rodrigo de Freitas!

 Prefeito (0u “a”): Vocês só têm duas opções!!!!!

1- Enterrem logo esss FIOS horrendos com seus geradores ou ‘transfiomadores’ assasinos: com 89 anos de atraso!

2- ENTERREM o transporte público também! SP bate todas as outras capitais do mesmo porte em FEIÚRA, falta de INFRA, etc.

Nao é à toa que o teatro CULTURA ARTÍSTICA  foi-se em questão de 3 horas.

Imaginem se Osama bin Laden decidisse atacar Sampa: Não restaria nem o Parque Trianom. Melhor ainda: só sobreviveriam os michês que ficam ali do lado de fora do Dante.

Mas… JUSTAMENTE por causa de toda essa zona que o Rio virou, aquela cidade ainda tem algo MUITÍSSIMO PRECIOSO: um senso de auto-estima altíssimo. Por ter sido a capital de Portugal e das colônias e depois a do BR. Não, de forma alguma: esse orgulho não está à venda  e não está na competição por prédios mais altos ou Shopping Malls que abrem aqui mais do que vala rasa na Geórgia!  Isso vem de uma FORTÍSSIMA TRADIÇÃO e CULTURA.

Sim, a CULTURA é o samba e a tradução vem de longa data: a de exbir com muito carinho, amor e preservação, ao TURISTA, a cidade onde Jesus decidiu dar uma paradinha. Só que, ao invés de simplesmente abençoar a cidade, seu gesto foi um daqueles “CARAMBA, como isso aqui é lindoooo!!”

COMO ISSO aqui é lindo!

Na minha modesta opinião, o Cristo Redentor deveria se casar com a LADY LIBERTY. “Ah, que piada insossa”, vocês estão dizendo. Seguinte, camaradenses: Jamais, mas JAMAIS menosprezem ou duvidem da importância de quando dois ÍCONES ou SÍMBOLOS resolvem se unir e se casar! Nunca! A História já nos provou  os tremendos danos de tais fusões. Mas raríssimamente existe, de fato, a paixão!

Gerald – comemorando 3 meses de IG e agradecendo TODA a equipe do fundo do meu coração: não sei como vocês me aguentam!

PS DO VAMP: críticas tudo bem, mas não esqueçam o LISTERINE!

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Rússia e Geórgia: Nessa pôrra desse mundo fútil, um pintor chamado Beethoven faz o auto retrato da minha namorada Geórgia em plena batalha de Waterloo: HELP, blogueiros: o Museu Prada está em liquidação e a sopa Porsche na Rússia está vendendo Pacas!

 

Neste blog tudo é possível! Eu disse Blog? Esquece! Quero dizer: mundo útil. Esquece! Mil desculpas. Eu quis dizer… MUNDO FÚTIL.

Por exemplo: tenho uma namorada chamada Geórgia: Ela está sendo estuprada por uma amiga lésbica que tínhamos em comum, a Rússia. Estupro violento. Pior! Além da violência, da porrada, das partes mortas (minha namorada está sem rim, fígado, já teve perna amputada e está sangrando….) a Rússia, agora, ainda está mandando um ultimato: que a Geórgia se renda por total, se desarme: “Se solta, boneca. Vai, se libera, caramba!”.

  

Mas quem se interessa pela Geórgia? Ninguém, né!? Em época de Olimpíadas e numa sociedade cada vez mais imbecilizada pelo nada, pela “falta cultura  nessa falta de cultura” e/ou  noção histórica (cheguei a ouvir atrocidades no último ensaio em Londres! Já estou de volta a NY onde ninguém sabe nada mesmo), qualquer notícia tem o valor daquele dia. E somente o valor daquele dia, nada mais!

Fui levar uns amigos pra passear ainda lá em Londres: jovens, mas nem tanto. Nos seus 30 pra mais. Dei voltas por tudo que é parte da cidade: “’Waterloo’. Vocês sabem porque se chama assim ? Vocês sabem a qual evento histórico esse nome se refere?”

Silêncio. Nada.

Logo do lado de lá da ponte, a enorme praça “Trafalgar Square”:E aí, rapaziada? Alguma pista? Vocês têm noção se os eventos são relacionados?”

Silêncio sepulcral.

Esse cara lá em cima, lá, olha… lá em cima daquele poste enorme o… Nelson, Almirante Nelson… alguma idéia?”

Bem, se a minha namorada Geórgia não estivesse em frangalhos e a Rússia não continuasse o estupro (e eu, covarde, me divertindo a passear em Londres), quase ligo pra ela pra que se juntasse a nós, para uma boa lição de história!

Caminhamos até Whitehall e Westminster, e as Casas do Parlamento (House of Commons, grudada ao House of Lords). Me ocorreu uma idéia pirotécnica: “alguém já ouviu falar em Guy Forks? Ou em Cromwell?”

Nenhuma reação!

Bem, fico com o “History Channel” que colocou a Magna Carta (1215) junto com o  Monty Python  no seu release das “50 coisas” que você simplesmente PRECISA saber nessa era turbulenta do NADA.

Não, a rainha Victória não está na lista (pra fúria da “Regina” de mais longo e criativo reinado no trono britânico). Winston Churchill e outras brincadeiras sérias também foram  deixadas de fora, como o descobrimento do “admirável MUNDO NOVO”, as Américas. (vamos lá, blogueiros indignados, aos comentários!)

A CNN também foi deixada de fora.

 

Eis algumas das 50:

43 ad – A invasão romana

1610 – Shakespeare (não sei porque escolheram esse ano: um ano antes dele escrever sua última peça, “A Tempestade”)

1829 – o Bobby, (policial britânico)

1927 – A BBC.

1973 – A Grã-Bretanha se junta à Europa. (!!!!)

 

Enfim, fico por aqui com a lista. John Cleese e sua turma têm, pelo menos, um senso crítico, áspero, cáustico da História e sabem o que fazem e onde pisam… fico pensando se realmente Napoleão, Hitler , Stalin, Franco e Fidel (que parecem não terem entrado), são meros passageiros de um trem dos horrores de Coney Island. Ah, sim, Coney Island, pra ser destruída, junto com a minha namorada Geórgia, é/era um dos maiores parques de diversão do mundo!

Já o resto de nós, digo, dos turistas, entram nos museus e galerias, mas na verdade estão querendo entrar na Prada e não no Prado. Querem seus celulares funcionando pra mandarem torpedinhos imbecis, querem parar na frente das lojas da Porsche e ficar babando. Tate Modern? O que é isso? Ah, é o “Moma” daqui? “Moma” é Museu de Arte moderna, né? Temos que ir, não é? Lá tem o que, mesmo? O… aquele… o… aquele pintor… o Beethoven, né? Muito bom o Beethoven, rapaz! Gosto muito dele! De vanguarda, né merrrrmo? Vem cá, onde que  fica a Marcos e o Spencer mesmo? Parece que tão liquidando tudo!

Geórgia, heeeelp ! Dá um sinal de vida!

Antes que você seja transformada na Guernica de Picasso, pintada a barril de petroeuros, fala comigo: Alô! Alô! AAAAlôôô!

Putz! Meu celular da T-mobile está sem conexão e o da Orange também. Ainda bem que a British Airways perdeu minha bagagem! Eu não preciso de pôrra nenhuma mesmo, a não ser de um pouco de paz!

Gerald Thomas

(Vamp na edição)

 

 

 

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FUNDAMENTALISMO: Eu e você, quem já não foi vítima desse preconceito???

FUNDAMENTALISMO e seus galhos!

Na capa do Guardian de hoje, duas chamadas interessantes: “Scolari: ainda farei com que as pessoas amem o Chelsea!” e outra do lado “Por que será que um parente de Hitler teria se convertido ao judaísmo?”

ATT:—Disclaimer: Antes de mais nada, volto a um tema nada agradável e recorrente: depois dos comentários e a introdução da “moderação”, me deparei com um clone de ‘gthomas’. Isso já havia acontecido há uns anos, no Orkut. Entrei – por curiosidade – pois ODEIO esses ‘sites/ninhos de encontros de solitários’, e me deparei com um cara que posava de Gerald Thomas. Tinha uma foto minha, dava conselho pra atores, etc. Tentei processar essa merda de Orkut e precisei de ajuda de amigos que tem seus “perfis” lá dentro. Depois de exposto no outro blog, ou seja, no blog do UOL, esse vigarista pediu mil desculpas e acabou se retratando como sendo um fanzoca!

VOLTO a REPETIR: não possuo NENHUM e-mail que termine em “Hotmail” ou “Yahoo”. O do Gmail não tem meu nome. Se quiserem me contactar, eu tenho meu site oficial, é fácil: www.geraldthomas.com. É isso. Por favor, não caiam mais nesse conto! Chatíssimo isso.

Voltemos ao assunto mais chato ainda: Fundamentalismo!

Pelas chamadas do Guardian, fico pensando: Por que sou “acusado” de estar em Londres, se sempre estive aqui? Igual reação eu não tenho quando escrevo de Nova York, onde moro. Será que o Felipão também recebe iguais acusações xenofóbicas? O que vem a ser xenofobia? E quando um parente de Hitler se converte ao judaísmo, o que será que lhe passa pela cabeça? Tudo bem, aceita-se tudo. Eu, particularmente eu, perdi oito membros de minha família em campos de concentração. E Ruy Castro escreveu em “Ela é Carioca” (primeira edição), que minha avó era amante de Hitler e Goebbles. Foi quando minha mãe, que amanhã completará justamente 2 anos desde que morreu, teve seu primeiro grande ataque – o derradeiro, aquele de desgosto e que provevalmente a levou lentamente a não ver mais a luz.

Xenofobia, fundamentalismo: Coisas estranhas e difíceis de aceitar e de ouvir! Um comentário ontem de uma tal de “MONIQUE”: “Gerald, não volte nunca mais pro Brasil.”

Eu ouvia, quando era adolescente aqui em Londres, o pessoal berrando pros indianos e paquistaneses e jamaicanos: “Go Back to where you came from you Wog!”. Era época de Paki-bashing (dar porrada em paquistaneses). Olhando Londres hoje, fora os FUNDAMENTALISTAS ISLÂMICOS do norte da cidade, aqueles que pregam a “lei de sharia” e que se tornam homens-bomba, não conheço sociedade mais bem integrada racialmente! Mas depende de como você olha a sociedade. “VOLTE PRA ONDE”: Estou acostumado a ouvir isso desde pequeno. No Colégio Pedro II no Humaitá, no Rio, ou no Brasileiro de Almeida… eu ficava envergonhado porque éramos… ESTRANGEIROS!!!!!! Que horror!

Eu venho de uma família e uma geração onde tudo pode. Liberdade era pouco! Então, quando brincam com meu nome e me chamam de Geraldo, me pergunto se o William Bonner ou o William Waak ou o Boris Kasoy também tem esse tipo de reação contra seus… Enfim, entenderam, não? Por mim, podem me chamar de Agnaldo ou Vera se quiserem!

Eu disse que aqui a sociedade, ao contrário das décadas que sucederam a reconstrução da Grã-Bretanha pós-guerra (em que Churchill recrutou cheap labour das colônias na expectativa de que eles levantassem os prédios bombardeados pelas V2 de Hitler e Von Braun, e depois voltassem…), bem, Churchil sifu! Eles ficaram. Enoch Powell (o cara do “enemy within” e a National Front”) ganharam enorme peso! Todos queriam ver uma Inglaterra branca! E ainda haviam os irlandeses infernizando a vida, com as bombas do IRA nos Pubs, cinemas, etc.

Até o Lord Mountbatten explodiram em seu barco, perto da ilha de Man.

Sim, os irlandeses, especialistas em “exilio”, peça de Joyce quase nunca montada: Exílio é uma forma de Não – Fundamentalismo.

Karazic está sendo julgado em Haia nesse momento em que escrevo; mais um MONSTRO SÉRVIO da LIMPEZA ÉTNICA! A palavra sempre volta de tempos em tempos: limpeza étnica. Limpar a raça. Mas limpá-la de quê? Não somos todos nômades? Não viemos todos de algum outro lugar? Alguém aqui de nós está ou tem parentesco unicamente com índios xirobofofos??? Não. Foram todos dizimados também pela infeliz colonização portuguesa ou espanhola. Convenhamos: Ninguém aqui nasceu ontem. Todos sabem o que rola quando um povo ataca o outro, né? Sangue, estupro, etc. Não? “Imperilaismo Americano”, vocês berram enquanto bebem suas coca-colas e martelam em seus laptops HP ou seja qual marca americana made in China! Vocês, eu, minha avó, sua avós, TODOS NÓS e ESPINOSA (sim, o filósofo português, judeu). Todos fomos VÍTIMAS de algum tipo de PRECONCEITO oriundo de algum defeito de fabricação da MASSA. E a massa sempre vem com um carimbo: FUNDAMENTALIMO!!!!!! Que merda, não?

Pois quando eu dizia que aqui o gerente do meu banco, o NatWest, é negro e dá ordens em jovens brancos ingleses e que o gerente geral de uma enorme cadeia de supermercados (TESCO) é indiano e quando digo que o dono da Easyjet.com e Easycar.com é um jovem grego – coisa de Fucking foreigner há duas décadas- agora a coisa é diferente.

Ao mesmo tempo temos as e os “meter maids”! Um inferno! Quase todos importados de uma tribo de Ghana. Eles não te perdoam nem se você ultrapassaou por 1 minuto o tempo no parquímetro. O preço de se estacionar o carro em espaço público aqui já é um absurdo: dependendo da região, paga-se 2 libras por 30 minutos no pay-and-display. No meu bairro, parte do Borough of Camden (área CA-B) o custo passa a ser uma libra por hora. E ainda vem a tal “clamping unit” (grapeiam a tua roda: custo total pode ser 280 libras como o carro removido pra um car pound da policia (terceirizado). UM INFERNO!!!! E ainda tem a CONGESTION CHARGE. Não, mas isso nada tem a ver com fundamentalismo. O que tem a ver são os caras de Ghana e Nigéria que pegaram pra sofrer o pato!

Então, já se criou uma turminha de velhos e simpáticos irlandeses! “Ele acabou de fazer seu turno e foi nessa direção”, apontando com o dedo indicador. “Eu olho o seu carro enquanto você vai no banco”. Tudo num clima rápido e de paranóia. As câmeras de CCTV em cima da gente, porque Londres é assim e pronto! E na volta, cigarro na boca: “it’s alright mate! Ele não voltou” . Eu aperto uma nota de 5 libras na mão dele e o agradecimento é enorme: parte do cigarro do dia esta pago. Ofereço carona. Conversamos: “O clima aqui em Londres não está nada bom, há quanto tempo você está fora?”, ele me pergunta. “Esses estrangeiros estragaram tudo!”

Ah, veio! Tardou mas veio.

A indústria britânica paralisou. Ficaram preguiçosos. Os maiores filósofos, cientistas, como Darwin, como Newton… nativos daqui, estão em estado de dormência. Não existe mais a British Leyland. Até parte dos ônibus são Mercedes Benz. Só tem carro alemão nas ruas: o Mini Cooper, grande orgulho inglês, é feito hoje pela BMW! Que vergonha! Digo isso com tristeza. O resto, é um imenso desfile de Merecedes, BMW, Audis, Porsches, Ferraris, Masserattis, e coisas que não existem. Ah, o Jaguar é da BMW também!

Quando a gente anda no meio de uma massa de gente que se move”, diz Elias Canetti, “a gente personifica a massa e perde a noção de si mesmo para se integrar ao todo e formar a massa mórfica que constitui algo semelhante a um grande pânico ambulante”.

Nas grandes cidades do mundo a sensação é mesmo essa: A de que estamos chegando a um ponto de não-retorno: o “teatro terrível” de Canetti está tão atual e tão “agora” que 1984 de Orwell parece uma piada televisiva.

É que sempre achei Canetti “enorme” demais, genial demais. Mas Londres, hoje até mais que Nova York, é um ‘melting pot’ inacreditável de credos, vestimentas, nacionalidades e tribos. E as lutas entre elas, as tribos, continuam em restaurantes como o Punjab aqui em Covent Garden, na Neal Street onde um indiano seek briga com um hindi e os dois não deixam o islâmico entrar. Mas todos se uniriam – na hora! – contra um paquistanês, mesmo esse sendo islâmico (obviamente) por causa da disputa sobre Kashmir! A Xenofobia, o fundamentalismo de BABEL, não têm fronteiras!

Brecht, o Bertold, assim como Chaplin, foram perseguidos pelo macartismo. Foram investigados por Hoover e foram blacklisted e perseguidos pela bruxaria. Ta,bém milhares de escritores, cineastas, atores, etc. Muitos colaboraram, como sempre colaboram e entregam os outros pra se SAFAREM.

O Governo Bush está, de certo ponto, tentando isso com o seu “Patriot Act” mas as liberdades civis Americanas são muito fortes. Já aqui, ainda está vigorando o Official Secrets Act, o que é uma loucura!!!!! Ah, e Alexander Solzhenitsyn morreu no domingo passado. Não era exatamente um grande escritor. Mas ficou mundialmente famoso porque expôs os Gulags de Stalin: Sim, se falamos das vitimas de Hitler, temos que falar dos 13 milhões que morreram debaixo de Stalin. Perseguição política, por crença religiosa ou porque pregam a capoeira ou o Ultimate Fighting dos Gracies, tudo isso só faz lembrar que somos carnívoros, que somos os “Tristes Trópicos” de Levi-Strauss personalizados. Tristes nós! Uns contra os outros e por quê?  Colocamos os outros em jaulas por causa de PIG-mentação de pele, por causa de nomadismo, porque não gostamos de como comem ou bebem! JULGAMOS o outro, mas com que direito? Estou preparando, e nao é à toa, uma versao modernizada do “Tribunal de Nurenberg” com a troupe Brasileira: E Kepler no meio! Sim, o astrônomo do século XVI!

Disputa. Não, não digo. Diz. Não. Puta! Bem, eu disse!

Bem, e nesse ano (ainda pacífico, com algumas bombas como em 2007) se misturar gregos, cipriotas, turcos, romanos e senegaleses e toda a commonwealth (leia-se todas as ex-colônias britânicas que aqui vem por direito), e a arabada toda, mais o dinheiro do Euro e a latrinoamérica… o que temos?

Os chineses dos cantões… nao, chega!

Canetti, Arthur Koestler e… Paulo Coelho e… ah, sim…. Deus! Terrorismo. Digo, fundamentalismo.

O CORVO, o que mais posso lhe responder? Fundamentalismo?

Nos dias em que o Paulo Coelho convivia (em plena harmonia) com a minha Cia. de Ópera Seca e eu o entrevistei pro meu TV UOL (podem ir lá conferir), conversamos única e exclusivamente sobre terrorismo.

O World Trade Center ainda não tinha caído bem na frente da minha janela em Brookyn. Era o ano 2000. Ele estudava o fundamentalismo, esses doidos que se dedicam a odiar o outro, a explodir o outro porque o deus deles” é melhor que o deus do outro. Falávamos muito da olimpíada de Munique de 72.

Óbvio que nem podíamos imaginar o que iria acontecer em 11 de setembro e 7 de Julho e na estação de Madri e a invasão Horrorosa e SEM motivos do Iraque e toda merda que deu! Paulo Coelho e eu discutíamos que o mundo estava entrando no milênio de forma radical: caramba! E como!

DEUS é o MAIOR problema!

RELIGIÃO mata mais que POLÍTICA!

RELIGIÃO mata mais que CORRUPÇÃO e AIDS!

Vaticano? Teceiro Reich? Stalin? Inquisições? Israel X Hessbolah? Qual eh o Deus que fala mais alto?

São as mulheres silenciosas que tem que andar cobertas (sÓ com os olhos pra fora), o resto delas, um enorme embrulho , um véu, assim como os judeus hassidicos, os pingüins, raspam as cabeças de suas mulheres, as fazem ficar horrendas e lhes plantam uma peruca na cabeça! O HOMEM não presta.

E o Homem é a imagem de Deus. Não é isso que se diz ali no santo sepulcro, logo na entrada? Hein?

Ou os evangélicos doidos plantados com uma bíblia na mão surtando… Não, já fui longe demais. Isso aqui não é uma tese e sim um blog.

Agora, contraste isso tudo com o “Gentlemen’s club”, esse novo evento… ‘Bell Girls’… na Londres de Mary Quant ou da Bibba da High Street Kensignton da década de 70, a glória!

As “Bell Girls” são as novas prostitutas russas e asiáticas que saem de casinhas em…

Chega, Gerald Thomas! Volta pra onde você nunca deveria ter saído. “Aquelas ruínas onde você brincava em menino, onde é que foi aquilo?” (Beckett, em ‘Aquela Vez’)

Gerald Thomas na cidade de Londres (O CORVO pediu, e aqui está!)

Obs.: Obrigado leitores: estamos longe de completar dois meses de vida desse Blog e já ultrapassamos a barreira dos 100.000 acessos!!!

(Vamp na edição)

comentario da Valeria!

07/08/2008 – 05:34Enviado por: ValériaMaravilhoso o texto, Gerald! Mas antes que me esqueça: na Argentina até cachorro lê jornal e sabe mais inglês do que eu, minha impressão. Não sei, mas essa maneira de a gente pensar o terrorismo, fundamentalismo, xenofobia etc já generalizando em : os judeus são assim, os paquistaneses, os brasileiros são desse jeito e patati-patatá. Essas generalizações, ainda mais num assunto de xenofobia e cia é um pouco pesado pra mim a esta hora da madrugada. O exílio é em casa também. Somos estrangeiros com a gente, com a família, com o corpo, com vizinhos, com muita coisa. Que uniformidade é esta? A gente tá mais pra fratura que pra atadura. Somos em exílio. não sou uma coisa preenchida e embalada pra viagem. Ok, é maneira de dizer, mas a forma de dizer diz também, né? Como dizer então? E eu sei lá! Eu nasci no Brasil, meu país natal, mas isso não me deixa pasteurizada em “os brasileiros são ….”, os cariocas são… Os judeus são… conheço judeu de tudo quanto é tipo, o próprio Gerald é às avessas do judeu assim ou assíduo Esse ímpeto à adequação, à Enformação é coisa de quem vive pra moda, de quem vive pra se padronizar. Eu quero é mais. Devia ter escolar pra deseducar pessoas, talvez por isso goste da arte, ele tem mais é que despadronizar, deseducar. A mistura é fundamental. Quer uma prova? A receita do açaí do Gerald. Suspiros. V.

comentario

07/08/2008 – 12:56Enviado por: aninomyousLegal, isso me lembrou mais uma coisa, eu até gostaria que me elucidassem mais essa ‘verdade’ ou ‘farsa’.
É dito que na Alemanha o Albert Einstein não é tido como o Gênio do Seculo! explico: Dizem que por lá ele era um aluno mediocre, que tentou um concurso para professor Secundarista e não obteve colocação (para prof. de matemática do 2º grau?), mas que os ‘judeus’ tem também este papo de leis de patentes, e que como judeu ele trabalhava de CONTÍNUO em um escritório de patentes, onde 2 cientistas alemães (não nazistas diga-se de passagem) levaram projetos referentes à pesquisa de energia inesgotável extraida dos átomos …(continua na tripa de comentarios)

Sandra retribui –

07/08/2008 – 14:09Enviado por: Sandra

Aninomyous, Einstein era gênio. Ninguém dá à luz uma Teoria da Relatividade sem ser gênio, e essa ele não roubou de ninguém, pois uma pessoa pode até roubar uma invenção, mas não uma teoria. É muito evidente quando alguém tenta exibir conhecimento sem tê-lo, e não era, com certeza, o caso de Einstein, senão ele não teria os fantásticos debates que teve com Bohr sobre mecânica quântica, por exemplo. Quantos às notas dele, já li que era um mau aluno, já li que isso era lenda urbana, e que ele era excelente, então não sei dizer, mas é possível que fossem baixas sim. Há crianças que falam e andam tardiamente e, repentinamente, tocam sinfonias ao piano. O que não adianta é dizer: se minhas notas são baixas, sou um gênio …(continua na tripa dos comentarios)

e de 06/08/2008 – 14:09Enviado por: Ricardo Miranda

Acho engraçado nomear os EUA como pai de Israel, depois que os Judeus fazem um esforço sobre-humano de sair de campos de morte (e não de concentração) e muitos caminhando, outros resgatados, caminhando cegamente para um região onde o que sabiam é que um dia foi deles, mas que haviam sido expulsos (a última expulsão havia sido pelo imperador romano Adriano). Acho que as pessoas não conseguem montar esta imagem na cabeça, um povo que já não tinha mais nada caminhando para o oriente médio, onde sabia-se existirem alguns colonos judeus, sob a pressão constante da inglaterra que não os queria lá, se você não tem para onde ir, você vai de qualquer jeito, você já está morto, você vaga como um maldito, e depois de todas as pressões e vitórias milagrosas (lembrando que muitos judeus foram muito bem recebidos por palestinos, e após uma articulação de poderes, inclusive a Syria, começou a onda de violência comtra Israel), vocês vão dizer que foi os EUA que colocou os judeus na palestina, ou, em Israel, ou sendo histórico, na Judéia?!?!? …(continua na tripa dos comentarios)

06/08/2008 – 15:01Enviado por: João Magro

Gerald, você tem toda a razão ao falar sobre o polêmico tema… Deus. É polêmico demais porque enquanto o homem não souber lidar com as dúvidas e as perguntas não respondidas ele preferirá manter-se preso na santa ignorância da explicação divina. Não adianta cara, algumas pessoas não querem pensar, tudo é Deus, e “o meu Deu é melhor que o seu”, tudo uma bobagem. Desde as pirâmides do Egito nada mudou, pelo menos naquela época eram Deuses, vários, era mais democrático. Agora é um único e soberano Deus, um ditadorzinho responsável por tudo, ele fez o mundo e etc e tal. Somos crianças..(continua na tripa dos comentarios)

07/08/2008 – 12:42Enviado por: FHorylka.GThomas.

Como deve ser do seu conhecimento, existia um grupo de estudos sobre noções de psicanálise. Funcionava no Museu do Inconsciente, no Hospital Pedro II, Rio de Janeiro, fundado e coordenado pela psicanalista Nise da Silveira.

No país a ditadura militar baixava o cacete em quem ousasse discordar de seus métodos. Naquela época era comum estarmos em uma conferência e chegarem os homens dando uma geral em todos, alguns eram presos até prova em contrário. Isso acontecia até nos cinemas, você lá entretido com o beijo do galã na mocinha, a sessão era interrompida, e ouvia-se uma voz autoritária: TODOS COM DOCUMENTO NA MÃO!.Éramos todos COMUNISTAS… Pelo simples fato de irmos ao cinema, todos suspeitos….(continua na tripa dos comentarios)

PS 1 estou fazendo uma pausa pra ler todos

LOVE

Gerald

07/08/2008 – 14:09Enviado por: André M.Prezado Corvo

Desculpe a minha ignorância, não entendo de Hanah Arendt e a versão dele para o totalitarismo. Eu tenho (agora vão tacar pedra nimim, eu sei) aquela visão mais Gramsciniana de hegemonia pela coerção, ou então, usando Althusser, a questão da luta pelo controle da cultura, e, por conseqüência, dos meios de reprodução do poder, aquela coisa dos aparelhos ideológicos do estado, então, totalitarismo, para mim, não passa de choque de opiniões contrárias, num regime aonde os jogadores não admitem concorrência…(continua na tripa dos comentarios) (mas nao consigo encontrar o email do CORVO que motivou esse, o do Andre M.)… (calma….) (…)

07/08/2008 – 15:27 Enviado por: O CORVOAndré, podemos ser céticos, não ter lido a autora citada tudo bem, eu estou muito longe de ser um intelectual, sou apenas relativamente informado, mas não tem como não acreditar em cultura não é uma questão de fé – onde tem qualquer tipo de agrupamento humano ate os mais primitivos, tem CULTURA.
Já falei no assunto – não confundir cultura com escolaridade –
“CULTURA SÃO AS REALIZAÇÕES ESPIRITUAIS E MATERIAIS DE UM DETERMINADO POVO EM UM DETERMINADO TEMPO’

PS 2 – Sem duvidas, Sandra: o melhor debate ate agora. Nesse novo blog pelo menos!

enviado por Contrera (essa eh a parte final)…

vcs acaso dizem que nunca vivenciaram algum deles na pele? estejam então á vontade, porque são privilegiados. vcs acabam com isso vendo a história passar à sua frente sem se sentirem tão afetados assim por ela. porque a história toda conduz-se na medida em que tais fundamentalismos e preconceitos são manipulados, revividos e reanimados. o que fazem todos esses homens-bomba? ou atentados massacrantes? ? ? ? dizem eles: não agüento mais, e é esta minha via: a da morte. isso é triste. mas é também legítimo. sim, é legítimo. mas acaso é também legítimo lidar com a morte dos outros, também? pode ser questionável, mas é uma opção. uma opção radical, realmente, mas uma opção. nem compartilho com ela, mas coaduno com o sofrimento que ela implica. chega a ser nobre? dificilmente. mas é honesto. ninguém se mata por aquilo que não valoriza mais do que a si próprio. pensemos se nós, em nossos lugares, nos mataríamos por algum valor qualquer. difícil, não é? pois é. a gente às vezes morre por amor. romantismo, essa invenção tão ocidental…
não culpo a religião. o homem criou a religião para encontrar uma saída a seus dilemas. o próprio homem fez da religião a justificativa para a criação de mais dilemas. o ser humano não gosta muito do ser humano. ele preferiria viver sozinho, às vezes. mas, vivendo em rebanho, mal consegue controlar suas paixões, e precisa, afinal, do poder. para nada, ele sabe. mas precisa. aqui, no brasil, quem opta por política muitas vezes se deixa vilipendiar pela falta de compostura encalacrada em ganância. pelo menos não monta partido para matar os outros por justificativa qualquer. com um motivo religioso. pois no máximo religião aqui é forma de roubar com certa legitimidade. mas a religião, para o povo, é outra coisa: é crença, compartilhamento do mundo com deus. e isso é louvável. não me venham com que a religião é o problema. o problema é o uso que os seres humanos fazem de tudo que tocam. eu sou religioso, sim, e daí? não por isso me meto a julgar os outros pelas minhas lentes. muitos ateus por aí adoram fazer isto, não é mesmo? cada um acredita naquilo que quer. mas, secularmente, precisa, sim obedecer à razão pública e à lei dos homens. se quer misturar as bolas é porque quer tirar proveito de alguma situação.
corvo, querido, não escrevo claro e coerente por algum outro motivo senão o de que tenho amor. escrevo para o entendimento como se pudesse desarmar os espíritos para trazer algo novo à baila. mas posso assim fazer porque também sei como bater com um ippon. infelizmente, os seres humanos são assim. só consegue trazer a paz quem sabe fazer e terminar qualquer guerra.
beijos
contrera

  1. 07/08/2008 – 17:03Enviado por: Rodrigo AguiarÉ engraçado, as vezes as pessoas se perdem eu seu próprio pensamento, e acham que apenas “elas são donas da razão”, daí surge o prazeroso sentimento de se sentir melhor do que as outras pessoas. O pensamento do Gerald é preconceituoso, talvez nem ele se deu conta, mais começou falando de liberdade, e terminou descendo “a lenha” em todo mundo. Ainda bem que Gerald, não é um político. Acho que falou muito, e não disse nada ! Cadê a solução ?”PS do Gerald: Rodrigo: Nao “desci a lenha” em ninguem: vejo o mundo/humanidade como um circo, entende? Leis vem e se vao: ora tem uma coisa, ora outra. Lei Seca, Muro de Berlin….Milhares de pessoas mortas por causa de uma lei: e, de repente…acaba a lei. E vc se pergunta…”por que milhares de pessoas tiveram que morrer tentando escapar ou pular essa porra desse muro?”

    SOLUCAO? como assim. Teve uma, digo Hitler teve a FINAL SOLUCAO

    ja eu prefiro ficar com DUCHAMP, marcel DUCHAMP (“adoro problemas, odeio solucoes)

    LOVE

    G

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Vamos acabar logo com o inimigo? Obama: astro POP visto pelo deserto do Arizona e pela Guernica de Picasso, ou pelo Africasso, um modesto e lindo projeto de Simon Yiga, garoto jovem su-africano: AFRICASSO!

Obama, Lula, escândalos, problemas existenciais, riqueza e pobreza, quem está certo ou errado, Iraque, vítimas, retórica, retórica e retórica… A arte, sua inutilidade, pessoas que sabem TUDO, mas não saem da toca. E fala-se  disso e daquilo, sobre os homofóbicos e sobre as diferenças entre a seriedade de “interpretar” um papel e “to play a role”, ou seja, “brincar” de fazer um papel no palco. Mas raramente se fala sobre um jovem negro de 25 anos, empresário, sul africano, natural de Johanesburgo.

Pois! Seu nome: Simon Yiga. Idealizador de um projeto maravilhoso: “Africasso”, tremendamente inspirador. África e Picasso. Não se trata de uma ONG, não se trata de querer “curar” a miséria. Simon “coleciona” trabalhos de artistas da África inteira e junta tudo num espaço virtual e, de lá, vende pro mundo.

Mas, de uns tempos pra cá, ele tem me revelado que está mal humorado, chateado, puto mesmo. ‘Afroputo’ mesmo: “What is it, Simon?”.

“São esses merdas do Zimbabwe que vêm pra cá, roubam nossos empregos e trabalham por 25 cents….”. Acho que não preciso dizer mais. Conhecemos esse filme. Nos EUA, temos 12 milhões de mexicanos “legalmente ILEGAIS” catando espinafre e uva na Califórnia. E dominicanos, equatorianos, etc., catando o lixo em Columbus, Ohio. Trabalho que americano NÃO QUER mais fazer.  E aí? Como se sai disso?

Obama ficou pop no mundo, esta virando ícone.

Uma das maiores questões que Obama terá pela frente será a questão dos ilegais. Simon tem verdadeira paixão por ele, assim como eu. Simon, assim como eu, quer pôr um fim a essas guerras inúteis, invasões absurdas baseadas em mentiras e uma vida quase paranóica de escutas telefônicas legitimadas por um Patriot Act e serviços de Intelligence Gathering Agencies que até hoje, quase 7 anos após a queda das torres, não prenderam ou mataram Bin Laden. E só conseguiram disseminar mais ódio contra os EUA e criar novas células de terroristas! É isso. Hoje, somente hoje, morreram 28 em Bagdad e 22 em Kirkuk, vitimas de homens-bomba. Mas Bush diz que esta melhorando e tudo sempre sobre controle. Da?

Às vezes, não sei o que fazer com esse Blog. Não sei se devo cumprimentá-lo todos os dias ou ainda me pendurar nos galhos que restam. Esse blog brota como um arbusto ou um cacto no deserto do Arizona. Talvez eu devesse ser engolido por um iguana, como foi a Andréa N., ou a Andréa Schwartz, aquela que inventaram como filtro pra mascarar o que realmente o Eliot Spitzer, ex Governador do estado de Nova York, fazia naquele quarto de hotel em Washington… atchim!

Alguém, no vasto silêncio da solidão de uma campanha política pró-Obama no estado do Arizona – território inimigo porque esse AZ pertence a McCain – me perguntou porque eu me encostaria num blog como se ele fosse algo físico, palpável.  Assim como o Simon em Johanesburgo, olho pela janela e deliro. Deve ser o deserto imaginário. A cultura jalapenha!

Explico: Sou nômade. Sou assim como a Espanha: dividido em quatro. Às vezes preciso me encostar, sentar, descansar em algo, mesmo que seja em algo virtual. Pode-se dizer que a Espanha (assim como a Itália ou a Inglaterra), muda de identidade e de sotaque a cada 15 quilômetros. Mas prefiro dizer que sou como a Espanha.

Quando venta a morte na profunda relva

e remove do ocidente todas as imagens

que as nuvens erguem – então

vem a noite e lê as estrelas.”

(poema retirado do livro “Aventuras de Uma Língua Errante, por J. Guinsburg – editora Perspectiva)

E quando as estrelas aparecem tudo fica numa perspectiva triste. Ficamos pequenos. Mínimos. Não ha Johannes Kepler que nos coloque num lugar real. Somos efêmeros e passageiros e nossas dores, meras expressões de egos inflados. Alguns mais inflados que outros.

Me pego num simples beliscar, petiscar, mandando um email desejando “merda” ou “Break a Leg” pra alguém que teve estréia de um espetáculo teatral essa semana. Gesto de carinho, óbvio. Resposta? Pouco importa, já que pouco, pouco importa. Digo pouco nada importa, ou nada realmente importa nos continentes onde as coisas importadas importam: na África de Africasso e de Nelson Mandela, por algum motivo, onde o Simon ainda é revistado pela polícia por ser negro, por morar em bairro de brancos(!!!!), às vezes quero mesmo é desistir! Mas quem sou eu? Nada e ninguém!

Já que hoje, o que realmente importa seria o pop e a multidão que ovacionou Obama em Berlin, lá pela casa dos 200 mil. Tipo, meio Woodstock. Só que na Alemanha, eu tenho medo dessas multidões. Em 1933, também havia multidões ovacionando.

Não, chega disso. Como eu disse, sou como a Espanha. Sim a de Franco,a de Hemingway,  a de Guernica de Picasso. Uma única lâmpada ainda acesa. Em volta, destruição, Guerra Civil, mortos, fascismo, etc.

Sim, o Obama, pra mim e para tantos que conhecem os Estados Unidos e não querem mais a constante mentira da chamada “guerra contra o terror” desorganizada, mas sim algo que não aliene as pessoas, e sim o sonho já tardio de Dr. Martin Luther King Jr. A guerra contra o terror terá que continuar nos lugares onde, de fato, ele, o terror, existe.

No Iraque essa invasão só fez mesmo espalhar terror, matar civis que nada tinham a ver com isso, deixar soldados americanos em body bags e em estado de trauma e mutilação irreversível.

“Como em qualquer guerra”, contra-argumentaria  o interlocutor. Não senhor. Talvez Hitler justificasse a invasão da Polônia através de métodos tortos e estupidamente históricos, até que voltasse a Napoleão: afinal, a Polônia era outra terra como eu, como Guernica, quebrada, estilhaçada, com uma lâmpada no meio (se tanto) unificando vozes, idiomas, etc.

A invasão do Iraque e aquela monstruosa, repito, MONSTRUOSA reunião, convenção dentro de MIM, aqui dentro da Espanha, das quais participaram 21 países “para comprar e disputar os direitos pela RECONSTRUÇÃO do Iraque” !!! Que loucura!! Aquilo foi uma coisa tão sórdida que nem meu braço esquerdo (que chamo de Lorca) conseguiria explicar.

As mentiras são mantidas até hoje que nem meu braço direito (que chamo de Generalíssimo Franco) consegue explicar: não havia Armas de Destruição em Massa. Sabia-se disso, já que as várias expedições da UN, Hans Blix e companhia, nos afirmavam isso com certeza.

E, de fato, não encontraram nada. Até hoje, nada foi encontrado. Só fizeram mesmo foi abrir a porta para a INDÚSTRIA do jihad. A indústria dos que odeiam, a indústria do ÓDIO, dos meninos e homens-bomba, dos lagos de mel e das 72 virgens esperando os pobres virgens… Ah, Saddam! Claro, esqueço Saddam, aquele que, durante seu BRUTAL, regime gaseificou curdos, surdos, cegos e mudos.

Certo. Mas na operação Desert Storm de Bush Sr e de Clinton, achou-se melhor NÃO bombardear o paÍs inteiro e não ir em busca do petróleo óleo e nem por menos que uma única desculpa de se perder recrutas, pois Osama Bin Laden tem a ver com o Talibã e Afeganistão, e talvez até o Paquistão, mas uma coisa sempre foi certa: Saddam e Laden se odiavam. Sim, entre árabes assim com dentro de mim, aqui dentro, os Bascos e os Andaluzes e Catalães não se topam, se tripam, não trepam.

Vamos derrubar todos aqueles que consideramos horrendos? Vamos? Vamos inventar e difundir campanhas horríveis a respeito deles até que, na centésima rodada ela talvez se torne uma… ”meia verdade”?

Que tal começar pelo espelho do próprio banheiro?

O espelho de Bush está estilhaçado, assim como eu. Já me viram? Já me viram pendurado no Prado ou em reproduções em livros? Eu, Guernica, sou horrenda, feia de morrer e por isso fui pintada, pra meter medo numa época em que a arte ainda fazia algum sentido.

Robert Langdon Lloyd (Royal Shakespeare Company)
na producao de ALL STRANGE AWAY (premiere mundial) de Samuel Beckett, direcao e adatacao de Gerald Thomas
(Harold Clurman Theater – 1984- NY)

Aqui embaixo, um retrato do que eu sou hoje, só que representado por um ator meu, digo, um ex-ator meu, Robert Langdon Lloyd, em All Strange Away, peça que adaptei da prosa de Beckett em 84 num lugar remoto do mundo chamado Nova York. Tristes lembranças não ter mais uma cara, uma face, uma terra, pois explodiram temporariamente com nossa identidade até novembro, quando teremos eleições, e então quem sabe… Assim como o Generalíssimo Franco explodiu comigo e, grande parte da população dizia que elegera o grande mestre do teatro! Mestre do teatro? Os grandes ditadores são mestres do teatro, mestres do teatro da crueldade. A xenofobia dos povos, a defesa de suas identidades mesquinhas, ughhhh, numa era cada vez mais de plástico-derivado-do-petróleo faz com que moral, escrúpulos, essas coisas me tornem, eu , a Guernica, uma pintura ameaçada. Na África ou no Arizona então, mais ameaçada ainda. Não por causa das atrocidades históricas remotas, mas pelas atrocidades dos últimos 8 anos de administração Bush e que ainda veremos sendo descobertas aos poucos e que, deus me livre, se sobrevivermos…sentiremos o troco.

Gerald Thomas

Obrigado Vamp pela edicao, correcao, etc!!!!

PS: Importantissimo! Media Biased Against Obama

by DAVID KNOWLES
JUL 28TH 2008 9:22AM
A George Mason University Center for Media and Public Affairs acaba de publicar um estudo que prova que as tres NBC, ABC e CBS foram muita mais DURAS com OBama do que com McCain nos ultimos 6 meses de campanha! Isso se chama de?
De que?
adivinhem!
GT

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NA TV brasileira só tem imbecilidades: demandem CIVILIDADES e Parabéns leitores, pelos excelentes comentários.

Irei transfomá-los numa espécie de “petição”, lista, seja lá o termo que for: preparar um documento, já que o nível dos comentários tem sido excelente. Gostaria de parabenizar a todos vocês, de coração.

Os comentários são, em si, um exemplo de civilidade. Um exemplo de que dentro desse Brasil corrupto existe SIM uma enorme vontade, e sede de que haja um Brasil melhor, um Brasil LIMPO e correto e, de UMA VEZ POR TODAS, LIVRE dessa corja que se auto-proteje, se auto-promove e, com esse eterno tapinha nas costas (quentes) acaba sempre se livrando de punição! Quantas vezes teremos que ver isso até que alguém volte pras ruas como foi na época do impeachment do Collor? Maluf , lembram, tomando sua cervejinha em Campos do Jordão e “petiscando”, “beliscando” bolinhos de bacalhau depois de passar algumas horas detido?

Marcos Valério parece ser um “herói” em BH. E todos os outros da CPI que, se o BR fosse qualquer outro lugar que não a nova Rússia, estariam dentro do XADREZ!

Sabem o que é? Percebo que a TV brasileira, INFESTADA com essa merda de novelinhas românticas, acaba não prestando nenhum serviço sobre como a SOCIEDADE REAL FUNCIONA.

Mesmo que ficcionalizados, o Law & Order, Law & Order Criminal Internt e o Special Victims Unit, nos ensinam como funciona o sistema POLICIAL (como um juiz tem que assinar um “search warrant” = mandado de procura, acho), um “arrest” e um  “arraignment” (prisão e detenção) e como funciona o District Attorney’s Office e como “THE PEOPLE” (promotoria) “build up a case” ou seja, “constroem um caso” contra o réu! Para que isso seja possível, o SUSPEITO não pode ser solto imediatamente, especialmente depois de tanta investigação e representando um “flight risk” (pessoas que possam deixar o país). Poderiam pagar uma fiança e entregar seus passaportes: mas na maioria das vezes se faz necessário que comece um verdadeiro e sincero INTERROGATÓRIO na presença dos advogados dos (presumíveis) acusados.

Já era hora do Brasil investir menos em baboserias “românticas” de galãs e galinhas, e começar a mostrar o lado interno da máquina que faz a sociedade funcionar EM TODOS OS SENTIDOS.

DESDE o WEST WING – episódio antigo que ficcionalizava o presidente Americano (era Clinton, saudades, ai meu deus!) – seu dia a dia, como funciona o SITUATION ROOM etc….

Imaginem se mostrarem o dia a dia no Planalto, no Alvorada e na Granja do Torto? Não seria uma …digamos…….linda (triste)…”aventura” dura de roer?

Pensem. Me digam

Gerald Thomas 11 de julho, dia internacional em que os imbecis do mundo estão se estapeando pra comprar seu mais novo iPhone . Pode?

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Bye Bye Bill Gates e Hello Nelson Mandela!

Parece que os nomes “micro” e “soft” foram dados por uma namorada depois de uma noitada nada sexual com o Gates. Mas hoje, com tanto dinheiro, quem precisa de um “Macrohard”? Bem, tchau né?

“She rocks” – Barack Obama disse agora há pouco sobre Hillary.  Os dois fizeram sua primeira aparição em público em “Unity” (nome apropriado né?) New Hampshire.

Polo Norte derretendo, Amazônia queimando: o planeta em chamas. Nosso pior inimigo: nós mesmos. Já dizia o “Blue Print for Survival”

LINDO tributo a Nelson Mandela hoje em Hyde Park. Completou 90 anos (27 dos quais na prisão) Uma presença de MILHARES de pessoas , estrelas, Hyde Park REPLETO,

Uma coisa emocionante! Caramba. Emocionante o que esse homem representa.

GT

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Bem vindos ao novo blog!

New York – Meus queridos: não posso deixar de dizer que é um pouco estranho mudar de casa, ou de host. Em princípio nada muda, já que é uma só tela, essa, a do computador. Mas vivemos num “nonsense surround system”, ou seja, o que nos importa, nos dia de hoje, somos nós mesmos, os dias do i-isso, iPod, iPhone, I-não pode, e meus vizinhos aqui no i-G…sei não! Sei não! Sei SIM. Caio Tulio é meu amigo e mestre desde 1853 quando Richard Wagner compunha o Anel dos Nibelungos e resolveu fazer uma pausinha pra compor (a pedidos de Dom Pedro II), o Tristão e Isolda (pago com dinheiro brasileiro pra inaugurar o Theatro Municipal do Rio de Janeiro: infelizmente o Municipal só veio a abrir as portas em 1908). Enfim, estamos nessa era em que tanto se monta NO Beckett (que escreveu EU NÃO) “not I”, que se esquecem um pouco da essência e do conteúdo de sua escrita.

Venho escrevendo em Blog há mais de quatro anos. Recebendo e ouvindo e lendo comentarios, os mais incríveis e os mais diversos, elogios e insultos de admiradores até detratores, assim como é no teatro.

É. Assim como é no teatro. Aliás, quando comecei com essa coisa de Blog, ninguém sabia muito bem o que era. Hoje, tem mais blog no mundo do que gente! Eu mesmo, confesso, não tenho saco pra ler, digo, outros blogs. Tem que ser MUITO MUITO exótico mesmo pra chamar minha atenção! Ou seja, leio o mínimo necessário porque está provado que blog, jornal, mídia em geral faz mal a saúde. Deveria ser tudo interditado pelo Ministério da Saúde. Êpa! O que foi que eu disse? Ministério? RETIRO!!!!

Odeio governos! Não. Também não é verdade. “Sou” pelo Obama aqui nos US, mas não gosto aí do Sr. Lula da Silva, e sei que isso – aqui no IG – cairá mal. Bem, vocês me contrataram, então terão que conviver com essa ovelha negra aqui dentro: vai ser duro ser “companheiro” de página de Zé Dirceu. Já tive pesadelos a esse respeito. Confesso que tive. Ao mesmo tempo, cheguei a um ponto de cinismo onde já não acredito mesmo em que a “arte” ou opnião possa mais fazer a menor diferença (como um dia já fez: exemplo, Bertold Brecht, Living Theater, enfim, a arte da “demonstração” da “agitprop”, panfletagem, aquela que saía da “clausura” da bilheteria e realmente ia pras ruas reclamar ou clamar sua liberdade ou a liberdade de alguma coisa: sim, Sartre se foi e a Simone também.

” Fail. Fail again. Fail better.”

“Falhar. Falhar de novo. Falhar melhor”
Samuel Beckett.

O tempo passa e os escritos desse homem (na frente do qual tive o privilégio de sentar algumas vezes) ficam cada vez melhores e mais “wise” , mais …. (“Oh palavras que me faltam” última frase da ópera “Moisés e Arão” de Arnold Schoenberg” que dirigi em 98 na Áustria….tão vendo? Não olho pra trás, não reviso meus textos, vou escrevendo assim como vou dirigindo meus atores, sejam eles brasileiros, sejam eles da Baviera, sejam eles dinamarqueses ou daqui, do East Village ou de….. (pausa pra uma lágrima cair)… Londres….onde meu coração ficou…de onde meus pés, na verdade, nunca saíram, ou melhor, a minha alma nunca saiu. O resto é uma miragem, deve ser. Esse que perambula por aí é esse “Nowhere Man” (peça que escrevi pra Luis Damasceno em 1996), e que finge estar em casa no Rio, em Sampa, aqui em NY, ou em qualquer lugar do mundo mas não está.

– Onde estou? No lugar perfeito. No lugar virtual. Nessa coisa que, um dia, um vírus vai comer, “nhac”, e pronto! Estaremos de volta a estaca zero: papel e lápis.

Seremos obrigados a ler Kafka de novo. Nao poderemos mais entrar no “google” e fingir que sabemos tudo sobre todos. Teremos que sair pra comprar um livro todo amarelado de Joyce, ou de Guimarães Rosa, ou de Shakespeare, ou mesmo de Harold Bloom sobre Shakespeare ou do Haroldo de Campos sobre Joyce porque….Por que? Porque no fundo estamos perdendo nossa identidade. Sim, com esse “evento global” com esse information overload, esse excesso de informação, acabamos nao entendendo muito de nada ou nada de nada mesmo e “nhac”.

Muito de nada. Nada de nada. Assim como Beckett que usava seis palavras e sobravam quatro. Ou Heiner Müeller que usava mais de três mil palavras num jorro hemorrágico, mas no final, também só sobravam quatro.

Sejam super-bem vindos a esse novo blog. Teremos colaboradores. Estarei, como sempre estive, escrevendo, berrando, de tudo quanto é canto do mundo. Ainda estou estranhando um pouco o layout mas….. Nada que uma breve clicada de olhos ou um breve trocar de lágrimas não obrigue a vista a se acostumar.

Espero, sinceramente, não decepcioná-los. Mas, se for o caso: uma bela vaia também é bem vinda
LOVE
Gerald

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