New York – Gente, acontece o seguinte: chegamos a uma espécie de “deadlock”, ou impasse aqui no Blog. Vários são os motivos.
Um deles, certamente, está ligado ao contrato (que só fui ler ontem: “escrever sobre assuntos culturais e, eventualmente, política mundial…”). Mas o que está pegando mesmo é o stress! Stress não tem cura, não tem remédio, não tem solução!
Recebi um comunicado (ou orientação, como preferirem) da direção do IG, anteontem, pra que eu focasse o Blog em “assuntos culturais”. Era, na verdade, a idéia desde o início. Falo, sim, sobre Presidente Obama (e não “Barack Hussein”, como quer e insiste denegrir um amigo meu, blogueiro que amo, mas que não se conforma que meu presidente foi de fato eleito), mas procuro encaixar meu Presidente em assuntos relacionados a algum fato cultural. Sei lá como encontro conexões, mas encontro. Seja via Rembrandt (ultimamente), seja via junkies nas ruas de Amsterdam ou uma severa brincadeira com o “Esquadrão da Morte Suíço”, que, ora bolas, não existe (e muitos levaram a sério).
Houve um sério problema pessoal aqui. Vocês devem ter notado que o Vamp postou uma excelente matéria, “O RETRATO DO PODER”, que ficou em destaque por um tempo enorme e rendeu 14 mil acessos, etc .,e ficou um dia e meio no ar.
Bem, ocorre que havia morrido Merce Cunningham. Já no domingo eu sabia disso e fiquei me segurando por que não queria interromper a matéria do Vamp.
Mas quando chegamos na Terça, não pude mais segurar. A Folha estava com a matéria na capa, assim como todos os jornais do mundo (o NYTimes estava com a matéria online no mesmo dia, domingo mesmo), e eu “interrompi” o fluxo de quase 700 comentários (UFA) do artigo do Vamp, e postei a tal matéria sobre o maior gênio da coreografia, da dança teatro, que morreu menos de um mês após a Pina Bausch, também aqui registrado (escrevi pra Folha e re-publiquei aqui).
O que quero dizer com tudo isso?
Blog não pode ser precisosista! É como papel higiênico. Vocês todos conhecem outros blogs e sabem muito bem que uma matéria está em cima agora de manhã e, à noite ela já está lá embaixo ou até já desapareceu! Aqui, por algum motivo, se convencionou “manter” (com unhas e dentes) uma matéria por dias e dias, talvez por eu não ser ‘blogueiro’, por eu não ter esse pique de escrever o dia inteiro. Justamente pelo fato de ter óperas, peças de teatro e um filme pra dirigir. E não está fácil!
Então, o impasse: como sugere o IG. Menos matérias. Talvez uma por semana. Se surgir algum fato INACREDITÁVEL, talvez duas.
A minha identidade está toda ali, exposta. Esse é realmente meu nome, etc. Minha cidadania mista não me permite, de fato, falar ou escrever sobre assuntos políticos internos brasileiros.
Como ficamos nos comentários? Não sei. Bela pergunta. Do jeito que está, não está . Ontem à noite cheguei em casa por volta das 9 da noite (horário daqui, uma hora a menos que no BR) e haviam 21 comentários na moderação. Às vezes acordo e tem uns 17 na moderação. Juro, juro e juro que não agüento fazer esse tipo de trabalho. Espero que entendam. O IG sugeriu “coluna” sem comentários e eu disse que não, que manteríamos os comentários. Esse é justamente o “charme” do blog. Mas como fazer?
O Vamp acabou de deixar um comentário no post de baixo que prefiro nao comentar. Se eu fosse comentar, meu sangue subiria e eu teria que vomitar uma série de coisas aqui. Não quero. Prefiro simplesmente dizer o seguinte:
Está tudo muito difícil. Muito difícil. Estou a um passo de “entregar” o blog. São 5 anos e meio, juntando com o do UOL.
O teatro está muito difícil. O “Ghost Writer” está muito difícil. As Óperas estão extremamente difíceis. O Blog, que deveria ser um prazer, por motivos que prefiro não expor, se torna um enorme peso.
Então, antes de fechá-lo, prefiro agir com calma e… simplesmente, como diz o “Bruno” (Sasha Baron Cohen), colocar um pé na frente do outro pra ver se consigo equilibrar o passo e o compasso. Nem sempre um artigo vem a ser poético. Nem sempre se termina com uma frase retumbante. Às vezes é o coração que bate forte,
Hoje, esse é o caso.
Gerald Thomas
Comentário do Vamp:
Fiquei revoltado. Mas a revolta, como já dizia o maior de todos, é um valor dos escravos.
Não sou contratado do IG, mas do Gerald Thomas. E isto responde à pergunta se voltarei a escrever ou não. Se o Gerald achar conveniente que eu escreva, eu escrevo, se achar que não, não escrevo. Simples assim. E aproveito para salientar que o Gerald sempre me deu total liberade para escrever sobre qualquer assunto ou pessoa, mesmo tendo, muitas vezes, opinião contrária à minha e mesmo já tendo enfrentado grandes problemas em consequência de um texto que escrevi sobre uma empresa do Governo.
O real motivo do atrito ocorrido entre eu e Gerald, acreditem, foi uma falha de comunicação e um tremendo mal entendido, tudo potencializado pela vaidade, de minha parte e pelo stress, por parte do Gerald.
O meu comentário sobre a “facada nas costas” não tinha como alvo o Gerald. Achei que isso ficaria óbvio. Mas admito que, dentro do contexto dos comentários, acabou ofendendo-o, sim. E por isso venho publicamente pedir desculpas ao mestre Gerald Thomas, o que já fiz por telefone e celular.
Também gostaria de agradecer a todos que se manisfestaram em meu apoio e dizer que, independentemente do que vier acontecer com o blog daqui pra frente, espero sempre contar com a amizade tanto do mestre Gerald como de boa parte dos leitores deste blog.
Para aqueles que me odeiam, ainda não foi dessa vez.
O Vampiro de Curitiba